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Cacciola é ídolo na penitenciária de Bangu

Preso há quase 2 anos, Cacciola é ídolo em Bangu 8. O ex-banqueiro é defendido pelo mesmo advogado de Zé Dirceu. Salvatore, o Cacciola, coleciona na Justiça o indeferimento de dez habeas corpus. No momento o “sem banco” aguarda decisão do STF sobre um novo pedido de liberdade. No início de 2009, já poderá requerer o regime ‘semi-aberto’. Condenado a 13 anos de cadeia em 2005, Salvatore Alberto Cacciola, 65 anos, tornou-se um preso de mostruário. Ex-banqueiro, rico, habituado a uma vida faustosa, Cacciolla está a três meses e 15 dias de completar dois anos de cana. Ajustou-se como poucos ao dia-a-dia da penitenciária carioca Pedrolino Werling de Oliveira, mais conhecida como Bangu 8. “Advogo há 20 anos. Nunca tinha visto uma pessoa com tamanha capacidade de se adaptar”, diz o defensor de Cacciola, José Luiz de Oliveira Lima. Vem a ser o mesmo advogado que cuida da defesa do ex-ministro petista José Dirceu no processo do mensalão. Cacciola contratou-o no final do ano passado. Oliveira Lima já fez quatro visitas ao cliente. Conversam num parlatório, separados por uma tela de arame. De uns tempos para cá, Cacciola exibe ânimo oscilante. “Oscila entre a depressão e a normalidade”, conta Oliveira Lima. “É gentil e atencioso. Comigo e com os outros presos”. Bangu 8 tem capacidade para 257 detentos. É visto como um calabouço VIP. Abriga criminosos com diploma. Entre eles policiais, chefes de milícias, e bicheiros. Cacciola veste o uniforme da hospedaria: camiseta branca e calça jeans. Gasta o tempo livre de que dispõe na leitura e no convívio com os presos. Dá-se bem com todo mundo. Consola, distribui conselhos e gentilezas. Tornou-se o oráculo do cárcere. É respeitado por todos. E venerado como ídolo por muitos. Encontra-se recolhido numa cela de 125 m². Divide as acomodações com 18 presos. Com os demais, convive no banho de sol diário. Ouvido pelo blog, um servidor da penitenciária disse que o quadro já foi pior. Cacciola chegou a coabitar com cerca de 35 companheiros de cela. Um luxo, tomando-se os padrões de superlotação do sistema carcerário brasileiro. Há na cela dois banheiros. Num, o vaso sanitário. Noutro, chuveiros que vertem água fria. O presidiário Cacciola tratou de aparelhar-se. Providenciou um frigobar privativo e um aparelho de TV, que coletivizou. Contra a refeição precária de Bangu 8, refugia-se nos pratos que lhe chegam pelas mãos de familiares e nas compras que faz numa cantina instalada dentro do presídio. Segundo Oliveira Lima, “a família vem dando um suporte extraordinário” a Cacciola. O repórter apurou que são dois os visitantes mais frequentes do sem-banco. O irmão Renato e a filha Rafaella levam-lhe -além de comida e afeto- jornais, revistas e livros. Muitos livros. Cacciola foge de confusões. Dias depois de sua chegada a Bangu 8, os contraventores Rogério Andrade (jogo do bicho) e Fernando Iggnácio (caça-níqueis) trocaram socos durante o banho de sol. Junto com o deputado estadual cassado Álvaro Lins, solto na semana passada, Cacciola assistiu à briga de longe. Não se animou a intervir. Esforça-se para manter o bom comportamento. Algo que pode lhe garantir, já no início de 2010, o benefício da “progressão de regime”. Passada a virada do ano, Cacciola terá cumprido 1/6 de sua pena. E o advogado Oliveira Lima poderá requerer a prisão semi-aberta. Nesse regime, o ex-banqueiro passará o dia fora da cadeia. Só voltaria à noite, para dormir. Antes disso, Oliveira Lima tenta obter coisa melhor. Protocolou no STF um habeas corpus. Pede que seja concedido a Cacciola o direito de aguardar em liberdade o julgamento dos recursos que interpôs contra a condenação de 2005 e outros quatro processos, dois dos quais já anulados. “Confio muito no discernimento do Supremo”, diz o advogado. Chamado a manifestar-se, o Ministério Público deu parecer contrário. Para desassossego de Oliveira Lima, sua petição repousa sobre a mesa do ministro Carlos Alberto Menezes Direito, que se licenciou para cuidar da saúde. Diz-se que Direito só volta ao STF em agosto. Algo que, se confirmado, levará Oliveira Lima a protocolar um pedido de troca de relator. O otimismo do advogado de Cacciola contrasta com decisões recentes do Judiciário. O ex-banqueiro coleciona dez indeferimentos de habeas corpus. Dois deles, rejeitados em liminares, aguardam pelo julgamento do mérito no STJ. Oliveira Lima confia que uma eventual decisão favorável no Supremo influa no veredicto do outro tribunal. Deve-se a aversão do Judiciário às petições da defesa de Cacciola, em boa medida, à fuga do banqueiro para a Itália. Deu-se em 2000. Preso naquele ano, Cacciola amargou 37 dias de cana. Foi ao meio-fio graças a uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do STF. Aproveitando-se da dupla nacionalidade, o ítalo-brasileiro Cacciola fugiu para a Itália. Ausente, foi condenado à revelia, cinco anos mais tarde. Em 2007, baixou a guarda. A Interpol recapturou-o em setembro daquele ano, no principado de Mônaco. Agora, paga em Bangu 8 o preço dos dólares baratos que comprou do BC em 1999, sob FHC. Era, à época, dono do Banco Marka. Jogara suas fichas no dólar barato. O governo levou ao pano verde a superdesvalorização do Real. E Cacciola perdeu a aposta. Guardava nas gavetas contratos em dólar cujo montante equivalia a cerca de 20 vezes o patrimônio líquido de seu banco. O BC socorreu-o. Junto com outro banco, o FonteCidam, o Marka comprou dólares baratos. A operação foi esquadrinhada pelo Ministério Público e pela PF. Descobriu-se que resultara em prejuízo de R$ 1,6 bilhão à Viúva. Coisas do Brasil. De diferente, apenas a cana longeva de Cacciola. Embora também condenados, os gestores do BC que lhe estenderam a mão estão na rua. Outra coisa tão brasileira quanto a jabuticaba. blog Josias de Souza

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Promotor usa twitter e blog para apurar irregularidades em ônibus de SP

Moisés Jardim (de costas e camisa cinza) entra em ônibus lotado na Praça Jacomo Zanella, na Zona Oeste de São Paulo. Ele fez queixa ao MP. Foto: Daniel Haidar/G1 O promotor de Justiça Saad Mazloum criou um blog e um perfil no twitter para intensificar uma investigação sobre supostas irregularidades no sistema municipal de ônibus de São Paulo. Ele quer coletar denúncias de superlotação, intervalos excessivos, falta de higiene e outros problemas enfrentados por passageiros para analisar se a Prefeitura de São Paulo tem fiscalizado a eficiência do serviço oferecido e se as viações cumprem suas obrigações contratuais. As denúncias virtuais podem ser feitas em comentários no blog, moderados pelo promotor, ou via mensagem no twitter. “Vai ser um inquérito bem colaborativo. As pessoas reclamam do transporte, mas não vejo cara, não vejo nome. Essas pessoas às vezes não têm a quem recorrer e preferem ficar queimando ônibus”, disse Mazloum ao G1.

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CPI da Petrobras – Editorial do Jornal Valor

No caso Petrobras, melhor é evitar o maniqueísmo: “a fúria moralizadora com que a oposição se lançou para criar uma CPI é suspeita” É um assunto delicado. De um lado a Petrobras, estatal e maior empresa do país, que ganhou cada vez mais autonomia nos últimos governos sob a justificativa de que precisa agilidade para enfrentar a abertura da economia brasileira. É uma empresa cujos cargos são preenchidos também por critérios políticos, como qualquer empresa pública, mas que tem uma autonomia de decisão quase igual ao de uma empresa privada. De outro, estão os políticos da base aliada excluídos das decisões da estatal e uma oposição para a qual, eleitoralmente, interessa imobilizar esse recurso político hoje disponível ao PT. Nesse caso, como em todos os outros que envolvem a gestão de recursos públicos, o pior caminho é ceder ao maniqueísmo. É importante que a Petrobras esclareça os critérios para a distribuição e o destino de centenas de milhões de reais que pousam nos caixas de ONGs e programas sociais afinados com o petismo. E, em uma empresa gigante como a Petrobras, os controles internos podem falhar, propiciando espaço para corrupção, licitações dirigidas, favoritismo, como em qualquer empresa pública. Não há nada de mais em investigar a empresa e esclarecer o que requer esclarecimentos. Resta saber se a correta apuração dos fatos é melhor servida com a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado. O Legislativo atravessa uma grave crise de credibilidade e a fúria moralizadora com que a oposição se lançou para criar uma CPI é suspeita. As últimas CPIs foram um fiasco e uma sobre a Petrobras tem tudo para ter o mesmo destino. É preciso lembrar que, comercialmente, a empresa tem obtido sucesso, dá enormes lucros ao Estado brasileiro e aos seus demais acionistas, mantém um quadro técnico de qualidade e tem relações estreitas com o mercado internacional. A relativa autonomia da Petrobras remonta ao governo passado. Em 1998, após a entrada em vigor da Lei do Petróleo, um decreto presidencial isentou-a de fazer licitações para contratação de obras e serviços. O decreto tem sido desde então contestado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que, todavia, tem sido impedido por liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) de paralisar as atividades da empresa. Quando o ato foi assinado, era parte de um plano do governo de profissionalização da empresa, que incorporou sistemas contábeis internacionalmente aceitos como transparentes e novas regras de ascensão do quadro funcional. A Petrobras, todavia, desde então e até hoje, mantém várias contradições. A empresa tem um quadro funcional estável, técnico, mas altamente politizado – politização, aliás, que ocorreu na luta sindical, e que manteve a categoria dos petroleiros, na maior parte da história recente, na órbita de influência da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT. Se, no passado, quadros técnicos importantes da Petrobras não conseguiram subir na escala funcional por ligações com a CUT e o PT, no atual governo essa vinculação é um dado positivo para a ascensão profissional. O grupo de técnicos com vínculo mais orgânico com a CUT e o PT também faz uma “blindagem” contra ameaças “de fora”. O PMDB não conseguiu influência na Petrobras por causa disso; e foi assim que a exigência do ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, de indicar alguém para “aquela diretoria que fura poço e acha petróleo”, tornou-se só uma piada. A ação do PMDB no episódio de criação da CPI inspira temores de que esteja tentando valorizar seus votos na comissão, trocando-os mais para frente por uma diretoria. E a do PSDB, de que a intenção não seja a de realmente apurar irregularidades ou colocar a Petrobras numa rota “republicana”, mas transformar o episódio num mero fato político-eleitoral. A melhor solução seria fugir das armadilhas político-partidárias. Uma auditoria independente pode ter o poder de detectar usos e abusos do caixa da empresa, mas tirando a discussão do cenário político-eleitoral. O TCU e o Ministério Público já fazem investigações sobre suspeitas de procedimentos inadequados na estatal, cujos resultados devem ser divulgados amplamente. E só a Justiça pode definir se é legal a decisão da empresa que gerou o pedido de CPI – a contabilização da variação cambial que resultou em redução do valor de imposto a pagar. Esses caminhos, menos espetaculares que uma CPI, parecem mais produtivos.

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Negado habeas corpus a mulher que roubou chicletes

Brasil: da série “só dói quando eu rio”! Enquanto isso, Daniel Dantas, Maluf… Nos últimos meses tem ganhado força do Supremo Tribunal Federal (STF) a tese de que crimes menores, como roubar galinhas ou açúcar, podem ser perdoados pelo princípio da insignificância. Mas nem todos os ministros pensam assim. Ontem, Marco Aurélio Mello negou um habeas corpus a uma mulher que foi condenada a dois anos de prisão por ter furtado caixas de chiclete que, juntas, somavam R$ 98,80. No despacho, o ministro reconheceu que o prejuízo causado pelo crime é de pequeno valor. No entanto, ponderou que não se tratava de “furto famélico” – ou seja, quando a pessoa toma para si alimentos para saciar a fome. Marco Aurélio também considerou a situação da ré, que já tinha sido condenada por crimes semelhantes. O caso dos chicletes ocorreu em Sete Lagoas, Minas Gerais, em 2007. A mulher recorreu ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que concordou em reduzir a pena para um ano e três meses, mas rejeitou o argumento de insignificância para anular a condenação. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu da mesma forma. O caso será julgado em definitivo pela Primeira Turma do STF, em data ainda não marcada. Semana passada, o ministro Ricardo Lewandowski suspendeu uma ação penal contra um homem acusado de furtar água encanada, no Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério Público, a ligação clandestina causou prejuízo de R$ 96,33 à Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). O Globo – Carolina Brígido

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Pedofilia. Operação Turko da Polícia Federal cumpre 94 mandatos de busca e apreensão

Oito suspeitos de pedofilia já foram presos pela Operação Turko, diz PF. Operação combate crime de pornografia infantil na internet. Segundo delegado, 47 mandados de busca já foram cumpridos. A Polícia Federal informou nesta segunda-feira (18) que oito pessoas já foram presas em flagrante durante a Operação Turko, deflagrada nesta manhã em 20 estados e no Distrito Federal para combater o crime de pornografia infantil na internet. As prisões ocorreram nos estados de São Paulo (3), Rio Grande do Sul (2), Espírito Santo (1), Mato Grosso (1) e Pernambuco (1). Segundo o delegado de Repressão de Crimes Cibernéticos da PF, Carlos Eduardo Sobral, a corporação já cumpriu 47 dos 92 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Entre os materiais apreendidos, estão centenas de CDs e DVDs com conteúdo pornográfico, além de computadores que podem conter material de pornografia infantil. De acordo com o delegado, a operação, batizada em alusão ao site de relacionamentos Orkut, foi deflagrada após a quebra de 3.265 perfis do Orkut – denunciados por supostamente conter conteúdo de pornografia infantil. Sobral afirmou que essa foi a primeira operação realizada depois de acordo assinado com o Google, provedor responsável pelo site, em julho de 2008. Segundo o procurador Sérgio Suiama, essa já é “a maior operação do mundo no que diz respeito ao combate de pornografia infantil em redes de relacionamento da internet”. A investigação, coordenada pela Divisão de Direitos Humanos e pela Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, é resultado de informações repassadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Pedofilia no Senado Federal, em parceria com a ONG Safernet e com o Ministério Público Federal de São Paulo. De acordo com o MPF, todos os presos na operação estarão sujeitos à pena de um a quatro anos por posse de material pornográfico infantil, além de pena de três a seis anos por distribuição de pornografia infantil na internet. Os mandados foram expedidos a partir de denúncias recebidas pelo site www.denunciar.org.br entre novembro de 2007 e março de 2008. Segundo Sérgio Suiama, o Brasil não é um produtor em larga escala de pornografia infantil na internet e nem hospeda sites com esse fim, mas a propagação se dá principalmente por sites de relacionamento social. Esta é a primeira grande operação após a publicação da lei 11.829, que alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente e tornou crime a posse de material pornográfico infantil. A operação é uma das ações que marcam o Dia Nacional de Luta contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado nesta segunda-feira. A data foi instituída pela Lei Federal nº 9970/00 e lembra um crime bárbaro que chocou todo o país e ficou conhecido como o “Crime Araceli“, ocorrido em 1973, em Vitória. Leia mais sobre o caso Araceli no site da Procuradoria Geral dos Direitos do Cidadão. O delegado Carlos Eduardo Sobral adiantou que, no máximo até a semana que vem, mais quatro projetos serão enviados para o Congresso Nacional para tratar especificamente do assunto. Ele acrescentou que a operação deflagrada nesta segunda não se trata de um ato isolado, afirmando que a PF deve realizar novas operações para combater a prática. “A pedofilia está em todas as classes e em todas as idades. É um crime gravíssimo, que merece toda a nossa atenção no seu combate, repressão e prevenção”, afirmou o delegado. As prisões desta segunda ocorreram em residências e empresas. Os detidos, no entanto, não tiveram seus nomes revelados e nem idade e o sexo. do G1 – Diego Abreu

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Yeda Crusius. Um tucano com o bico no caixa dois

Pelo visto a prática iniciada por outro tucano, o senador do PSDB Eduardo Azeredo, continua fazendo escola. O que é de causar espanto, é o silêncio das vestais tucanas – Artur Virgílio, Sérgio Guerra e cia. que não sobem a tribuna para denunciar a governadora Yeda Crusius. Assim como fizeram em relação aos mensaleiros, aloprados e cuequeiros petralhas, é de se esperar que a mesma indignação seja manifestada pelos alvares membros do PSDB. A grande mídia, também, não estampa nenhum tucano na capa e nas manchetes de jornais e revistas, com a tarja de “chefe de quadrilha”. Por certo, aparecerá algum cardeal emplumado alegando que, delubianamente, foi somente uma questão de “despesas não contabilizadas”! O que Se espera é que pelo menos a governadora venha a se explicar. A não ser que adote também a tática do “tô me lixando pra opinião pública”! O editor Gravações contêm indícios de caixa dois de Yeda Desde que tomou posse, em janeiro de 2007, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), é assediada por denúncias. Uma delas, a existência de uma máfia que desviava verbas do Detran gaúcho, resultou em denúncia do Ministério Público. Corre na Justiça. Outra, a de que a governadora adquirira uma mansão com verbas de má origem, foi investigada e desceu ao arquivo. De resto, a governadora tucana convive com a suspeita de ter escondido um caixa dois sob as arcas de sua campanha. O repórter Igor Paulin escutou gravações que tonificam a suspeição relacionada ao caixa clandestino. Contou, nas páginas de “Veja“, o que ouviu. Soam nas gravações as vozes de dois personagens que privaram da intimidade do tucanato gaúcho: o empresário Lair Ferst e o ex-servidor Marcelo Cavalcante. Lair é um dos acusados de desviar verbas do Detran gaúcho. Marcelo foi assessor de Yeda entre 2002 e 2006. Coordenou a campanha dela. Até fevereiro passado, Marcelo chefiava o escritório de representação do governo gaúcho em Brasília. Seu corpo foi encontrado boiando no Lago Paranoá. A investigação policial aponta para o suicídio. Súbito, a voz do morto vem à tona nas gravações. Foram feitas por Lair Ferst. Registram 10 horas de conversa. O repórter ouviu apenas um pedaço: 1h30. Recolheu desse trecho as seguintes revelações: Marcelo Cavalcante diz a Lair Farst que Yeda recebeu dinheiro no caixa dois depois que a eleição terminou. Relata que, terminado o segundo turno do pleito de 2006, ele próprio recolheu R$ 400 mil de dois fabricantes de cigarros. R$ 200 mil vieram da Alliance One. Outros R$ 200 mil da CTA-Continental. Conta que entregou o numerário ao marido de Yeda, Carlos Crusius. Ouvidos, executivos da Alliance One negaram a contribuição paralela. Exibiram um recibo que atesta a transferência de R$ 200 mil ao diretório gaúcho do PSDB. A CTA-Continental diz que não doou nem no oficial nem no paralelo. Eis o que disse Allan Kardec Bichinho, presidente da empresa: “Se me perguntar se me pediram dinheiro, direi que sim. Mas não levaram”. O repórter tivera acesso às gravações faz 40 dias. Tardou em divulgá-las porque buscava um depoimento que as corroborasse. Obteve. Chegou a uma pessoa chamada Magda Koegnikan. Vem a ser a ex-companheira de Marcelo, o colaborador de Yeda que feneceu nas águas do Paranoá. Magda conversou com o repórter de “Veja” por cinco horas e meia. Contou que Marcelo soube da existência das gravações em novembro de 2007. “Lair [Ferst] lhe mostrou as gravações e disse que as entregaria às autoridades para provar que os responsáveis pelos desvios no Detran eram integrantes do governo Yeda, e não ele”. Segundo Magda, o companheiro caiu “em “depressão e passou a beber”. A revista reproduz, na forma de pergunta e resposta, parte do depoimento dela. Vão a seguir alguns trechos:

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Caixa dois no Brasil só pega camelô

Brasil: da série “O tamanho do buraco”! Logo que estourou o propinoduto da Camargo Corrêa, revelando que assim como os petralhas, os demais pulhas que infestam a política brasileira, também são adeptos do delubiano axioma das “despesas não contabilizadas”. O primeiro emplumado a sair em defesa da empreiteira dadivosa foi FHC. Ele mesmo! O sociólogo da entregação. O comprador da reeleição. Enquanto Lula, o apedeuta do planalto central afirmava que não sabia nada das estripulias de Marcos Valério, o inefável FHC,  que, sem medo de cupins, expõe sua (dele) cara de pau em declarar que as doações da empreiteira “não tem nada de irregular”. Uáu! A lama é a mesma. Os porcos é que são diferentes. Argh! No Brasil, as leis só alcançam o caixa dois do camelô Ao cruzar o fosso do Castelo de Areia da Camargo Corrêa, a PF e o Ministério Público devolveram às manchetes a torneira do caixa dois. Submetido a uma torrente de escândalos, o brasileiro já aprendeu que é por essa bica que jorra o dinheiro da corrupção polícia no Brasil. Se todos a conhecem o cano, por que nunca foi fechado? Simples. Disseminou-se a percepção de que o “por fora” não resulta em punição. É um tipo de crime tratado à base de duas leis informais. Ambas alheias aos códigos penal e tributário do país. As arcas do caixa dois são reguladas pela Lei da Selva. Quanto pilhados, os infratores se autoenquadram na Lei do Silêncio. Em 2005, acossado pelas valerianas que a contabilidade delubiana tratara como verbas “não contabilizadas”, Lula saiu à francesa. Numa entrevista parisiense, o presidente (que nunca soube de nada!) disse que caixa dois é coisa que “todos os partidos fazem”. Na última quinta-feira, quando começaram a soar as conversas vadias captadas pelos grampos da Camargo Corrêa, FHC achegou-se à boca do palco. Defendeu a empreiteira: “Não tem nada de irregular”. E ironizou a ausência do PT na lista de sete partidos premiados -“por dentro” e “por fora”. “Terá sido a única empresa grande que não deu dinheiro para o PT. Acho que o PT deve protestar”, disse FHC, em timbre de galhofa. Assim como fizera o Lula do mensalão, o FHC do “camargão” serve-se de uma velha artimanha. Truque tosco, manjado. Funciona assim: Como o dinheiro sujo é telhado de vidro comum a todas as legendas, a punição de uma arrastaria as demais. Assim, numa espécie de cumplicidade premiada, uns são intimados a não denunciar os outros. Até atiram algumas pedras, porém… Porém, essas pedras nunca atingem o telhado alheio. Passado o barulho, são recolhidas. E servem à construção dos fornos em que são assadas as pizzas. Uns fornecem a farinha e a mussarela. Outros entram com o orégano e o tomate. Nesse repa$to, a platéia é convidada a desempenhar o papel de idiota. Encerrada a fase dos pratos salgados, evololui-se para a sobremesa: o quindim da reforma política. Insinua-se que a única maneira de dar cabo do “por fora” é a reformulação da legislação eleitoral, com trará o financiamento público de campanha. Lorota. Não há dúvida de que a lei que rege as eleições precisa ser passada a limpo. Mas a tese de que a punição do caixa dois depende disso é idéia indigesta. O que é o caixa dois? Dinheiro porco. Sai emporcalhado das arcas da empresa que dá, entra imundo na escrituração do candidato que recebe… …E desce sujo ao bolso do marqueteiro e outros prestadores de serviços de campanha. Afora o passeio pelo código penal, os infratores fraudam o fisco. Cometem a mesma infração tributária de que são acusados os milhares de camelôs que vendem contrabando à bugrada nas ruas das grandes cidades brasileiras. Esses brasileiros que recorrem à informalidade para encher a geladeira são tratados com os rigores do “rapa”. Os fiscais ora lhe tomam a mercadoria ora liberam-na, mediante o pagamento de propinas. No camelódromo da política, a falta de formalidade não resulta senão em poucos instantes de constrangimento. Ainda assim, só de raro em raro. O mensalão flerta com a prescrição no STF. O tucanoduto de Minas envereda pelo mesmo caminho. As arcas clandestinas de FHC se dissiparam antes mesmo de ganhar a formalidade de um processo judicial. Planilhas eletrônicas descobertas em 2000 mostraram que, na campanha presidencial de 1994, as arcas tucanas foram borrifadas com R$ 10,1 milhões de má origem. Em 2003, descobriu-se que, no ano anterior, FHC organizara uma caixinha para fornir o caixa dois de 24 candidatos ao Congresso. Queria compor uma bancada que defendesse o seu ex-governo. Coletaram-se R$ 7 milhões. Contribuíram nove empresas. Entre elas a Camargo Corrêa. Quem se lembra? Numa atmosfera assim, é difícil supor que o novo escândalo resultará em punição. O melhor que o Estado tem a fazer, é dispensar ao camelô um tratamento “político”. Se caixa dois graúdo não é punido, porque continuar castigando a sonegação miúda dos tributos das quinquilharias? blog Josias de Souza

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Garota de 14 anos é detida por pornografia infantil nos EUA

Uma garota de 14 anos, residente em Nova Jersey (EUA), está sendo acusada por pornografia infantil depois de postar quase 30 autorretratos de nudez explícita no site de relacionamentos MySpace. O caso é mais um na esteira de investigações sobre conteúdos de pornografia infantil nos EUA que têm origens não em pedófilos, mas nos próprios adolescentes, que enviam fotos de nudez para aparelhos celulares e e-mails. O MySpace não quis comentar a investigação – entretanto, a companhia tem uma equipe que monitora o site, a fim de evitar imagens inapropriadas. O Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas avisou as autoridades locais sobre as imagens da adolescente. Os oficiais investigaram e descobriram que a menina havia colocado na internet fotos “muito explícitas” de si própria, afirma o porta-voz da polícia. “Consideramos este caso como um alerta para que os pais acordem”, disse. A garota colocou as fotos na rede social porque “ela queria que seu namorado visse.” Segundo o porta-voz, investigadores estão procurando por pessoas que tenham conhecimento e envolvimento no crime. No entanto, ele não deu mais detalhes porque o caso ainda está em investigação. A jovem, cujo nome não foi revelado em decorrência da idade, foi detida e acusada por posse e distribuição de pornografia infantil. Ela foi liberada da custódia da mãe, ou seja, responderá ao crime mesmo sendo menor de idade. Caso realmente seja confirmado que menina tenha distribuído pornografia, ela vai ser acusada de crime sexual, de acordo com a Lei Megan (de 1996, assim chamada em homenagem a uma vítima de Nova Jersey), disse a procuradora-geral Anne Milgram. Ela também pode pegar até 17 anos de prisão. O fenômeno do “sexting” está desafiando procuradores-gerais nos EUA. Estados como Pensilvânia, Connecticut, Dakota do Norte, Ohio, Utah, Vermont, Virginia e Wisconsin estão acusando adolescentes, a fim de tentar impedi-los de enviar e receber imagens pornográficas. Leia mais sobre pornografia infantil ONG processa promotor que acusou garotas de produzir pornografia nos EUA Homem é condenado a oito anos de prisão por pedofilia no Orkut Ministério Público denuncia oficial de justiça por pornografia infantil na internet Folha Online

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Senado investigará doações da Camargo Corrêa

Senado investigando partidos políticos? Ha,ha,ha,ha,ha! Conselho de Ética do Senado? Ha,ha,ha,ha,ha! O corregedor do Senado Federal, Romeu Tuma (PTB-SP), afirmou hoje (26) que investigará as denúncias de doações ilegais feitas pela construtora Camargo Corrêa a partidos políticos. As acusações vieram a público com a Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal. Tuma disse ter conversado com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sobre a investigação e ter o seu aval. O senador pretende pedir à Polícia Federal e ao Ministério Público informações sobre o envolvimento de supostos parlamentares no caso. O corregedor disse que fará os pedidos até segunda (30). Ele afirmou que, caso encontre algum indício de irregularidade contra qualquer senador, encaminhará as denúncias ao Conselho de Ética. Coluna Claudio Humberto

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Procurador faz nova acusação no caso do tucanoduto

O poleiro tucano mostra-se tão emporcalhado quanto a pocilga onde chafurdam os petralhas. Uns e outros se utilizaram do mega trambiqueiro Marcos Valério, para financiar campanhas eleitorais com os respectivos caixas 2. Até as milenares figuras da ilha da Páscoa sabem que os mensaleiros petistas, como suas (deles) malas e cuecas contraventoras, não estavam sozinhos no charco. Por causa disso à época em que surgiram os primeiros sinais do tucanoduto mineiro, os emplumados tucanos “derrubaram” do poleiro da presidência do PSDB o senador Eduardo Azeredo, o qual, moderno bandeirante, teria sido o “desbravador” das searas valerianas. Aguardemos agora que a mídia parcial dê o mesmo tratamento de chefe de quadrilha, e outros adjetivos “amenos” ao senador Azeredo, que por incrível que pareça, ocupa hoje a presidência da Comissão de Relações Exteriores no Senado desta pobre república. O editor Procurador faz nova acusação no caso do tucanoduto Antonio Fernando de Souza, o procurador-geral da República, protocolou no STF um aditamento à denúncia do tucanoduto de Minas Gerais. O Ministério Público acomodou uma nova acusação nos ombros de um dos personagens das perversões que tisnaram a campanha reeleitoral de Eduardo Azeredo (PSDB-MG), em 98. O acusado se chama Eduardo Guedes. À época das malfeitorias, respondia pela subsecretaria de Comunicação do governo de Minas, então sob Azeredo. O nome de Guedes já constava do rol de 15 denunciados no Supremo em novembro de 2007. Fez-se o aditamento para imputar a ele novo delito. O procurador-geral acusa-o, de novo, da prática de peculato. Responsabiliza-o pelo “desvio” de R$ 500 mil do Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais). Levou-se aos autos um documento obtido depois do oferecimento da primeira denúncia. Diz o Ministério Público que Guedes “repetiu sua forma de atuação” em episódios anteriores, que envolviam Cia. de Saneamento e a Cia. Mineradora de Minas. O aditamento da denúncia foi à mesa do ministro Joaquim Barbosa, relator do caso. A exemplo do que fez no caso do mensalão, Barbosa levará um voto ao plenário do STF. No texto, dirá se recebe ou não a denúncia. Recebendo-a, os acusados convertem-se em réus. Entre eles estão Azeredo e Walfrido dos Mares Guia. Ex-vice-governador de Minas, Mares Guia respondia pela pasta da Coordenação Política de Lula. A denúncia de Antonio Fernando de Souza custou-lhe o cargo. blog do Josias de Souza

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