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Walt Whitman – Versos na tarde – 31/12/2015

O Próprio Ser Eu Canto Walt Whitman¹ O próprio ser eu canto: Canto a pessoa em si, em separado ─ embora use a palavra Democracia e a expressão Massa. Eu canto o Corpo Da cabeça aos pés: Nem só o cérebro Nem só a fisionomia Tem valor para a Musa ─ digo que a forma completa é muito mais valiosa, e tanto a Fêmea quanto o Macho eu canto. A vida plena de paixão, Força e pulsam, Preparada para as ações mais livres Com suas leis divinas ─ O Homem Moderno eu canto. ¹Walt Whitman * West Hills, Long Island, Usa – 31 de Maio de 1819 d.C + West Hills, Long Island, Usa – 26 de Março de 1892 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Hilda Hist – Versos na tarde – 29/12/2015

E por que haverias de querer… Hilda Hist¹ E por que haverias de querer minha alma Na tua cama? Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas Obscenas, porque era assim que gostávamos. Mas não menti gozo prazer lascívia Nem omiti que a alma está além, buscando Aquele Outro. E te repito: por que haverias De querer minha alma na tua cama? Jubila-te da memória de coitos e de acertos. Ou tenta-me de novo. Obriga-me. ¹Hilda Hist * São Paulo,SP. 1930 d.C + São Paulo,SP. 2004 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Fabrício Carpinejar – Versos na tarde – 28/12/2015

Meu Filho, Minha Filha Fabrício Carpinejar¹ Não chama nenhum dos meus filhos de meio-irmão. Que metade é essa apartada de sua inteireza? Qual é o complemento que falta para que o sangue seja legítimo? Será bastarda a perna esquerda ou a direita? Qual é o braço falso? Aponta-me os traços fingidos. O que fugiu do nascimento para acusá-los de incompletos? Não noto, na aparência são semelhantes. Na convivência são semelhantes. Ambos se debruçam ao prato com igual indiferença dos dentes. Ambos recorrem às mesmas desculpas para não dormir. Ambos me sufocam de risos quando acordo. O ventre não se repete. Não chama nenhum dos meus filhos de irmão emprestado. Eu não emprestei, eu dei à vida, não reclamo de volta. Não há pai por partes, nem mãe em porções.” ¹Fabrício Carpi Nejar – Poeta e jornalista. * Caxias do Sul – 1972 d.C Prêmio Açoriano de Literatura. Prêmio Marengo D’Oro – Itália Prêmio Fernando Pessoa, da União Brasileira de Escritores. Prêmio Cecília Meireles, da União Brasileira de Escritores. Prêmio Nacional Olavo Bilac 2003, da Academia Brasileira de Letras, com Biografia de uma árvore, escolhido o melhor livro de poesia de 2002. Mestre em literatura, com estudo sobre A Teologia do Traste na poesia de Manoel de Barros, em contraposição à Psicologia da Composição de João Cabral. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Ezra Pound – Versos na tarde – 27/12/2015

Cantos Ezra Pound¹ Tentei escrever o Paraíso Não se mova Deixe falar o vento Esse é o paraíso. Deixe os Deuses perdoarem O que eu fiz Deixe aqueles que eu amo tentarem perdoar O que eu fiz. ¹Ezra Weston Loomis Pound * Idaho, Usa – 30 de outubro de 1885 d.C +Veneza, Itália – 1 de novembro de 1972 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Os mais belos versos da MPB

“Ninguém vive mais do que uma vez Deixa diz que sim prá não dizer talvez” Deixa – Baden Powel/Vinícius de Moraes Fale quem quiser falar, meu bem Deixa, deixe o coração falar também Porque ele tem razão demais quando se queixa Então a gente deixa, deixa, deixa, deixa Ninguém vive mais do que uma vez Deixa Diz que sim prá não dizer talvez Deixa paixão também existe Deixa Não me deixe ficar triste. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Guilherme de Almeida – Versos na tarde – 26/12/2015

Nós Guilherme de Almeida¹ Fico – deixas-me velho. Moça e bela, partes. Estes gerânios encarnados, que na janela vivem debruçados, vão morrer debruçados na janela. E o piano, o teu canário tagarela, a lâmpada, o divã, os cortinados: – “Que é feito dela?” – indagarão – coitados! E os amigos dirão: – “Que é feito dela?” Parte! E se, olhando atrás, da extrema curva da estrada, vires, esbatida e turva, tremer a alvura dos cabelos meus; irás pensando, pelo teu caminho, que essa pobre cabeça de velhinho é um lenço branco que te diz adeus! ¹Guilherme de Andrade e Almeida * São Paulo, SP -24 de Julho de 1890 d.C + São Paulo, SP – 11 de Julho de 1969 d.C Advogado, jornalista, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro. Entre outras realizações, foi o responsável pela divulgação do poemeto japonês haikai no Brasil. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Design – Bota feminina

Bota confeccionada a partir de material reciclável – latas de refrigerantes Exposição dedicada a roupas e calçados em Atenas, Grécia. Foto Yiorgos Karahalis/Reuters [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Casimiro de Abreu – Versos na tarde – 25/12/2015

Desejos Casimiro de Abreu¹ Se eu soubesse que no mundo Existia um coração, Que só’ por mim palpitasse De amor em terna expansão; Do peito calara as mágoas, Bem feliz eu era então! Se essa mulher fosse linda Como os anjos lindos são, Se tivesse quinze anos, Se fosse rosa em botão, Se inda brincasse inocente Descuidosa no gazão; Se tivesse a tez morena, Os olhos com expressão, Negros, negros, que matassem, Que morressem de paixão, Impondo sempre tiranos Um jugo de sedução; Se as tranças fossem escuras, Lá castanhas é que não, E que caíssem formosas Ao sopro da viração, Sobre uns ombros torneados, Em amável confusão; Se a fronte pura e serena Brilhasse d’inspiração, Se o tronco fosse flexível Como a rama do chorão, Se tivesse os lábios rubros, Pé pequeno e linda mão; Se a voz fosse harmoniosa Como d’harpa a vibração, Suave como a da rola Que geme na solidão, Apaixonada e sentida Como do bardo a canção; E se o peito lhe ondulasse Em suave ondulação, Ocultando em brancas vestes Na mais branda comoção Tesouros de seios virgens, Dois pomos de tentação; E se essa mulher formosa Que me aparece em visão, Possuísse uma alma ardente, Fosse de amor um vulcão; Por ela tudo daria… — A vida, o céu, a razão! ¹Casimiro José Marques de Abreu * Barra de S. João, RJ – 1839 d.C + Rio de Janeiro – 18 Outubro 1860 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Fotografia – Memória – Fortaleza

Estação Ferroviária Engenheiro João Felipe¹ na Praça Castro Carreira² Fortaleza, CE. Essa foto, logo acima, é de autoria do arquiteto Maurício Cals ¹Engenheiro João Felipe Nascido em Tauá, Estado do Ceará, em 23 de Março de 1861, o engenheiro João Felipe Pereira foi sucessivamente: – Ministro das Relações Exteriores do Governo Floriano Peixoto;- Ministro da Viação e Obras no Governo Floriano Peixoto;- Prefeito do então Distrito Federal;- Inspetor das Obras Públicas do Rio de Janeiro;- Diretor dos Correios;- Encarregado da Implantação do Serviço de Abastecimento d’água de Fortaleza;- Professor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro;- Presidente do Clube de Engenharia. Seu nome foi dado a Estação Central da Linha Férrea de Baturité durante o Governo do Presidente José Linhares. A Estrada de Ferro de Baturité posteriormente foi transformada em Rede de Viação Cearense – RVC. ²Liberal de Castro Carreira Nasceu em Aracatí, cidade situada no litoral leste do estado do Ceará, em 24 de Agosto de 1820. Este personagem da história cearense que dá nome a praça da estação, em Fortaleza. Foi médico, senador e financista. Formou-se em medicina no Rio de Janeiro em 1844 e foi o primeiro médico a aplicar anestesia no Estado do Ceará.Faleceu em Fortaleza, Ce, em 12 de Junho de 1903. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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