Arquivo

Fatos & Fotos – 18/11/2017

“Vivo desassossegado, escrevo para desassossegar” José Saramago Esse é um país de cabeça pra baixo. A vereadora – culpa dos eleitores de Niterói – do “piçol”, Talíria Petrone, usou sua (dela) prerrogativa de vereadora para solicitar aos vereadores durante a sessão da Câmara Municipal, 1 minuto de silêncio, para homenagear os sete criminosos mortos pela polícia na favela, ops!, “comunidade” do Salgueiro. Como a petição não foi atendida, a vereadora ainda atacou a Polícia Militar, publicamente no plenário da Câmara. É uma imoral inversão de valores. Os criminosos e seus representantes atuam dentro do poder legislativo, nas três esferas da Federação. Arte – Lebadang – Cheval Noir, 1993 A pergunta é; Como é, e onde, o ISIS compra tantas Toyotas Hilux? Arte – Fotografia – Talbot Street, Dublin Ferrari de Schumacher é vendida por US$ 7,5 mi em Nova York. O F1 que pilotou em 2001. Veículos,Off Road, Foto AFP Tabyldy Kaydirbekopv

Leia mais »

Fatos & Fotos – 16/11/2017

“Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.” Santo Agostinho de Hipona – “O Africano” ***** ‘Exército é o mesmo de 1964, mas circunstâncias mudaram’, diz comandante sobre pedidos de intervenção militar Fernanda OdillaDa BBC Brasil em Londres  Em entrevista à BBC Brasil, por telefone, o próprio comandante classificou a situação dele como “inaudita”. Mas garante que a saúde mais fragilizada, que contrasta com a imagem de um soldado pronto para a guerra, não é, para ele, motivo para ele deixar o posto. O trabalho, diz ele, o ajuda a enfrentar a doença. Nos bastidores da caserna, porém, já se especula quem será seu sucessor.Villas Bôas se diz frustrado por não poder percorrer as unidades do Exército, mas garante que o exercício da função o ajuda a enfrentar a doença. Após general revelar que enfrenta um doença degenerativa, especulações sobre sua sucessão escalaram | Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil O general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, comandante-geral do Exército, é um dos responsáveis por assegurar a defesa do país. Ao mesmo tempo, é um homem que trava uma batalha pessoal com a própria saúde. Em março deste ano, ele revelou, em um vídeo institucional divulgado no YouTube, estar enfrentando uma doença neuromotora degenerativa que afeta a musculatura. Cinco meses depois, com a mobilidade bastante restrita e a respiração mais ofegante, ele tem participado de eventos usando uma cadeira de rodas. uestionado sobre os pedidos de intervenção militar que surgiram em certos setores nos últimos anos, o general Villas Bôas foi categórico em dizer que a própria sociedade brasileira é capaz de encontrar uma solução para a crise sem que isso ocorra. “O Brasil tem um sistema que dispensa a sociedade de ser tutelada”, declarou. O comandante falou também sobre o emprego – e limitações – das Forças Armadas para conter a escalada da violência urbana. Para ele, que mais de uma vez já criticou o uso delas em ações para garantir a manutenção da lei e da ordem em cidades, o Exército nas ruas pode melhorar a sensação de segurança apenas de forma passageira. E chamou ainda de “alarmistas” os críticos do exercício militar que o Exército fez na Amazônia com a participação de representantes de 20 países. ‘Comandar o Exército me fortalece’ Villas Bôas, de 66 anos, completou 50 anos de Exército. Aos 16, entrou na Escola de Cadetes em Campinas, para em seguida ingressar na Academia Militar das Agulhas Negras. Aspirante da turma de 1973, acumulou na carreira importantes postos de comando, como o da Amazônia, e funções mais políticas como a de adido-adjunto na Embaixada do Brasil na China e chefe da assessoria parlamentar do Exército. General Villas Bôas tem aparecido em solenidades usando cadeira de rodas | Foto: Reprodução/Twitter Foi promovido comandante em julho de 2011. Desde então, passou usar as redes sociais para se comunicar com dois públicos diferentes: os militares e entusiastas das Forças e também o público em geral. Ele próprio é ativo no Twitter, mas admite que não posta diretamente. “Mas sempre defino os temas e o espírito da mensagem.””Me fortalece e me anima”, diz, complementando, no entanto, “que não quer dar um caráter heroico ao que está acontecendo”. O general afirma não ver razão para ir para a reserva e que desde que assumiu publicamente a doença tem recebido “muitas manifestações de solidariedade e apoio”. ‘Linha-dura’ na fila da sucessão do Exército Após o comandante assumir a doença publicamente, as especulações sobre sua sucessão ganharam corpo. Há quem acredite que ele esteja resistindo no cargo e enfrentando pressões internas para evitar que nomes mais “linha-dura” e ícones dos “intervencionistas” – como o general Antonio Hamilton Mourão, atual secretário de Economia e Finanças do Exército – assumam o comando da Força. Foi Mourão quem, ao ser questionado sobre intervenção militar em uma palestra promovida pela maçonaria em Brasília em setembro, falou sobre impor uma ação caso a Justiça não aja contra a corrupção. Emprego das Forças Armadas não resolve o problema da segurança pública, afirma comandante | Foto: Exército Brasileiro Mourão, ao lado dos oficiais Juarez Aparecido de Paula Cunha, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, e Gerson Menandro, da representação brasileira na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), são os mais bem colocados no chamado “Almanaque do Exército”. O termo refere-se a um ranking de posicionamento dos militares dentro da linha hierárquica, com base na colocação que eles obtêm no decorrer de sua formação e carreira. A posição dentro do almanaque, atualizado mais de uma vez por ano a cada ciclo de promoções, define a hierarquia mesmo entre militares no mesmo posto. Aspirantes da turma de 1975, os três generais cotados para o lugar do atual comandante vão para a reserva em março do próximo ano. Segundo Villas Bôas, o Exército tem “como praxe” nomear alguém ainda da ativa. “Realmente não é uma praxe a escolha de oficiais da reserva para voltar para a Força e assumir o comando. A praxe tem sido sempre no sentido de escolher alguém ainda na ativa porque isso realmente fortalece a coesão”, explica. Mas ele nega estar resistindo no cargo para barrar os colegas. “Eu diria que especulações nesse sentido estão absolutamente desprovidas de fundamentação. Esses oficiais a que você se referiu, assim como os outros oficiais do Alto Comando do Exército, estão plenamente habilitados a assumir o comando e cumprir um papel tão bom ou melhor que o meu”, diz. O comandante ressalta a proximidade com esses generais. “Eles estão entre os que mais trabalham pela manutenção da coesão e da institucionalidade do Exército.” “Essa preocupação, sinceramente, não está presente”, completa. Perfil para comandar Para Villas Bôas, estilos diferenciados de liderança não permitem traçar perfil ideal para um comandante do Exército | Foto: Exército Brasileiro Villas Bôas também nega ter entre seus nomes preferidos para

Leia mais »

Fatos & Fotos – 18/10/2017

Onze magistrados (sic), 500 picaretas e 54 milhões de patos revolucionários das rede. ***** Aspirado 44 entenderam o recado né? “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação.” ***** ***** Transparência no Bananil é assim. Proibido noticiar comparecimento de ratos nos porões do Jaburu. (Des) governo decreta sigilo em informações sobre visitas a Temer no Palácio do Jaburu. ***** Exemplo clássico de socialização de prejuízo aplicado criminosamente pelo capitalismo ao povo. Enquanto o Aspirador recebe salvo conduto pra roubar o país a Câmara vai salvando bancos. “Governo ameniza multa de acordo de leniência para bancos; Câmara aprova urgência para votar projeto” Estadão. Botafogo “Como estamos tendo a CCJ (sessão da Comissão de Constituição e Justiça) e como a prioridade hoje (terça-feira) é a continuação dos trabalhos lá, para que a gente possa votar (a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer) nesta semana lá e semana que vem no plenário, vou votar hoje (terça-feira) só a urgência do projeto”, afirmou o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao abrir os trabalhos.” “Melhor que roubar um Banco é fundar um.” Bertolt Brecht Enquanto o Aspirador recebe salvo conduto pra roubar o país a Câmara vai salvando bancos. “Governo ameniza multa de acordo de leniência para bancos; Câmara aprova urgência para votar projeto” Estadão. Botafogo; “Como estamos tendo a CCJ (sessão da Comissão de Constituição e Justiça) e como a prioridade hoje (terça-feira) é a continuação dos trabalhos lá, para que a gente possa votar (a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer) nesta semana lá e semana que vem no plenário, vou votar hoje (terça-feira) só a urgência do projeto”, afirmou o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao abrir os trabalhos.” “Melhor que roubar um Banco é fundar um.” Bertolt Brecht ***** Como é difícil suportar algumas pessoas desse país. Inacreditável inadmissível indecente imoral um acinte contra todos nós, temos que nos livrar de toda essa corja em 2018. ***** Reunião de Eletrodomésticos. *****

Leia mais »

Fatos & Fotos – 14/10/2017

“Ser inteiramente honesto consigo mesmo é um bom exercício.” Sigmund Freud ***** STF um desencontro de vaidosos em desserviço ao Bananil. O magistrado pode fazer a interpretação da ADI conforme a Constituição usando princípios teleológico. É admissível, mas não concordo com essa elasticidade da hermenêutica. Por convicção sou um legalista, e defendo no meu curso de pós graduação em Direito Constitucional o impedimento do STF legislar, poder que o Constituinte Originário não lhe concedeu. Que se faça uma PEC e se lhe confira tal prerrogativa. O voto do ministro Alexandre, por natureza um plagiador, foi um esdrúxulo e desconectado recorte de citações truncadas. Não seria tal parvo aprovado para exercer uma cátedra. Os demais, à cujas possíveis intenções terceiras não análiso o mérito, votaram com consistência. Excetuando-se GM, como sempre, que fez do voto uma defesa do Aécio, e a presidente que não sabe em qual planeta habita. ***** Di Cavalcanti,Arlequins, 1964,Óleo sobre cartão,70x105cm ***** Hot Roads ***** Corte drástico de verba faz fiscalização do trabalho escravo despencar no Governo Temer Alojamento de trabalhadores libertados no Amazonas. MPT Cifra de pessoas resgatadas em 2017 não chega nem à metade do contingente de 2016 Responsável do setor que criticou situação financeira foi exonerado nesta semana. Por GIL ALESSI O número de trabalhadores em condições análogas à escravidão resgatados no Brasil este ano despencou. Mas não há motivos para comemorar. A queda não é consequência do abandono da prática centenária de exploração ilegal. Apenas não há dinheiro para fiscalizar, segundo funcionários e entidades que atuam na área. Em 2016 foram resgatadas 885 pessoas. Até setembro deste ano foram apenas 167 libertados. A informação foi repassada à reportagem por um funcionário de alto escalão do Ministério do Trabalho, e confirmado pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho. Os números da Comissão Pastoral da Terra divergem um pouco, mas são igualmente ruins: 292 resgatados. De 2013 até 2016 o número de resgatados já vinha caindo ano a ano (2.808, 1.752, 1.010 e 885), segundo dados de uma nota técnica do Instituto de Estudos Econômicos (Inesc) divulgada este mês. Mas o declínio acentuado de 2017 se deveu aos cortes no orçamento, segundo especialistas. De acordo com a Lei Orçamentária Anual, 3,2 milhões de reais haviam sido previamente alocados para as ações de fiscalização em 2017. Mas devido ao contingenciamento apresentado pelo Governo de Michel Temer em função do ajuste fiscal, o valor foi reduzido para 1,6 milhão de reais. A maior parte, 1,4 milhão, já havia sido gasta até setembro, e o dinheiro restante já estaria comprometido, diz o documento do Inesc. Em agosto o Ministério Público do Trabalho chegou a ajuizar uma ação contra a União para garantir o financiamento das ações de combate ao trabalho escravo. Em nota divulgada à época o Ministério do Trabalho afirmou que “o combate ao trabalho escravo é uma ação prioritária e não será paralisada (…) Temos remanejado recursos e buscado, junto ao Planejamento, alternativas para que a área de fiscalização continue atuando”. Sem dinheiro, cai também o número de estabelecimentos fiscalizados: 207 em 2016, ante 84 até 7 de outubro deste ano. O volume mensal de operações de inspeção do trabalho também diminuiu 58% em 2017 com relação ao ano anterior – foram 115 operações no ano passado. O frei Xavier Plassat, coordenador da campanha da Pastoral da Terra contra o trabalho escravo, afirma que os cortes orçamentários atingem principalmente as superintendências regionais, presentes em todos os Estados do país. Ao lado de quatro equipes do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, cabe a elas receber denúncias e fiscalizar as condições de trabalho in loco. “Sem dinheiro, os fiscais ficam plantados, sem poder arcar com diárias e gastos de combustível”, afirma Plassat. Plassat aponta uma inversão no modelo de combate ao trabalho escravo no país, que tem como consequência uma redução de sua efetividade. “Historicamente, cerca de dois terços das fiscalizações eram feitas pelas superintendências regionais, e o restante pelo Grupo Móvel. Mas em 2017 isso se alterou”, afirma, ressaltando que apesar da determinação dos servidores que atuam nas equipes móveis elas são “reduzidas”. O frei afirma que há “uma pressão muito forte dos grupos econômicos sobre o Ministério do Trabalho na busca por reduzir a efetividade dos mecanismos de combate ao trabalho escravo”. A bancada ruralista do Congresso, por exemplo, tenta emplacar há alguns anos projetos que flexibilizam o entendimento de “condições análogas à escravidão”. Em 2015 a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento Desenvolvimento Rural da Câmara deu parecer favorável a uma lei que retira os termos “jornada exaustiva” e “condições degradantes de trabalho” do artigo que define trabalho escravo no código penal. Outro motivo para a queda no número de escravos libertados, de acordo com Plassat, seria a “mudança constante” nas táticas dos empregadores para burlar a fiscalização. “Eles usam ‘contratos’ cada vez mais curtos, de três semanas, por exemplo, o que reduz o tempo hábil para que o trabalhador denuncie e o caso seja apurado”, afirma. “Hoje, com o atual cenário, a gente não tem condições de fazer nenhuma operação” Apesar do empenho dos funcionários que atuam no combate à escravidão moderna no Brasil, estima-se que o déficit de pessoal na Divisão de Fiscalização para a Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho (Detrae) chegue a 30%, segundo fontes ouvidas pela reportagem. Exoneração e bancada ruralista Até mesmo a relação de toma lá da cá entre Governo e Congresso cobra um preço da luta contra o trabalho escravo. Na terça-feira foi publicado no Diário Oficial da União a exoneração de André Roston, então chefe da Detrae. De acordo com a coluna Painel do jornal Folha de S.Paulo, seu cargo virou moeda de troca com parlamentares após ele despertar a ira da base aliada ao criticar os cortes de gasto no departamento. Em uma audiência pública no Senado Federal, Roston afirmou que a fiscalização contra o trabalho escravo encontrava-se parada devido à falta de verbas: “Hoje, com o atual cenário, a gente não tem condições de fazer nenhuma operação”. O Ministério Público do Trabalho divulgou nota criticando a demissão do servidor. “Estamos convictos de que a exoneração compromete a erradicação dessa violação aos direitos

Leia mais »

Fatos & Fotos – 12/10/2017

Não julgue minha história pelo capítulo que você conheceu agora. Trump retira USA da UNESCO Stefano Landi – Passacaglia della vita È un sogno la vita che par sì gradita, è breve gioire, bisogna morire. Non val medicina, non giova la China, non si può guarire, bisogna morire. RIP Peter Smith, 1944-2016.  O STF é um desserviço ao Estado Democrático de Direito, pois o que mais dizer de uma corte onde um ministro – o inefável sr. Gilmar Mendes não julga uma ADI, mas, sem entrar no mérito, defende um amigo? Ps. A decisão está correta. Por mais que considere o sr. Aécio um pútula, vale a CF sobre todas as outras leis. O art.53 não recepciona hermenêutica diversa. Da série fotos que não permito que criem poeira. O magistrado pode fazer a interpretação da ADI conforme a Constituição usando princípios teleológico. É admissível, mas não concordo com essa elasticidade da hermenêutica. Por convicção sou um legalista, e defendo no meu curso de pós graduação em Direito Constitucional o impedimento do STF legislar, poder que o Constituinte Originário não lhe concedeu. Que se faça uma PEC e se lhe confira tal prerrogativa. O voto do ministro Alexandre, por natureza um plagiador, foi um esdrúxulo e desconectado recorte de citações truncadas. Não seria tal parvo aprovado para exercer uma cátedra. Os demais, à cujas possíveis intenções terceiras não análiso o mérito, votaram com consistência. Excetuando-se GM, como sempre, que fez do voto uma defesa do Aécio, e a presidente que não sabe em qual planeta habita. Almirante Othon e o reator nuclear embarcado, geração de energia para o submarino nuclear brasileiro e navios. Alvo dos EUA. Às vivandeiras. Eis o que vocês almejam. À época da ditadura, cultos censores apreenderam da biblioteca da universidade livro sobre o Cubismo. Acreditavam que era sobre Cuba. Haaaaaaahahahahahaha. “Quiuspa!” O infame cearense, Armando Falcão – que o demo o esteja fritando no inferno no mesmo caldeirão no qual esteja Lenin e Che – proibiu uma exibição do Balé Bolshoi, porque dizia que era da Rússia e induziria aos parvos tapuias ao comunismo.  O “Depufede Federoso Bonifácil” de Andrada, esse patético senil envergonha todas as gerações dos Andrada, desde o Patriarca da Independência. O “Quadrilhão” está novamente unido. O PSDB acabou. Castro Alves: “Andrada, arranca este pendão dos ares!” Não substituo meu cérebro e o conhecimento adquirido, nos livros e na academia, ao longo de décadas, pelo fígado. A decisão do STF foi correta. Dentro do que grafa o art.53 da CF. Além do que, uma lei infraconstitucional jamais poderá se sobrepor a CF. Recomendo aos “doutos” uma leitura sobre a pirâmide de Kelsen. Proceder a uma interpretação de caráter teleológico no sentido de privilegiar o princípio ou norma mais justa, fere de morte o Estado Democrático de Direito. Ao STF compete interpretar a Constituição e não inventar firulas no Direito. O aspecto mumificado de pânico da sra. Carmem Lucia ao proferir o voto de Minerva foi emblemático a quem falta pulso, conhecimento e decisão. Por mais que eu considere o senador um crápula corrupto e elemento nocivo à civilização, fora da lei, estaremos, todos, à mercer do arbítrio. O que parece ser difícil de entender – a indignação é compreensível – é que a Constituição é clara. Quem manda no país é a sagrada vontade do eleitor. Só a ele e/ou seus representantes cabe colocar ou remover políticos de seus cargos. Ps. Preâmbulo da Constituição Federal; “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.” 1 – Pelo exposto fica claríssimo a importância da consideração do povo como titular da Constituição. 2- Para quem estranhar a expressão “sob a proteção de Deus”, quando a própria CF declara que o Estado é laico, essa mesmo CF garante a Liberdade de Manifestação Religiosa. Entendo, assim, que os constituintes originários usaram o direito dessa livre manifestação. 3 – O STF já pacificou essa questão na ADI2076 ao entender que o “Preâmbulo Não Possui Força Normativa”. A juíza que autorizou busca e apreensão na casa do Lulinha II, baseada, pasmem, unicamente em denúncia anônima sobre consumo de drogas ilícitas – a seguir isso, poucos domicílios no Brasil estariam a salvo – colocou mais alguns pontos na preferência do eleitor para a eleição do Lula. As otoridades levaram os incriminatórios Cds de músicas e livros. A continuar, no próximo passo estaremos na fogueira de Torquemada. Farenheit 451 está logo ali. Elementar meu caro Watson! As FFAA não intervirão. Estão com Temer para conter o Lula.

Leia mais »

Fatos & Fotos – 24/09/2017

Venezuela adotará cesta de moedas sem dólar. Por esse mesmo motivo os EUA mataram Saddam e Kadhafi. Pelo mesmo motivo os EUA tentaram matar Assad da Síria, mas o Putin não deixou. ***** Nunca se esqueça: Hitler fez tudo o que fez dentro da legalidade constitucional alemã.(Martin Luther King) ***** Assassinos da SS com doutorado Oficial do SD na Ucrânia, em 1941Em estudo monumental, historiador francês Christian Ingrao ressalta o papel decisivo dos intelectuais na elite da Ordem Negra de Himmler. 80 oficiais da SS q eram acadêmicos, juristas, economistas, filólogos, filósofos, historiadores e… criminosos A imagem que se tem popularmente de um oficial da SS é a de um indivíduo cruel, chegando ao sadismo, corrupto, cínico, arrogante, oportunista e não muito culto. Alguém que inspira (além de medo) uma repugnância instantânea e uma tranquilizadora sensação de que é uma criatura muito diferente, um verdadeiro monstro. O historiador francês especializado em nazismo Christian Ingrao (Clermont-Ferrand, 1970) oferece-nos um perfil muito diverso, e inquietante. A ponto de identificar uma alta porcentagem dos comandantes da SS e de seu serviço de segurança, o temido SD, como verdadeiros “intelectuais comprometidos”. O termo, que escandalizou o mundo intelectual francês, é arrepiante quando se pensa que esses eram os homens que lideravam as unidades de extermínio. Em seu livro Crer e Destruir: Os intelectuais na máquina de guerra da SS nazista, Ingrao analisa minuciosamente a trajetória e as experiências de oitenta desses indivíduos que eram acadêmicos – juristas, economistas, filólogos, filósofos e historiadores – e ao mesmo tempo criminosos –, derrubando o senso comum de que quanto maior o grau de instrução mais uma pessoa estará imune a ideologias extremistas. Christian Ingrao, retratado em BarcelonaMASSIMILIANO MINOCRI Há um forte contraste entre esses personagens e o clichê do oficial da SS: assassinos em massa fardados e com um doutorado no bolso, como descreve o próprio autor. O que fizeram os “intelectuais comprometidos”, teóricos e homens de ação, da SS foi terrível. Ingrao cita o caso do jurista e oficial do SD Bruno Müller, à frente de uma das seções do Einsatzgruppe D, uma das unidades móveis de assassinato no Leste, que na noite de 6 de agosto de 1941 ao transmitir a seus homens a nova ordem de exterminar todos os judeus da cidade de Tighina, na Ucrânia, mandou trazer uma mulher e seu bebê e os matou ele mesmo com sua arma para dar o exemplo de qual seria a tarefa. “É curioso que Müller e outros como ele, com alto grau de instrução, pudessem se envolver assim na prática genocida”, diz Ingrao. “Mas o nazismo é um sistema de crenças que gera muito fervor, que cristaliza esperanças e que funciona como uma droga cultural na psique dos intelectuais.” O historiador ressalta que o fato é menos excepcional do que parece. “Na verdade, se examinarmos os massacres da história recente, veremos que há intelectuais envolvidos. Em Ruanda, por exemplo, os teóricos da supremacia hutu, os ideólogos do Hutu Power, eram dez geógrafos da Universidade de Louvain (Bélgica). Quase sempre há intelectuais por trás dos assassinatos em massa”. Mas, não se espera isso dos intelectuais alemães. Ingrao ri amargamente. “De fato eram os grandes representantes da intelectualidade europeia, mas a geração de intelectuais de que tratamos experimentou em sua juventude a radicalização política para a extrema direita com forte ênfase no imaginário biológico e racial que se produziu maciçamente nas universidades alemãs depois da Primeira Guerra Mundial. E aderiram de maneira generalizada ao nazismo a partir de 1925”. A SS, explica, diferentemente das ruidosas SA, oferecia aos intelectuais um destino muito mais elitista. Mas o nazismo não lhes inspirava repugnância moral? “Infelizmente, a moral é uma construção social e política para esses intelectuais. Já haviam sido marcados pela Primeira Guerra Mundial: embora a maioria fosse muito jovem para o front, o luto pela morte generalizada de familiares e a sensação de que se travava um combate defensivo pela sobrevivência da Alemanha, da civilização contra a barbárie, arraigaram-se neles. A invasão da União Soviética em 1941 significou o retorno a uma guerra total ainda mais radicalizada pelo determinismo racial. O que até então havia sido uma guerra de vingança a partir de 1941 se transformou em uma grande guerra racial, e uma cruzada. Era o embate decisivo contra um inimigo eterno que tinha duas faces: a do judeu bolchevique e a do judeu plutocrata da Bolsa de Londres e Wall Street. Para os intelectuais da SS, não havia diferença entre a população civil judia que exterminavam à frente dos Einsatzgruppen e os tripulantes dos bombardeiros que lançavam suas bombas sobre a Alemanha. Em sua lógica, parar os bombardeiros implicava em matar os judeus da Ucrânia. Se não o fizessem, seria o fim da Alemanha. Esse imperativo construiu a legitimidade do genocídio. Era ou eles ou nós”. Assim se explicam casos como o de Müller. “Antes de matar a mulher e a criança falou a seus homens do perigo mortal que a Alemanha enfrentava. Era um teórico da germanização que trabalhava para criar uma nova sociedade, o assassinato era uma de suas responsabilidades para criar a utopia. Curiosamente era preciso matar os judeus para realizar os sonhos nazistas”. Ingrao diz que os intelectuais da SS não eram oportunistas, mas pessoas ideologicamente muito comprometidas, ativistas com uma visão de mundo que aliava entusiasmo, angústia e pânico e que, paradoxalmente, abominavam a crueldade. “A SS era um assunto de militantes. Pessoas muito convictas do que diziam e faziam, e muito preparadas”. O que é ainda mais preocupante. “É claro. É preciso aceitar a ideia de que o nazismo era atraente e que atraiu como moscas as elites intelectuais do país”. A BASE DE ‘AS BENEVOLENTES’ Ingrao e Littell. Qualquer pessoa que ler Crer e Destruir perceberá os paralelismos com o romance de Jonathan Littell As Benevolentes (2006). Ingrao a descreve como “uma réplica temática em ficção” de seu trabalho, e recorda que este, que foi sua tese, circulou amplamemente antes da publicação de As Benevolentes. Max verossímil? Max Aue, o protagonista de As Benevolentes guarda muitas semelhanças com os intelectuais do SD de Ingrao. “Exceto na homossexualidade e no incesto. Mas, claro, é uma personagem de novela”. Não é demasiado refinado

Leia mais »

A guerra pelo poder na Rocinha

Traficante, ‘primeira-dama’ e ex-guarda-costas em guerra por poder na Rocinha: a visão de biógrafo de Nem Danúbia é mulher e ‘herdeira’ de Nem | Foto: Reprodução/ Facebook De um lado, o antigo guarda-costas e atual desafeto, que assumiu o poder do morro depois da prisão do mentor. De outro, a mulher do ex-chefe, condenada por tráfico, foragida, mas que, nas redes sociais, ostenta os cabelos pintados bem louros, o corpo bronzeado com biquínis e decotes, óculos escuros de grife e colares de ouro com pingente de coroa.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Ainda é cedo para concluir que a disputa de poder na Rocinha, zona sul do Rio, e a violência detonada na área, que culminou em novo tiroteio na manhã desta sexta-feira e com a decisão de intervenção do Exército, tenham sido ordenadas pelo traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, vulgo Nem, de dentro de uma prisão de segurança máxima, considera o jornalista britânico especializado em crime organizado Misha Glenny. Mas o racha interno e a crescente tensão entre a mulher e “herdeira” de Nem, Danúbia Rangel, e seu ex-aliado e sucessor, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, precedem o conflito, em uma disputa de protagonismo que pode ajudar a explicar o embate – que gerou fortes tiroteios e imagens de guerra de domingo para cá na maior favela do Rio. Glenny conta a história de Nem no livro O Dono do Morro: um homem e a batalha pelo Rio (Companhia das Letras), lançado no ano passado. Em entrevista à BBC Brasil, ele considera que ainda há lacunas a se preencher sobre o papel que o ex-chefe do morro, preso em 2011 e atualmente em um presídio de segurança máxima em Porto Velho, Rondônia, teve no episódio. Mas diz que Nem continua sendo “extremamente influente” na Rocinha e que Danúbia vinha buscando maior protagonismo na comunidade, com uma divisão de forças entre ela e Rogério 157. “Claramente havia muita tensão entre o Rogério e a Danúbia. A única coisa que eu ainda não entendi é se a Danúbia estava agindo motivada por sua própria ambição, ou se estava representando, de fato, o Nem”, considera Glenny. “Eu suspeito que se trate mais da primeira opção, mas essa é só uma interpretação minha.” Glenny aponta para tensão entre Danúbia e Rogério 157, ex-aliado de Nem | Foto: Divulgação/ Ivan Gouveia Danúbia teria sido expulsa da Rocinha a mando de Rogério, e ambos estão foragidos. Ela, porém, parece se manter ativa nas redes sociais, onde, na segunda-feira, em uma conta que acredita-se ser dela, gabou-se de um perfil publicado no jornal O Globo. Postou o link da matéria destacando um trecho que a compara com a Bibi Perigosa vivida por Juliana Paes na novela A Força do Querer. “Viu só como estou poderzão ainda?”, escreveu com um emoji de sorriso escancarado. Na semana anterior, essa conta postou um panfleto do disque-denúncia com sua foto e de outras mulheres procuradas pela polícia, fazendo troça: “Eu e minha coleguinhas bombando por aí”, diz, ao lado de carinhas chorando de tanto rir. Glenny diz que Danúbia não é muito popular na Rocinha, sendo uma “forasteira” que veio da Maré, complexo de favelas na zona norte do Rio. Teria autoridade na favela não por sua personalidade, mas por ser mulher de Nem, tornando-se uma rara liderança feminina no mundo do tráfico – que lhe rendeu a alcunha de “Xerife da Rocinha”. Ela é a quarta esposa de Nem – que, segundo Glenny, sempre se mostrou “muito apaixonado” por ela. Antes, foi mulher de dois traficantes na Maré, ambos mortos pela polícia. Daí também o apelido de “viúva negra”. No domingo, a Rocinha foi invadida por dezenas de traficantes de morros como o São Carlos e o Vila Vintém, favelas controladas, assim como a Rocinha, pela facção criminosa conhecida como Amigos dos Amigos (ADA). O bando estaria, a pedido de Nem – segundo os jornais -, tentando tomar o controle das mãos de Rogério 157, em uma disputa interna da favela por integrantes da mesma organização. Glenny, que se encontra em Londres, diz que segue acompanhando de perto a escalada de violência no Rio e considera que os governos estadual e federal tem sido “incapazes” de lidar com a guerra de facções no Rio, que as Unidades de Polícia Pacificadora só continuam existindo “no papel” e que o envio do Exército para o Rio “não teve qualquer impacto na redução da criminalidade”. Leia abaixo os principais trechos da entrevista. BBC Brasil – O seu livro narra desde a ascensão de Nem a “dono do morro” à sua prisão em 2011. Ele agora está em um presídio de segurança máxima em Rondônia – que papel você acha que ele desempenhou nessa disputa? Misha Glenny – Citando fontes da polícia e do sistema prisional, os jornais dos últimos dias têm dado como certo que Nem comandou a invasão da Rocinha através da Danúbia (Rangel, sua mulher). Para mim, isso ainda é uma questão em aberto. Não digo que não aconteceu, mas não está comprovado. O Nem continua sendo uma figura incrivelmente influente e popular na Rocinha, e as pessoas o ouvem muito, mas não sabemos ainda até que ponto ele está envolvido. Se a ordem partiu dele, para quem teria dado a mensagem? Desde o início do mês ele não teve visitas da família, e só na terça desta semana foi visitado por seu advogado. Danúbia, que aparece em conta no Facebook que seria sua, é a quarta esposa de Nem | Foto: Reprodução/Facebook BBC Brasil – Sempre vemos disputas entre facções rivais no Rio, mas o que parece notável neste caso é que a disputa é entre integrantes da mesma facção (a ADA). O que precipitou esse conflito interno? Glenny – Na última vez que estive no Rio, em dezembro, já tinha havido um racha entre a Danúbia e o Rogério (Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, sucessor de Nem no comando do tráfico da Rocinha). A Danúbia havia criado seu próprio bonde e tinha seus próprios seguranças. E havia um terceiro

Leia mais »

Cultos Africanos – Narcotráfico

Ataque às religiões de matriz Africanas fazem parte da nova dinâmica do tráfego no Rio. Traficantes destroem terreiros de umbanda candomblé. Foto: reprodução de vídeo divulgado no youtube “TODO O MAL tem que ser desfeito, em nome de Jesus”, diz um traficante, ordenando que uma yalorixá destrua as imagens do seu terreiro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, divulgado na quarta-feira (13). Em outro vídeo que circula nas redes sociais, um homem “lembra” a um pai de santo que o chefe não quer macumba no local: “É só um diálogo [segurando um taco de baseball escrito diálogo] que eu tô tendo com vocês.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Da próxima vez eu mato”, diz. As cenas  absurdas  são uma amostra de uma onda de ataques a terreiros de umbanda e candomblé comandados por traficantes que seguem acontecendo no Rio de Janeiro. Até o momento, só em setembro, foram oito casos registrados apenas em Nova Iguaçu. O Disque 100, serviço de denúncias de violações de direitos humanos do Governo Federal, recebeu, entre 2011 e 2016, 175 denúncias de intolerância religiosa no estado – 10% do total no país. Há relatos de ataques e perseguições em toda a  Região Metropolitana. No Rio, traficantes proíbem a prática das religiões e o uso de roupas brancas, levando filhos de santos a deixarem as favelas. Na Cidade Alta, após a troca de comando no morro em novembro do ano passado, imagens de santos foram retiradas de comércios locais.Os casos mencionados aconteceram em lugares dominados pela mesma facção criminosa, o Terceiro Comando Puro. As investigações correm em sigilo e parte dos envolvidos já foi identificada. Como resposta ao crescente número de casos de intolerância, a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública acenam com  a criação de uma delegacia especializada até o fim do ano. A conversão religiosa dos “homens do tráfico” não é um fenômeno novo, e esse tipo de perseguição acontece há mais de 10 anos nas favelas cariocas. Para ajudar a entender essa dinâmica em que traficantes que se denominam evangélicos tentam combater outras religiões nos territórios que dominam, The Intercept Brasil conversou com a professora de sociologia da UFF e autora do livro “Oração de traficante: uma etnografia” Christina Vital da Cunha, que pesquisa o tema há 23 anos. The Intercept Brasil: Por que é comum que traficantes busquem ajuda religiosa? Christina Vital da Cunha: Tanto policiais quanto traficantes, sempre estão no limite. Então, buscam proteção na religião. O salmo 91 é usado por policiais e traficantes, por exemplo. Assim como são Jorge foi e ainda é. O que acontece com essa proximidade mais recente dos traficantes com esse universo evangélico é que a igreja se apresenta como uma rede que os auxilia em diferentes questões da vida, como a preparar a saída do tráfico. O que os pastores chamam de libertação de traficantes. TIB: Como aconteceu essa aproximação com os evangélicos? CC: A primeira coisa que a gente tem que pensar quando vai se analisar essa situação é que os traficantes são formados em um caldo cultural que é comum hoje às pessoas de favelas e periferias. Eles sempre são produto de um meio. A gente vem observando com o passar das décadas, sobretudo dos anos 1990, um crescimento muito expressivo no número de templos religiosos evangélicos. Muitos deles são de famílias evangélicas, então já foram educados com referencial religioso. “O pastor Marcos Pereira teve grande influência sobre a conversão de vários chefes do tráfico, a partir da ação dele nos presídios”. Somado a isso, os pentecostais têm por característica a realização de missões com grupos marginalizados, entre eles os traficantes, oferecendo rede de proteção espiritual, psicológica e também material. Isso tem efetividade nessas localidades, assim como no sistema prisional. O pastor Marcos Pereira teve grande influência sobre a conversão de vários chefes do tráfico, a partir da ação dele nos presídios. Mas não só ele, traficantes convertidos, a Universal do Reino de Deus e a Assembleia de Deus também participam dessas ações em favelas e periferias. TIB: Como os líderes religiosos enxergam esses traficantes que se denominam evangélicos? CC: Há muitos nessa comunidade moral que é a comunidade religiosa, que negam o pertencimento do traficante, pois ele não pode dizer que é evangélico porque ele não tem uma conduta correta. Dizem que eles estão em um processo. Tem muita gente séria que leva a palavra de Deus a essas pessoas, pois acreditam que elas podem e devem se libertar. Mas também tem os que usam o dinheiro do tráfico. A coisa é complexa e tem de tudo. TIB: A figura de traficantes evangélicos é exclusiva do TCP? CC: Nos anos 2000, houve a conversão de um dos chefes do Terceiro Comando. Essa conversão atualiza comportamentos no crime. Havia uma orientação que levava a menos confrontos, menos mortes e também se referia às sucessões na hierarquia do tráfico baseada em uma visão que uma pessoa teve na igreja. A partir daí, traficantes de lugares diferentes da hierarquia do crime passam a se vincular ao universo religioso e ter o comportamento orientado por esse conjunto de valores evangélicos. Agora, não podemos afirmar que todo traficante evangélico pertence a uma única facção. É verdade que os casos midiatizados nos últimos dias são em localidades da mesma facção. Mas, por exemplo, no Complexo da Maré [no Rio], na parte do território do Comando Vermelho é comum as pichações com salmos e orações nas paredes. É algo que faz parte da cultura da periferia. TIB: Em que momento as religiões de matriz africana passam a ser perseguidas? CC: Existem líderes religiosos que incentivam a partir dos seus discursos nas igrejas atos de combate a inimigos espirituais e terrenos. Isso é uma prática que não acontecem só em igrejas de denominação única [independentes] em favelas e periferias. Isso acontece também com lideranças que estão aparecendo na mídia, e a gente vai encontrar isso em diferentes denominações e camadas sociais. A partir da valorização de uma teologia do domínio, insuflam o combate ao inimigo, o combate das forças do bem contra o mal. E o mal está localizado em determinados símbolos, signos, grupos, religiões e comportamentos que devem ser combatidos com

Leia mais »

Fatos & Fotos – 16/09/2017

Entre Ciro e Bolsonaro eu fico em casa e pago a multa por não votar na segunda-feira. ***** ***** Lula e a delação de Palocci – Nem a falecida Marisa escapou! A reação de Lula ao depoimento do ex braço direito Antonio Palocci, era perfeitamente previsível. Quando Roberto Jefferson denunciou a existência do Mensalão, ele disse que “foi traído” e a Ação Penal 470 apontou o “capitão” do seu time, Jose Dirceu, como chefe da quadrilha. Embora ele não tenha utilizado os mesmo termos contra o ex-“cumpanheiro”, talvez pela quantidade de provas que Dirceu certamente tem de suas ações delituosas, também não defendeu nem foi em socorro do amigo. Abandonou o “soldado ferido na batalha”. Tudo isso é previsível partindo de Lula, frio, calculista, hipócrita, mentiroso, dissimulado. Mas envolver em seus delitos,a companheira de mais de três décadas não pode ser aceitável. Não foi o que ele disse a Moro? “O pagamento dos alugueis, impostos, IPTU do apartamento era tudo responsabilidade da dona Marisa”. ***** A chapa esquenta. E muito! Delações de oito executivos da #OAS chega ao #STF e atinge aliados de Temer, #Lula e #Dilma. ***** Viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiixe! #Geddel manda #Temer tomar conta da própria pele. ***** #Gabeira, o guerrilheiro de crochê, apaga fotos com a turma do #MBL, em seu Twitter. Mas não adianta farsante oportunista. Caiu na rede, ficará para sempre ***** Impressionante o grau de mesquinharia das autoridades brasileiras. #Janot não é convidado para a posse de #Raquel Dodge. O mesquinho não percebe sua própria falsidade. “Na presença da grandeza, a mesquinharia desaparece. Na ausência de uma grande mente, a insignificância aparece” Robert Fritz ***** Arte – Tarsila do Amaral – Operários,1933 ***** Os Ninguéns – #Eduardo Galeano ***** Arte – Pinturas Clássicas -Detalhes maravilhosos de pinturas dos grandes mestres – #Rembrandt Eye Candy, Peale’s portrait of his daughter, Rosalba ***** Quem errou primeiro? ***** Quão perigoso é o ar que respiramos em aviões? Pilotos e comissários de bordo alertam para possíveis efeitos nocivos causados por substâncias presentes no ar da cabine de aeronaves, uma questão delicada na indústria da aviação. OMS fala em doença ocupacional. Passageiros também estão sujeitos a danos causados pelos chamados fume events A comissária de bordo Kerstin Konrad ainda se lembra de seu primeiro fume event – nome usado na indústria da aviação para quando o ar dentro do avião está possivelmente contaminado. Os passageiros perceberam um cheio peculiar na aeronave, e o comandante pediu que Konrad verificasse o que estava acontecendo. “Então eu fui para a parte de trás do avião”, diz Konrad. “E, quando senti o cheiro da saída de ar, senti imediatamente uma forte dor de cabeça e no estômago, além de uma sensação de formigamento nos membros, que se espalhou pelo corpo.” Ela diz que ficou tão atordoada e confusa que sequer podia executar as tarefas mais simples, como organizar os sucos no carrinho. “Eu me sentei, porque não era capaz de fazer mais nada. Muitos dizem se sentir como zumbis”, relata Konrad, que vivenciou quatro fume events. Ela sofreu danos permanentes à saúde e não pode mais voar. Somente no ano passado, 228 casos de fume events foram relatados ao Departamento Alemão para a Investigação de Acidentes Aéreos (BfU), sendo dois “incidentes graves”. Em 2015, foram 162 ocorrências (cinco graves); e, em 2014, foram 157 casos (seis deles graves). O número de casos comunicados pela tripulação a empresas aéreas deve ser ainda maior, afirmou a emissora de TV alemã ZDF, apontando que muitas vezes relatórios internos das companhias aéreas não são repassados ao BfU. A lei alemã de investigação de acidentes aéreos e a regulação da União Europeia sobre o assunto determinam o que constitui um quase acidente, que deve ser investigado pelas autoridades. O que acontece na cabine de pilotos é crucial. “As circunstâncias que forçam um piloto a usar uma máscara de oxigênio são o que pode levar a um acidente sério”, explica Jens Friedemann, inspetor de acidentes do BfU, em entrevista à DW. Levando em conta esse critério, dos 228 fume events relatados no ano passado, apenas dois foram considerados incidentes graves. Em outras palavras, não existe um problema grave e, acima de tudo, urgente na indústria da aviação. Causa e efeitos contestados A médica Astrid Heutelbeck disse à DW que ela pode, por exemplo, provar uma relação causal pesquisando resíduos no sangue e urina de pessoas que sofreram um fume event usando um procedimento chamado de biomonitorização humana. “Na biomonitorização humana, identificamos substâncias e grupos de substâncias que não são descritas como componentes do ambiente normal, mas da querosene, de óleos ou de fluidos hidráulicos”, explica Heutelbeck. Está provado que essas substâncias podem danificar o sistema nervoso e os pulmões, diz a médica, que é chefe do Departamento de Medicina Ambiental e Ambulatorial do Centro Médico da Universidade de Göttingen, na Alemanha. O ar da cabine provém das turbinas do avião, e é também chamado de “ar de purga”. No processo, ele pode ser contaminado por componentes do querosene, óleo ou fluido hidráulico. “As pessoas ainda podem inalar e exalar a mesma quantidade de ar como qualquer um. Isso não é um problema, mas o corpo não consegue absorver o oxigênio desse ar, e se percebe isso em termos de esforço físico”, diz a médica. Desde o início de 2014, Heutelbeck investigou “várias centenas” de pacientes da indústria da aviação com esses sintomas, usando procedimentos médicos padronizados. O ar da cabine provém das turbinas do avião “Nenhuma evidência” A indústria da aviação ainda não reconheceu a relação cientificamente comprovada entre os sintomas descritos acima e o que é chamado de sangramento de ar tóxico nas cabines de avião. “O sistema de purga de ar tem sido um padrão na indústria de aviação desde a década de 1960 e provou ser confiável”, destaca Claudia Nehring, porta-voz da Associação Federal de Transporte Aéreo Alemão (BdL), que representa os interesses das companhias aéreas e operadores de aeroportos. Ela afirma, ainda, que o ar é extraído na parte anterior à câmara de combustão do motor – assim, a injeção de querosene e a combustão ocorrem mais tarde, o que significa que é tecnicamente impossível que

Leia mais »

Fatos & Fotos – 15/09/2017

Eduardo Galeano  ***** Nessa confusão toda quem está na boa são os tucanos. Livres. Três anos e nada. ***** É muita ingenuidade esperar que um acusado confesse o que fez. A própria Constituição Federal garante ao cidadão o direito ao silêncio e de não produzir provas contra si. ***** Brasil da série “Um país de cabeça pra baixo” Parlamentar fundamentalista, acusado de abuso sexual, sente-se no direito de patrulhar e censurar obras de arte. Feliciano “inspeciona” exposição após denúncia de apologia à pedofilia. O deputado esteve no Museu Nacional de Brasília para averiguar a mostra “Não Matarás”. No entanto, as acusações não se confirmaram. É “soda”! ***** O Lula é réu. Ponto final! Independente de quem a procuradora incitou ou não num vídeo, não podemos relativizar os “ritos” exigidos dentro de um tribunal. Eu vi o Lula muito a vontade, como se estivesse em casa, sendo “servido” por capachos dentro do tribunal. E pelo visto, sendo servido também fora do tribunal. ***** Arte – Fotografia – Na periferia da sociedade DigitalFonte Google – Autor não identificado ***** A “formalista” procuradora que rejeita “querida” já gravou vídeo incitando o povo contra o Senado Um vício de linguagem do ex-presidente vira suposta manifestação de desrespeito a uma representante do MPF. O nome disso: arrogância de classe! Por: Reinaldo Azevedo Claro, né? Se eu não fosse eu; se eu fosse outro, não iria aqui confrontar alguns fatos, digamos, insólitos. Cristina Groba Vieira, a procuradora que interrogou Lula nesta quarta, pertence ao núcleo militante mais radical da Força Tarefa. É da turma de Deltan Dallagnol e Carlos Fernando — a dupla que tomou chá de sumiço em tempos de Marcelo Miller. E, como veremos, ela vai fundo na militância, a exemplo dos outros dois. Já volto ao ponto. Nesta quarta, em Curitiba, aconteceu algo que tem a sua graça. E que só pode ser explicado pela arrogância — traços de arrogância de classe mesmo, temperada pelo tal espírito militante, além de zelo corporativista. Num dado momento do depoimento, a douta doutora Cristina, lídima representante do MPF, Senhora Procuradora, fez uma pergunta realmente insólita a Lula. Quando o petista respondeu que a diretoria do Instituto Lula resolvera não ficar com o tal terreno que abrigaria a entidade — e que, segundo a acusação, seria propina paga pela Odebrecht —, ela quis saber se havia algum documento formalizando a recusa. Bem, digam os de bom senso, os advogados, os especialistas: que sentido faz isso? Seria um caso de exigência de produção de prova negativa? Isso já não é prova diabólica, mas do capeta, rsrs.  Ela já tinha perguntado se Lula se ocupara de reunir os recibos evidenciando que pagava aluguel pelo apartamento contíguo ao seu, em São Bernardo, já que o MPF sustenta que o imóvel é seu. A douta doutora e sábia senhora procuradora quis saber, em suma, se, depois da acusação, ele se ocupara de provar que é inocente.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] E se tem, então, o seguinte diálogo: Lula – “Não, eu não tenho, querida, eu não tenho.” Groba Vieira – “Também pediria que o senhor ex-presidente se referisse ao membro do Ministério Público pelo tratamento protocolar devido.” Lula – “É, como é que seria? Doutora?” Moro – “Sei que, evidentemente, o senhor ex-presidente não tem nenhuma intenção negativa em utilizar esse termo “querida”, mas peço que não utilize, tá? Pode chamar de “doutora”, “senhora procuradora”, perfeito?” Perfeito! Uma nota: todos sabem que Lula tem o hábito de chamar interlocutores de “meu querido”, “minha querida”. Dois dedos de prosa, e ele já opta pela informalidade. Ok. Se a doutora, douta procuradora, ilustre representante do Parquet, Senhora dos Mundos, não queria, então não. Mostrava-se, assim, uma formalista empedernida. Uma das coisas que me fazem ser eu é a memória. E não posso esquecer que a doutora deixou todo formalismo de lado quando, em companhia de Deltan Dallagnol e Carlos Fernando, gravou um vídeo incitando a população a se mobilizar contra o Senado, que votaria o necessário e correto projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade. O vídeo segue abaixo. Vejam. Volto em seguida: Cabe perguntar: a lei, e não apenas o formalismo, não obriga a doutora, senhora procuradora, sábia, ilustre e inigualável a se dispensar de fazer política? Será que lhe é permitido incitar a população contra o Senado? A minha pergunta é apenas retórica. A resposta é “não”. Cabe, inclusive, punição para tal ato, não estivesse o MPF mergulhado na anarquia. Com a devida vênia, há quem ache que manifestações de arrogância e prepotência contra Lula estão justificadas por si mesma. Eu não acho. Contra ninguém! Como esquecer? No primeiro depoimento de Lula, no dia 10 de maio do ano passado, algo parecido aconteceu. O representante do MPF era Roberson Pozzobon, o segundo mais espevitado, depois de Dallagnol, entre os “new kids on the block” do direito achado no alarido. O próprio Moro tomou o cuidado de tratar Lula, então como agora,  por “sr. ex-presidente”. O rapaz, sei lá, deve ter achado que era formalidade indevida a um criminoso e escolheu “sr. Luiz Inácio”. O juiz ficou impassível. Só lhe recomendou mais solenidade depois que a defesa reagiu. Lula tratou, em regra, antes e agora, por “doutor (a)” e “senhor” o juiz e os membros do MPF. Na única vez, lapso claro, em que deixou escapar um “você” ao responder a Pozzobon, foi de pronto repreendido por Moro: nada de “você”! Tem de ser “senhor”. Escrevi então: “O que esse processo tem a nos ensinar? Infelizmente, nada. Digamos que Lula venha a ser condenado nesse caso. Pode até ser justo moralmente, mas os motivos estarão, dado o que se tem até agora, errados.  E isso, em vez de fortalecer a Justiça, só concorre para degradá-la. E os protagonistas dessa corrosão são os “viciados em si mesmos”. O que está em curso em Brasília, com a evidência de que setores do MPF mergulharam de cabeça no crime, prova que eu estava certo. ***** Fotografia de Ricardo Mantero ***** Temer usa a economia para disfarçar corrupção A

Leia mais »