Na internet, o jornal será escrito por editores de blogs. Richard Perez-Pena The New York Times Nesta terça-feira, o jornal The Seattle Post-Intelligencer produz sua última edição impressa e se torna uma fonte de notícias exclusivamente na internet, anunciou na segunda-feira a Hearst Corp., se tornando o maior diário americano até agora a realizar o salto. » Veja fotos do último dia do jornal » Fechamento de jornal em Seattle exibe crise do setor » Jornal impresso será escrito por blogueiros » Jornal em NY evita a web e prospera Mas o P-I, como é chamado, vai se parecer mais como um Huffington Post local do que um jornal tradicional. Ele terá uma equipe de reportagem com cerca de 20 pessoas, em vez das 165 que já teve, e um site que consiste principalmente em comentários, recomendações e links para outros sites de notícia, junto de algum conteúdo original. O site chamou alguns oficiais dos governos atual e anteriores para escreverem colunas e vai manter alguns de seus populares colunistas e blogueiros, além de um grande número de blogueiros locais não-pagos cujo trabalho aparece no site. A Hearst também planeja aproveitar o material de suas revistas para o site. O site, segundo descrição de executivos, talvez compita menos diretamente com o tradicional concorrente do P-I, The Seattle Times, do que com outro site local de comentários e notícias, o Crosscut. A Hearst espera capitalizar o tráfego consistente que o P-I já tem na web, cerca de 1,8 milhões de visitantes únicos por mês, de acordo com a Nielsen Online. Ele normalmente supera o público leitor online de seu rival tradicional, The Seattle Times, apesar de ter circulação impressa muito menor, 118 mil nos dias de semana em 2008, em comparação com os 199 mil do Times. O P-I perdeu US$ 14 milhões no ano passado, segundo a Hearst, e sua transição para um produto totalmente digital será acompanhada de perto por um setor que está perdendo receita rápido, está procurando por um novo modelo de negócio e ainda conta com edições impressas para 90% de seus ganhos. A companhia recentemente orientou todos os seus jornais a procurarem formas de cobrar pelo conteúdo digital – mesmo que seja aquele disponibilizado para celulares, e não o online. “Realmente acreditamos que é um período de inovação e experimentação, e é isso que esse novo SeattlePI.com representa”, disse Steven R. Swartz, presidente da divisão de jornais da Hearst. “Achamos que vamos aprender muito, e que o mercado de Seattle, tão focado no mundo digital, é um ótimo local para tentarmos isso”. Sobre o que acontecerá com o tráfego online do P-I, disse, “não sabemos o que esperar”. O Seattle Times e o P-I possuem um acordo de operação conjunta há décadas, no qual o Times lida com todas as operações fora da redação para ambos, como impressão, distribuição, propaganda e marketing. Os executivos da Hearst disseram que estavam desfazendo o acordo, mas não está claro como isso vai afetar as precárias finanças do Times. O jornal não vai precisar mais dividir os lucros com a Hearst, mas também não poderá dividir as despesas. O novo P-I será comandado por Michelle Nicolosi, produtora-executiva do site desde 2005, que é editora e repórter premiada. David McCumber, editor geral, e Roger Oblesby, editor, não permanecerão no P-I, mas vão ter cargos na Hearst, disseram executivos. A Hearst anunciou a decisão para a equipe do P-I em uma reunião da redação na segunda-feira, às 10h do horário local, e disse que ofereceria indenização para cerca de 145 funcionários. Como o jornal não tem equipe de negócios própria, a nova operação planeja contratar mais de 20 pessoas em áreas como venda de anúncios. Entre os novos colunistas, anunciou a empresa, estarão Norm Rice, ex-prefeito de Seattle, e sua mulher, Constance Rice; Jim McDemott, congressista; Maria Goodloe-Johnson, responsável pelas escolas públicas municipais; um ex-chefe de polícia, um promotor federal e dois ex-governadores. fonte: Terra Tradução: Amy Traduções