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Eles pararam de reclamar dos governos – e estão usando o celular para melhorar a política

Dois jovens brasileiros estão rodando o mundo e conquistando cada vez mais clientes no país e no exterior com duas empresas que buscaram numa ferramenta simples – o celular – a chave para um desafio complexo: melhorar o trabalho do governo. Onício Neto (à esq.) e Guilherme Lichand criaram empresas que usam o celular na busca do aprimoramento das políticas públicas O biomédico Onicio Neto cria aplicativos para detectar surtos de doenças antes mesmo das autoridades de saúde. O economista Guilherme Lichand ajuda a melhorar políticas públicas usando SMS e chamadas automáticas de voz, aquelas em que o usuário responde por uma sequência de teclas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Com poucos anos de mercado, as empresas de ambos já atraíram fundos e parceiros no exterior, foram finalistas em uma disputa internacional de empreendedorismo social, levaram suas propostas a diferentes países e bateram a casa do milhão de reais em faturamento. E no Brasil eles sonham alto, com objetivos como acabar com a propagação de epidemias em grandes eventos e revolucionar a comunicação entre escolas e famílias. Crowdsourcing da saúde A rotina do pernambucano Onicio, de 29 anos, começa por volta das 7h, quando deixa a filha de 5 anos na escola no Recife. Em seguida, ele nada 1.300 metros antes de ir para a Epitrack, a start-up que criou em 2013 ao lado do cientista da computação Jonas Albuquerque, seu ex-orientador de mestrado e primeiro guia pelo mundo da tecnologia em saúde. Aluno e professor hoje são sócios numa empresa de 13 funcionários e faturamento bruto de R$ 2,5 milhões em 2015. Receita do sucesso? Ser uma ponte eficaz entre a saúde pública e o potencial colaborativo da internet. Onício Neto em São Francisco, nos EUA, uma das cidades onde foi divulgar o trabalho da Epitrack A Epitrack (Epi, de epidemia + track, rastrear em inglês) cria plataformas de vigilância participativa em saúde. A partir da colaboração do cidadão (e usuário da internet), que informa sobre seus sintomas em aplicativos específicos, a empresa constroi mapas de ocorrência de doenças infecciosas, como sarampo, dengue e gripe. Quando chega ao escritório, Onício costuma assistir a 20 minutos de algo que inspire a criatividade: comerciais, músicas, webséries. Isso talvez mostre por que é um biomédico (profissional que pesquisa microrganismos que causam doenças) distante do trabalho em laboratórios e indústrias, típico da profissão. Acabou no mestrado em saúde pública na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) do Recife, onde conheceu um grupo que usava a informática para melhorar processos e a coleta de dados em saúde. Um exemplo era um aplicativo que substituía o bloquinho de papel do agente de saúde, transmitindo em tempo real dados coletados em campo. “Pessoas começaram a perguntar: quanto custa fazer isso?”, lembra Onício, sobre os sinais de que havia demanda por soluções tecnológicas naquela área. Mão na massa O primeiro teste de fogo da Epitrack foi na Copa do Mundo de 2014 – grandes eventos e aglomerações são um prato cheio para o aparecimento de epidemias. Com financiamento da Tephinet, uma rede internacional de capacitação em epidemiologia, a empresa criou o app Saúde na Copa. Quase 10 mil pessoas baixaram a ferramenta de notificação, em tempo real, de sintomas como febre, dores de cabeça e diarreia. Em dois meses, foram mais de 47 mil registros – e, felizmente, nenhum surto detectado. “Essas plataformas conseguem identificar uma possibilidade de surto até duas semanas antes das fontes tradicionais. Porque um doente só se torna um caso oficial quando chega ao sistema, procura um posto de saúde – e nem todos fazem isso. Com o aplicativo ele pode reportar esses sintomas e essa lacuna é preenchida”, afirma Onício. Interface de aplicativo da Epitrack: aposta no potencial colaborativo da internet para detecção rápida de surtos de doenças Como os dados reportados por usuários não passam pelo crivo de médicos, a validação ocorre quando começam a aparecer casos semelhantes no mesmo território e ao mesmo tempo. O Ministério da Saúde aprovou o trabalho do Saúde na Copa e contratou um monitoramento permanente à Epitrack. O resultado é o app Guardiões da Saúde, que terá versão em seis línguas e espera agregar 100 mil colaboradores durante a Olimpíada do Rio. Outro cliente importante é a Skoll Global Threats Fund, fundação de Jeffrey Skoll, ex-presidente do e-Bay, que passou à Epitrack a missão de reformular oFluNearYou.org, uma plataforma com 70 mil usuários ativos que monitora desde 2011 a proliferação do vírus influenza nos EUA e no Canadá. “Com o Vale do Silício no quintal, optaram por uma start-up do Recife”, comemora Onício. A empresa de Onício Neto gerencia a plataforma FluNearYou.org, que faz mapeamento colaborativo de casos de influenza nos Estados Unidos e no Canadá O baterista e amante de blues, jazz e soul agora se prepara uma viagem aos Estados Unidos, onde disputará com outros 15 empreendedores uma parte de um prêmio de US$ 1 milhão, dentro de um concurso global patrocinado por uma marca de bebidas. Somará, assim, mais um destino na lista de países aos quais a Epitrack já o levou: EUA, Inglaterra, Suécia, Itália, Austrália e República Dominicana. “Velha” tecnologia A rotina de Guilherme Lichand não é menos puxada. A segunda-feira, por exemplo, começa com uma reunião para definir prioridades da semana. Depois há um encontro geral para acompanhar status dos projetos, alinhar prioridades e ouvir equipe. Na sequência, reuniões específicas para cada produto. À tarde, conversas com clientes, parceiros e público-alvo, pesquisas, leituras. Guilherme é um prodígio acadêmico que leva a mão à massa. Aos 30 anos, acabou de concluir um doutorado em Economia Política e Governo pela Universidade de Harvard (EUA), uma das melhores do mundo. Cursou a primeira turma da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (SP), fez mestrado na PUC-Rio e trabalhou com redução da pobreza e gestão econômica no escritório do Banco Mundial em Brasília. No Banco Mundial, Guilherme conheceu ferramentas inovadoras, como o uso do celular para monitorar efeitos de políticas sociais para tribos isoladas na África. Daí veio a ideia para a MGov,

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Celulares e biometria acabarão com o dinheiro físico?

Celular e biometria devem substituir cédulas e moedas, dizem especialistas. Um quarto da população do Quênia já usa celular como ‘minibanco’. Uso da impressão digital incluiria analfabetos no sistema financeiro. Homem envia dinheiro usando o serviço M-Pesa, em Nairóbi, no Quênia. (Foto: Tony Karumba/AFP) O brasileiro compra cada vez mais com cartão de crédito ou débito, faz transações bancárias e compras na internet e anda com menos dinheiro no bolso. Especialistas dizem acreditar que, com a evolução da tecnologia e a expansão dos pagamentos para o celular e até a biometria, o “dinheiro vivo”, em papel ou moeda, pode estar com os dias contados. A população já se acostumou a andar com pouco dinheiro na carteira, segundo o Banco Central. Em 2007, 61% dos brasileiros diziam andar com até R$ 20 no bolso em notas, número idêntico ao verificado em 2005, quando o BC fez a mesma pesquisa. O uso de cartões de débito e crédito, porém, disparou no país. De 2003 a 2014, a quantidade de transações com cartões de débito cresceu 217%, enquanto as com cartão de crédito subiram 129%, mostram dados do BC. Já as transações bancárias pela internet subiram 42% entre 2006 e 2014, enquanto as transações nos caixas eletrônicos subiram 11%. Nas agências, o movimento subiu 3%. Biometria e celular [ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]Especialistas dizem que tecnologias como o celular e a biometria podem fazer com que seja possível fazer pagamentos eletrônicos em todos os lugares, tornando o dinheiro vivo cada vez menos importante. E isso pode ocorrer mesmo em países pobres, que podem “pular” a fase dos cartões de crédito, por exemplo. Dave Birch, diretor da consultoria britânica Hyperion, prevê a expansão do uso do celular para pagamentos. “Para não precisarmos mais de dinheiro ou cartões, precisamos que os pagamentos eletrônicos estejam disponíveis em todo lugar, e não só nas lojas”, diz. A Hyperion é especializada em estudar meios eletrônicos de pagamento e organiza anualmente o Digital Money Forum (Fórum do Dinheiro Digital), no Reino Unido. “Os celulares significam que ninguém precisa de dinheiro vivo. Os telefones vão se tornar um terminal pessoal de pagamentos, com o qual todos podem pagar e receber pagamentos de todos”, diz Birch. Homem fala ao celular em loja do serviço M-Pesa em Nairóbi, no Quênia Foto: Tony Karumba/AFP Sucesso no Quênia Para demonstrar que a ideia pode dar certo, o especialista cita o caso do Quênia, nação africana onde existe o sistema M-Pesa. Quem tem celular da operadora Safaricom pode abrir uma “conta” M-Pesa, fazendo depósitos em dinheiro em um dos 12 mil agentes autorizados do sistema, como lojas da operadora, postos de combustível e supermercados. Depois, o dinheiro pode ser sacado nesses mesmos locais, transferido a outros usuários de celular ou usado para pagar contas e comprar produtos. Não é preciso ter conta no banco nem ter o crédito aprovado; para se cadastrar é só apresentar um documento de identidade. Todas as transações são feitas no menu do aparelho celular ou por SMS. Segundo a Safaricom, o M-Pesa tem 7,5 milhões de usuários (em um país de cerca de 31 milhões de pessoas) e já foram transferidos 230 bilhões de shillings quenianos (R$ 5,3 bilhões) pelo sistema desde seu lançamento, em 2007. Recentemente, o serviço se expandiu para permitir envio de dinheiro de imigrantes quenianos do Reino Unido para parentes que ficaram na África. Com o sucesso, o M-Pesa “migrou” para a vizinha Tanzânia em 2008, onde já contabiliza 1 milhão de usuários. Experiência no Brasil No Brasil, o pagamento por celular também já existe: várias operadoras já têm programas para pagamento de compras usando o próprio aparelho, que só precisa ser aproximado de um terminal para completar a transação. O aparelho pode ser associado a um cartão de crédito, débito ou cartão pré-pago. “Apostamos que haverá uma nova geração que vai preferir fazer compras por meio do celular, assim como há uma geração que prefere comprar pela internet”, diz Percival Jatobá, diretor-executivo de produtos da Visa. Outro exemplo do uso do celular como meio de pagamento é o serviço Paggo, da operadora Oi. Trata-se de um sistema que permite compras em lojas físicas e pela internet com confirmação por SMS. Inclusão Martinho Isnard Ribeiro de Almeida, professor da FEA-USP (Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade da Universidade de São Paulo), acha que a solução para expandir os pagamentos eletrônicos é criar contas bancárias mais simples. “Os maiores custos para os bancos são a manipulação do dinheiro e o crédito. Portanto, para reduzir o custo, os bancos poderiam oferecer contas com um cartão com chip só com função de débito, sem saque ou crédito”, diz ele. E para incluir até mesmo os analfabetos, a verificação, hoje feita normalmente por senha, poderia usar a biometria, como a leitura da palma da mão, por exemplo, diz o professor da FEA-USP. Birch diz que a inclusão dos mais pobres é muito importante, já que o dinheiro vivo “discrimina contra os pobres”, segundo ele. “Os ricos podem pesquisar na internet para comprar coisas mais baratas e pagar suas contas eletronicamente. Já os pobres têm que pegar um ônibus para ir pagar suas contas”, diz o especialista. Mesmo para valores pequenos, os especialistas dizem que é vantajoso economicamente eliminar as cédulas e moedas. No Brasil, o Banco Central já gastou R$ 762 milhões em 2009 para produzir cédulas e moedas. No início de novembro, havia R$ 112,12 bilhões em circulação em cédulas e moedas no país. Paulo Leite/G1

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Eleições 2014: Lei quer controlar campanha na internet

Os analfabetos mentais que infestam a política brasileira cometeram mais uma asneira coletiva. Aprovaram projeto de lei com “normas” que pretendem regular a campanha eleitoral na web. Esses nefelibatas já ouviram falar em Twitter, FaceBook,Google+,SMS, YouTube, Instagran, WhatsApp e “otras cositas mas” sobre as quais não há como ter controle? Ainda nessa semana havia um Twitter de Senador – para evitar complicações jurídicas não cito o nome – que somente na terça feira é que foi identificado como falso. Mesmo retirado do ar o Twitter falso já foi lido e gravado por um número incalculável de internautas, que por sua vez podem repassá-lo para outros inúmeros usuários do Twitter. No âmbito desta lei, imaginemos a seguinte situação: Um candidato A é adversário do candidato B, então, pede a um conhecido, por exemplo, na Tailândia – país que não possui acordos judiciais com o Brasil nessa área – que crie um blog tendo com autor o candidato B, “descendo a lenha” no próprio candidato A. O candidato A vai ao judiciário e denuncia o candidato B. Aí eu pergunto: o candidato B será declarado culpado pela existência do blog? Como que fica isso?[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A tentativa de controlar a Internet, foge do poder até das mais ferrenhas ditaduras e regimes autoritários. Querem exemplo melhor que o recentemente acontecido no Irã? O governo dos Aiatolás proibiu qualquer divulgação, pela Internet, das manifestações de protestos pela possivelmente fraudada eleições presidenciais no Irã. O que adiantou? Nada! A Turquia já agora proibiu o Twitter e em menos de uma semana desistiu. O mundo inteiro recebeu notícias e imagens via telefones celulares, e das formas mais cruas possíveis. Se, por exemplo, o governo brasileiro bloqueasse totalmente a internet no Brasil, quem possuísse telefonia via satélite continuaria alimentando sites e blogs. Ou bastava se dirigir a uma cidade da fronteira e captar uma rede aberta num país vizinho. A internet é a única invenção na história que não possui botão de desligar. Quem é o dona da Internet? Ninguém! A rede foi criada exatamente para ser impossível de ser eliminada. Leia aqui sobre a história da internet. Para informação dos desavisados digitais informo, que assim como existem paraísos ficais nos quais é possível abrir uma conta bancária sem necessidade de identificação, assim também existem lugares onde é possível se obter um IP sem necessidade de identificação do usuário. Como rastrear tal IP para identificar a localização do PC que tenha colocado um site apócrifo na Internet? E e-mails criados em centenas de “proxis” anônimos em centenas de países? Outra informação trata de como os mecanismos de buscas trabalham. Google, Youtube, etc., utilizam-se de programas que possuem o que se costuma chamar de “tolerância fonética”. Tal recurso permite que a grafia do termo usado em uma busca seja aceita mesmo contendo erros. Experimentem fazer uma busca no Google digitando, por exemplo, ciscarelli. O buscador, corrigindo a grafia certa para Cicarelli, retorna com links para sites sobre a modelo. Assim não importa se a palavra digitada está em maiúsculas, minúsculas, se tem erros de acentuação, repetição de letras etc. O máximo que uma autoridade pode fazer é exigir que o buscador impeça que seja apresentada qualquer informação que tenha relação com a palavra digitada. Vocês já imaginaram de quantas maneiras uma palavra pode ser digitada? Só rindo. As “otoridades” de todas as instâncias e matizes, ainda não aprenderam que a internet não tem controle. Como fazer com que um site hospedado em um provedor de um país, que não tenha nenhum acordo com o Brasil, seja obrigado a retirar do ar uma propaganda, positiva ou negativa, de um candidato a cargo político? O site pode inclusive existir à revelia do candidato, que nesse caso, penso, não pode ser responsabilizado pelo ato ilícito. Se alguém difama ou divulga algo que está proibido, em jornal, rádio ou televisão, é fácil ir até a sede do órgão e identificar o responsável. Como identificar um blog que está hospedado no Japão, que remete pra outro hospedado na Tailândia, que remete a outro hospedado na Nova Zelândia… como chegar ao responsável? Na mídia comum, todos sabemos os endereços das sedes dos jornais, rádios e televisões. Qualquer coisa é só ir ao endereço e pronto. Como saber em que lugar está um computador cujo IP é mascarado em outros infinitos IPs? Transcrevo: “A peculiaridade da Sociedade da Informação é o fato de que as pessoas e as organizações dispõem de meios próprios para armazenar conhecimento e também possuem uma capacidade quase sem limites para acessar a informação gerada pelos outros membros do sistema e ainda potencial de ser um disseminador de informação para os demais. Essa capacidade já existia, porém com acesso limitado, seletivo e precário, já na Sociedade da Informação o que a diferencia é a possibilidade de obter informação e conhecimento de forma ampla e ilimitada. É justamente essa mudança que possibilita facilidades no acesso à informação que é o principal fator que provoca uma série de transformações sociais de grande alcance. O avanço tecnológico ao disponibilizar novas ferramentas de acesso e armazenamento de informação provoca alterações nas formas de atuar nos processos. E quando várias formas de atuar sofrem modificações, resultam em mudanças inclusive na maneira de ser. As novidades tecnológicas transformam os valores, as atitudes e o comportamento e, por conseqüência, a cultura e a própria sociedade.”[1] E mais: A resistência ao novo é uma reação normal do ser humano e das corporações, é uma forma inclusive de proteção natural contra o desconhecido, contudo, essas barreiras com o tempo tendem a ser quebradas, e como afirma Kaminski (2006): “Forçosa e paulatinamente teremos que nos acostumar com a tecnologia em nossas vidas profissionais e pessoais. É um caminho sem volta”.[2] [1]DANTAS, Marcos. A lógica do capital informação: monopólio e monopolização dos fragmentos num mundo de comunicações globais. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. [2]KAMINSKI, Omar et al. (Org.). Internet Legal: O Direito na Tecnologia da Informação. Curitiba: Juruá Editora, 2003. 292 p.

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Redes Sociais: Constrangimento e Morte

O uso inadequado de ferramentas digitais está virando uma arma perigosa. Literalmente. Em alguns casos mais graves que outros. Tem matado. Menos complicado quando é de vergonha. Mas em muitos casos é tirando mesmo a vida das pessoas. Pesquisadores da Universidade de Utah (EUA) dizem que uso do celular enquanto se dirige é quase tão perigoso quanto uma pessoa alcoolizada no volante. Eles mostraram que aliar celular e direção quadruplica o risco de acidente. A isso se soma uma enxurrada de outros tipos de constrangimentos: mensagens postadas no ardor de uma insatisfação profissional ou pessoal; desabafos tornados públicos depois de uma briga; opiniões compartilhadas com o teor de doses etílicas, vazamento de dados estratégicos. O fato é que o tema merece um debate maior. Por vergonha, profissionalismo ou por amor à vida, é bom começar a prestar mais atenção nesses desdobramentos. Esta semana a imprensa mostrou um filme em que adolescentes se dividem entre dirigir o carro e enviar torpedos no celular. A sequência pavorosa que se segue ao descontrole do carro “dirigido” pela dona do celular está se tornando comum em várias estradas: carros batendo, capotando, gente quebrada, sangrando e morrendo.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] O Programa “Mais Você” mostrou esse vídeo chocante e abordou o tema esta semana: http://glo.bo/itCixe O alerta é vermelho. Não se trata mais só de usar a parte de voz do celular ao volante – vício mais antigo, perigoso e passível de multa – e sim de se tentar acessar conteúdos mais complexos, enviar SMS e postar nas redes sociais, preterindo a estrada. Outro exemplo recente é o patético uso que os jogadores de futebol começaram a fazer do Twitter. Historicamente mal preparados para a comunicação, na rede eles repetem o comportamento: postam desde insatisfação com o banco de reservas até rixas clubísticas que tem incendiado chefes de torcidas nas arquibancadas. E fica o pior: ajudam a aumentar o patamar da beligerância que voltou a tomar conta do clima dos jogos de futebol, com brigas violentas que são marcadas antecipadamente pelas torcidas, em comunidades nas redes sociais. Tem sido recorrente. Há também situações vexatórias que algumas instituições – e empresas – têm vivido com “acidentes” na publicação de comentários pessoais em perfis corporativos. Casos constrangedores recentes envolveram os senadores José Sarney e Aécio Neves. E, aí, danou-se. A rede não “conjuga” o verbo “apagar”. Vira manchete na rede e no offline. No âmbito privado a confusão não tem sido menor. As demissões se multiplicam por justa causa. Nos EUA chegam a 7% do total. Motivo? Vazamento de dados estratégicos. Seria diminutivo creditar esses problemas à ampliação do uso das redes sociais e do celular no país. A questão está mais no patamar da educação: em casa, institucional e corporativa. São pais permissivos com seus filhos conectados e sem limites; profissionais mal orientados pelos clubes e empresas; cidadãos que não são punidos com o necessário rigor porque usam seus lindos smartphones enquanto dirigem. São, enfim, profissionais sem preparo que são responsáveis por publicar conteúdos em redes que representam posicionamentos oficiais de empresas e instituições sérias. E que precisam zelar por sua reputação também no ambiente digital. As redes sociais e os celulares se transformaram em grandes conquistas recentes que a tecnologia trouxe para melhorar nossa vida. Transformá-los em arma de morte e constrangimento é uma estupidez e uma distorção que precisa ser debatida e tratada. Afinal, a inclusão digital é um caminho irreversível. Blog do Noblat/Risoletta Miranda é jornalista e diretora executiva da FSB PR Digital Website: http://www.fsb.com.br

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Mensagens de texto: o fim do telefone para falar?

Avanço das mensagens de texto gera verdadeira fobia ao telefone No ano de 1876, quando Graham Bell patenteou o telefone, teve início um hábito que cresceu exponencialmente entre os terráqueos. Durante muitos anos, falar ao telefone se tornou uma mania mundial, além de ser a forma mais prática, útil e rápida de se comunicar. Mas, com a popularização das mensagens de texto via celular (SMS), e-mails convencionais, Direct Messages no Twitter, correio eletrônico pelo Facebook, mensagens instantâneas (via Gtalk, MSN, AIM, ICQ e outros), o comportamento está mudando, o que pode levar à morte das conversas telefônicas, sejam elas por aparelhos fixos ou móveis. De acordo com a consultoria Nielsen Media, mesmo no universo dos celulares, os gastos dos usuários com chamadas por voz têm despencado, ao passo que o dispêndio com mensagens de texto vem subindo. Nos Estados Unidos, por exemplo, espera-se que o valor dessas formas de contato não vocais ultrapasse o das ligações de voz nos próximos três anos. Este comportamento não surpreende, se considerarmos apenas a faixa etária das crianças e, sobretudo, a dos adolescentes. No entanto, segundo artigo de Pamela Paul no “New York Times” (vide <nyti.ms/telefone_morreu>), nos últimos cinco anos, uma amostragem considerável de adultos aparentemente desistiu de falar ao telefone. Muitos chegam a odiar. ‘Tenho problemas até para pedir pizza’ Vários são os casos de pessoas que adoravam telefonar, mas que mudaram para o oposto, chegando até a reações extremas. Fabiana Carvalho, de 30 anos, contadora, residente em Varginha (MG), é um exemplo.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Hoje tenho problemas até para pedir pizza. Faço a ligação e passo o telefone para quem estiver por perto para falar por mim – Fabiana Carvalho – Quando mais jovem, eu exagerava no telefone. Meus pais tinham que me controlar. Mas depois da internet, por algum motivo, peguei quase um pavor de telefone fixo – conta. – Hoje tenho problemas até para pedir pizza. Faço a ligação e passo o telefone para quem estiver por perto para falar por mim. E fico ditando meu pedido. Minha família me diz que estou com “telefonofobia”. Até concordo. Já me escondi ao ouvir o toque do fixo, deixando que outra pessoa atendesse o chamado e me procurasse pela casa. E quando ouvi o “ela não está”, senti o maior prazer e fiquei aliviada. Outros, que também já falaram muito ao telefone, hoje não mais o fazem. – Não converso mais por telefone. Apenas rapidamente para marcar algum encontro presencial com minha equipe de trabalho, a maioria pelo Skype, mesmo que meu interlocutor esteja no mesmo bairro que eu – diz Antônio Kleber Araujo, 59 anos, gestor de conhecimento que vive entre o Rio e seu “tecnoparaíso rural” em Glicério, na serra de Friburgo. – E quando sou obrigado a falar ao celular, utilizo sempre um fone de ouvido. AKA, como é conhecido, não hesita quando recebe chamadas de voz provenientes de números ocultos, aqueles de empresas ou aparelhos que não identificam a chamada: – Atendo e identifico. Se não interessar, desligo no ato. A recíproca de tratamento é sempre verdadeira. Fernanda Costalonga, 37 anos, jornalista carioca, também se sente incomodada, com sua privacidade invadida, por telefonemas em celular. – Nessa coisa de celular, o que mais me incomoda é que virou obrigação estar 24 horas por dia conectada ao mundo. Outro dia, alguém ligou para meu celular insistentemente por cerca de duas horas. Não me encontrou e me mandou um e-mail. Como não obteve resposta imediata, não hesitou em enviar uma segunda mensagem me acusando de estar me recusando a atendê-la, entre outros impropérios. Duas horas! E eu estava no meu trabalho, onde nem sempre o celular tem sinal e, portanto, não posso checar caixa de e-mail ou voz. Essa necessidade imediata de contato me irrita. Tenho saudades do mundo em que a gente mandava carta e deixava recado com o vizinho para as pessoas que não tinham telefone fixo em casa. Quanto à velha regra de etiqueta de jamais ligar para alguém depois das 22h, os avessos a telefonemas têm verdadeiros chiliques quando recebem chamados tarde da noite. – Fico louca da vida. Altas horas, eu deitada vendo meu filme na TV e o telefone toca? Não atendo e ainda xingo a mãe do infeliz que perdeu a noção. Bem, a não ser que seja uma ligação que eu esteja esperando – desabafa Gisele Petry, 39 anos, assessora de condomínios, de Porto Alegre. Notícias dos amigos pelas rede sociais Gustavo Guimarães, gerente de operações morando no Rio, é daqueles que acham ligação via voz bastante inconveniente. – A gente tem que parar para atender quando a pessoa do outro lado acha mais adequado – justifica-se. – Minha conta de telefone indica que eu uso muito mais SMS do que voz. Afinal, mensagem de texto, a gente recebe na hora, lê na hora, mas responde quando dá. Se é urgente eu respondo de imediato. Alguns antitelefônicos estendem sua aversão aos encontros pessoais, mas os motivos de Gustavo para a raridade dessas ocasiões é outro: A verdade é que as redes sociais já trazem para o nosso conhecimento bastante da vida dos amigos – Gustavo Guimarães – Encontro pouco sim, mas não exatamente por aversão. A verdade é que as redes sociais já trazem para o nosso conhecimento bastante da vida dos amigos. Gustavo cita um encontro cara-a-cara com um amigo num barzinho para ele contar uma viagem que fez: – Quando ele começa o relato, eu digo que já vi as fotos. Ele vai contar alguma coisa do filho, e eu completo a história. Comenta que não está mais com aquela namorada, e eu digo que já vi até o perfil da nova com quem ele está saindo. Ou seja, se não fosse o chope e as batatinhas, a gente nem estaria ali. Unanimidade no quesito ódio telefônico são as ligações de telemarketing. Não há quem as aguente. Uns as ignoram, desligando na cara. Outros, porém, elaboram um pouco mais na retaliação. É o caso do fotógrafo Jorge

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Mídias Sociais e política

Midias sociais teriam impacto na vida política Estudo nos Estados Unidos diz que a internet fomenta engajamento em grupos diversos. A imagem do internauta costumava ser a de uma pessoa que se escondia atras do computador, com um perfil individualista. Hoje, com as redes sociais e o Twitter, esse conceito caiu por terra. Pesquisa recente do Pew Research Center nos Estados Unidos com 2.303 pessoas a partir de 18 anos revelou que 80% dos usuários da grande rede participam de grupos e organizações voluntarias de caráter social, politico ou religioso. Entre os que tem Facebook (ou outra rede social) e Twitter, esse numero sobe para 82% e 85%, respectivamente. Cinquenta e três por cento dos internautas membros de um grupo acreditam que as mídias sociais os ajudaram a influenciar na politica, levando um candidato a ser eleito, e 46% acham que as interações on-line levam a maior conscientização sobre um assunto. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Outros 38% dizem que a internet pode trazer mudanças a sociedade, e 33% acreditam que a atuação dos grupos na rede torna mais fácil levantar dinheiro para uma causa. De todos os ouvidos, 75% dos internautas afirmaram que a rede tem um grande impacto na comunicação entre os membros de um grupo, e 68% disseram que as mídias sociais ajudam os grupos a chamar a atenção para um assunto. A conexão com outros grupos também se torna mais dinâmica, bem como a organização de atividades, segundo 67% e 65% dos usuários ouvidos, respectivamente. Ja 64% acreditam que esse fenômeno tem alto impacto social. Mais da metade (55%) dos internautas entrevistados diz que as mídias sociais permitem recrutar novos membros para os grupos com maior rapidez, enquanto 35% opinam que os grupos com recursos on-line tem menos problemas em encontrar pessoas para assumir funções de liderança. Uso de Facebook e Twitter promove interação maior As mídias sociais também permitem acesso em tempo real a noticias e informações sobre os grupos, segundo 53% dos pesquisados, enquanto 36% se sentem mais propensos a convidar amigos para fazer parte das associações. O uso de Facebook, Twitter e mensagens SMS do celular só faz aumentar a interação dentro dos grupos e com outros grupos. Sessenta e dois por cento dos internautas do estudo estão no Facebook, 74% mandam SMS regularmente e 12% recorrem ao Twitter. Entre os usuários ja envolvidos em grupos diversos, 48% dizem que essas associações tem perfis no Facebook, enquanto 30% montaram blogs e 16% se comunicam bastante através do Twitter. As redes sociais mantem os membros dos grupos informados. 65% dos que estao nelas leem constantemente mensagens e updates sobre o que esta acontecendo com a comunidade, e 30% postam noticias sobre as atividades. Dos tuiteiros, 63% acompanham sempre os tweets sobre seus grupos, e 21% também postam sobre eles. Finalmente, 45% contam que enviam e recebem mensagens de texto com as ultimas novidades. Nem todos concordam com as conclusões do Pew. John Biggs, editor do site Crunch-Gear contextualizou: – O estudo e uma boa noticia, mas confere a internet um poder sobre eventos sociais e políticos que ela pode ter ou não – ponderou no site. No fim das contas, a internet e só um meio de comunicação que reduz o custo de atingir milhares de pessoas. Para Kristen Purcell, diretora de pesquisa do Pew, o uso das mídias sociais e o ingresso em grupos afeta o comportamento das pessoas. Uma das coisas que chamam a atenção é como as pessoas ficam mais engajadas uma vez que entram ativamente num grupo – comentou ela no estudo. – E, embora muitos gostem da dimensão social desse envolvimento, o que eles querem mesmo e obter algum impacto. Muitos dizem que, pertencendo a um grupo, alcançaram algo que não haviam conseguido lograr sozinhos. Andre Machado/O Globo

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O avanço irresistível da Internet

Internet supera TV na Espanha Por Paulo Pereira A Internet superou a televisão como o meio de comunicação mais consumido na Espanha em 2008, afirma levantamento divulgado nesta sexta-feira pela empresa de pesquisa Mediascope. O estudo afirma que na Europa 60 por cento da população se conectam à Internet por uma média de 12 horas por semana e que na Espanha o tempo de acesso aumentou em 16 por cento desde 2007. Segundo a pesquisa, o internauta espanhol fica conectado por uma média semanal de 12,1 horas, enquanto o tempo em que passa diante da televisão é de 11,7 horas. O tempo em que a população espanhola fica na frente de um computador aumento em 20 por cento desde 2004 e a quantidade de internautas que se conecta diariamente à Web, cerca de 56 por cento, cresceu cinco por cento desde o ano passado. A atividade que os espanhóis mais fazem na Internet é envio de emails, seguida por buscas e redes sociais. Enquanto isso, na Europa, as buscas ocupam o primeiro lugar, seguidas por email e sites de conteúdo gerado pelos próprios internautas. O levantamento, porém, afirma que existe um consumo simultâneo de mídias, já que cerca de 23 por cento dos internautas vê televisão enquanto está navegando pela Web e cerca de 21 por cento faz isso enquanto ouve rádio. Em relação aos dispositivos, cerca de 32 por cento dos espanhóis utiliza o celular para se comunicar via mensagens curtas (SMS), email ou redes sociais, sem necessariamente recorrer a uma conversa. Fonte: Reuters

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Tá deprimido? assista menos TV e fique menos no computador!!!

Passar muitas horas na frente da televisão ou jogando video games durante a adolescência é um hábito que pode estar relacionado ao desenvolvimento de sintomas de depressão nos jovens adultos. O resultado é de um estudo divulgado na Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh (Pensilvânia, leste dos EUA). Os pesquisadores determinaram, em 1995, o tempo que 4.142 adolescentes passaram em frente à TV ou ao computador –antes da existência dos DVDs e do uso difundido da internet— e concluíram que 7,4% (308) deles haviam desenvolvido sintomas de depressão. Os autores do estudo registraram que os adolescentes haviam passado uma média de 5,68 horas na frente de um meio eletrônico durante uma semana, das quais 2,3 horas vendo TV; 0,62 hora, assistindo a fitas de vídeo; 0,41 hora, jogando video games; e 2,3 horas, ouvindo rádio. “No modelo informático final, aqueles que participaram do estudo apresentavam riscos claramente maiores de depressão por cada hora adicional passada na frente de um televisor”, escreveu Brian Primack, um dos autores do estudo publicado na edição de fevereiro do periódico “Archives of General Psychiatry”. A explicação para o fato é que ficar horas em frente à TV leva os jovens a dedicarem menos tempo a atividades sociais, intelectuais ou esportivas, que têm um efeito protetor contra a depressão. Tecnologia e depressão O estudo vai ao encontro de uma pesquisa feita com garotas que usam a internet para conversar sobre seus problemas com os amigos por meio da internet. Pesquisadores da Stony Brook University, em Nova York, entrevistaram 83 adolescentes sobre quanto tempo gastavam falando sobre seus problemas com amigos, o quanto estimulavam as colegas a fazerem isso e a tendência de repetirem as mesmas dificuldades nas conversas. Um ano depois, elas foram convidadas a responder as mesmas perguntas –em ambas as ocasiões as adolescentes passaram por testes para sintomas de depressão. No final, dizem os pesquisadores, níveis mais altos de conversas sobre problemas foram significativamente ligados a índices maiores de depressão. “O envio de SMS, programas de mensagens instantâneas e as redes sociais aumentam o risco de as adolescentes se tornarem mais ansiosas, o que pode levar à depressão”, afirma Joanne Davila, autora do estudo. da Folha

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