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Como o Facebook lida com comentários racistas

Uma explosão de comentários racistas no Facebook na Alemanha nos últimos dias gerou uma onda de indignação na população e reação também por parte do governo. Afinal, o que é removido da página, e a que velocidade? Na carona da crise de refugiados na Europa, posts com conteúdo racista e manifestações de ódio entre os usuários do Facebook em alemão tem sido frequentes. A situação atingiu um ponto em que o governo alemão teve de intervir, exigindo que o Facebook remova posts “xenofóbicos e racistas”, expressando hostilidade a refugiados e migrantes na rede social. Na semana passada, o ministro da Justiça, Heiko Maas, escreveu uma carta aberta pedindo que a empresa revise urgentemente a sua política sobre discurso de ódio. Este comentário bastante compartilhado no Facebook, por exemplo, revoltou muitos usuários da rede social no idioma alemão: “A Áustria está com um problema de carne estragada. Um caminhão foi confiscado em uma estrada com, pelo menos, 50 pedaços de carne síria estragada”, diz o comentário, referindo-se aos 71 corpos de refugiados encontrados em um caminhão abandonado em uma rodovia austríaca na semana passada. Usuários chocados denunciaram o comentário para o Facebook, que tem quatro equipes mundiais de especialistas – que operam 24 horas por dia, sete dias por semana, trabalhando em mais de duas dúzias de idiomas – e promete examinar as denúncias em 72 horas. Após o prazo, a empresa mandou uma resposta padrão: “Isso não viola os padrões da comunidade.” Linha tênue Questionada pela DW, a empresa informou por meio de nota que tem se confrontado com novos conteúdos ou casos extremos que testam suas políticas internas. “Devido à diversidade da nossa comunidade global, nós achamos que, às vezes, as pessoas postam coisas que podem ser desagradáveis ou perturbadoras para alguns, mas podem talvez não violar os padrões da comunidade”, declara empresa. O especialista em mídia social Hendrick Unger acredita que, via de regra, devido à imensa quantidade de conteúdo postado diariamente, o Facebook confia bastante nos seus usuários para reportarem problemas e violações. Unger: nudez é deletada mais rápido que discurso de ódio A empresa estruturou os padrões da comunidade sobre nudez, violência e discursos de ódio, mas bloquear “conteúdo sexual extremo é a prioridade”, diz Unger, acrescentando que tudo que seja remotamente fálico é removido. “Outros comentários, seja discurso de ódio, seja racismo, por alguma razão, não são têm prioridade tão alta ao ponto de poderem ser deletados imediatamente”, completa. Para Unger, o Facebook evoca a liberdade de opinião, e isso pode ser de fato um limite tênue. Equilibrando interesses O Facebook escreve que o incitamento ao ódio contra grupos específicos “viola as nossas normas e será imediatamente apagado”. Também especifica que tipo de conteúdo é nocivo, salientando aquele que “ataque diretamente pessoas quanto a raça, etnia, origem, religião, gênero, orientação sexual, deficiência ou doença”. Refugiados não são definidos como detentores de proteção particular. Mas comentários mal intencionados direcionados a este grupo devem seguir os padrões da comunidade Facebook. Unger diz que, obviamente, a empresa não está imune à pressão política e pública. “Mas, geralmente, é um processo demorado, trabalhoso, e as decisões levam tempo para serem tomadas.” Até o momento, a experiência do especialista em mídia social é que o Facebook insiste em manter seus padrões e que os usuários realmente apenas tenham a opção de entrar ou abandonar a plataforma. Se é um assunto perturbador – uma mudança nos termos da empresa e nas condições que devem ter implicações na proteção de dados – o Facebook tem uma atitude arrogante, do tipo: “aceite ou saia”, diz Unger. Afinal, o Facebook é usado para “problemas e tumulto”. Nas próprias palavras do Facebook: “equilibrar os interesses desta comunidade diversa é um desafio constante.” DW

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Três motivos para o criador do Facebook rir à toa – e um para se preocupar

Em 2004, um universitário americano de 20 anos, ainda desconhecido do público, foi chamado para participar de uma entrevista em uma grande emissora dos Estados Unidos para explicar um site que havia lançado alguns meses antes. Mark Zuckerberg passou de desconhecido a um dos mais jovens bilionários do mundo em 11 anos – Image copyrightAFP “O que é o Facebook exatamente?”, perguntou uma jornalista a ele. Hoje, pouco mais de uma década depois, esta pergunta não faz mais qualquer sentido – assim como chamar Mark Zuckerberg de um universitário desconhecido. Neste período, o Facebook se tornou a rede social mais popular do planeta, presente em centenas de países, e um dos sites mais acessados na internet como um todo. A empresa não só cresceu por conta própria como também comprou outras menores, como o serviço de mensagens WhatsApp e a rede social Instagram, e tornou-se uma corporação bilionária. Mark Zuckerberg tornou-se um empreendedor bilionário de sucesso, o equivalente ao Bill Gates ou Steve Jobs de sua geração, e uma das vozes mais influentes do mundo. Leia mais: Facebook desenvolve ferramenta que pode te reconhecer mesmo sem mostrar o rosto Este feito bastaria para que ele tivesse um sorriso estampado em seu rosto todos os dias, mas, no último mês, o Facebook atingiu marcos importantes na sua autodeclarada missão de “conectar o mundo”. No entanto, mesmo diante destas boas novas, as ações da companhia perderam valor, um sinal de alerta enviado por analistas de mercado e investidores. Veja a seguir três motivos pelos quais Zuckerberg está rindo à toa e um para se preocupar: ____________________________________________________________________ Metade dos internautas do mundo usam o Facebook todo mês Image copyrightGetty Images Em julho, a rede social anunciou que o número de pessoas que a usa pelo menos uma vez por mês cresceu 13% de abril a junho, para 1,49 bilhão de pessoas. Isso equivale a metade dos 3 bilhões de internautas estimados em todo o mundo. Junto a este aumento no número de usuários mensais veio um crescimento da receita de 39% neste trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 4,04 (R$ 14,2 bilhões). Leia mais: Um ano após o desafio do balde gelo, o que aconteceu? ____________________________________________________________________ Uma em cada sete pessoas do planeta acessaram o Facebook em apenas um dia Image copyrightReuters Na última segunda-feira, o Facebook atingiu um outro marco importante: pela primeira vez, 1 bilhão de pessoas o acessaram em um único dia. Na prática, isso significa que uma em cada sete habitantes do planeta entrou no site num período de 24 horas. Este número dá uma noção do crescimento acelerado do Facebook nos últimos anos, pois há pouco tempo, em 2012, a empresa celebrava a marca de 1 bilhão de usuários por mês. Leia mais: Polícia caça grupos que pregam intolerância no Facebook ____________________________________________________________________ Isso pode ser só o começo Image copyrightGetty Images Ao anunciar a marca de 1 bilhão de usuários em um só dia, Zuckerberg disse: “Este é só o começo (de nossa missão) de conectar o mundo”. O repórter de tecnologia Dave Lee, da BBC News, concorda com ele. “É claro que, nos Estados Unidos e na Europa, está quase atingindo seu limite de crescimento, mas há muitos lugares onde ainda pode crescer, como África, a maioria da Ásia e parte da América Latina”, escreve Lee em um artigo recente. “Muito em breve, ter 1 bilhão de pessoas usando o Facebook em um dia não será algo extraordinário. Vamos olhar para este dia e rir de como insignificante este marco terá se tornado.” Leia mais: Filtro arco-íris do Facebook é criticado na Rússia e no Oriente Médio ____________________________________________________________________ Mas este crescimento tem um preço Image copyrightAFP Pouco depois do anúncio dos resultados financeiros do último trimestre, quando a empresa anunciou que metade dos internautas do mundo o usam todo mês, as ações da empresa caíram 5%. A queda em si não é expressiva, mas, segundo analistas, sinaliza uma preocupação do mercado com a estratégia da empresa. O Facebook informou que seus gastos no último trimestre aumentaram 82%, para US$ 2,8 bilhões, o que fez seu lucro cair 9%, um sinal de que o aumento de sua receita não está acompanhando o ritmo de crescimento dos gastos. Segundo Zuckerberg, isto reflete os “investimentos e melhorias” promovidos pela rede social, como um novo data center aberto para evitar que o site fique fora do ar e novas formas das pessoas se conectarem a ele. Mas ficou claro que a forte expansão do Facebook tem um alto preço, e isso deixa seus investidores ligeiramente preocupados em relação ao futuro da empresa. Leia mais: Facebook constrói drone que viabiliza acesso à internet em locais remotos BBC

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A incrível arte de decifrar senhas de internet

Na internet, a cor mais popular é o azul – ao menos quando se trata de escolher senhas. Uma das teorias para explicar isso é a de que muitos dos websites mais populares da rede (como Facebook, Twitter e Google) usam a cor azul em seus logotipos. Isso influenciaria, de forma subliminar, as escolhas dos internautas na hora de criar senhas quando se registram nos sites. Essa é apenas uma entre várias peculiaridades identificadas por estudos sobre o comportamento humano no que diz respeito à escolha de senhas. Alguns, por exemplo, concluíram que mulheres ruivas tendem a escolher as melhores senhas e homens que usam barba ou são descuidados com o cabelo, as piores. Mulheres optam por senhas longas, enquanto os homens apostam na diversidade. Essas informações vieram à tona por causa do vasto número de senhas que está sendo roubado de websites e de outras empresas. Em casos recentes, nomes de usuários e senhas foram surrupiados do site de softwares Adobe, do Linkedin e do site de jogos RockYou. E qual foi a conclusão número 1 dos especialistas que analisaram esse material? Precisamos ser mais espertos e menos previsíveis na hora de criar nossas senhas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Conexões Pessoais Uma boa senha seria uma frase ou combinação de letras com pouca ou nenhuma conexão com a pessoa que a escolheu, aconselha o pesquisador de segurança cibernética Per Thorsheim. Aniversários, data do casamento, nomes dos irmãos ou dos filhos, dos bichos de estimação, número da casa, da rua onde mora ou do pop star favorito não são recomendados, diz ele. No entanto, quando pesquisadores pediram a participantes de um estudo que escolhessem senhas de quatro dígitos, os números escolhidos foram reveladores. Uma das primeiras descobertas foi de que as pessoas tendem a gravitar em torno de um pequeno número de opções. Em alguns casos, 80% das escolhas vêm de apenas 100 números diferentes. A constatação desse aspecto íntimo e pessoal na escolha das senhas possibilitou aos especialistas entender como funciona a atividade dos hackers, como são chamados os piratas cibernéticos. Força Bruta “Agora, a força bruta é a última tática a que recorreríamos”, diz Per Thorsheim. Força bruta é como especialistas de tecnologia como Thorsheim chamam a técnica de concentrar toda a energia de um computador na tarefa de “quebrar” senhas. O último recurso é o que especialistas como Per Thorsheim chamam de “Força Bruta”. Todo o poder de um computador é concentrado na tarefa de “quebrar” senhas. Ataques como esses começariam pela letra “a” e depois passariam por todas as combinações possíveis de números e letras até chegar a “zzzzzzzz”. A segurança de uma senha dependia de tornar impossível, a um computador, testar bilhões de combinações de senhas em um período razoável de tempo. Uma fórmula matemática (o tempo multiplicado pela quantidade de tentativas) derrotava os hackers. “Porém” – explica outro pesquisador, Yiannis Chrysanthou, da empresa de segurança KPMG – “não é mais uma questão de matemática porque as pessoas selecionam suas próprias senhas.” Muitos especialistas trabalhando nesse setor estão tentando melhorar seus métodos de decifrar senhas para poder orientar clientes na escolha de senhas mais seguras. Experimento: Decifrando Senhas Fiz uma experiência para saber quão fácil é decifrar a senha de alguém. Armado com uma lista de hashes, senhas tiradas de um entre os vários sites onde listas de senhas roubadas são publicadas diariamente, procurei um software que me ajudasse a desvendá-las. Optei por dois dos mais conhecidos, Hashcat e John The Ripper. Baixei minhas hashes, selecionei minhas listas de palavras, apliquei minhas regras e deixei os programas fazerem sua parte. Pouco tempo depois, eu já tinha uma lista de senhas desvendadas – não todas. As palavras e frases que emergiram primeiro eram incrivelmente familiares. Não me surpreende nem um pouco que as contas das pessoas na internet sejam hackeadas com tanta regularidade se elas escolhem senhas como “aaa123”. Eles também tentam desvendar senhas de listas roubadas para ter uma ideia melhor sobre o que as pessoas estão escolhendo. Nessas situações, com frequência, o que está sendo desvendado é uma sequência de letras conhecidas como um “hash”. Essas sequências com números fixos de caracteres não podem ser invertidas para revelar que caracteres lhes deram origem. Entretanto, como algoritmos que geram “hashs” obedecem a um conjunto de regras definidas, o número “123456” vai gerar sempre a mesma (aparentemente aleatória) sequência de letras. Por exemplo, no sistema MD5 de geração de hashs?, a sequência de números “123456” sempre produz “e10adc3949ba59abbe56e057f20f883e”. Se você gerar hashes para todas as palavras de uma longa lista que estejam relacionadas de alguma forma a um único alvo, aumentam as chances de você adivinhar a senha desse alvo, disse Chrysanthou – que desenvolveu novas regras para se desvendar senhas enquanto estudava no Royal Holloway, University of London, em Londres. Ataques direcionados a um alvo tendem a rastrear a mídia social à procura de palavras, nomes e datas importantes para a vítima. Saber os nomes dos filhos, dos bichos de estimação, dos pais ou da rua onde ela mora pode ajudar alguém a adivinhar sua senha rapidamente. Os “malvados” tentam adivinhar senhas – disse o pesquisador de segurança cibernética Bruce Marshall – porque eles sabem de uma outra verdade sobre nós, seres humanos: somos preguiçosos. Por conta disso, há grandes chances (segundo alguns estudos, 70%) de que uma senha associada a um endereço de e-mail ou um site seja usada também para acesso a outros serviços online. Muitos ladrões roubam listas de senhas de sites pequenos e depois testam essas senhas em outros sites para ver se funcionam. Conclusão final: se você quiser escolher uma senha mais segura, não use combinações simples de palavras e números, escolha palavras que são apenas levemente associadas a você e não use a senha que você utiliza para transações bancárias online em nenhum outro site. Mark Ward/BBC News

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Por que o Facebook mantém no ar páginas que pregam morte a políticos?

Na falta de explicações objetivas da rede social, a BBC Brasil decidiu investigar as possíveis explicações atrás da recusa imediata à exclusão das páginas. Segundo a lei brasileira, Facebook não tem obrigação legal de retirar o conteúdo do ar sem ordem judicial. (Foto: BBC) Após uma série de apelos do ex-presidente Lula, o Facebook mantém no ar páginas que pedem a morte do petista há pelo menos quatro meses. Ele não é o único político brasileiro alvo de páginas do tipo: grupos abertos cujos títulos pregam a morte de Dilma Rousseff e José Sarney também estão na rede. As publicações geram controvérsia: quem defende a página “Morte ao Lula”, que até o fechamento desta reportagem reunia 5,8 mil pessoas, alega liberdade de expressão e argumenta que se trata da “morte política” do ex-presidente. Os críticos, de outro lado, dizem que postagens que mostram fotos do cadáver ensanguentado do líder líbio Muammar al-Gaddafi, junto à legenda “Final do Lula tem que ser assim”, não têm nada de “simbólico”. As centenas de publicações do grupo mesclam os dois lados: conteúdos simbólicos e também literais relacionados à morte do ex-presidente. Nesta semana, como retaliação à existência da página, usuários decidiram criar a página “Morte a Zuckerberg”. Novo grupo que pede morte de Zuckerberg surgiu como retaliação à existência da página contra Lula. (Foto: BBC) A ideia não é promover um atentado contra o criador do Facebook, mas testar os critérios da rede e pressioná-la a excluir o grupo “Morte ao Lula”. Procurado diversas vezes, o Facebook se recusou a comentar especificamente sobre a página contra o petista e não respondeu às perguntas enviadas pela reportagem sobre o tema. “Desenvolvemos um conjunto de padrões para manter nossa comunidade segura e levamos a segurança das pessoas a sério. Analisamos cuidadosamente as denúncias de linguagem ameaçadora para identificar potenciais danos à segurança pessoal e removemos ameaças reais de danos físicos a indivíduos”, limitou-se a dizer a rede social, em nota. Na falta de explicações mais objetivas, a BBC Brasil decidiu investigar as possíveis explicações atrás da recusa imediata à exclusão das páginas. Está na lei A principal é jurídica: segundo o Marco Civil da Internet, lei que regula o uso da rede no país, o Facebook não tem mesmo obrigação legal de retirar imediatamente o conteúdo do ar. “O Facebook tem respaldo para se comportar assim”, diz o professor Luiz Moncau, especialista em direito digital da Fundação Getulio Vargas (FGV). “Para assegurar a liberdade de expressão, a plataforma só pode ser responsabilizada por danos de correntes de conteúdos postados por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar atitudes para tornar o conteúdo indisponível.” A regra existe para evitar que redes sociais ou blogs sejam obrigados a apagar conteúdos que simplesmente desagradem a alguém, mas não necessariamente representem crimes, o que configuraria censura. Se a regra não vigorasse, por exemplo, um político teria direito de tirar do ar uma frase que lhe prejudicasse ─ e ela só poderia voltar ao ar após um processo na Justiça. Equipe entrou em contato com o Facebook duas vezes, sem sucesso; terceiro apelo foi feito a seguidores na rede social. (Foto: BBC) Há duas exceções: fotos de nudez reclamadas pelas próprias pessoas expostas e pedofilia devem ser excluídas, mesmo sem a ordem de um juíz. “Nestes casos, as imagens e fotos não são expressão, nem poderiam ser relativizadas. São registros de crimes”, explica Thiago Tavares, criador da Safernet ─ entidade que atua no combate a crimes cibernéticos e um dos articuladores na criação do Marco Civil da Internet. À BBC Brasil, porta-vozes do Instituto Lula disseram que estudam “medidas jurídicas” para retirar do ar o que consideram “ameaça a integridade física do ex-presidente”. A equipe de Lula diz ter entrado em contato com o Facebook duas vezes pedindo a retirada da página. O segundo pedido ocorreu logo após o lançamento de uma bomba de fabricação caseira na sede do instituto do ex-presidente, em São Paulo, no último dia 30. Sem sucesso, Lula fez um apelo em sua página no próprio Facebook ─ também sem resposta. Morte X Morte Em 2009, um homem foi preso nos Estados Unidos após dizer em uma sala de bate-papo no internet que tinha decidido “assassinar Barack Obama (…) pelo bem do país”. Nas publicações presentes na página contra Lula, há diferentes modalidades de “morte”. “Quero ser o primeiro da fila para executar o que tenho direito”, diz um dos membros da página que pede a morte do petista. “Eu quero participar do enterro desse político vagabundo, embusteiro, mentiroso”, comentou outro. De outro lado, um usuário chamou atenção dos demais: “Não gosto do Lula, quero vê-lo na cadeia, mas nunca desejaria a morte dele. Ele é um ser humano como outro qualquer e torço para que ele se arrependa do mal que fez ao país. Não é desejando a morte de uma pessoa que nos livraremos dela”, disse. Como resposta, recebeu: “O que faz aqui, comunista f***?”. Há quem fique num macabro meio termo: “Nós brasileiros realmente queremos a morte dele ou, se possível, fazer seu sepultamento mesmo vivo (enterro político)”.   Críticos dizem que fotos do líder líbio Muammar al-Gaddafi não têm nada de “simbólico”. (Foto: BBC) Muitas postagens pregam não só a queda do presidente, mas também a quebra da ordem democrática, por meio de intervenção militar. “Precisamos da ajuda do Exército para nos livrarmos do mal”, disse uma usuária. “Militares são honestos e não roubam”, disse outra. “Comunista tem que morrer de bala de fusil”, completou um terceiro. ‘Efeito colateral da lei’ Nos casos em que não ocorre processo judicial ─ como acontece até agora nas páginas que pregam a morte dos políticos ─, cabe ao próprio Facebook decidir se considera ou não os conteúdos ofensivos, de acordo com seus termos de uso. E estas regras são bastante claras: assim como nudez e pornografia, ameaças, ataques a figuras públicas e “atividades criminosas” são expressamente proibidos, segundo o site. Seriam estes termos suficientes para o Facebook apagar as páginas que pregam a morte

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Os patrulheiros da credibilidade promovem nova ética na internet

No final de julho passado, a revista Columbia Journalism Review (CJR, 30/7), publicada a cada dois meses, identificou um desenvolvedor de software que vem checando fotos e fatos no Twitter e atraindo a atenção de estudiosos da imprensa desde o ano passado. Ele atende no Twitter por @PicPedant, e seu nome é Paulo Ordoveza, um filipino desenhista da web e desenvolvedor de software de 37 anos da área de Washington, a capital dos Estados Unidos.¹ Ele verifica origem, propriedade, fonte original e outras informações sobre fotos que encontra no Twitter e corrige os erros que encontra, a despeito dos donos das contas. Muita gente já bloqueou o atrevido verificador que trabalha de graça e com muito entusiasmo. Outros usuários do Twitter agora procuram o verificador para conferir dados e créditos de fatos e fotos com regularidade. Primeiro ele apareceu na revista para fotógrafos Imaging Resource (17/2) em 2014. No mesmo ano, o tabloide Mirror, da Inglaterra (23/3) entrevistou o checa-fatos do Twitter. Depois chegou a vez do diário francês Le Monde (27/5) apresentar ao mundo o novo verificador informal do microblog, com um título bastante elogioso: “Pic Pedant, creditador (atribuidor de créditos) em série e caçador de fraudes” (PicPedant, serial crediteur et chasseur de fakes). O diário francês informou que Ordoveza trabalha duas horas por dia (fora finais de semana) e não é nenhum tipo de “vigilante solitário”. Outros profissionais na rede, como o jornalista Tom Phillips, do BuzzFeed, ou Matt Novak, do Webzine Gizmodo costumam desmontar rumores e boatos em redes sociais, adicionou a revista da Universidade de Columbia. Os sites Snopes, nos Estados Unidos, e o Hoaxbuster, na França, também fazem o mesmo trabalho. Ordoveza pensa em formar uma rede de verificadores na web, adicionou o jornal francês.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Os 30 maiores proprietários de mídia Não é má ideia, e nós, aqui no Brasil, também temos bons exemplos de examinadores do conteúdo da web que poderiam fazer parte dessa rede. Recebem críticas por estragarem a diversão de muitos, mas são fundamentais para o público da web. O Brasil tem um excelente verificador de farsas, rumores e notícias falsas. É o Gilmar Henrique Lopes que administra o siteE-farsas e também atua como verificador de fatos na web há 10 anos. Ele é analista de sistemas e em 2008 apareceu no Programa do Jô (3/4). Gilmar é um amador que cresceu na web graças a sua habilidade não só em apontar erros e farsas, mas por fazer correções de conteúdo. Seu site é bastante visitado; é mais popular que o da CJR. Não tenho dúvidas que Gilmar Henrique seria parte importante de uma rede mundial de verificadores de fatos duvidosos e farsas na web. Os franceses do Monde entenderam o trabalho de Paulo Ordoveza no Twitter como o de um campeão da luta pelos créditos na mídia. Percebi um toque de ironia no jornal francês ao descrever o esforço que o programador e web designer faz na rede. Ele foi chamado de “caçador dos créditos perdidos”, no periódico gaulês. O filipino faz trabalho jornalístico melhor que muitos periódicos e portais da web. Sua presença e de outros como ele na rede é fundamental. Principalmente na mídia social. No final do mês passado o absurdo abaixo foi publicado no Facebook, e muita gente acreditou. Nem que fosse por algumas horas. O atrevimento foi grande: Fonte: Facebook Isto foi publicado no Facebook no dia 30 de julho de 2014: a Rede Globo seria vendida em segredo para a BBC. Quem conhece um pouco sobre a mídia sabe que a Globo é uma corporação maior que a BBC. A emissora carioca do Jardim Botânico é a 17ª maior proprietária de mídias do planeta. O Google é a primeiro e a Globo está na frente do Yahoo e da Microsoft. A BBC não está entre as 30 maiores do planeta na lista anual da Zenithoptmedia: Posição dos 30 maiores proprietários da Mídia Mundial Posição Proprietário da Mídia Posição Proprietário da Mídia 1 Google 16 Asahi Shimbun Company 2 Walt Disney Company 17 Grupo Globo 3 Comcast 18 Yahoo! 4 21st Century Fox 19 Fuji Media Holdings 5 CBS Corporation 20 CCTV 6 Bertelsmann 21 Microsoft 7 Viacom 22 Hearst Corporation 8 Time Warner 23 JC Decaux 9 News Corp 24 Yomiuri Shimbun Holdings 10 Facebook 25 Mediaset 11 Advance Publications 26 Axel Springer 12 iHeartMedia 27 ITV plc 13 Discovery 28 ProSiebenSat.1 14 Baidu 29 NTV 15 Gannett 30 Sanoma Fonte: site ZenithOptmedia, maio de 2015. Metodologia: renda de mídia de cada corporação em diferentes meios de transmissão e comunicação. A carta-renúncia de Dilma A maior emissora de televisão privada do Brasil jamais poderia ser vendida à BBC porque empresas estrangeiras não podem, de acordo com a nossa Constituição, comprar empresas nacionais de telecomunicações e radiodifusão (o Gilmar que descobriu isso primeiro e publicou). Por outro lado, a BBC é muito querida na Inglaterra. Funciona sob autorização de Carta Régia da Coroa Britânica e não pode ser vendida quando o mercado assim o decidir. Qualquer negociação envolvendo as duas gigantes e a negociação de propriedades seria manchete em qualquer publicação do planeta. Isso ficou óbvio desde o primeiro momento. A “notícia” nunca fez sentido em momento algum. Mas enganou muita gente. As farsas noticiosas da web, com todos os seus recursos, exploram a verossimilhança de notícias que poderiam existir em um universo de ficção, mas não são fatos que resistam a conferências e verificações. A Globo, junto com a chinesa CCTV, são as únicas organizações da mídia de países emergentes entre os trinta maiores conglomerados de mídia do planeta, segundo o relatório da ZenithOptmedia. A hegemonia americana é incontestável, com nove entre os dez maiores proprietários de meios de comunicação do planeta. A rede de TV inglesa melhor colocada é a concorrente da BBC na Inglaterra, a ITV plc, que está dez posições abaixo do grupo Globo. A BBC não está no grupo e a falsa notícia durou pouco. Mais uma vez, o caça-farsas brasileiro acabou com a piada. Foi

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Repórteres da Veja saem do Facebook após serem desmascarados por Romário

Repórteres da Veja que assinaram matéria caluniosa contra Romário recebem avalanche de críticas, ironias e questionamentos após terem suas páginas do Facebook divulgadas pelo senador. Desmascarados, os jornalistas excluíram suas contas da rede social. O senador Romário tocou de lado para que seus eleitores chutassem. Publicou no Facebook a pergunta “inocente”: Alguém aí tem notícias dos repórteres da revista Veja Thiago Prado e Leslie Leitão, que assinaram a matéria afirmando que tenho R$ 7,5 milhões não declarados na Suíça? E do diretor de redação Eurípedes Alcântara? Dos redatores-chefes Lauro Jardim, Fábio Altman, Policarpo Junior e Thaís Oyama? Gostaria que eles explicassem como conseguiram este documento falso.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] E tascou os links para as páginas de Facebook dos indigitados, sem sugerir nada, porque era desnecessário. Foi uma avalanche de críticas e ironias nas páginas cujos endereços eletrônicos foram fornecidos pelo “baixinho”. As de Thiago Prado e Leslie Leitão saíram do ar. A página de Lauro Jardim, que ainda funcionava hoje de manhã, tinha centenas de comentários que o ridicularizavam. Certo que alguns exageradamente agressivos, mas a maioria indignados e irônicos: E sobre o Romário Faria não vai falar nada ou vai desativar o Facebook também? Amigo, explica como arranjaram o documento falso do Romário por gentileza? Abraço! Quem foi o estelionatário que falsificou o documento da sua matéria contra o Romário ? Algum parceiro seu? Peixe! É sobre o documento do Romário Faria? Sendo falso pode citar a fonte, ou será que é falsa a noticia? E um dos mais engraçados: Tem um vizinho meu aqui que tá me incomodando muito, já tivemos até algumas rusgas. Gostaria de saber quanto a Veja cobra para publicar uma matéria dizendo que ele tá enriquecendo urânio na casa dele?     Se não descambar para a agressão, o método “cobrança direta” estimulado por Romário talvez seja uma boa lição. Somos responsáveis pelo que escrevemos e, se erramos, temos de reconhecer que erramos e porque o fizemos. Disse ontem aqui que não há “sigilo de fonte” quando se trata de uma falsificação para atingir a honra alheia. E mais: se temos o direito e o dever de em nome da apuração jornalística publicar o que temos segurança de que é verdadeiro, também temos o dever de suportar as consequências disso. Romário tem o direito de reagir e um argumento irrespondível para os que vierem com “punhos de renda” politicamente corretos contra sua iniciativa de publicar os endereços onde seus detratores tem de ler o que se leu acima. Por Fernando Brito/Tijolaço

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Reprovação da presidente Dilma gera humilhações e gozações na internet

Conheça duas versões da carta-renúncia que circulam na web Segundo reproduzimos aqui na Tribuna da Imprensa online anteontem (7),a presidente Dilma Rousseff já estaria de “malas prontas” para deixar Brasília, pelo menos para o colunista do Diário do Poder, o jornalista Cláudio Humberto. Segundo ele, fontes do Palácio do Planalto garantem que a redação da carta de renúncia da presidente, que vive um alto grau de rejeição, já estaria preparada. A redação do documento, ainda segundo o colunista, teria contado com a ajuda de dois ministros: Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça). Caso a renúncia seja confirmada, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumiria imediatamente o comando do Executivo. Na nota publicada no Diário do Poder, o colunista também destaca que existem outras hipóteses para a saída de Dilma, a exemplo de uma ação na Justiça Eleitoral e da representação da oposição por crime financeiro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O colunista já acertou em várias previsões políticas, mas também já cometeu alguns problemas de apuração jornalística ao longo de sua existência. Neste ano, por exemplo, Cláudio Humberto chegou a afirmar que Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos (PSB), seria vice de Lula nas eleições presidenciais em 2018. A notícia foi considerada inverídica por aliados da ex-primeira-dama de Pernambuco. Outra notícia bastante contestada por Humberto foi a venda da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), do Recife. A Companhia de Jesus, que administra a instituição, também negou a negociação. O fato é que caindo ou não do cargo de presidente da República, Dilma Rousseff vem sendo motivo de chacota e avacalhação oficial na web, circulam duas versões hilariantes da tal carta-renúncia da “gerentona”, tudo em função da taxa de reprovação que cresceu e atingiu o recorde de 71% dos entrevistados, segundo revela a ultima pesquisa Datafolha. O índice supera inclusive a pior taxa registrada pelo ex-presidente Fernando Collor às vésperas de sofrer processo de impeachment no Congresso Nacional. Iluska Lopes/Tribuna da Imprensa

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Um prato apetitoso para a boataria e os imbecis

Os delírios dos personagens de Umberto Eco em “Número zero” só comprovam o valor da imprensa profissional – em tempos de Mãos Limpas ou de Lava Jato O juiz Sergio Moro não esconde sua admiração pela Operação Mãos Limpas, dos anos 1990. Em 2004, ele publicou um artigo vangloriando a “cruzada judiciária contra a corrupção política e administrativa” vivida na Itália. Tudo começou em fevereiro de 1992, com um caso banal: a prisão de Mario Chiesa, diretor de um asilo filantrópico de Milão, o Pio Alberto Trivulzio, flagrado com propina recebida de uma companhia de limpeza que, com a aproximação da polícia, tentou sem sucesso despachar pelo vaso sanitário – daí o nome Mãos Limpas. Puxando o fio dessa meada, a ação de juízes, procuradores e policiais levou à investigação de mais de 6 mil pessoas, entre elas 872 empresários e 438 parlamentares, ao redesenho dos partidos na Itália e à queda do então primeiro-ministro, Bettino Craxi, depois exilado na Tunísia. A Mãos Limpas inspirou Moro em toda a arquitetura da Operação Lava Jato – o início banal num posto de gasolina, as confissões de delatores (caso do próprio Chiesa), a prisão de empresários e políticos famosos e o uso do noticiário para exercer a pressão política necessária para desbaratar o esquema. Na época, a sensação de lama sem fim na Itália era muito parecida à que vivemos hoje no Brasil, com a enésima fase da Lava Jato, a Politeia. Lá também ninguém sabia como aquilo acabaria.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Já se sabe que havia muita podridão nos partidos, e que todos embolsavam propinas, é preciso dar a entender que, se nós quiséssemos, poderíamos desencadear uma campanha contra os partidos. Seria preciso pensar num partido de honestos, um partido de cidadãos capazes de falar de uma política diferente.” É com essas palavras, descrição digna da Politeia de Platão, que o diretor abre uma reunião na redação de um novo jornal, o Amanhã, em Número zero, último romance do italiano Umberto Eco. Na Milão de 1992, enquanto eclode a Mãos Limpas, Simei, o diretor, é contratado pelo Comendador Vimercate, um rico empresário, para montar, em vez de um jornal, uma máquina de achaque e chantagem cujo objetivo não é chegar às bancas – mas lhe permitir exercer influência e poder perante a elite italiana a que quer pertencer. Simei chama para ser seu redator-chefe um tradutor e intelectual fracassado, Colonna, o narrador do romance. A missão secreta de Colonna é escrever um relato fantasioso que possa ser publicado ao final da empreitada, para salvar a reputação de Simei – retratado como um jornalista heroico e destemido, não um manipulador pusilânime. A partir daí, Eco, um mestre da ironia, apresenta ao leitor algo como “as 247 lições do pseudojornalismo” praticado por Simei. Invenção de notícias. Distorção de desmentidos. Anúncios fúnebres fraudados. Classificados pessoais fantasiosos. Desprezo por novidades, como os celulares. Fofocas sobre temas irrelevantes, como celebridades ou ordens medievais. Corte de reportagens que ofendem os interesses do comendador. E, naturalmente, a fabricação de dossiês que possam ser usados para chantagear seus inimigos. A redação fica às voltas com o número zero do título, uma edição fictícia para um único leitor – o comendador. Nela, Simei coloca apenas notícias cujos desdobramentos já conhece de antemão. Seu Amanhã, na verdade, foi ontem. O jornal é sacudido por outro ingrediente comum nas obras de Eco: as teorias da conspiração. Um dos jornalistas, com o sugestivo nome Braggadocio (fanfarronice), diz a Colonna estar prestes a obter provas de que Mussolini não fora morto no final da Segunda Guerra Mundial. Braggadocio passa então a narrar uma história rocambolesca que conecta milícias terroristas de extrema-direita, um golpe de Estado fracassado no final dos anos 1960, a loja maçônica P2, a CIA, a morte e o atentado contra dois papas e outros eventos históricos – até os escândalos de 1992. É uma viagem em que “tudo se liga”, como nos bons filmes de espionagem. As consequências do delírio de Braggadocio são terríveis para ele próprio e para o Amanhã. Na época retratada por Eco, não havia internet nem redes sociais. Hoje, o mundo é um prato apetitoso para os êmulos de Simei. Nas palavras do próprio Eco, há esse “reino dos imbecis”, onde qualquer um pode publicar o que quiser, sem necessidade de provar nada nem medir consequências, terreno fértil para boatos e teorias da conspiração. A maior de suas ironias é usar um pseudojornal onde tudo funciona como não deve, para mostrar aonde isso leva. “Nada mais pode nos perturbar neste país”, diz uma personagem a certa altura. “Sempre fomos um povo de punhais e veneno. Estamos vacinados, seja qual for a história nova que nos contem, vamos dizer que já ouvimos coisa pior, e que talvez essa e as outras sejam falsas.” Mas é justamente lá onde brota o “talvez” que a verdade se faz necessária. Os delírios de Braggadocio ou a canalhice de Simei só comprovam o valor da imprensa profissional – em tempos de Mãos Limpas ou de Lava Jato. HELIO GUROVITZ/G1

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Ascensão dos aplicativos de mensagens desafia Facebook

Cinco anos atrás, Justin Pak usava o Facebook para manter contato com amigos e parentes. Agora, o estrategista de marcas, que tem 28 anos e mora em Nova York, prefere usar um dos seis aplicativos de mensagens instalados no seu celular. “Quando mando uma mensagem para alguém, há uma expectativa maior de que eles vão responder”, diz Pak. “Postar no Facebook é como pregar um bilhete na porta de um amigo e torcer para que eles vejam.” O Facebook Inc. popularizou o conceito de rede social dez anos atrás. Agora, a rápida ascensão dos serviços de mensagens está transformando as redes sociais à medida que usuários se comunicam cada vez mais de um para um, em vez de um para muitos, como é a norma no Facebook. Seis dos dez apps mais usados do mundo são serviços de mensagens, segundo a “startup” de dados Quettra. Apps de mensagem são usados, em média, quase nove vezes por dia, comparado com a média de 1,9 para todos os aplicativos, segundo a Flurry, unidade de análise de dados do Yahoo Inc. Os usuários do Facebook recorrem aos aplicativos de mensagens WhatsApp e Messenger entre 25 a 30 vezes por dia, comparado com 15 vezes em que escrevem no “feed” principal do site, segundo estimativa do Deutsche Bank. Analistas preveem que o WhatsApp alcance 1 bilhão de usuários no início de 2016, sete anos depois de ter sido lançado – e dois anos menos que o próprio Facebook levou para atingir essa marca.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Conversas pessoais Estudiosos da comunicação dizem que o crescimento dos aplicativos de mensagens é natural porque conversas pessoais diretas refletem mais fielmente a maneira como as pessoas interagem. Os usuários não estão abandonando o Facebook, mas a função da rede social está mudando. “O WhatsApp está atendendo a uma necessidade mais primária que os [sites] de redes sociais como o Facebook e o Twitter, diz Scott Campbel, professor de comunicações móveis da Universidade de Michigan. “Talvez haja algo de evolucionário nisso, algo que tenha a ver com clãs.” O próprio Facebook aderiu à tendência. Além de ter comprado o WhatsApp por US$ 22 bilhões no ano passado, a empresa americana também desenvolveu e promoveu o Messenger, que conta hoje com mais de 700 milhões de usuários. “Acreditamos que mensagens sejam uma das poucas coisas que as pessoas realmente usem mais do que as redes sociais”, disse no ano passado o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, durante uma sessão pública de perguntas e respostas. Ainda assim, a mudança traz desafios para o Facebook, que ganha dinheiro inserindo anúncios próximos aos posts dos amigos que os usuários veem nas suas páginas do site. Muitos apps de mensagens não as exibem da mesma forma sequencial, o que torna mais difícil acrescentar anúncios. Receitas Alguns serviços de mensagens da Ásia geram receita de outras maneiras. Cerca de 550 milhões de pessoas na China usam o WeChat todo mês para se comunicar com amigos, jogar videogames móveis ou assistir a esportes. A Tencent Holdings Ltd., dona do serviço, recebe uma fração das vendas de mercadorias reais ou virtuais para os usuários. O WeChat também coloca anúncios na sua lista de “Momentos”, que é semelhante ao “feed” de notícias do Facebook. Já o Line, que é popular no Japão, Taiwan e Tailândia, gera receita com compras efetuadas dentro do app e ao vender pacotes de “stickers” on-line, as ilustrações e caracteres que as pessoas se enviam, por cerca de US$ 1,99 cada, para seus 205 milhões de usuários ativos. Até agora, a receita proporcionada por essas iniciativas não chega nem perto do faturamento do Facebook com anúncios. O Line, WeChat e o sul-coreano KakaoTalk cobram de US$ 1,50 a US$ 3,00 por ano de seus usuários ativos mensais, enquanto o Facebook fatura, em média, US$ 9,45 por usuário ativo mensal. Em março, o Facebook deu mostras de seus planos futuros ao abrir o Messenger para que desenvolvedores externos criem apps de vídeo e fotos para a plataforma de mensagens. A empresa também adicionou ao app uma função que permite aos usuários monitorar seus pedidos a varejistas on-line. Esses recursos, porém, ainda não geram receita. David Marcus, responsável pelo Messenger no Facebook, diz que a empresa está consciente do desafio e que precisa superar os apps asiáticos. “No momento, não ganhamos dinheiro com o Messenger”, diz. “Mas estamos esperançosos que, com o tempo, vamos encontrar um modelo de negócios realmente bom e sustentável.” Certamente, o Facebook está longe de desaparecer. Cerca de 1,44 bilhão de pessoas visitam o site pelo menos uma vez por mês. A rede social ganha dezenas de milhões de usuários todo mês, muitos de países em desenvolvimento onde o Facebook é considerado “a internet”. Na média, entretanto, os usuários do Facebook estão compartilhando menos. Perto de 42% dos usuários da rede social dizem que atualizaram seu status ou postaram um comentário no primeiro trimestre – ante 69% no mesmo período de 2013, segundo a firma de pesquisa de mercado GlobalWebIndex. Marcus, do Facebook, diz que o uso da rede social está mudando, mas que tanto o número de usuários do Facebook quanto o tempo que eles passam no site estão crescendo. “Então, isso não é problema.” Há usuários experimentando um modelo híbrido que usa apps de mensagens em comunicações com uma única pessoa ou muitas. A escola de ensino médio Luther Burbank, em Sacramento, Califórnia, por exemplo, usa o WhatsApp para ensinar inglês a alunos não nativos. Todos os dias, os professores fazem uma pergunta à classe por meio de mensagens de texto ou áudio. Os alunos têm até a manhã seguinte para responder. Por Deepa Seetharaman/Valor Econômico

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Marketing Digital para pequenos negócios

O relacionamento é a melhor estratégia para vender mais através da internet. Já contei muitas das experiências que tive com cases de sucesso em que empresas de variados segmentos do mercado aumentaram a lucratividade dos seus negócios e se tornaram mais competitivas diante da concorrência, apostando em marketing digital. Por Roberto Soares Costa Agora venho falar principalmente aos empreendedores de negócios locais como é possível desenvolver o negócio, alcançar novos clientes e aumentar lucros investindo muito pouco em campanhas estratégicas de marketing digital. Como promover meu negócio na internet e lucrar mais? No meu artigo anterior compartilhei a experiência que tive ao ajudar um amigo a encontrar o drone que ele havia perdido. Ofereci ajuda, publiquei sobre o equipamento perdido em minha página no Facebook, patrocinei a postagem e com investimento exato de R$ 4,92, alcancei mais de 3 mil visualizações que trouxeram notícia e a entrega do objeto perdido. O reflexo desta ação foi maior do que esperava, depois disso, com a mesma estratégia de anúncio patrocinado e bem direcionado, passei ajudar a encontrar animais de estimação perdidos e promover vendas para pequenos negócios locais.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Com isso, reafirmo que estratégias bem pensadas trazem grandes resultados sem a necessidade de investir grandes cifras. O Facebook dentro deste contexto é um canal a se explorar sem medo de apostar, pois com muito pouco você tem a chance de ganhar muito. E é simples, para isso basta que você tenha dados de acesso à internet no Brasil e conheça seu público. De acordo com números do Banco Mundial 51,6% da população brasileira usa internet. Com estes dados e alguns outros números demográficos é possível desenvolver uma campanha barata e extremamente assertiva. Este número é muito importante para a segmentação das suas campanhas e vai ajudar você a definir periodicidade, impressões e o investimento que você precisa realizar para alcançar a sua audiência. Identifique o seu público e comunique-se com ele Comunicação significa “dizer algo a alguém” e ser “entendido”. Conhecendo seu público você pode segmentar sua oferta. Segmentando de forma correta é possível através de um percentual da população economicamente ativa expor uma marca, produto ou serviço a toda a população de uma cidade ou região. Quando o cliente busca a oferta, estamos trabalhando com marketing de intenção. Ele precisa, ele busca. Quando induzimos, trabalhamos com marketing de indução, exposição. É sempre mais fácil vender para quem precisa e por isso a comunicação deve ser diferente para cada tipo de público. Em ambas as situações é perfeitamente possível conquistar atenção, visibilidade e atrair consumidores através de links patrocinados no Google ou facebook . Propaganda espontânea é resposta de uma boa estratégia Além das estratégias patrocinadas a autoridade do seu cliente é tão importante para o seu negócio quanto você é para os seus amigos. Você quer que ele fale bem de você e traga os seus amigos? Existem técnicas simples e muito baratas pra isso. Você pode fazer com que o seu cliente trabalhe para você e isso pode ser feito de uma forma natural, divertida, simples, barata e muito eficiente, ampliando assim o potencial das suas ações de marketing. Exemplo de investimento em Facebook – Divulgação nas imediações Em uma cidade de 300.000 habitantes, levando em consideração o Facebook, e um público de 20 a 30 anos masculino, considerando que 51% da população utiliza a internet diariamente é possível garantir que com um investimento inferior a R$ 100,00 seja possível atingir todos os internautas ativos  neste raio de ação. Você leva uma oferta que atenda a necessidade deste público, entrega naturalmente o que ele está buscando e se a experiência dele com o seu “produto” for satisfatória  naturalmente ele vai participar da ação. Segmentar para conquistar Esta estratégia de segmentação serve  tanto para objetivos sociais quanto comerciais, faz com que seja fácil encontrar animais e bens perdidos, expor produtos e serviços com qualidade e menor custo. Se você tem um negócio local invista na estratégia e na identificação do seu cliente. Nas  redes sociais a propaganda se propaga naturalmente, basta direcionar para o público certo. Se você tem uma oferta aderente às necessidades do seu público, anuncie, a resposta é rápida. Quer saber mais sobre marketing digital e conhecer estratégias de segmentação, aprender a definir valor a ser investido em uma campanha, número de Impressões e estratégias para que seu cliente trabalhe para você? Para ler mais dicas acompanhe o site: www.osempreendedores.com.br  e a minha página no Facebook: www.facebook.com/robertoscosta.

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