Três motivos para o criador do Facebook rir à toa – e um para se preocupar

Em 2004, um universitário americano de 20 anos, ainda desconhecido do público, foi chamado para participar de uma entrevista em uma grande emissora dos Estados Unidos para explicar um site que havia lançado alguns meses antes.

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Mark Zuckerberg passou de desconhecido a um dos mais jovens bilionários do mundo em 11 anos – Image copyrightAFP

“O que é o Facebook exatamente?”, perguntou uma jornalista a ele.

Hoje, pouco mais de uma década depois, esta pergunta não faz mais qualquer sentido – assim como chamar Mark Zuckerberg de um universitário desconhecido.

Neste período, o Facebook se tornou a rede social mais popular do planeta, presente em centenas de países, e um dos sites mais acessados na internet como um todo.

A empresa não só cresceu por conta própria como também comprou outras menores, como o serviço de mensagens WhatsApp e a rede social Instagram, e tornou-se uma corporação bilionária.

Mark Zuckerberg tornou-se um empreendedor bilionário de sucesso, o equivalente ao Bill Gates ou Steve Jobs de sua geração, e uma das vozes mais influentes do mundo.

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Este feito bastaria para que ele tivesse um sorriso estampado em seu rosto todos os dias, mas, no último mês, o Facebook atingiu marcos importantes na sua autodeclarada missão de “conectar o mundo”.

No entanto, mesmo diante destas boas novas, as ações da companhia perderam valor, um sinal de alerta enviado por analistas de mercado e investidores.

Veja a seguir três motivos pelos quais Zuckerberg está rindo à toa e um para se preocupar:

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Metade dos internautas do mundo usam o Facebook todo mês

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Em julho, a rede social anunciou que o número de pessoas que a usa pelo menos uma vez por mês cresceu 13% de abril a junho, para 1,49 bilhão de pessoas.

Isso equivale a metade dos 3 bilhões de internautas estimados em todo o mundo.

Junto a este aumento no número de usuários mensais veio um crescimento da receita de 39% neste trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 4,04 (R$ 14,2 bilhões).

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Uma em cada sete pessoas do planeta acessaram o Facebook em apenas um dia

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Na última segunda-feira, o Facebook atingiu um outro marco importante: pela primeira vez, 1 bilhão de pessoas o acessaram em um único dia.

Na prática, isso significa que uma em cada sete habitantes do planeta entrou no site num período de 24 horas.

Este número dá uma noção do crescimento acelerado do Facebook nos últimos anos, pois há pouco tempo, em 2012, a empresa celebrava a marca de 1 bilhão de usuários por mês.

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Isso pode ser só o começo

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Ao anunciar a marca de 1 bilhão de usuários em um só dia, Zuckerberg disse: “Este é só o começo (de nossa missão) de conectar o mundo”.

O repórter de tecnologia Dave Lee, da BBC News, concorda com ele.

“É claro que, nos Estados Unidos e na Europa, está quase atingindo seu limite de crescimento, mas há muitos lugares onde ainda pode crescer, como África, a maioria da Ásia e parte da América Latina”, escreve Lee em um artigo recente.

“Muito em breve, ter 1 bilhão de pessoas usando o Facebook em um dia não será algo extraordinário. Vamos olhar para este dia e rir de como insignificante este marco terá se tornado.”

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Mas este crescimento tem um preço

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Pouco depois do anúncio dos resultados financeiros do último trimestre, quando a empresa anunciou que metade dos internautas do mundo o usam todo mês, as ações da empresa caíram 5%.

A queda em si não é expressiva, mas, segundo analistas, sinaliza uma preocupação do mercado com a estratégia da empresa.

O Facebook informou que seus gastos no último trimestre aumentaram 82%, para US$ 2,8 bilhões, o que fez seu lucro cair 9%, um sinal de que o aumento de sua receita não está acompanhando o ritmo de crescimento dos gastos.

Segundo Zuckerberg, isto reflete os “investimentos e melhorias” promovidos pela rede social, como um novo data center aberto para evitar que o site fique fora do ar e novas formas das pessoas se conectarem a ele.

Mas ficou claro que a forte expansão do Facebook tem um alto preço, e isso deixa seus investidores ligeiramente preocupados em relação ao futuro da empresa.

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BBC

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