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Carla Zambelli e a maldita imunidade parlamentar

Tá bem! Eu sei que o 4r7hur £!ra é quem manda na Câmara. O que falta para [arl4 2@amb€lli ser cassada? Mentir, contratar hacker para invadir redes públicas, difamar ministros do STF, perseguir pessoas na rua com arma na mão, fazer comentário racista contra uma mulher negra? Ela já fez tudo isso. A demora da Justiça brasileira em punir políticos infratores é um forte indicativo de que a lentidão está sendo substituída pela omissão. Karvalho!,maldita imunidade parlamentar.

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O neonazista pedófilo e homofóbico preso enquanto preparava ‘jihad branca’

Jack Renshaw é suspeito de integrar organização banida Um júri britânico não conseguiu decidir se Jack Renshaw, neonazista que confessou um plano para matar uma parlamentar no Reino Unido, permaneceu como membro de um grupo terrorista que foi banido do país.Agora que chegou ao fim seu quarto e último julgamento, um processo que durou dois anos, podemos contar sua história completa. Eles bebiam lá regularmente. Normalmente, aos sábados. Muitas vezes, durante a semana também. O número de participantes variava – podiam ser apenas dois ou um grupo de dez. O local era o Friar Penketh em Warrington, um pub concorrido no centro da cidade. Este é o Friar Penketh, um pub movimentado no centro da cidade Mas o papo do grupo não era sobre futebol ou trabalho -, a conversa girava em torno de temas muito mais sombrios, como o ódio aos judeus e não-brancos, a veneração ao nazismo e Adolf Hitler, e o fascínio deles com o terrorismo. No sábado de 1º de julho de 2017, vários integrantes e ex-membros da Ação Nacional, organização neonazista banida do Reino Unido sob a lei antiterrorismo, chegaram ao pub no fim da tarde. Pouco depois, se juntou a eles um homem de aparência jovem, cujos olhos grandes e hostis contrastavam com seu corpo franzino e tímido. Na mesma hora, o rapaz de 22 anos começou a reclamar sobre uma investigação policial em andamento contra ele por incitar o ódio racial em seus discursos. Jack Renshaw despertava a simpatia de seus companheiros de bar. Jack Renshaw em um vídeo do Partido Nacional Britânico À medida que a noite avançava, ele revelou um plano iminente – se fosse acusado pela polícia, faria uma manifestação política matando a parlamentar Rosie Cooper. Ele já tinha comprado um gládio – espada curta romana – para levar a cabo o assassinato. O plano incluía fazer reféns e atrair a detetive que estava investigando seu caso para o local, exigindo falar com ela. Ele então a mataria também. Na sequência, ele cometeria “suicídio pela polícia” (ato de induzir deliberadamente um policial a atirar em você), ao avançar na direção dos policiais armados usando um colete-bomba falso, conforme contou ao grupo. O ataque seria um ato da “jihad branca” – termo usado pela Ação Nacional – e ele planejava gravar um vídeo em que apareceria como um mártir explicando seus motivos. Nenhuma das pessoas ao redor da mesa contestou Renshaw – pelo contrário, duas delas chegaram até a sugerir alvos alternativos, como a então ministra do Interior do Reino Unido, Amber Rudd, e uma sinagoga. O que nenhum deles sabia era que um dos integrantes da mesa estava passando informações secretamente para a organização antirracismo Hope not Hate. Correndo contra o tempo Robbie Mullen, que no passado era neonazista convicto, estava desapontado e queria abandonar o grupo. “Eu não queria estar envolvido na morte de ninguém, ou em um grupo que estava envolvido em matar pessoas. Eu só não queria que ninguém fosse morto ou ferido”, diz ele. Quando Mullen foi embora do pub naquela noite, Renshaw abraçou ele e disse que provavelmente não se veriam novamente. Assustado com o que estava por acontecer, Mullen entrou em contato imediatamente com a Hope not Hate. “Jack vai matar uma parlamentar em breve”, contou. Jack Renshaw O caso de Renshaw ilustra claramente os perigos da radicalização. Ele nasceu em Lancashire, na Inglaterra, e começou a se envolver com política na adolescência – primeiro com a Liga de Defesa Inglesa e depois com o Partido Nacional Britânico (BNP), depois de conhecer seu então líder, Nick Griffin, em um evento. Quando terminou a escola, ele cursou economia e política na Universidade Metropolitana de Manchester, mas foi convidado a se retirar por seu ativismo de extrema-direita. Jack Renshaw chegou a trabalhar no Parlamento Europeu em Bruxelas Renshaw ficou anos no BNP, aparecendo em cartazes e vídeos do partido, além de dar palestras em conferências. Trabalhou ainda no Parlamento Europeu em Bruxelas. Ele também se envolveu em campanhas contra o aliciamento sexual de crianças. Certa vez, perguntado sobre como descreveria sua jornada, Renshaw disse: “Eu comecei basicamente como um civil nacionalista com, digamos, pensamentos racistas ligeiramente encobertos, e agora sou um nacional-socialista abertamente racista.” A Ação Nacional se tornaria seu lar político. O grupo britânico, fundado em 2013, era abertamente racista e neonazista. E foi banido em dezembro de 2016, após uma investigação concluir que estava exaltando ilegalmente o terrorismo. A Ação Nacional havia usado, inclusive, uma conta oficial no Twitter para comemorar o assassinato da parlamentar Jo Cox, em junho de 2016, por um supremacista branco. Robbie Mullen, na época funcionário de um armazém em Runcorn, Cheshire, havia se juntado ao grupo após se converter à política extremista. Ele chegou a pesquisar outras organizações, mas foi seduzido pelas ideias da Ação Nacional, cujos membros se vestiam de preto em manifestações e usavam as redes sociais para promover suas atividades. Direito de imagem HOPE NOT HATERobbie Mullen, que já foi um neonazista convicto, se desiludiu e deixou a Ação Nacional Mullen, hoje com 25 anos, disse à BBC que foi atraído inicialmente pela “imagem” do grupo e porque seus membros tinham mais ou menos a sua idade, “enquanto a extrema-direita tradicional era formada por velhos que bebiam em pubs”. Mullen, assim como Renshaw, que era porta-voz da Ação Nacional, se tornou uma figura proeminente no grupo, ajudando a organizar atividades no noroeste da Inglaterra. ‘Parasitas’ Renshaw parecia se deleitar com a crueldade da ideologia do grupo. Seus perfis nas redes sociais se converteram em uma corrente vil de ódio e teorias de conspiração maliciosas, com o povo judeu sendo alvo frequente de ataques. Mas foram dois discursos antissemitas que ele fez em nome da Ação Nacional que o levariam à ruína. Durante uma manifestação na orla de Blackpool em março de 2016, Renshaw disse que os judeus eram “parasitas” e que a Grã-Bretanha havia escolhido o lado errado na Segunda Guerra Mundial, em vez de lutar ao lado dos nazistas que estavam implementando a “solução final”. Em

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Pobre e negra: de faxineira a juíza

De faxineira a juíza, a história de uma mulher pobre e negra no Brasil Adriana Queiroz pagou parte dos seus estudos como limpadora de um hospital e escreveu um livro. A luz do quarto de Adriana Queiroz estava sempre acessa nas madrugadas. Ela trabalhava durante o dia, estudava às noites e rezava para que quem apenas a via como uma mulher negra, pobre e filha de analfabetos não quebrasse seu sonho. Adriana não queria ser o que os outros esperavam dela, ela queria ser juíza em um país onde a taxa de analfabetismo das mulheres negras (14%) mais que duplica a das brancas (5,8%), segundo o IBGE.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Adriana, com 38 anos, é hoje titular da 1ª Vara Cível e da Vara de Infância e da Juventude de Quirinópolis, em Goiás. Tem cinco pós-graduações, estuda Letras nas horas vagas, mas já foi faxineira. Ela teve que se esforçar muito mais que a maioria dos seus colegas de aula para vestir a toga. E conseguiu. Hoje conta suas conquistas em um livro que acabou de lançar, Dez passos para alcançar seus sonhos – A história real da ex-faxineira que se tornou juíza de direito. Os pais de Adriana eram trabalhadores rurais no sertão da Bahia e se mudaram para Tupã, um município de 63.000 habitantes no interior de São Paulo, em busca de uma vida melhor. O orçamento familiar aumentou, o pai virou motorista de ônibus e a mãe vendedora ambulante, mas pagar uma faculdade era ainda um sonho de outra classe social. “A vida deles sempre foi muita dura. Meus pais sofreram muito, eles queriam me dar o que eles não alcançaram, mas não tinham condições. Ninguém na minha família tinha condições de me ajudar”, lembra a juíza em uma conversa por Skype. A magistrada, que sempre estudou em escola pública, foi a terceira classificada no vestibular para cursar direito, mas a única faculdade de sua cidade era privada. Não tinha como pagar, muito menos como cogitar uma universidade pública em outra cidade. “Eu soube do resultado da prova numa sexta e, na segunda, já tinha que fazer a matricula ou perdia a vaga. Tive três dias para decidir o que fazer, ver se teria que abandonar”. Ela resolveu, em seguida, pedir conselho e emprego a um professor da cidade. Ele, que trabalhava no corpo administrativo da Santa Casa, conseguiu uma vaga para ela na instituição. De faxineira. Adriana se orgulha daqueles seis meses que limpou o hospital, mas o salário mínimo que recebia não era suficiente para pagar a mensalidade da universidade e ainda ouvia chacota dos colegas. “Força nos braços, advogadinha!”, lhe gritavam. “Esse episódio é muito marcante para mim, justamente por esse preconceito de que alguém que exerce um cargo como eu exercia não possa sonhar alto”. Faltavam horas para o prazo da matrícula expirar quando Adriana plantou-se na frente do diretor da faculdade. Compartilhou seu sonho de estudar. “Ele se sensibilizou e me concedeu uma bolsa de 50% e diluiu o valor da matrícula nas mensalidades. Assim, durante o dia trabalhava na limpeza e à noite ia estudar”. Para espanto dos seus conhecidos e familiares, durante a faculdade, Adriana resolveu ser juíza. “Quando anunciei isso as pessoas ficaram espantadas. Não era comum no meu contexto almejar um cargo tão alto. É como se fosse algo inacreditável, faziam questão de frisar que eu era pobre e negra, como se não tivesse nenhuma chance”, lamenta. Decidida, em 2002, terminou os estudos, pediu demissão na Santa Casa, onde já tinha sido promovida ao corpo administrativo e guardou suas coisas em duas sacolas plásticas. Partia para a capital para se preparar. “Eu não tinha nem mala”, relata. Após alugar um quartinho no bairro da Liberdade e se matricular no curso preparatório para o concurso da magistratura o dinheiro da conta dava para, no máximo, mais dois meses. “Foi um momento muito crítico, o dinheiro estava acabando e eu não tinha conseguido trabalho”, conta Adriana. “Eu me vi de novo nesse dilema de ter ou não que abandonar”. Não precisou. O diretor do curso, o procurador Damásio de Jesus, viu nela uma “pessoa incomum”. “Logo à primeira vista, olhando nos olhos daquela jovem advogada de 24 anos, tive certeza de que estava diante uma lutadora, uma pessoa incomum, de alguém que, sem dúvida, estava fadada a um grande futuro”, destaca o jurista no prefácio do livro. Damásio ofereceu para ela uma bolsa de 100% do curso durante dois anos e a empregou na biblioteca da instituição. “Fiquei sete anos estudando, sábados, domingos e feriados. Quando as pessoas iam viajar, eu ficava na biblioteca. Depois de inúmeras reprovações, eu consegui. Em janeiro de 2011 passei o concurso e me tornei juíza em Goiânia”. Caçula de seis irmãos, a única deles que tem ensino superior, Adriana quer motivar agora com o livro a todas as pessoas que, assim como ela, “sonham, mas estão desacreditadas”. “É possível romper os paradigmas sociais”, encoraja. “Eu, particularmente, não sofro racismo hoje. Mas sim vivencio a grande surpresa das pessoas quando me veem. Porque quando o advogado vai procurar o juiz, ele não espera encontrar alguém como eu. Eu não me importo. Eu fico feliz de ter quebrado esse paradigma”.  

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Estados Unidos, um país à beira da desintegração

Os EUA parecem não encontrar mais paz. Mais uma vez, policiais foram mortos, e cresce a preocupação com novos tumultos e protestos. A ordem habitual do país corre perigo de se esfacelar, opina a jornalista Ines Pohl. Ines Pohl é correspondente da DW em Washington De maneira alarmante, os Estados Unidos parecem ser a prova do quão rapidamente sociedades democráticas podem ficar fora de equilíbrio em um mundo em que as forças centrífugas da globalização rasgam as ordens políticas conhecidas. Um mundo em que as pessoas procuram refúgio no nacionalismo e não conseguem mais encontrar paz no frenesi do mundo digital.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Contextos já não são analisados como deveriam. Em vez disso, culpados são rapidamente encontrados, bodes expiatórios são nomeados. O mundo está dividido em “bem e mal”, em “nós e eles”. A realidade se tornou estressante, não existem mais respostas fáceis, e uma análise honesta chegará sempre à conclusão de que o mundo rico tem que prover, pois o mundo pobre já não quer mais ficar assistindo pacificamente ao que está acontecendo. Por isso que nos Estados Unidos, esse país de imigrantes, vem crescendo a agressão entre diferentes culturas, religiões, cores de pele. Por isso, pessoas são diariamente baleadas na rua, estudantes e policiais são mortos a bala. Certamente as liberais leis de armas têm algo a ver com isso. E é verdade que o racismo, que muitos achavam superado, desempenha um papel terrivelmente importante. Ainda. No entanto, o problema tem mais uma dimensão. A ordem habitual do país corre perigo de se esfacelar. As pessoas já não estão mais dispostas a aceitar as consequências da nova ordem mundial. Políticos não parecem encontrar – junto com instituições, sindicatos, autoridades estaduais, policiais e sociedade civil – soluções credíveis. Quem viaja pelos Estados Unidos em 2016 encontra um país em fuga da realidade. Isso combina com o fato de que um homem cujo grande sucesso foi celebrado em um reality show se prepara para se tornar o próximo presidente dos Estados Unidos da América. As pessoas se refugiam em mundos virtuais. As pessoas encenam fotos para o Snapchat, Facebook, Instagram ou outras mídias sociais. Quem viaja por este país pode observar como crianças de um ano posam para foto quando avistam uma câmera. Elas vivenciam adolescentes que, aos sábados, não conversam uns com os outros no bar, mas ficam lado a lado, posando para as fotos que vão diretamente para a internet. A realidade está se transformando em um palco para a encenação de uma vida que muitas vezes não condiz com a realidade. Há estudos que mostram que, para muitos, a visita ao restaurante, a caminhada na praia, o jantar de família só é “vivenciado” quando as fotos e videoclipes são postados na internet. E isso serve até mesmo para o memorial diante da delegacia de polícia em Dallas, onde as pessoas só começaram a soluçar e se abraçar quando uma câmera foi apontada para elas. Donald Trump aposta na realidade encenada, incluindo os castelos do sonho em seus campos de golfe, as torneiras de ouro na Trump Tower, a cor artificial do rosto e o cabelo falso. Ele tem que fazê-lo porque lhe falta substância. Ele pode fazê-lo porque aprendeu cedo a seduzir as pessoas. E ele tem tanto sucesso porque muitos preferem sonhar com um mundo passado a trabalhar

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Donald Trump: um maluco na Casa Branca

Mesmo com vitórias pontuais de seus concorrentes, a cada urna apurada nas prévias eleitorais norte-americanas, Donald Trump aproxima-se, cada vez mais, da condição de mais provável candidato do Partido Republicano dos Estados Unidos a disputar, provavelmente contra Hillary Clinton como aspirante a Presidente do Partido Democrata, as eleições presidenciais deste ano. As chances de Trump ser eleito são aparentemente pequenas, mas, considerando-se a crise – quase que permanente – pela qual o capitalismo está passando e o processo de imbecilização crescente da população mundial, ligado ao crescimento de seitas mais ou menos fundamentalistas, ideias e propostas neo e ultraconservadoras – em muitos casos, simplesmente fascistas – na internet, sempre existe a possibilidade de que a loucura se imponha sobre um mínimo de razão, minguante, fazendo com que, como em um título de uma comédia de Hollywood, em breve se tenha – em caso de eventual derrota da senhora Clinton – Um Maluco na Casa Branca.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O relativo sucesso de Trump, até agora – mesmo que com a recomendação contrária de expressivas lideranças do próprio Partido Republicano -, deve servir de alerta ao Brasil. Se não houver um forte apelo ao bom senso, no sentido de um entendimento entre as principais lideranças políticas brasileiras, para conter a radicalização, o ódio ideológico e o imponderável, sempre existe a possibilidade do aparecimento, a cavalo do populismo, e da ignorância de um público cada vez mais raivoso, preconceituoso e burro, de um pequeno Donald Trump tupiniquim – não necessariamente loiro ou com peruca de asno – para disputar, e eventualmente ocupar, o principal cargo da República. Afinal, como naqueles programas de televisão “sobrenaturais”, as coisas mais absurdas já vêm ocorrendo por aqui, e estão sendo tratadas, pelas instituições, e por uma parte retorcida e irresponsável da imprensa, como se fossem absolutamente normais. Daí a se colocar Um Maluco no Palácio do Planalto, bastam apenas dois ou três passos. Afinal, como se pode ver pelos “panelaços” e as redes sociais, politicamente boa parte da opinião pública está agindo como se usasse óculos 3D o tempo todo, para exagerar na distorção da realidade. E uma outra boa parte, viseiras. Por Mauro Santayana

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Republicanos manipularam fotos de Obama para ganhar votos

Estudo mostra que parlamentares republicanos dos EUA apelam para preconceitos raciais e étnicos implícitos em fotos para conquistar votos de racistas. Na campanha de 2008, republicanos retrataram Obama com um tom de pele mais escuro – Foto: Courtesy of Solomon Messing Parlamentares republicanos dos Estados Unidos apelam para preconceitos raciais e étnicos implícitos em imagens em suas campanhas eleitorais. A constatação é de um estudo publicado este mês no periódico Public Opinion Quarterly. O estudo se baseou em fotos da campanha presidencial americana de 2008 usada por republicanos. Foram analisadas um total de 126 imagens de anúncios do então candidato democrata Barack Obama e seu adversário republicano, o senador John McCain.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Os resultados mostram que imagens de video e fotos eram editadas de forma a retratar de maneira bem diferente cada um dos candidatos. Enquanto Obama aparecia com um tom de pele mais escuro do que o que tem naturalmente, McCain aparecia com o tom de pele mais claro. No total, Obama aparece com um tom de pele escurecido artificialmente em 86% das imagens usadas por republicanos. A manipulação das imagens visava atiçar a aversão de eleitores racistas sem expressar diretamente este preconceito. Segundo o estudo, essa é a chamada estratégia “apito de cachorro”, em referência a um tipo de apito usado por adestradores que apenas os cachorros podem ouvir. Isso porque somente eleitores racistas são afetados pela mensagem implícita nos anúncios. O estudo mostra que embora o preconceito em campanhas eleitorais americanas tenha vindo à tona este ano, por conta de Donald Trump, ele já existia em quase todas as corridas eleitorais do país. Os resultados também evidenciam que o preconceito racial contra negros com tom de pele mais escura ainda é bastante forte nos Estados Unidos. Blog Opinião e notícia

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Facebook anuncia medidas contra racismo na Alemanha

Em meio à crise migratória, rede social quer lançar campanha contra discurso de ódio e promete força-tarefa para lidar com conteúdos sensíveis. Governo vinha pressionando empresa a apagar comentários xenófobos. Sob pressão, o Facebook anunciou nesta segunda-feira (14/09) medidas contra a xenofobia e o racismo na rede social na Alemanha. Entre as propostas, está uma força-tarefa com organizações alemãs para lidar com comentários de ódio. Segundo o Facebook, o objetivo é, ao lado de empresas, organizações e partidos políticos, “trabalhar em soluções adequadas para combater a xenofobia e o racismo”. A Alemanha vem sendo palco de cada vez mais atos contra requerentes de asilo e refugiados em meio à crise migratória que atinge a Europa. O país espera receber 800 mil migrantes neste ano. O Facebook busca uma parceria com o Serviço Multimídia de Autocontrole Voluntário (FSM, na sigla em alemão), uma das organizações líderes em segurança na internet na Alemanha, para a denúncia de conteúdos questionáveis na rede social.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Segundo informações do próprio FSM, o grupo tem anos de experiência com “conteúdos online controversos e a difícil avaliação entre liberdade de expressão e proteção de direitos previstos na Constituição, como a dignidade humana”. Além disso, o Facebook pretende se engajar mais no “contradiscurso”, ou seja, o discurso de ódio deve ser combatido com argumentos mais racionais através de uma ampla campanha a ser lançada pela rede social, com a participação de especialistas internacionais. “Mídias sociais podem ser usadas de forma eficaz para discutir e questionar pontos de vista como a xenofobia”, disse em comunicado o Facebook, antes de uma reunião com o ministro da Justiça alemão, Heiko Maas, em Berlim. Segundo Eva-Maria Kirschsieper, representante do Facebook na Alemanha, a maioria dos 27 milhões de alemães que usam a rede social o fazem de maneira muito positiva. “Muitos grupos organizam ajuda humanitária para novos refugiados através da nossa plataforma”, disse. “Mas uma minoria divulga conteúdos que superam o nível de liberdade de opinião aceitável.” O Facebook afirmou que, antes de apagar conteúdos, vai avaliar a questão da liberdade de opinião e os possíveis efeitos na sociedade. Os comentários denunciados serão analisados por funcionários de língua alemã. DW

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Como o Facebook lida com comentários racistas

Uma explosão de comentários racistas no Facebook na Alemanha nos últimos dias gerou uma onda de indignação na população e reação também por parte do governo. Afinal, o que é removido da página, e a que velocidade? Na carona da crise de refugiados na Europa, posts com conteúdo racista e manifestações de ódio entre os usuários do Facebook em alemão tem sido frequentes. A situação atingiu um ponto em que o governo alemão teve de intervir, exigindo que o Facebook remova posts “xenofóbicos e racistas”, expressando hostilidade a refugiados e migrantes na rede social. Na semana passada, o ministro da Justiça, Heiko Maas, escreveu uma carta aberta pedindo que a empresa revise urgentemente a sua política sobre discurso de ódio. Este comentário bastante compartilhado no Facebook, por exemplo, revoltou muitos usuários da rede social no idioma alemão: “A Áustria está com um problema de carne estragada. Um caminhão foi confiscado em uma estrada com, pelo menos, 50 pedaços de carne síria estragada”, diz o comentário, referindo-se aos 71 corpos de refugiados encontrados em um caminhão abandonado em uma rodovia austríaca na semana passada. Usuários chocados denunciaram o comentário para o Facebook, que tem quatro equipes mundiais de especialistas – que operam 24 horas por dia, sete dias por semana, trabalhando em mais de duas dúzias de idiomas – e promete examinar as denúncias em 72 horas. Após o prazo, a empresa mandou uma resposta padrão: “Isso não viola os padrões da comunidade.” Linha tênue Questionada pela DW, a empresa informou por meio de nota que tem se confrontado com novos conteúdos ou casos extremos que testam suas políticas internas. “Devido à diversidade da nossa comunidade global, nós achamos que, às vezes, as pessoas postam coisas que podem ser desagradáveis ou perturbadoras para alguns, mas podem talvez não violar os padrões da comunidade”, declara empresa. O especialista em mídia social Hendrick Unger acredita que, via de regra, devido à imensa quantidade de conteúdo postado diariamente, o Facebook confia bastante nos seus usuários para reportarem problemas e violações. Unger: nudez é deletada mais rápido que discurso de ódio A empresa estruturou os padrões da comunidade sobre nudez, violência e discursos de ódio, mas bloquear “conteúdo sexual extremo é a prioridade”, diz Unger, acrescentando que tudo que seja remotamente fálico é removido. “Outros comentários, seja discurso de ódio, seja racismo, por alguma razão, não são têm prioridade tão alta ao ponto de poderem ser deletados imediatamente”, completa. Para Unger, o Facebook evoca a liberdade de opinião, e isso pode ser de fato um limite tênue. Equilibrando interesses O Facebook escreve que o incitamento ao ódio contra grupos específicos “viola as nossas normas e será imediatamente apagado”. Também especifica que tipo de conteúdo é nocivo, salientando aquele que “ataque diretamente pessoas quanto a raça, etnia, origem, religião, gênero, orientação sexual, deficiência ou doença”. Refugiados não são definidos como detentores de proteção particular. Mas comentários mal intencionados direcionados a este grupo devem seguir os padrões da comunidade Facebook. Unger diz que, obviamente, a empresa não está imune à pressão política e pública. “Mas, geralmente, é um processo demorado, trabalhoso, e as decisões levam tempo para serem tomadas.” Até o momento, a experiência do especialista em mídia social é que o Facebook insiste em manter seus padrões e que os usuários realmente apenas tenham a opção de entrar ou abandonar a plataforma. Se é um assunto perturbador – uma mudança nos termos da empresa e nas condições que devem ter implicações na proteção de dados – o Facebook tem uma atitude arrogante, do tipo: “aceite ou saia”, diz Unger. Afinal, o Facebook é usado para “problemas e tumulto”. Nas próprias palavras do Facebook: “equilibrar os interesses desta comunidade diversa é um desafio constante.” DW

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