Arquivo

Silvia Plath – Poesia – 16/01/24

Boa noite Palavras Sylvia Plath¹ Golpes, De machado na madeira, E os ecos! Ecos que partem A galope. A seiva Jorra como pranto, como Água lutando Para repor seu espelho sobre a rocha Que cai e rola, Crânio branco Comido pelas ervas. Anos depois, na estrada, Encontro Essas palavras secas e sem rédeas, Bater de cascos incansável. Enquanto Do fundo do poço, estrelas fixas Decidem uma vida. ¹Sylvia Plath * Boston, Usa – 1932 d.C + Primrose Hill, Londres – 11 de fevereiro de 1963 d.C

Leia mais »

Elisa Lucinda – Versos na tarde – 30/04/2015

Poema Elisa Lucinda¹ Adoro uma bobeira uma palhaçada uma palavra à margem uma idéia engraçada uma sacanagem adoro a surpresa da piada uma indecência boa adoro ficar à toa fazendo trocadilhos obscenos com sexo. Adoro o que não tem nexo e por isso faz rir adoro a bobagem pueril a coisa que não tem rumo que de repente me escolhe e me olha. Preciso da besteira para obter a glória! ¹Elisa Lucinda * Vitória, ES. – 2 de Fevereiro de 1958 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Emily Dickison – Versos na tarde – 09/01/2015

Poema Emily Dickison ¹ Para o Ódio nunca tive – Tempo – pois que a Morte espreita – E a vida nunca foi tanta Que uma Aversão se acabasse. Nem tempo tive de Amar – Ocupar-me Era preciso – Do amor o simples Trabalho – Como achei – Que Me bastava. ¹ Emily Dickinson * Boston, Usa – 10 de Dezembro de 1830 d.C + Boston, Usa – 15 de Maio de 1886 d.C >> biografia Nota do Editor O poema acima foi extraído do livro “Emily Dickinson: Alguns Poemas”. Tendo vivido e produzido à margem dos círculos literários de seu tempo, solteira por convicção e auto-exilada dentro de casa por mais de vinte anos, Emily Dickinson não chegou a publicar os seus versos, por não se submeter aos rígidos padrões de discrição e singeleza que se esperava então de uma mulher. Sua voz era uma voz estranha em meio às tímidas dicções poéticas da época, e por essa razão ela teve de encarar em vida a rejeição de seu labor poético. Ao arrumar o quarto de Emily depois que ela morreu, a sua irmã Lavinia encontrou uma gaveta cheia de papéis em desordem. Eram cadernos e folhas soltas com uma grande quantidade de poemas inéditos. Disposta a divulgar a obra da irmã, Lavinia entrou em contato com um medíocre crítico literário, Thomas Higginson, que durante trinta anos renegou todos os versos que Emily lhe submetera, e uma obscura escritora, Mabel Todd, que por cinco anos havia freqüentado a casa da poeta sem nunca chegar sequer a vê-la. Dessa improvável união de forças surgiu a publicação póstuma de alguns de seus poemas, seguida em pouco tempo de diversas outras edições, em vista da excepcional acolhida que tiveram. Em 1955, o crítico e biógrafo Thomas H. Johnson reuniu numa edição definitiva todos os seus 1.775 poemas. Sua escrita poética, ambígua, irônica, fragmentada, aberta a várias possibilidades de interpretação, antecipa, sob muitos aspectos, os movimentos modernistas que se sucederiam depois de sua morte. Essa instigante poesia, nascida na solidão e no anonimato dá hoje a Emily Dickinson um merecido e lugar na literatura universal. Seus versos constam da coletânea “The Complete Poems of Emily Dickinson”, editada por Thomas H. Johnson, Cambridge, Mass (EUA), 1955. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

Leia mais »

Maria Teresa Horta – Versos na tarde – 13/10/2014

Os silêncios da fala Maria Teresa Horta ¹ São tantos os silêncios da fala De sede De saliva De suor Silêncios de silex no corpo do silêncio Silêncios de vento de mar e de torpor De amor Depois, há as jarras com rosas de silêncio Os gemidos nas camas As ancas O sabor O silêncio que posto em cima do silêncio usurpa do silêncio o seu magro labor. ¹ Maria Teresa Mascarenhas Horta * Lisboa, Portugal – 20 de Maio de 1937 d.C [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

Leia mais »

Francisca Júlia da Silva – Versos na tarde – 08/07/2014

Musa Impassível I Francisca Júlia da Silva ¹ Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero Luto jamais te afeie o cândido semblante! Diante de um Jó, conserva o mesmo orgulho, e diante De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero. Em teus olhos não quero a lágrima; não quero Em tua boca o suave o idílico descante. Celebra ora um fantasma angüiforme de Dante; Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero. Dá-me o hemistíquio d’ouro, a imagem atrativa; A rima cujo som, de uma harmonia crebra, Cante aos ouvidos d’alma; a estrofe limpa e viva; Versos que lembrem, com seus bárbaros ruídos, Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra, Ora o surdo rumor de mármores partidos. do livro Mármores – 1895 ¹ Francisca Júlia da Silva Munster * Vila de Xiririca, São Paulo – 1871 d.C + Vila de Xiririca, São Paulo – 1920 d.C Nasceu na antiga Vila de Xiririca, hoje Eldorado, no vale do Ribeira, São Paulo. Poeta do Impassível, valendo-se de uma linguagem e de figuras mitológicas e históricas próprias de um gosto parnasiano, encantou os seus contemporâneos. Seus últimos poemas já denotam algumas tendências ao simbolismo. Sobre seu túmulo está a estátua da “Musa Impassível”, de Victor Brecheret, em homenagem a um de seus poemas mais famosos. Obra poética: Mármores (1895), Livro da Infância (1899), Esfinges (1903), Alma Infantil (com Júlio César da Silva, 1912), Esfinges – 2º ed. (ampliada, 1921), Poesias (organizadas por Péricles Eugênio da Silva Ramos, 1962). [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

Leia mais »

Olga Savary – Versos na tarde – 07/04/2014

Água Água Olga Savary ¹ Menina sublunar, afogada, que voz de prata te embala toda desfolhada? Tendo como um só adorno o anel de seus vestidos, ela própria é quem se encanta numa canção de acalanto presa ainda na garganta. ¹ Olga Savary * Belém, PA. – 1933 d.C Biografia Poeta, crítica, ensaísta, tradutora e jornalista, foi agraciada com vários prêmios. Traduziu Borges, Cortázar, Neruda, Semprún, Bashô, Issa… Organizou várias antologias de poesia. Representou o Brasil no Poetry International 1985, em Roterdam. Desde 1947, o seu trabalho é inteiramente dedicado à literatura, sendo membro do PEN Club, da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI e do Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica. Foi a primeira mulher presidente do Sindicato de Escritores do Estado do Rio de Janeiro em 1997-98. Foi nomeada “Mulher do Ano” pelo jornal O Globo, em 1975 e pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, em 1996. Em 1998, a Fundação Biblioteca Nacional presta homenagem à poetisa numa edição da sua Obra Reunida em Repertório Selvagem. É viúva do jornalista e escritor Paulo Francis. Da sua obra destacamos: Espelho provisório, Livraria José Olympio Editora, 1970; Magma, Massao Ohno/Roswitha Kempf – Editores 1982; Morte de Moema, Impressões do Brasil, 1996. Xilogravura original de Marcos Varella. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Emily Dickinson – Versos na tarde – 27/03/2014

Dentre todas as Almas já criadas Emily Dickinson ¹ Dentre todas as Almas já criadas – Uma – foi minha escolha – Quando Alma e Essência – se esvaírem – E a Mentira – se for – Quando o que é – e o que já foi – ao lado – Intrínsecos – ficarem – E o Drama efêmero do corpo – Como Areia – escoar – Quando as Fidalgas Faces se mostrarem – E a Neblina – fundir-se – Eis – entre as lápides de Barro – O Átomo que eu quis! Extraído do livro “Emily Dickinson: Alguns Poemas”. ¹ Emily Dickinson * Boston, Usa – 10 de Dezembro de 1830 d.C + Boston, Usa – 15 de Maio de 1886 d.C >> biografia de Emily Dickinson [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Lília Chaves – Versos na tarde – 23/03/2014

Poema Lília Chaves ¹ O meu poema é feito para ser imagem (sem ser visto) e falar pelo silêncio de um suspiro refletido. É lido para ser pensado e viver no pensamento adormecido como um vôo de pássaro que passou. É essa passagem absoluta que ficou. O meu poema é um jeito de fechar os olhos ¹ Lilia Silvestre Chaves Poeta, professora de Literatura Francesa. Autora de ensaios sobre teoria literária e do livro de poemas “E todas as orquestras acenderam a lua”. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Adelina Lopes Vieira – Versos na tarde – 27/02/2014

É tarde Adelina Lopes Vieira ¹ Na sombra, assim, esconde-te alma triste, não procures o sol que esplende, fora, Oh! Não te aquecerá, da tua aurora, do teu dia de luz, já nada existe. Se a um raio ousado e quente o selo abriste, se a tua noite te horrorisa agora, pensa que é tarde, e soluçando chora que as lágrimas são balsamo. Resiste! Lembram-te sei, alfombras orvalhadas todas cheias de luz e de violetas, as pombas pelo azul em revoadas, as ondas do mar alto, irrequietas, as montanhas ao longe, illuminadas… Morre! Mas cala as maguas indiscretas. ¹ Adelina Amélia Lopes Vieira * Lisboa, Portugal – 1850 d.C + Lisboa, Portugal – ? d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »