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Mário Quintana – Reflexões na tarde – 14/06/2014

Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o alguém da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas… é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você! Mário de Miranda Quintana * Alegrete, RS. – 30 de Julho de 1906 d.C + Porto Alegre, RS. – 5 de Maio de 1994 d.C >> biografia de Mário Quintana [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Ferreira Gullar – Versos na tarde – 25/05/2014

Quando Ferreira Gullar ¹ com minhas mãos de labareda te acendo e em rosa embaixo te espetalas quando com meu aceso archote e cego penetro a noite de tua flor que exala urina e mel que busco eu com toda essa assassina fúria de macho? que busco eu em fogo aqui em baixo? senão colher com a repentina mão de delírio uma outra flor: a do sorriso que no alto o teu rosto ilumina? ¹ José Ribamar Ferreira * São Luiz, MA. – 10 de Setembro de 1930 d.C >> biografia de Ferreira Gullar [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Gonçalves Dias – Versos na Tarde – 23/05/2014

Poema Gonçalves Dias ¹ Como se ama o calor e a luz querida, A harmonia, o frescor, os sons, os céus, Silêncio, e cores, e perfume, e vida, Os pais e a pátria e a virtude e a Deus: Assim eu te amo, assim; mais do que podem Dizer-to os lábios meus, – mais do que vale Cantar a voz do trovador cansada: O que é belo, o que é justo, santo e grande Amo em ti. – Por tudo quanto sofro, Por quanto já sofri, por quanto ainda Me resta de sofrer, por tudo eu te amo. O que espero, cobiço, almejo, ou temo De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas Com quanto amor eu te amo, e de que fonte Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo! Esta oculta paixão, que mal suspeitas, Que não vês, não supões, nem te eu revelo, Só pode no silêncio achar consolo, Na dor aumento, intérprete nas lágrimas ¹ Antônio Gonçalves Dias * Caxias, MA. – 10 de Agosto de 1823 d.C + Gumarães, Portugal – 13 de Novembro de 1864 d.C >>biografia de Gonçalves Dias [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Álvares de Azevedo – Versos na tarde – 01/03/2014

O Sol e a Lagartixa Álvares de Azevedo ¹ A lagartixa ao sol ardente vive E fazendo verão o corpo espicha: O clarão de teus olhos me dá vida, Tu és o sol e eu sou a lagartixa. Amo-te como o vinho e como o sono, Tu és meu copo e amoroso leito… Mas teu néctar de amor jamais se esgota, Travesseiro não há como teu peito. Posso agora viver: para coroas Não preciso no prado colher flores; Engrinaldo melhor a minha fronte Nas rosas mais gentis de teus amores. Vale todo um harém a minha bela, Em fazer-me ditoso ela capricha; Vivo ao sol de seus olhos namorados, Como ao sol de verão a lagartixa. ¹ Manuel Antônio Álvares de Azevedo * São Paulo, SP. – 12 de Setembro de 1831 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 25 de Abril de 1852 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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João Cabral de Melo Neto – Versos na tarde – 15/02/2014

O artista inconfessável João Cabral de Melo Neto ¹ Fazer o que seja é inútil. Não fazer nada é inútil. Mas entre fazer e não fazer mais vale o inútil do fazer. Mas não, fazer para esquecer que é inútil: nunca o esquecer. Mas fazer o inútil sabendo que ele é inútil, e bem sabendo que é inútil e que seu sentido não será sequer pressentido, fazer: porque ele é mais difícil do que não fazer, e difícil- mente se poderá dizer com mais desdém, ou então dizer mais direto ao leitor Ninguém que o feito o foi para ninguém. ¹ João Cabral de Melo Neto * Recife, PE. – 9 de Janeiro de 1920 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 9 de Outubro de 1999 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Vinicius de Moraes – Versos na tarde – 25/01/214

A Rosa desfolhada Vinicius de Moraes¹ Tento compor o nosso amor Dentro da tua ausência Toda a loucura, todo o martírio De uma paixão imensa Teu toca-discos, nosso retrato Um tempo descuidado Tudo pisado, tudo partido Tudo no chão jogado E em cada canto Teu desencanto Tua melancolia Teu triste vulto desesperado Ante o que eu te dizia E logo o espanto e logo o insulto O amor dilacerado E logo o pranto ante a agonia Do fato consumado Silenciosa Ficou a rosa No chão despetalada Que eu com meus dedos tentei a medo Reconstruir do nada: O teu perfume, teus doces pêlos A tua pele amada Tudo desfeito, tudo perdido A rosa desfolhada ¹Marcus Vinicius de Mello Moraes * Rio de Janeiro, RJ. – 19 de Outubro de 1913 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 09 de Julho de 1980 d.C >> biografia de Vinicius de Moraes [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Cecília Meireles – Versos na tarde – 21/01/2014

Palavras Cecília Meireles¹ Ai, palavras, ai, palavras, Que estranha potência a vossa! Ai, palavras, ai, palavras, Sois de vento, ides no vento, No vento que não retorna, E, em tão rápida existência, Tudo se forma e transforma! ¹Cecília Benevides de Carvalho Meireles * Rio de Janeiro, Brasil – 7 de Novembro de 1901 d.C + Rio de Janeiro, Brasil – 9 de Novembro de 1964 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Júlio Polidoro – Versos na tarde – 26/10/2013

Outro Sol Júlio Polidoro¹ ai a percussão do silêncio nos dígitos da alma o que é duração? amigos me abraçam e não guardo sequer o hálito das sombras quisera abocanhar, sem fome, o ato, na execução e em ruminá-lo haver de sê-lo sem perda dor digressão mas os amigos se foram o ato paira ecoa sem sentido o hálito das sombras ¹Júlio César Polidoro * Juiz de Fora, MG. – 29 de Julho de 1959 d.C Trabalha atualmente na área administrativa da Universidade Federal de Juiz de Fora, instituição onde freqüentou, sem concluir, o curso de Filosofia. O autor fez parte do grupo que atuou, na década de 80, em torno de duas publicações que marcaram época: o folheto Abre alas e a revista d’lira. Prêmio Cidade de Belo Horizonte, edição 1990, dentre outros de menor expressão, em 1979 Polidoro publicou o primeiro livro, Treze poemas essenciais, seguindo-se Pequenos assaltos (1990), Orla dos signos (2001) e Outro sol (2004). Participa de diversas antologias no Brasil e também de publicações em Portugal, Espanha, Itália e França, com poemas traduzidos. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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H.Dobal – Versos na tarde

Ruínas H. Dobal¹ Estas velhas paredes não confessam à brisa sem memória os seus segredos. A pedra construída sobre a pedra, numa estranha argamassa reforçada por suor de escravo e óleo de baleia, como se alguém quisesse levantar, contra o sereno da noite, contra a ferrugem do mar, uma alvenaria libertada de tudo o que a morte corrompe. Mas pouco permanece. Estas paredes vão-se abatendo semi-destruídas pelo puro movimento dos dias. Bate na tarde um vento claro, bate no peito uma lembrança que estas paredes não confessam: A vida. A mágoa sem remédio. O jogo do amor, talvez mais difícil naquele tempo. ¹Hindemburgo Dobal Teixeira (H. Dobal) * Teresina, PI. – 17 de Outubro de 1927 d.C + 2008 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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