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Cerveró: o homem bomba que apavora os políticos e empreiteiros

Dilma Rousseff está sem dormir desde a prisão de Nestor Cerveró, na avaliação dos nervosos assessores da “gerentona”, Cerveró pode causar mais danos ao PMDB que ao PT. Ele tem ligação direta com um dos políticos mais influentes do país (ninguém confirma que seria Renan Calheiros) e três deputados peemedebistas. Se o ex-diretor Internacional da Petrobras realmente falar, o núcleo de empreiteiros da Lava Jato vai definitivamente se complicar. O principal alvo de investigações da força tarefa da Operação Lava Jato, após a decretação da prisão de Cerveró é uma offshore sediada na Irlanda, cujos três acionistas ainda não foram totalmente identificados. Essa empresa seria uma das centrais de operação, no velho continente, do grupo que Cerveró representa. Os caminhos irlandeses da dinheirama que foi desviada do Brasil pode levar aos nomes de importantes políticos envolvidos no Petrolão. Dilma está muito tensa com a prisão de Nestor Cerveró, mas o presidente do Senado, Renan Calheiros não fica atrás, está bebendo muita maracugina nas últimas 24 horas, ele é tido como o “maior padrinho” de Cerveró.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba, decretou a prisão dele com a certeza de que dificilmente o venha a conceder um habeas corpus até o depoimento dele, previsto para depois do carnaval, sem data ainda agendada oficialmente. Entre 2012 e 2014, Cerveró movimentou, lá fora, US$ 27 milhões de dólares. O MP Federal também acredita que são grandes as chances de Cerveró continuar preso e aderir à colaboração premiada. Isso baseado no fato objetivo de que Cerveró está acuado e “cercado”. Outras 15 delações forneceram provas concretas do envolvimento dele no esquema ligado ao lobista Fernando Baiano. Cerveró e Baiano são suspeitos de receber US$ 40 milhões de propina nos anos de 2006 e 2007 para intermediar a contratação de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México. Fernando seria ligado ao PMDB. Mas o partido nega, claro…  Lista dos denunciados  Todas as denúncias oferecidas pelo MPF contra 39 investigados na sétima fase da Operação Lava Jato foram aceitas pelo juiz Sérgio Moro. Pelo menos 23 dos denunciados são ligados às empreiteiras Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, OAS  e UTC: – Alberto Youssef, suspeito de liderar o esquema de corrupção; – Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras; – Waldomiro de Oliveira, dono da MO Consultoria; – Fernando Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras; – Júlio Camargo, executivo da Toyo Setal; – Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras; – Adarico Negromonte, apontado como emissário de Youssef; – Dalton Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa; – Eduardo Hermelino, vice-presidente da Camargo Corrêa; – Jayme Alves de Oliveira Filho, acusado de atuar com Youssef na lavagem de dinheiro; – João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa; – Marcio Andrade Bonilho, sócio e administrador da empresa Sanko-Sider; – Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da construtora UTC; – Carlos Alberto Pereira da Costa, representante formal da GFD Investimentos, pertencente a Alberto Youssef e réu em outros processos ligados a Lava Jato; – Enivaldo Quadrado, ex-dono da corretora Bônus Banval, que atuava na área financeira da GFD e réu em outros processos ligados a Lava Jato; – João Procópio de Almeida Prado, apontado como operador das contas de Youssef no exterior; – Sergio Cunha Mendes, vice-presidente executivo da Mendes Júnior; – Rogério Cunha de Oliveira, diretor da área de óleo e gás da Mendes Júnior; – Ângelo Alves Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior; – Alberto Elísio Vilaça Gomes, executivo da Mendes Júnior; – José Humberto Cruvinel Resende, funcionário da Mendes Júnior; – Antônio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini, advogado que teria recebido propina de Alberto Youssef; – Mario Lúcio de Oliveira, diretor de uma agência de viagens que atuava na empresa GFD, segundo delação de Alberto Youssef; – João de Teive e Argollo, diretor de Novos Negócios na UTC; – Sandra Raphael Guimarães, funcionária da UTC; – Gerson de Mello Almada, vice-presidente da empreiteira Engevix; – Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor da Engevix; – Newton Prado Júnior, diretor da Engevix; – Luiz Roberto Pereira, ex-diretor da Engevix; – João Alberto Lazzari, representante da OAS; – Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da área internacional da OAS; – Fernando Augusto Stremel Andrade, funcionário da OAS; – José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da OAS; – José Ricardo Nogueira Breghirolli, apontado como contato de Youssef com a OAS; – Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS; – Dário de Queiroz Galvão Filho, executivo da Galvão Engenharia; – Eduardo Queiroz Galvão, executivo da Galvão Engenharia; – Jean Alberto Luscher Castro, diretor presidente da Galvão Engenharia; – Erton Medeiros Fonseca, diretor de negócios da Galvão Engenharia. Por Daniel Mazola/Tribuna da Imprensa

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Viva a mídia brasileira! Os ingleses conseguem ser piores. O Brasil virou colônia da China!

Saiu ontem uma “reportagem” no jornal inglês “The Independent” que é capaz de transformar em gênios os coleguinhas que espalham asneiras nos jornais brasileiros sobre economia O título: “China continua ‘colonização econômica’do Brasil  com uma estrada de ferro US $ 50 bilhões cruzando a América do Sul”, e diz que Li Keqiang, o primeiro-ministro chinês, chega Brasil na próxima semana, com fundos para investimento em para “principalmente para a construção de uma ligação ferroviária que vai de costa atlântica do Brasil à costa do Pacífico do Peru. O dinheiro também irá para a produção de aço, os investimentos em peças de automóveis, e de energia, portos, energia hidrelétrica e ferrovias.” O jornal explica que a obra interessa à China (o que é obvio, pois não iam financiar uma ferrovia para exportarmos amendoim para o Chile, pois não?), porque “soja, petróleo e minério de ferro estão no topo da lista de produtos da China importados do Brasil. A ligação vai permitir que o minério brasileiro e soja seja enviado a partir de portos do Pacífico no Peru para a Ásia, ignorando o Canal do Panamá”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Bom, até aí, morreu Neves. Se nós precisamos exportar e a China precisa importar, nada mais dentro da lei da oferta e procura do que acordos deste tipo. Até porque as ferrovias financiadas serão brasileiras e servirão para que o país venda para quem quiser comprar. Mas aí o jornal “viaja na maionese”. Diz que estão “aumentando os temores de que ele ( o Brasil) está se tornando uma colônia econômica (da China).” E diz que “houve manifestações no Brasil, já em 2013, quando a China comprou campo de petróleo o maior do país”. Como diria o Renato Aragão: “cuma?”. Duas empresas chineses compraram 10% cada do direito de exploração do campo de Libra. Os mesmos 20% que compraram a francesa Total e os anglo-holandeses da Shell, com a Petrobras ficando com 40% e o direito de controlar a operação. Porque 20% chinês é mais colonialista que 20% francês ou 20% da Inglaterra e Holanda? Estariam, por acaso, os governos inglês ou norte-americano interessados em financiar, sob controle brasileiro, ferrovias, poços de petróleo ou terminais de minério?  Se estiverem, sejam bem-vindos! Mas não estão, não é? Os chineses interferem em nossa soberania? Acaso seu “agentes”, espalhados pelas pastelarias no Brasil, interferem na nossa política, financiam candidatos e vivem dizendo o que o país deve fazer em política interna ou externa? O pior é que a mocinha, muito simpática, que assina a matéria, Hazel Sheffield, sangra na veia da saúde. Em matéria de colonialismo ferroviário no Brasil, ninguém tem mais experiência que os emproados ingleses e seus primos americanos. Quando se descobriram as jazidas de ferro em Minas, correram a criar o Brazilian Hematite Syndicate e tomaram conta do negócio, inclusive da lendária ferrovia Vitória-Minas. Venderam para o aventureiro americano Percival Farquhar, que, tenha paciência, vou listar, se tornou dono da  Estrada de Ferro Sorocabana, Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, Estrada de Ferro Paraná, Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina, Estrada de Ferro Norte do Paraná, Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, Estrada de Ferro Vitória a Minas, Estrada de Ferro Paulista S/A, Cia. Mogiana de Estradas de Ferro,Companhie Auxiliaire des Chémins de Fer au Brésil e também das linhas de bondes de Salvador, São Paulo, Belém, Rio Grande.  Os interesses sobre a Itabira Iron, que é hoje a Vale, eram tão fortes que Getúlio só a conseguiu nacionalizar barganhando com as necessidades dos EUA de contaram com uma base aérea em Natal, o “Trampolim da Vitória”, para levarem homens e armas para o Norte da África, na ofensiva para vencer a 2a. Guerra Mundial. Alguém tem de avisar a esta moça que estamos no século 21 e não tem mais bobo no mundo, exceto entre os fanáticos ideológicos. PS. Como você vê, a matéria sobre ferrovias é ilustrada com uma rodovia, de tão precisa que é. Por:Fernando Brito

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Lava Jato abre espaço para investimento chinês no Brasil

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e uma missão de empresários de seu país desembarcam nesta segunda-feira em Brasília com a promessa de investir dezenas de bilhões de dólares em diversos setores da economia – de ferrovias a hidrelétricas, passando por autopeças, agronegócios, mineração, siderurgia e TI (tecnologia da informação). Li Keqiang desembarca junto com empresários chineses nesta segunda-feira em Brasília O momento é visto como especialmente favorável a esses investimentos. De um lado, o governo tem sido obrigado a cortar gastos em infraestrutura devido às restrições orçamentárias. De outro, os setores de construção e óleo e gás passam por um cenário difícil por causa da Operação Lava Jato, que investiga esquemas de corrupção envolvendo Petrobras, grandes obras públicas e empreiteiras nacionais. O contexto complicado acaba sendo uma oportunidade para o capital chinês, nota Maria Luisa Cravo, gerente Executiva de Investimentos da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). “Com certeza, cria uma oportunidade. Empresas estrangeiras, quando estão avaliando um país para investir, levam em conta todo tipo de fator. Certamente, empresa de óleo e gás que não estava atuando no Brasil, não eram fornecedores da Petrobras, têm interesse e sabem que há uma oportunidade (agora)”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Segundo Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil China (CCIBC), um estaleiro chinês ganhou neste ano parte da concorrência internacional aberta pela Petrobras para construção de módulos de compressão, cujo contrato original de US$ 750 milhões foi cancelado com a brasileira Iesa, após citações na Lava Jato. O grupo Inepar, ao qual pertence a Iesa, está em recuperação judicial. “Como se sabe, os grandes projetos de infraestrutura e de petróleo e gás sempre foram dominados por grandes empreiteiras brasileiras que ora têm dificuldade de concluir as suas obras. Nossa Câmara têm se esforçado para trazer investimentos de grandes empresas chinesas para ajudar a recuperar a economia do Brasil e manter empregos brasileiros”, afirma. Leia mais: Após Lava Jato, é preciso mudar regras de exploração do pré-sal? “O empréstimo de US$ 3,5 bilhões (R$ 10,5 bilhões) feito recentemente à Petrobras demonstra a confiança que a China deposita no Brasil e demonstra a importância que a China dá a essa aliança estratégica e comercial. Um amigo em hora de necessidade é um amigo verdadeiro”, acrescenta Tang. O financiamento, obtido junto ao Banco de Desenvolvimento Chinês no início de abril, chega em um momento que a Petrobras está com o endividamento elevado e enfrenta dificuldade de obter recursos emitindo títulos e ações. Agenda Li Keqiang reúne-se com a presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira de manhã e no dia seguinte cumpre agenda no Rio e Janeiro, antes de seguir viagem para Colômbia, Peru e Chile. A China vem ampliando sua presença na região e tem laços próximos também com Venezuela e Argentina. Durante a passagem da comitiva chinesa pelo Brasil serão assinados mais de 30 documentos, entre acordos governamentais, empresariais e outros atos, sinalizando intenções novas de investimentos de US$ 50 bilhões (R$ 150 bilhões), segundo o embaixador José Alfredo Graça Lima, atualmente à frente da Subsecretaria-Geral de Assuntos Políticos 2, área responsável pelas relações políticas e econômicas do Brasil com a Ásia. Petrobras recebeu US$3,5 bilhões em empréstimo recente da China Segundo informações da agência Reuters, será anunciado também a criação de um fundo na Caixa de US$ 50 bilhões com recursos do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) para investimento em infraestrutura – não está claro em que medida essas duas cifras se sobrepõem. Enquanto maior parceiro comercial do país, a China já tem hoje peso importante na economia brasileira. Para Graça Lima, o crescente interesse chinês em investir aqui traz o relacionamento dos dois países a um novo patamar. Leia mais: ‘Mentalidade’ é obstáculo para empreendedoras brasileiras, diz diretora de órgão de comércio internacional “A visita do primeiro-ministro Li Keqiang segue um histórico de visitas de alto nível que se iniciaram em 2004 e que vêm contribuindo para adensar a relações bilaterias entre Brasil e China. E (essas relações) estão tomando outro vulto, ou subindo de patamar, na forma de uma cooperação mais voltada para investimentos, tanto em infraestrutura, como em capacidade produtiva, que são duas áreas de especial interesse para o Brasil de hoje”, disse Graça Lima, em apresentação a jornalistas na semana passada. Se tudo que está sendo anunciado vai sair do papel é outra história. Segundo o embaixador, são projetos que estão em diferentes estágios de negociação e planejamento. Um dos mais importantes para os dois países é a construção de uma ferrovia transoceânica, que cortará Brasil e Peru, facilitando o escoamento de grãos e outros produtos da região Centro-Oeste para o Oceano Pacífico. Infraestrutura Segundo o diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista, é justamente essa preocupação com escoamento de produtos brasileiros para a China, “questão de segurança alimentar”, que tem elevado a disposição do país em investir na logística brasileira. Até hoje, observa Batista, a presença do capital chinês na infraestrutura de transportes do Brasil é pequena, mas a expectativa é que isso mude nos próximos anos. Fábrica chinesa na África: região tem recebido milhões de dólares em investimentos do país. Em junho, o governo federal pretende anunciar um novo pacote de concessão de obras em infraestrutura, e, segundo o diretor da CNT, há grande interesse chinês nas ferrovias. Para os investimentos se confirmarem, porém, é preciso clareza nos detalhes técnicos e na taxa de retorno desses investimentos, afirma ele. Batista lembra que nenhuma das ferrovias anunciadas no pacote de concessões de 2012 saiu do papel até hoje, porque essas incertezas afastaram investidores. Naquele ano, o governo anunciou que as concessões significariam investimentos de R$ 91 bilhões em ferrovias – os projetos estão sendo revisados para entrar no novo pacote previsto para junho. “A insfraestrutura de transportes está num momento de crise de recursos, com a redução dos investimentos públicos e dos financiamentos liberados pelo BNDES. O capital privado ganha mais importância agora e a única sinalização clara de interesse (em investir) é do governo chinês”,

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Juiz popular e trabalhador faminto são manifestações de um Brasil arcaico

Num instante em que a política se eterniza como um conto do vigário em que o país não se cansa de cair, dois brasileiros nos ajudam a compreender melhor a vocação nacional para o fracasso: o eletricista faminto e o juiz popstar. Unidos no noticiário dos últimos dias, Mário Ferreira Lima e Sérgio Moro ilustram as duas margens do retrato nacional. Num extremo, a pobreza que furta para comer. Noutro, a Justiça que mastiga corruptos e corruptores. Ao fundo, as crises que expõem a amplitude da vista curta que impele o Brasil a fazer o pior o melhor que pode. Mário Lima, que estrela o vídeo acima, é um pobre de mostruário. Desempregado, sustenta um filho de 12 anos com os R$ 70 que recebe mensalmente do Bolsa Família. Entrou num mercado imaginando que o benefício fora depositado em sua conta. Ao ser informado pelo caixa de que não dispunha de saldo, tentou furtar uma peça de carne para dar de comer ao filho. No desespero, esqueceu que, no Brasil, a cadeia é o habitat natural dos ladrões de galinha. Sérgio Moro, que protagoniza o vídeo abaixo, é um ponto fora da curva na magistratura de primeiro grau. Titular de uma Vara periférica de Curitiba, tocava seus processos distraído quando esbarrou no petrolão. Ao receber da Polícia Federal e da Procuradoria a confirmação dos indícios de que a Petrobras era assaltada, mandou enjaular corruptos e corruptores. No entusiasmo, deu de ombros para a máxima segundo a qual, no Brasil, ladrão de colarinho branco não vai em cana. Virou uma celebridade instantânea.[ad name=”Retangulos – Direita”] Furtar alguns quilos de carne exige planejamento. O ladrão precisa escolher o mercado. Depois, tem de definir o método. Onde acondicionar a carne para a fuga? Como escapar das câmeras, se existirem? Uma vez diante da mercadoria, como evitar que atendentes, seguranças e os outros clientes percebam a supressão? Sem formação superior, mal alimentado e sem vocação para o crime, Mário Lima foi flagrado. Levaram-no para a delegacia. Assaltar a Petrobras é bem mais simples. É como no futebol. Tem toda uma estrutura anterior para preparar o gol. O presidente da República delega aos partidos a escalação do time. As legendas acomodam funcionários gananciosos no meio de campo. Esses funcionários armam todas as jogadas. E o cartel de empreiteiras entra em campo apenas para fazer o gol —ou cometer o crime. Ao final, divide-se a bolada. Os salteadores da Petrobras tiveram o azar de cair nas mãos do juiz Moro, um estudioso aplicado da italiana Operação Mãos Limpas. Ao comparecer ao lançamento de um livro em São Paulo, Moro foi tratado como um astro. Por quê? Simplesmente porque ousou injetar uma dose de anormalidade na vida normal do Brasil. O juiz cumpriu a lei. Espanto! Ele autorizou a devassa nos negócios dos criminosos limpinhos. Pasmo!! Ele manteve na carceragem da PF por cinco meses a nata do baronato das empreiteiras. Estupefação!!! O STF já livrou a turma da construção pesada do xilindró. Mas ainda não teve a coragem de devolver os suspeitos às ruas. Mandou-os para a prisão domiciliar. A plateia estava acostumada com aquele outro Brasil em que só iam para a cadeia pobres-diabos como o eletricista Mário Lima. Mas esse país já não é o mesmo. Noutros tempos, não convinha conversar com um policial a não ser em legítima defesa. Hoje, já se encontram agentes como os que prenderam o “ladrão” famélico. Os policiais tiveram paciência para ouvir o drama de Mário Lima. Uma policial pagou-lhe a fiança. Desautorizou a divulgação do seu nome. Cristã, ajuda o próximo sem interesse pela publicidade. Outros, policiais cotizaram-se para encher a geladeira do desempregado. Decidiram levar os lábios ao trombone por acreditar que a exposição do caso poderia render um emprego para Mário Lima. Sim, ele quer trabalhar. Retorne-se, por oportuno, ao início do texto: num instante em que a política se eterniza como um conto do vigário em que o país não se cansa de cair, o eletricista desesperado e o juiz desassombrado ajudam a entender o país. Enquanto esses dois personagens forem tratados como excentricidades, o Brasil não terá jeito. No dia em que Sérgio Moro deixar de ser uma exceção, a corrupção graúda talvez não coma todo o queijo. E o Estado talvez pare de distribuir para gente como Mário Lima apenas os buracos. Até lá, juiz popular e trabalhador faminto não serão senão manifestações de um Brasil arcaico. Josias de Souza

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Rede Globo continua blindando Eduardo Cunha

Alguma surpresa? Globo e Cunha são unha e carne. Para a Globo, Cunha é fundamental para deixar o governo sempre sob ameaça do impeachment, de um lado, e travar qualquer debate sobre democratização da mídia, de outro. Para Cunha, a Globo é fundamental para lhe blindar de qualquer denúncia. TV GLOBO: Jornal Nacional atua como assessor de imprensa de Eduardo Cunha Presidente da Câmara é acusado de arquitetar requerimentos de informações sobre empresa contratada pela Petrobras que teriam sido feitos como forma forçar pagamento de propinas; jornal ‘esconde’ a notícia. Apresentador William Bonner leu a notícia sem a ênfase tradicional dada às notícias que envolvem o PT Um dos fatos jornalísticos importantes na quarta-feira (6) foi o cumprimento de um mandado de busca e apreensão no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A diligência foi pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizada pelo ministro do STF Teori Zavascki, dentro do inquérito que investiga o suposto envolvimento de Cunha na Operação Lava Jato.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Cunha esta sendo acusado de ter arquitetado a elaboração de dois requerimentos de informações sobre uma empresa contratada pela Petrobras que, segundo delação do doleiro Alberto Youssef, teriam sido feitos como forma de pressão para o pagamento de propinas. Os pedidos foram apresentados na Câmara em 2011 pela hoje prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Pereira de Almeida, na época suplente de deputado. Mas registros eletrônicos mostram Cunha como autor desses requerimentos. Durante delação premiada, o doleiro Alberto Youssef afirmou que Cunha receberia propinas sobre um contrato de aluguel de navio-plataforma das empresas Samsung e Mitsui com a Petrobras. Disse que quem intermediaria o pagamento ao PMDB seria Júlio Camargo, representante das empresas. E que as empresas suspenderam o pagamento da comissão a Camargo, o que interrompeu os pagamentos ao PMDB. Youssef disse que Eduardo Cunha pediu “a uma comissão do Congresso para questionar tudo sobre a empresa Toyo, Mitsui e sobre Camargo, Samsung e suas relações com a Petrobras, cobrando contratos e outras questões (…) este pedido à Petrobras foi feito por intermédio de dois deputados do PMDB”. Segundo o doleiro, seria para fazer pressão sobre as empresas para retomar os pagamentos. O que reforçou as suspeitas do Ministério Público Federal foi o fato de que os requerimentos mencionados por Youssef de fato foram apresentados na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara por Solange Almeida. Ela assumiu ser a autora do requerimento, mas demonstrou não dominar o assunto, parecendo não ser ela a mentora do requerimento. Tanto Solange como Cunha admitiram que assessores do atual presidente da Câmara ajudaram a elaborar e redigir o documento. As propriedades digitais do arquivo com o texto do requerimento que estava no site da Câmara, onde aparecia o nome do autor do documento: Eduardo Cunha. Esta notícia levou Cunha a demitir o diretor do Centro de Informática da Casa, Luiz Antonio Souza da Eira. Já ex-diretor, Eira prestou depoimento ao Ministério Público, que teria sido a gota d’água para pedir o mandato de busca e apreensão. Essa é a notícia, e seria salutar que o Jornal Nacional, depois de narrar os fatos, objetivamente ouvisse a versão de Cunha. Mas o jornal inverteu as bolas. Colocou como protagonista da notícia não o fato, mas a defesa de Cunha, a começar pelo título “Presidente da Câmara classifica busca de documentos desnecessária”. O texto sucinto, bastante ameno, foi apenas lido batido pelo apresentador William Bonner, sem infográficos explicativos que contextualizem os fatos, sem imagens da operação de busca, sem declarações de viva voz de Cunha, nem de nenhum membro do Ministério Público. Completamente diferente de como são noticiadas outras ações da Operação Lava Jato quando os alvos foram pessoas ligadas ao PT. Na prática, o jornal minimizou a notícia e praticamente fez o texto que a assessoria de imprensa do deputado faria. Um vexame jornalístico. A diferença de tratamento no noticiário para fatos idênticos – e que teriam maior dimensão pelo cargo que Cunha ocupa –, conforme o alinhamento político com os interesses da emissora, demonstra a clara parcialidade do jornalismo. Persegue os “desafetos” que pensam e agem diferente dos interesses da emissora, enquanto protege os “amigos”, alinhados com os interesses empresariais, econômicos e de poder. Cunha tornou-se “amigo” da mídia oligárquica ao declarar-se contrário a qualquer marco regulatório para democratizar as comunicações. Tem colocado em votação a pauta conservadora e reacionária pedida em editoriais do jornal O Globo, como o Projeto de Lei 4.330, da terceirização ilimitada, que precariza os direitos do trabalhador. E promoveu uma sessão solene na Câmara para bajular os 50 anos de fundação da TV Globo, apesar de a emissora ter apoiado a ditadura, que chegou a fechar o Congresso por mais de uma vez. Além disso, volta e meia, tem espezinhado o governo Dilma com uma pauta oposicionista bem ao agrado do jornalismo que a Globo vem praticando. Não é a primeira vez que o JN protege Cunha de desgastes políticos, minimizando uma notícia desfavorável a ponto de praticamente retratá-lo como vítima acima de qualquer suspeita. Na noite do último dia 28, quando a Folha de S.Paulo publicou o documento citado acima, o telejornal deu vexame semelhante em uma matéria com o título “Cunha nega autoria de requerimento sob suspeita na Operação Lava Jato”. Em entrevista ao programa Fantástico no ano de 2011, a então entrevistadora Patrícia Poeta perguntou à presidenta Dilma Rousseff sobre “toma-lá-dá-cá” nas relações com parlamentares. Talvez encontrasse respostas nas atuais relações fraternas de Eduardo Cunha com a emissora em que trabalhou. Por:Miguel do Rosário

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Ideias de Cunha para alterar modelo de julgamento de políticos são absurdas

Encrencado no escândalo da Petrobras, o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, encantou-se com a ideia de acabar com o chamado “foro privilegiado”. Acha que congressistas desonestos não devem ser processados no STF, mas na primeira instância do Judiciário. “Temos de tirar a impressão de que somos privilegiados. Tem que ser igual para todo mundo”, afirma. Beleza. O problema é que, no modelo idealizado por Cunha, a igualdade entre os seres humanos termina na maneira como eles são feitos. Pela proposta do morubixaba da Câmara, deputados e senadores de colarinho sujo passariam a ser julgados por magistrados de primeiro grau. Mas esses juízes não poderiam decretar prisões, ordenar batidas policiais de busca e apreensão ou autorizar escutas telefônicas contra políticos sob investigação. A decisão sobre tais providências continuaria sob a responsabilidade do Supremo. Por quê? Segundo Cunha, é para evitar a “perseguição política” de juizinhos de comarcas mequetrefes contra políticos injustiçados.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Quer dizer: adotando-se a fórmula Cunha, os corruptos livram-se da bala de prata do Supremo e caem nas mãos de juízes proibidos de exercer os poderes de que dispõem para produzir provas contra os suspeitos. Dito de outro modo: além de retardar o trabalho da Justiça, condicionando as ações dos juízes à prévia autorização do STF, os trapaceiros passariam a lançar mão de todos os infindáveis recursos judiciais que a lei faculta aos endinheirados eventualmente condenados na primeira instância. Para o pobre-diabo, os rigores da lei. Para o violador de cofres públicos, as calendas gregas. Há no STF 11 magistrados. Os juízes de primeiro grau são contados em cerca de 16 mil. Imagine o que seria dos parlamentares se acabasse o foro privilegiado e todos ficassem ao alcance de batidas policiais ou de grampos telefônicos autorizados pelos doutores da primeira instância. O Brasil dos políticos passaria a ser um país de vidro. E os desonestos talvez tivessem um pouco mais de zelo com sua digitais. Além do investigado Eduardo Cunha, pega em lanças pelo fim do “privilégio de foro” o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A exemplo de Cunha, Lira protagoniza um dos inquéritos da Lava Jato que correm no Supremo. Não é só: enquadrado na Lei Maria da Penha, foi denunciado pela Procuradoria da República noutro processo. É acusado de agredir com “tapas, chutes e pancadas” uma ex-companheira, Jullyene Cristine Santos Lins. Na sessão em que o deputado virou réu, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, leu trechos do depoimento da vítima. Reproduziu as aspas da agredida segundo a transcrição que consta dos autos: “Que Arthur apareceu entre 21h e 22h na residência da declarante, e quando esta abriu a porta, foi recebida com tapas, chutes, pancadas, foi arrastada pelos cabelos, tendo sido chutada no chão.” O ministro prosseguiu: “a declarante indefesa perguntava o porquê daquilo, dizendo a seu ex-companheiro que este não era seu dono e que não tinha razão de aquilo acontecer, até porque ambos já estavam separados há cerca de sete meses (…).” O deputado nega as acusações. No STF, ele talvez seja julgado antes da prescrição do crime. Num processo iniciado na primeira instância, com todos os recursos protelatórios que a legislação brasileira enseja, a contenda ganha a aparência de uma prescrição esperando para acontecer. Blog Josias de Souza

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Corrupção: Operação Zelotes envolve bancos, grandes empresas e afiliada da Globo

Segundo jornal, Bradesco, Santander, BR Foods, Camargo Corrêa, Petrobras e a RBS, afiliada da Globo no RS, estariam ligados ao esquema de corrupção. Parte do dinheiro envolvido na Operação Zelotes, que pode ser maior que a Lava Jato. A operação realizada na quinta-feira 26 por diversos órgãos federais contra um esquema que causava o sumiço de débitos tributários, uma forma de desfalcar os cofres públicos, identificou várias grandes empresas e bancos entre os suspeitos de pagar propina para se livrarem de dívidas. Entre estas empresas está a RBS, maior afiliada da Rede Globo. Os investigadores, segundo o jornal o Estado de S. Paulo, desconfiam que a RBS pagou 15 milhões de reais para que desaparecesse um débito de 150 milhões de reais. Estariam envolvidas também Ford, Mitsubishi, BR Foods, Camargo Corrêa, Light, Petrobras e os bancos Bradesco, Santander, Safra, BankBoston e Pactual. O esquema desbaratado pela Operação Zelotes subtraiu do Erário pelos menos 5,7 bilhões de reais, de acordo com as investigações de uma força-tarefa formada por Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público Federal e a Corregedoria do Ministério da Fazenda.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O esquema atuava no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão da Fazenda onde contribuintes podem contestar administrativamente – ou seja, sem passar pela Justiça – certas tributações aplicadas pela Receita. A força-tarefa descobriu a existência de empresas de consultoria a vender serviços de redução ou desaparecimento de débitos fiscais no Carf. Tais consultorias tinham como sócios conselheiros ou ex-conselheiros do Carf. Elas conseguiam controlar o resultado dos julgamentos via pagamento de propinas. Entre seus clientes, estão as grandes empresas citadas pelo Estadão. As investigações começaram no fim de 2013. Já foram examinados 70 processos em andamento ou já encerrados no Carf. No total, eles somam 19 bilhões de reais em tributos. Deste montante, os investigadores estão convencidos de que 5,7 bilhões foram ilegalmente “desaparecidos” nos processos já encerrados. Entre os crimes apurados na Zelotes, estão advocacia administrativa, tráfico de influência, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Na operação, houve busca e apreensão em Brasília, Ceará e São Paulo. Na capital federal, foram apreendidos 16 carros – entre veículos de luxo, nacionais e importados –, três motos, joias, cerca de 1,8 milhão de reais, 9 mil dólares e 1,5 mil euros. Em São Paulo, foram apreendidos dez veículos e 240 mil, em reais e moeda estrangeira. No Ceará, dois veículos também foram apreendidos. O Ministério da Fazenda informou que já abriu processos administrativos contras as empresas envolvidas, tendo como base a Lei Anticorrupção, a mesma que dá suporte a processos da Controladoria Geral da União contra empreiteiras metidas na Lava Jato. Todas as empresas citadas pelo Estadão disseram ao jornal desconhecer as denúncias ou se negaram a comentar o caso. Abaixo, a lista de débitos investigados de algumas das empresas, segundo o Estadão: Santander – R$ 3,3 bilhões Bradesco – R$ 2,7 bilhões Gerdau – R$ 1,2 bilhão Safra – R$ 767 milhões RBS – R$ 672 milhões Camargo Corrêa – R$ 668 milhões Bank Boston – R$ 106 milhões Petrobras – R$ 53 milhões Fonte: Carta Capital e O Estado de S.Paulo

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Policial investigado na Lava Jato citou Anastasia em depoimento, diz jornal

‘Folha de S.Paulo’ afirmou que ex-governador de MG teria recebido propina. Em nota, tucano negou conhecer o suspeito ou o doleiro Alberto Youssef. Segundo jornal, ex-governador de Minas foi citado em depoimento como suposto beneficiário de propina do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. (Foto: Gil Leonardi / Imprensa MG) Ex-governador de Minas Gerais, o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG) foi mencionado em depoimento da Operação Lava Jato como suposto beneficiário de propina do esquema de corrupção comandado pelo doleiro Alberto Youssef, segundo reportagem publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo”. De acordo com a publicação, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como “Careca”, revelou à Polícia Federal (PF) que entregou R$ 1 milhão nas mãos de Anastasia na época em que o tucano disputava o governo mineiro. Em nota oficial divulgada nesta quinta (leia a íntegra ao final desta reportagem), o senador eleito negou conhecer ou ter falado com o policial federal suspeito de integrar a organização criminosa do doleiro preso pela Lava Jato. Ele nega também que conheça, tenha estado ou falado com Youssef. Dizendo-se “tomado de forte indignação”, o tucano ressaltou que seu único patrimônio é o “moral”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”]   OPERAÇÃO LAVA JATO PF investiga lavagem de dinheiro. os políticos na lista o que dizem os citados o que pesa contra cada um próximas etapas infográfico: o esquema entenda a operação notícias da Lava Jato “Sempre tive exemplar comportamento, reconhecido por todos. Uma acusação falsa e absurda como esta me leva a completa indignação e mesmo revolta. Não sei o motivo de tal inverdade no âmbito desta operação, mas, sem dúvida, misturar falsidades com fatos verdadeiros possa ser uma estratégia dos culpados”, escreveu Anastasia no comunicado. O texto publicado nesta quinta diz que a citação a Anastasia no depoimento de “Careca” está sob análise da Justiça Federal do Paraná. Conforme o jornal, a investigação do senador eleito do PSDB ainda não foi encaminhada à Procuradoria Geral da República (PGR), responsável pela eventual investigação de congressistas, porque o ex-governador recuperou o foro privilegiado às vésperas do início do recesso judicial, na ocasião em que foi diplomado para o Senado. A reportagem da “Folha de S.Paulo” afirma que, ao ser ouvido pelos delegados federais, “Careca” relatou ter levado o dinheiro a uma casa de Belo Horizonte por ordem de Youssef. Segundo ele, informou o jornal, o doleiro disse que o destinatário da propina era o então candidato do PSDB, que se reelegeu governador na eleição de 2010. Conforme a publicação, em meio ao depoimento realizado em 18 de novembro de 2014, os delegados federais mostraram a “Careca” uma foto de Anastasia, indagando se se tratava da pessoa que recebeu o suborno. O jornal destaca que, ao responder, o policial disse que a pessoa mostrada na fotografia era muito parecida com a que recebeu a mala com dinheiro enviado pelo doleiro. Jayme Alves de Oliveira Filho chegou a ser preso em outubro, na mais recente fase da Operação Lava Jato, porém, foi libertado no momento em que expirou o prazo de sua prisão temporária. Na ocasião, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância, determinou que “Careca” fosse afastado temporariamente de suas atribuições na PF. saiba mais Procuradoria deve pedir ao STF para investigar Eduardo Cunha, diz jornal PGR não poderá passar nomes de políticos a Dilma, diz Cardozo Ex-diretor da Petrobras citou nomes de 28 políticos em delação, diz jornal Eduardo Cunha Ao depor à Polícia Federal, “Careca” também citou que o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), também recebeu propina de Alberto Youssef, afirmou nesta quarta-feira (7) a “Folha de S.Paulo”. Cunha nega a acusação. De acordo com a reportagem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF), na primeira semana de fevereiro, abertura de inquérito para investigar a suposta participação do deputado do PMDB com a organização criminosa do doleiro paranaense. Políticos citados Em dezembro, reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” afirmou que o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso em março pela Operação Lava Jato, revelou em seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) o nome de 28 políticos supostamente beneficiados pelo esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Na ocasião, o nome de Anastasia e Eduardo Cunha não foram mencionados. Segundo o jornal, entre os mencionados por Costa estão o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; os ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Mário Negromonte (Cidades); o governador do Acre, Tião Viana (PT); os ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco), além de deputados e senadores de PT, PMDB, PSDB e PP. Todos os políticos citados negam envolvimento com o esquema de corrupção. Nos depoimentos que prestou aos procuradores da República entre agosto e setembro, informou “O Estado de S. Paulo”, Paulo Roberto Costa relatou que parte dos políticos que integravam o esquema de corrupção recebiam repasses de propinas com frequência. O ex-diretor da Petrobras, que está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro, revelou ao MPF que as parcelas de suborno chegaram a superar R$ 1 milhão. O dinheiro, destaca a reportagem, teria sido usado em campanhas eleitorais. Em depoimento à Justiça Federal do Paraná em outubro, Costa também relatou que parte da propina cobrada de fornecedores da estatal foi usada na campanha eleitoral de 2010. Segundo ele, o dinheiro era direcionado a PT, PMDB e PP. Veja a íntegra da nota oficial divulgada pelo senador eleito Antonio Anastasia: NOTA À IMPRENSA Tomado de forte indignação, reporto-me a notícia publicada hoje pela imprensa que se refere ao depoimento de um policial no âmbito da operação lava-jato, que alega ter entregue a mim dinheiro em 2010. Em primeiro lugar, registro que não conheço este cidadão, nunca estive ou falei com ele. Da mesma forma não conheço, nunca estive ou falei com o doleiro Alberto Youssef. Em 2010, já como governador de Minas Gerais não tinha qualquer relação com a

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Eduardo Cunha se recusa a depor na Lava Jato

Citado no esquema de corrupção, Presidente da Câmara dos Deputados se recusa a depor na Policia Federal sobre participação na Lava Jato. A defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não tem interesse em prestar depoimento à Polícia Federal neste momento sobre seu suposto envolvimento no esquema da Operação Lava Jato. O peemedebista ingressou com um pedido no STF para ser dispensado da oitiva justificando já ter se manifestado em depoimento na CPI da Petrobrás e em agravo regimental. O ministro Teori Zavasck, relator da Lava Jato no STF, acatou o pedido da defesa. “Cumpre apenas registrar o desinteresse do investigado em prestar esclarecimentos à autoridade policiais, sem prejuízo de oportunidade futura”, escreveu o ministro. O criminalista Reginaldo Oscar de Castro, que defende Cunha, afirmou ao Estado que um novo depoimento seria “chover no molhado”. “Esses esclarecimentos nesta fase do processo são fruto de uma concessão que se faz às pessoas que ocupam determinados cargos se quiserem. Como ele já apresentou sua defesa na CPI e numa petição seria chover no molhado.”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No depoimento à CPI, Cunha recebeu elogios dos colegas, aplausos e manifestação de apoio e apresentou sua versão sem ser inquirido. A defesa de Cunha aposta numa petição para que o STF reveja a decisão de abrir inquérito contra o peemedebista. Caso o ministro Teori Zavasck mantenha a investigação, a petição será analisada no plenário da Corte. O doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, declarou à força tarefa do Ministério Público Federal que o lobista Julio Camargo pediu propina que seria destinada ao deputado Eduardo Cunha. Em depoimento gravado em vídeo o doleiro afirmou que a propina teve origem em um contrato de locação de sondas para a Petrobrás do qual Camargo participou. Ele disse que o dinheiro foi entregue diretamente ao lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, suposto operador do PMDB na estatal petrolífera e muito próximo ao presidente da Câmara. Cunha tem reiterado que jamais recebeu dinheiro ilícito de negócios de empreiteiras com a Petrobrás. O peemedebista disse que conhece Fernando Baiano, mas que nunca trataram de pagamento de propinas. Cunha afirma que o Ministério Público Federal “selecionou” quem deve ser investigado no âmbito da Operação Lava Jato. Dos políticos investigados, já prestaram depoimento: Gleisi Hoffmann, que foi acompanhada do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo; os senadores Lindbergh Farias (RJ), Humberto Costa (PE), ambos do PT. E os deputados do PP do RS Jerônimo Goergen, Renato Molling e Luiz Heinze. Os parlamentares alvos da Operação Lava Jato têm se queixado do “constrangimento” de se apresentarem à Polícia Federal. Segundo relatos de interlocutores, o pedido é para que os próximos possam depor na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), local mais discreto e longe do alcance da imprensa. As diligências de investigação dos políticos supostamente envolvidos na Lava Jato tinham prazo inicial de 30 dias para serem cumpridas, a contar da abertura dos inquéritos. O prazo se esgotaria nesta semana, mas a Procuradoria-Geral da República autorizou um adiamento. Por Redação – Estadão Conteúdo  

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