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Manuel Bandeira – Poesia -15/10/23

Boa noite A doce tarde morre Manuel Bandeira¹ A doce tarde morre E tão mansa Ela esmorece, Tão lentamente no céu de prece, Que assim parece, toda repouso, Como um suspiro de extinto gozo De uma profunda, longa esperança Que, enfim cumprida, morre, descansa… E enquanto a mansa tarde agoniza, Por entre a névoa fria do mar Toda minh’alma foge na brisa: Tenho vontade de me matar! Oh, ter vontade de se matar… Bem sei é cousa que não se diz, Que mais a vida me pode dar? Sou tão feliz!— Vem, noite mansa… ¹Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho * Recife, PE. – 19 Abril 1886 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 13 Outubro 1968 d.C

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Manuel Bandeira – Poesia – 30/09/23

Boa noite Poemeto erótico Manuel Bandeira¹ Teu corpo claro e perfeito, – Teu corpo de maravilha, Quero possuí-lo no leito Estreito da redondilha   Teu corpo é tudo que cheira… Rosa… flor de laranjeira…   Teu corpo, branco e macio, É como um véu de noivado…   Teu corpo é pomo doirado…   Rosal queimado de estio, Desfalecido em perfume..   ¹Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho *Recife, Pe. – 19 de abril de 1886 +Rio de Janeiro, Rj. – 13 de outubro de 1968

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Manuel Bandeira – Versos na tarde – 17/04/2017

Poema Manuel Bandeira¹ Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo Quero apenas contar-te a minha ternura Ah se em troca de tanta felicidade que me dás Eu te pudesse repor – Eu soubesse repor – No coração despedaçado As mais puras alegrias de tua infância! ¹Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho * Recife, PE. – 19 de Abril de 1886 + Rio de Janeiro, RJ. – 13 de Outubro de 1968 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Manuel Bandeira – Versos na tarde – 11/11/2016

Poema Manuel Bandeira¹ A doce tarde morre. E tão mansa Ela esmorece, Tão lentamente no céu de prece, Que assim parece, toda repouso, Como um suspiro de extinto gozo De uma profunda, longa esperança Que, enfim cumprida, morre, descansa… E enquanto a mansa tarde agoniza, Por entre a névoa fria do mar Toda minh’alma foge na brisa: Tenho vontade de me matar! Oh, ter vontade de se matar… Bem sei é cousa que não se diz, Que mais a vida me pode dar? Sou tão feliz!— Vem, noite mansa… Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho Recife,PE – 19 Abril 1886 d.C + Rio de Janeiro,RJ, – 13 Outubro 1968 d.C [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Manuel Bandeira – Versos na tarde – 03/01/2016

Nu Manuel Bandeira¹ Quando estás vestida, Ninguém imagina Os mundos que escondes Sob as tuas roupas. (Assim, quando é dia, Não temos noção Dos astros que luzem No profundo céu. Mas a noite é nua, E, nua na noite, Palpitam teus mundos E os mundos da noite. Brilham teus joelhos. Brilha o teu umbigo. Brilha toda a tua Lira abdominal. Teus seios exíguos – Como na rijeza Do tronco robusto Dois frutos pequenos – Brilham.) Ah, teus seios! Teus duros mamilos! Teu dorso! Teus flancos! Ah, tuas espáduas! Se nua, teus olhos Ficam nus também; Teu olhar, mais longo, Mais lento, mais líquido. Então, dentro deles, Bóio, nado, salto, Baixo num mergulho Perpendicular. Baixo até o mais fundo De teu ser, lá onde Me sorri tu’alma, Nua, nua, nua… ¹Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho * Recife, PE – 19 de Abril de 1886 d.C + Rio de Janeiro, RJ, – 13 de Outubro de 1968 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Manuel Bandeira – Versos na tarde – 14/01/2014

Poema Manuel Bandeira¹ Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo Quero apenas contar-te a minha ternura Ah se em troca de tanta felicidade que me dás Eu te pudesse repor – Eu soubesse repor – No coração despedaçado As mais puras alegrias de tua infância! ¹Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho * Recife, PE. – 19 de Abril de 1886 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 13 de Outubro de 1968 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Manuel Bandeira – Versos na tarde

Sonho de uma terça feira gorda Manuel Bandeira¹ Eu estava contigo. Os nossos dominós eram negros, e negras [ eram as nossas máscaras. Íamos, por entre a turba, com solenidade, Bem conscientes do nosso ar lúgrube Tão constratado pelo sentimento felicidade Que nos penetrava. Um lento, suave júbilo Que nos penetrava…Que nos penetrava como uma espada [ de fogo… Como a espada de fogo que apunhalava as santas extáticas. E a impressão em meu sonho era que estávamos Assim de negro, assim por fora inteiramente negro, – Dentro de nós, ao contrário, era tudo claro e luminoso. Era terça-feira gorda. A multidão inumerável Burburinhava. Entre clangores de fanfarra Passavam préstitos apoteóticos. Eram alegorias ingênuas, ao gosto popular, em cores cruas. Iam em cima, empoleiradas, mulheres de má vida, De peitos enormes – Vênus para caxeiros. Figuravam deusas – deusa disto, deusa daquilo, já tontas e [ seminuas. A turba, ávida de promiscuidade, Acotevelava-se com algazarra, Aclamava-as com alarido. E, aqui e ali, virgens atiravam-lhes flores. Nós caminhávamos de mãos dadas, com solenidade, O ar lúgrube, negro, negros… mas dentro em nós era tudo claro e luminoso. Nem a alegria estava ali, fora de nós. A alegria estava em nós. Era dentro de nós que estava a alegria, – A profunda, a silenciosa alegria… ¹Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho * Recife, PE. – 19 de Abril de 1886 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 13 de Outubro de 1968 d.C

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Olhe essa – Eleições 2006 – Justiça prende poesia!

Poesia presa! A Justiça Eleitoral, a ociosidade mais diáfana do País, resolveu prender a poesia. Um cordelista de Pernambuco fez um poema para o ex-ministro Eduardo Campos, presidente e candidato do PSB a governador. Pronto! O Tribunal Eleitoral pernambucano entendeu que a poesia era um grave atentado à Nação. Prendeu a poesia e multou o brilhante e competente neto de Arraes em R$21 mil, por “campanha eleitoral antecipada”. Quanta besteira, poeta e pernambucano Manuel Bandeira!

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