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Sérgio Machado para os Petroleiros é cahorro mmorto desde 2012

Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, em delação na Lava Jato, declarou: “Petrobras é a ‘madame mais honesta dos cabarés do Brasil’, diz Machado”.  Para a direção do Sindipetro-RJ, o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, que foi indicado pelo senador Renan Calheiros, que na política se assemelha a um dono de cabaré, e como tal, colocou na empresa um autêntico filho de “Casa de Prima.” Para não deixar dúvida para a categoria e para  a sociedade, o Sindipetro-RJ fez o enterro simbólico, de Machado, em maio de 2012, vide boletim anexo, antes da lava Jato, em frente à sede da Transpetro, no Rio, e também no mesmo mês e ano, em uma das bases mais importante da Transpetro, que é Cabiúnas, em Macaé.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Não só ele, pois muito antes da Lava Jato os sindicatos dos petroleiros já denunciavam gestores como Sérgio Machado! E diferente da lava Jato que recebe prêmio da Globo, do governo dos EUA  e de suas principais revistas como Fortune e Time, os diretores de sindicato receberam da empresa ação da justiça e até ameaças, e da Justiça recebeu até condenação à prisão, que foi substituída por pagamento de cesta básica. Além de enterros simbólicos e escrachos na casa de muitos dirigentes da companhia que só agora até sendo presos pela Lava Jato, fizemos denuncias. Estranho que, apesar das inúmeras denúncias protocoladas no Ministério  Público e Polícia Federal, nenhuma ação desses órgãos em resposta a nossas denúncias. Inclusive nesses atos, como enterro simbólico, foi enviado cópia à mídia, que também se calava. Por que quando denunciamos ninguém fazia nada e agora esse estardalhaço todo com a Petrobrás sendo alvo da PF e do MP e de denúncias diárias na mídia por conta da Lava Jato?  E como a sociedade pode entender o porquê de só se investigar a Petrobrás? E os outros escândalos? Com certeza os brasileiros gostariam que, assim como a Petrobrás, empresas como a Globo, bancos como Itaú e Bradesco, e outras empresas envolvidas em escândalos como Swssleaks e zelotes, que, diga-se de passagem, em valores sonegados estupidamente maiores do que os da Petrobrás, fossem também  alvo de operações como a Lava Jato!   Na verdade, essa justiça e a mídia enganam o povo porque, na verdade, eles não querem acabar com a corrupção na Petrobrás, o que realmente almejam é desmoralizar a empresa para vendê-la mais barata aos gringos, como fizeram com a Vale do Rio Doce, a maior mineradora do mundo vendida a preço pífio. Se estivessem preocupados com a corrupção não se calariam diante do absurdo de serem nomeadas pessoas como o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, responsável pelo apagão na época do FHC, e a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, ambos envolvidos em processo de improbidade administrativa por conta de negócios com as termoelétricas (Ação Popular 2001.71.12.002583-5) e o valor da causa é de R$ 5 bi. E ainda, para um governo que nasceu de um movimento de combate à corrupção  aceitar a indicação de um representante do banco Itaú que deve à Receita Federal R$ 18,7BI é no mínimo estranho. Considerando que qualquer empregado de empresa estatal e do funcionalismo público, na admissão, passa por uma investigação social, e que situações do presidente da Petrobrás, do BNDES e do banco Itaú seriam impeditivas para tomar posse do cargo! Inclusive, hoje, gerentes da empresa estão impedidos de receber a indenização pecuniária referente ao PIDV, por conta de ações judiciais. Só ao final das ações judiciais esses gerentes, caso absolvidos, poderão receber a indenização. Quanto ao ex-presidente Sérgio Machado, se dependesse dos petroleiros ele já estaria fora da empresa há muito tempo e procurando um cabaré, ou coisa parecida, para por em prática suas ações delituosas, coisa que os petroleiros consideram inaceitável tanto que o enterraram simbolicamente. Fonte: file:///C:/Users/Emanuel&penha/Downloads/ultimosurgente%20(1).pdf  *Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

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Com citações a Marina e Serra, Lava Jato amplia atmosfera de suspeita em Brasília

Após danificar cúpula política nacional, vazamentos de acordos de delação atingem presidenciáveis. Marina Silva lança a campanha ‘Nem Dilma, Nem Temer’ em abril. ELZA FIUZA AGÊNCIA BRASIL Após mais de dois anos de existência, a Operação Lava Jato segue expandindo a sombra de desconfiança que paira sobre a política brasileira desde que o doleiro Alberto Youssef denunciou as primeiras irregularidades do escândalo da Petrobras. Responsável por derrubar ministros tanto no Governo da presidenta afastada Dilma Rousseff quanto no do presidente interino Michel Temer, a investigação alcança agora, ainda que pelo frágil e tortuoso caminho dos vazamentos, dois políticos cotados para disputar a presidência no futuro: a ex-senadora Marina Silva e o chanceler José Serra.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A menção de um nome em depoimento de colaboração, ainda mais quando o acordo está na fase inicial, de negociação, está longe de significar que o mencionado tem culpa no cartório. Basta lembrar os casos do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que apareceu entre os suspeitos na famigerada lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em março do ano passado, mas acabou retirado da investigação, e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que segue investigado, mas tinha sido descartado da lista por duas vezes. Dos pouco mais de cem casos finalizados em primeira instância pela Justiça do Paraná até agora, 18 (16% do total) resultaram em absolvição. MAIS INFORMAÇÕES Na Paulista, Lula evoca 2018 enquanto volta à mira da Lava Jato Janot rebate críticas: “Nunca terei transgressores preferidos” Sérgio Moro julgará mulher de Cunha, acusada de lavagem de dinheiro Terceira colocada na eleição presidencial de 2014, Marina teria pedido ao grupo OAS contribuição para o caixa dois de sua campanha presidencial em 2010, segundo o empresário Léo Pinheiro, que negocia acordo de delação premiada. A informação foi publicada pelo jornal O Globo. Cotada como uma das presidenciáveis com maior capital político atualmente — ainda mais como uma das únicas lideranças nacionais que ainda não tinha sido tocada pela mácula da Lava Jato —, a ex-senadora se defendeu em nota: “Nunca usei um real sequer em minhas campanhas que não tivesse sido regularmente declarado”. Além de Marina, o empresário Guilherme Leal, candidato a vice-presidente na chapa da ex-senadora, divulgou sua defesa na página de Facebook da ex-senadora para dizer que “infelizmente, no Brasil de hoje há uma clara tentativa de alguns em colocar todos na vala comum”. Leal nega que tenha intermediado o pedido de caixa dois, como alegaria Pinheiro em sua delação, mas reconhece que se encontrou com o empreiteiro no dia 31 de maio de 2010, para discutir “propostas de economia e sustentabilidade da campanha que se delineava, como fizemos em outras reuniões com empresários de vários setores econômicos”. Um dos donos da Natura, o empresário diz que a reunião foi intermediada pelo ex-deputado Alfredo Sirkis, então dirigente do Partido Verde (PV), e a relação entre o PV e a OAS acabou resultando na doação registrada de 400.000 reais para o PV no Rio de Janeiro. “Querem afirmar que todos são iguais, todos são corruptos, e não há o que fazer além de se conformar e, consequentemente, buscar um grande acordo para que todos se salvem”, reclama Leal, que acrescenta: “caso esta alegação [de pedido de caixa dois] se confirme no contexto da delação premiada, este senhor responderá criminalmente no âmbito da operação Lava-Jato e também pela grave ofensa a minha honra e reputação”. Delações No caso de José Serra, que dirige o Itamaraty na gestão Temer, as suspeitas partiriam das delações de executivos da OAS e da Odebrecht, como informou o jornal Folha de S.Paulo. Serra, que já disputou a presidência da República duas vezes e costuma aparecer entre os nomes presidenciáveis, não se manifestou sobre o vazamento, mas poderia acabar implicado entre os mais de 200 políticos que foram expostos pela Lava Jato na lista da Odebrecht, divulgada em março deste ano. Depois de se tornar pública, a lista foi posta em sigilo pelo juiz Sérgio Moro, pois não deixava claro se os valores relacionados com cada político tinham sido repassados de forma lícita ou não. Mas a relação de possíveis envolvidos em ilícitos dos mais diversos partidos já indicava que o escopo da investigação tendia à expansão. Ainda mais quando, após mais de cem condenações, as informações que os delatores têm a oferecer valem mais se envolverem atores que ainda não foram condenados. É nesse contexto que seguem surgindo nomes, também em informações vazadas, como o da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), mencionada em depoimento pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Feghali teria solicitado dinheiro para sua campanha e Machado teria recorrido a uma empreiteira (Queiroz Galvão) , fornecedora da Transpetro, para atender ao pedido da deputada. Feghali já rechaçou a menção a seu nome, dizendo que as doações a sua campanha estão todas registradas legalmente. O quadro se torna ainda mais preocupante para os mais altos círculos do poder em Brasília quando detalhes de outras delações ainda não são conhecidos, como é o caso do acordo de Marcelo Odebrecht. Nesta terça começaram as especulações sobre o presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), derrotado no Conselho de Ética, e cercado pela força tarefa da Lava Jato e pelo Supremo. Cunha também pode acabar resultando em uma potente colaboração premiada, algo que teria potencial de incendiar o Governo Temer — o deputado afastado pelo STF nega essa possibilidade, pois diz que não cometeu crime e que, portanto, não teria o que delatar. Supremo Se o envolvimento de Marina, Serra e Jandira com a Lava Jato ainda está por se comprovar, o Supremo Tribunal Federal (STF) segue avançando sobre autoridades suspeitas de corrupção no âmbito da operação. Nesta terça-feira, o STF abriu inquérito para investigar a cúpula do PMDB no Senado para apurar denúncia de pagamento de propina na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. O inquérito tramita em segredo de justiça e envolve o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e os senadores Valdir Raupp (RO), Romero Jucá (RR) e Jader Barbalho (PA). Os quatro foram mencionados

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Furacão Lava Jato atinge partidos tradicionais a quatro meses da eleição

Conforme a investigação avança, a desconfiança da população com os partidos aumenta Manifestantes em março, em Brasília.  “Renan, não sobra ninguém, Renan! Do Congresso, se sobrar cinco ou seis, é muito. Governador, nenhum”. A frase, dita pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado em uma conversa gravada com o presidente do Senado, Renan Calheiros, pode até ser exagero. Mas poderia muito bem representar a percepção do brasileiro em relação ao sistema político atual. O que até pouco tempo parecia se concentrar mais no PT, se esparramou para as principais legendas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Conforme as investigações da Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014, avançam e se aproximam da casta política dos partidos tradicionais, que sempre pareceu intocável. A sensação é de que o sistema político brasileiro parece estar à beira de um colapso e, com seus principais nomes sob suspeita, enfrenta danos cada vez maiores a suas imagens. E a pergunta que fica é: os partidos conseguirão sobreviver a isso? Só nas últimas semanas, as gravações feitas por Machado, um ex-aliado do PMDB e do PSDB que se tornou delator na Lava Jato, comprometeram ainda mais não só Calheiros, mas Romero Jucá, presidente nacional do PMDB, que acabou afastado do cargo de ministro, e Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, que nesta quinta-feira foi alvo de um novo pedido de investigação feitopelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Além deles, o principal nome do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, também já é investigado, assim como outro peemedebista de peso, Eduardo Cunha, que se tornou réu na operação e acabouafastado da presidência da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal. O desgaste na imagem dos partidos não é causado apenas pelo envolvimento de seus quadros com a corrupção. Mas os escândalos ajudam a piorar uma situação que nos últimos anos já não é das melhores. A última pesquisa Datafolha sobre a próxima corrida presidencial, feita em abril deste ano, mostra que os principais nomes presidenciáveis despertam cada vez menos paixões. Aécio Neves, por exemplo, que quase ganhou de Dilma Rousseff na última eleição, tem caído nas preferências desde dezembro do ano passado, quando tinha 27% das intenções de voto -hoje tem 17%. Geraldo Alckmin, outro tucano presidenciável, também tem recuado -foi de 14%, em dezembro, para 9%, em abril. O mesmo aconteceu com o outro nome forte do partido, José Serra -foi de 15% para 11%, no mesmo período. Os três chegaram a ser vaiados numa manifestação que pedia o impeachment de Rousseff neste ano. Lula é o único que parece caminhar um pouco na contramão, viu suas chances subirem de 17%, em março, para 21%, em abril. Pesquisas do Ibope também têm mostrado que a rejeição dos brasileiros aos partidos políticos chegou a níveis recordes – em abril de 2015, por exemplo, 66% dos brasileiros afirmavam não ter simpatia por nenhuma legenda; repetida em fevereiro deste ano, 47% fizeram a mesma afirmação. Em 1988, quando essa pesquisa foi realizada pela primeira vez, esse número era de 38%. Nesse mesmo ano, o PMDB era o partido que aglutinava a maior preferência (com 25%) e hoje caiu para apenas 11%. PT, que um ano antes da eleição de Lula para presidente, em 2001, tinha a simpatia de 25% dos entrevistados, hoje tem a de apenas 12%. E, depois da votação da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff pelo Senado, no mês passado, poucos brasileiros (26%) demonstraram ter esperança de que o país se tornaria mais honesto – após o impeachment de Fernando Collor, em 1992, essa taxa era de 44%. “A relação do eleitorado com os partidos, que vinha crescendo, começa a se deteriorar principalmente a partir de 2005 [ano do mensalão, que arrastou nomes importantes do PT]”, explica Maria do Socorro Braga, professora de ciência política da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e especialista em comportamentos políticos. “Quanto mais os partidos têm nomes envolvidos [com corrupção], maior a tendência do eleitorado de se afastar desses partidos”, afirma. Para a professora, a Lava Jato se tornou o ápice desse processo. O cientista político Antonio Lavareda, especialista em comunicação eleitoral, concorda. “A Lava Jato se tornou uma variável de incerteza e imprevisibilidade. Ela passa como um trator sobre os partidos políticos mais tradicionais e torna os eleitores mais incrédulos em relação a eles e aos candidatos”. Neste cenário, ressalta, torna-se muito difícil imaginar as consequências que nas próximas eleições, ressalta ele. Para o cientista político, se o desempenho do Governo Michel Temer não melhorar, é possível que o cenário nacional, que não costuma impactar as eleições municipais, acabe causando mudanças nos quadros das cidades, especialmente nas capitais. “O exemplo clássico disso aconteceu em 1988, quando as turbulências do Governo [José] Sarney eram tão grandes que levaram à eleição em São Paulo de Luiza Erundina”. Na época, ela pertencia ao PT, partido que ainda não tinha muita expressão no cenário nacional. “Era vista como uma candidata antissistema”, ressalta o cientista político. Braga, da UFSCar, também acha que em um cenário tão tumultuado tudo é mais difícil de prever, mas ela crê que, na esteira da Lava Jato, candidatos ligados à Justiça podem acabar ganhando destaque. De uma coisa, entretanto, ela tem certeza: os partidos tradicionais, se quiserem mudar essa tendência de distanciamento da população, precisam começar a fazer uma autoanálise e tomar medidas que mostrem que não compactuam com a corrupção. “Os próprios partidos precisam se reorganizar para punir seus políticos, reforçar suas comissões de ética. É preciso que exista uma reeducação da classe política para que a população comece a se sentir mais contemplada.” Nas conversas do ex-ministro Romero Jucá gravadas pelo ex-presidente da Transpetro fica claro que os próprios políticos já estão cientes das dificuldades que enfrentam perante a opinião pública. “Nenhum político tradicional ganha eleição, não”, diz ele a Machado. Em outro trecho, ele sugere que a operação Lava Jato tem o objetivo de começar do zero a política brasileira. “[Eles querem] acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta”. A frase é irônica, mas

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Lava Jato na berlinda: entenda as polêmicas em torno da operação

Delação premiada, prisões preventivas, vazamentos e mídia: como beneficiam e prejudicam a operação. Sergio Moro em agosto de 2015. Foto: Sebastião Moreira EFE A condução coercitiva para depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gerou críticas de juristas às autoridades responsáveis pela Operação Lava Jato. Essas queixas se somam às reclamações que permeiam todas as fases da operação, que inaugurou o renovado e polêmico instituto da delação premiada e já ficou marcada pela forte presença midiática, alimentada também pelos vazamentos para a imprensa. Veja abaixo cinco pontos de polêmica permanente na operação.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ação midiática O procurador Deltan Dallagnol, que lidera a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, já destacou várias vezes que a operação precisa do apoio da sociedade para prosperar. Para tanto, os responsáveis pelas ações argumentam que precisam manter a população informada sobre cada passo da investigação e não tem constrangimento em usar a mídia nisso. Nesta sexta-feira, havia jornalistas de prontidão em alguns dos pontos da 24ª fase da Lava Jato, ainda na madrugada. Se por um lado a divulgação dos depoimentos colhidos pela equipe de Sérgio Moro mantém os brasileiros sempre informados, por outro ações como a controversa condução de Lula para depor no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo  levanta desconfianças em relação à seriedade e sobriedade dos procedimentos policiais. Moro disse que ordenar o depoimento obrigatório de Lula evitaria tumultos – não foi o que ocorreu na prática. Vazamentos O vazamento de informações mantém o interesse do público na sequência dos eventos. Além das críticas por seletividade e questionamentos das defesas sobre a ilegalidade do procedimento, o caso da delação de Delcídio do Amaral (PT), nesta semana,  é exemplar dos riscos da prática para a própria operação. A publicação de seu depoimento pela revista IstoÉ pode interferir na homologação do acordo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), além de dar vazão a acusações que podem vir a não se comprovar. Delação premiada O atual molde do acordo de delação premiada existe desde agosto de 2013, quando foi regulamentado. A Operação Lava Jato, iniciada em março do ano seguinte, é, portanto, a primeira grande investigação a se valer desse expediente, e baseou boa parte de sua atuação nele. Segundo os juristas ouvidos pelo EL PAÍS desde que a operação foi instalada, era de se esperar que surgissem ao longo da atuação policial ruídos entre investigadores e defesa. Os defensores acusam o juiz Sérgio Moro de basear punições em delações sem provas, mas a força-tarefa defende que a operação só consegui avançar aos mais altos escalões da República por conta das colaborações premiadas. Prisões preventivas O juiz Sérgio Moro expediu ordens de prisão para os maiores empreiteiros do país antes mesmo de eles terem recebido uma condenação em primeira instância. Defensor da prisão após condenação em segunda instância, que o STF aprovou no fim de fevereiro, Moro justificou prisões temporárias como a de José Dirceu, por exemplo, expondo as tentativas do ex-ministro de dificultar as investigações. Segundo os defensores do caso Lava Jato, contudo, essas prisões estariam sendo usadas como coação para o fechamento de delações premiadas, o que não é permitido por lei, já que a colaboração só tem validade quando é fruto da vontade do investigado. Garantias à defesa Ao longo dos dois anos da Operação Lava Jato, repetiram-se os relatos de advogados que reclamavam de dificuldades para defender seus clientes. A gritaria de alguns dos maiores criminalistas do país teve seu ápice na publicação de um manifesto dos advogados em janeiro contra o que eles consideram abusos nas investigações. Um dos mais renomados criminalistas que atuam no caso, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, chegou a promover um seminário em São Paulo para debater a questão, mas os juízes e procuradores mantêm suas posições, que defendem como razoáveis — a seu favor está o fato de a operação ter avançado como nenhuma outra. Rodolfo Borges/El País

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Marcelo Bretas, o juiz Moro carioca

O magistrado Marcelo Bretas assume o “Eletrolão”, que investiga a corrupção no setor elétrico. O juiz Marcelo Bretas, no Tribunal Regional Federal do Rio. Foto de Paula Giolito A primeira coisa que o juiz Marcelo da Costa Bretas fez ao saber que uma parte da Operação Lava-Jato iria parar nas suas mãos foi pedir sabedoria a Deus. “Minha primeira preocupação é não errar. Qualquer erro nesse processo teria uma enorme repercussão. Esse é meu grande peso”, afirma o magistrado em entrevista ao EL PAÍS.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] MAIS INFORMAÇÕES Andrade Gutierrez oferece 1 bilhão e dois senadores em acordo na Lava Jato “Não há nada de ruim na Lava Jato. Teremos mais concorrência” Belo Monte, vítimas de uma guerra amazônica A crise do PT não é apenas de imagem, mas também financeira O lento desenrolar na Justiça dos escândalos de corrupção tucanos ‘Japonês da Federal’ flerta com a política e pode se tornar candidato De um dia para o outro, este juiz federal tornou-se responsável pelo “Radioatividade”, um processo que investiga uma milionária engrenagem de propinas em torno da construção da usina nuclear Angra 3, no Rio. O esquema segue o modelo corrupto da Petrobras, mas aplicado à Eletronuclear, controlada pela estatal Eletrobras, e aponta que os pactos ilícitos entre políticos, lobistas, empreiteiras e executivos entraram em cheio no setor elétrico. Segundo a denúncia, “no mesmo período em que ocorriam crimes de cartel, fraude a licitações, corrupção e lavagem no âmbito da Petrobras, as empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, contratadas pela Eletronuclear, adotavam o mesmo modus operandi para repassar propinas por meio de empresas intermediárias.” O caso, batizado informalmente como Eletrolão, aterrissou no Rio após o Supremo Tribunal Federal desmembrá-lo, em setembro de 2015, da Operação Lava Jato, que segue em Curitiba no escritório do juiz Sergio Moro. “Não posso classificar este processo como mais importante que outros na minha carreira, mas é sem dúvida o que envolve maior quantia de valores”, afirma o magistrado, no seu escritório da 7ª Vara da Justiça Federal, especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Entre os 13 acusados, está o presidente da Andrade Gutiérrez, Otávio de Azevedo, e o ex-presidente da Electronuclear, o vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ambos estão hoje em prisão domiciliar, e respondem pelos crimes de extorsão, corrupção e lavagem de dinheiro supostamente cometidos de 2007 a 2015. A metade do caso da Eletronuclear, onde há indiciados com foro privilegiado, está no Supremo Tribunal Federal. Nele, investiga-se a participação de três caciques do PMDB: o então ministro de Minas e Energia e hoje senador Edison Lobão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Nas investigações aparece também o nome do ministro do Tribunal de Contas da União, Raimundo Carreiro, que teria sido destinatário de 1 milhão de reais de uma das empreiteiras. O caso é delicado porque o vice-almirante Pinheiro da Silva, considerado o pai do programa nuclear brasileiro, guarda informações das operações que, no final dos anos 80, permitiram ao Brasil dominar o enriquecimento de urânio, e obter combustível nuclear. Entre outros fatos, os procuradores investigam por que a firma de consultoria fundada por Othon quando aposentou-se da Marinha recebeu pelo menos 4,5 milhões de reais do consórcio de empresas, subcontratado pela Eletronuclear, para a construção da usina. Mesmo não sendo o objetivo do processo, os investigadores querem ter certeza de que segredos relativos à Segurança Nacional não ficaram à venda no suposto esquema de propinas, que envolve também empresas estrangeiras. O processo, o primeiro a ser digitalizado na Vara onde o juiz Bretas atua, já conta com 500 volumes e 160.000 folhas, mas ele aguarda ainda novos desdobramentos. “Acabou aí? É só isso? Certamente não”, interpreta o juiz. As delações premiadas dos diretivos da Andrade Gutierrez — a de Otavio de Azevedo incluída — , que já começaram em Brasília, podem apontar novos nomes, quantidades e projetos corrompidos. O esquema pode ter atingido inclusive a construção de macroprojetos como a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, o que poderia tornar o caso um novo escândalo nacional de dimensões bilionárias. “A expectativa de que o processo vai crescer é grande. Essas delações vão trazer pessoas e fatos novos”, afirma Bretas. Angra 3 é só o começo. “Só Deus sabe onde este processo vai dar”, diz o juiz. Bretas, evangélico, se considera muito religioso. Tem um irmão pastor. “Tudo que eu faço na minha vida, peço uma orientação a Deus”, ilustra. Acima da sua mesa, uma Bíblia Sagrada confirma sua dedicação religiosa. “Mas eu sei separar minhas crenças das minhas decisões como juiz”, diz. Amante de bateria, chegou a tocar na igreja, mas hoje curte interpretar em casa jazz progressivo, comoSpyro Gyra, com sua bateria eletrônica. As comparações com Sérgio Moro lhe provocam um sorriso entre o orgulho e a timidez, mas garante não ter interesse nenhum em “surfar na onda da fama”. Ao desmembrarem o processo, uma grande empreiteira envolvida na Lava-Jato pediu para seus advogados que fizessem o perfil do juiz que iriam enfrentar, conforme revelou Ancelmo Gois na sua coluna de O Globo. A conclusão dos letrados foi tão breve como enigmática: “É tão honrado e preparado como Sérgio Moro, só que, ao contrário do curitibano, não é um ativista político”. “Sou extremamente discreto”, repete Bretas em várias ocasiões durante a conversa. Ele tampouco pretende “agradar ao povo”. “Não é minha preocupação se o povo vai me apoiar, eu tenho que ser correto. Se o povo não gosta de um réu e eu considero que devo soltá-lo, o soltarei”, adverte. Sirva de exemplo o episódio que o juiz viveu nesta sexta-feira a caminho da academia. Enquanto passava pelo Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio, ele avistou um ladrão roubando a bolsa de uma senhora. Sem pensar muito, parou o carro e perseguiu o homem no meio da avenida até prendê-lo. “Depois fiquei protegendo o ladrão pois queriam linchar o pobre. Para mim foi o must, nunca tinha passado por isso”, relata. O juiz passou 15 anos

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Eleições municipais 2016: O ‘japonês da Federal’ flerta com a carreira política

Símbolo da Lava Jato, Newton Ishii visita o Congresso e estuda convites para concorrer à eleição. O presidente do sindicato da PF, Fernando Vicentino, o deputado Tirica, o japa da federal e o deputado Aluisio Mendes. Marchinha e fantasias de Carnaval, flashes por onde passa e até tietagem de deputados. O agente da Polícia Federal Newton Ishii, alçado à fama por aparecer em quase todas as prisões de políticos e empreiteiros da operação Lava Jato está prestes a se deparar com mais uma grande novidade em sua vida: poderá se tornar político. Conhecido como o japonês da Federal, Ishii esteve nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados para visitar o deputado Aluisio Mendes (PTN-MA) e recebeu seu “sexto ou sétimo convite” para se filiar a um partido e concorrer a um cargo nas eleições municipais deste ano, segundo seus amigos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Convites para se filiar ele tem vários. Mas até a semana que vem deve se decidir se aceita algum. Hoje, ele é um símbolo do combate à corrupção e pode aproveitar esse momento”, afirmou Fernando Vicentino, o presidente do sindicato dos policiais federais do Paraná que fez a ponte entre o japonês da federal e parte do mundo político.   Ishii não quis falar com repórteres. Usando seus inseparáveis óculos escuros, marca registrada dos momentos em que aparece carregando os detidos pelos braços, ele apenas caminhou pelo plenário da Câmara, tirou dezenas de fotos (inclusive selfies) com deputados e sorriu para todos que o abordavam. Entre seus fãs momentâneos estavam os ultraconservadores deputados Jair Bolsonaro (ex-militar filiado ao PP) e Eduardo Bolsonaro (policial federal filiado ao PSC-SP), além do deputado Tiririca (do PR-SP), um ex-palhaço que também aproveitou da fama para seguir carreira política. No fim do ano passado, durante a tumultuada votação que escolheu a primeira comissão especial que analisaria o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), parte da oposição provocava os governistas aos gritos de: “olha o japa! Olha o japa!”, em referência a Ishii. Ontem, ninguém se assustou quando o japonês da Federal apareceu. Mas nenhum dos parlamentares investigados pela Lava Jato quis tirar fotos ao lado dele. Oficialmente, o tour de Ishii pela capital federal se deve à participação dele na assembleia da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Afonso Benites/El País

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Moro condena mais um ex-diretor da Petrobras no caso Lava Jato

Jorge Zelada foi preso em julho de 2015 durante a 15ª fase da Operação Lava Jato Jorge Zelada, ao ser preso em julho de 2015. Brazil Photo Press/Folhapress A Justiça Federal condenou o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada a 12 anos e dois meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A decisão foi publicada pelo juiz federal Sérgio Moro, que está à frente das ações da Lava Jato e que também condenou outras três pessoas: o ex-gerente da Petrobras Eduardo Costa Vaz Musa (condenado a 10 anos de prisão em regime inicialmente aberto diferenciado); e os lobistas Hamylton Pinheiro Padilha Júnior (8 anos em regime aberto diferenciado); e João Augusto Rezende Henriques (6 anos e 8 meses de prisão), apontado como operador do PMDB na estatal e aliado de Eduardo Cunha, presidente da Câmara.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Jorge Zelada foi o quarto diretor da Petrobras a ser preso. Em abril do ano passado, Paulo Roberto Costa foi o primeiro membro da diretoria da estatal a ser condenado a prisão. Costa era diretor de abastecimento da petroleira, e também recebeu uma sentença de 12 anos. Em agosto o diretor da área internacional da empresa, Nestor Cerveró, também foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Em setembro foi a vez do ex-diretor da área de Serviços Renato Duque foi condenado a 20 anos e 8 meses de reclusão por corrupção. MAIS INFORMAÇÕES Ex-diretor da Petrobras preso fecha cerco sobre núcleo duro da Lava Jato Sob críticas, Lava Jato faz de Lula protagonista de nova fase da operação “Não há nada de ruim na Lava Jato. Teremos mais concorrência” A prisão de Zelada ocorreu durante a 15ª etapa da operação Lava Jato, em julho de 2015. O magistrado o absolveu do crime de evasão de divisas, mas aceitou a tese do Ministério Público de que o ex-diretor recebeu propina, no valor de 31 milhões de dólares (124 milhões de reais), para favorecer a empresa Vantage Drilling Corporation no afretamento do navio-sonda Titanium Explorer para a Petrobras de navios-sonda. Além da prisão em regime inicial fechado, Moro mandou confiscar mais de 123 milhões de reais em duas contas em nome de Zelada. Devido a um acordo de delação premiada, Eduardo Musa e Hamylton Padilha Júnior tiveram as penas reduzidas e poderão cumprir penas em regime aberto diferenciado, cujas restrições variam de acordo com o combinado com o Ministério Público com cada um dos réus. A defesa do ex-diretor da Petrobras nega as acusações e, segundo nota publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, diz que não houve irregularidades na contratação do navio-sonda e classificou o juiz Sergio Moro de “incompetente” e “suspeito para julgar o caso”. À Folha de S.Paulo, a defesa já manifestou que irá recorrer da decisão, que considera injusta.

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