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Trump age conforme o prometido em palanque

Trump abre caminho para deportação maciça de imigrantes irregulares Donald Trump nesta segunda-feira MIKE THEILER / POOL EFE Governo dos EUA pretende expulsar quase todos que estejam há menos de três anos no país Donald Trump abriu o caminho para as deportações maciças. As novas diretrizes do departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos, divulgadas nesta terça-feira, enterram de vez o legado de Barack Obama e amplificam a perseguição a quase todos os imigrantes irregulares (ainda sem documentos) que vivem no país.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Não se trata apenas de que os funcionários atuais ampliem as suas atribuições ou da contratação de 15.000 novos agentes. O centro da nova ofensiva migratória está na possibilidade de executar a expulsão imediata de praticamente todos os que estão há menos de três anos no país. Trata-se de uma virada radical. O país que se tornou grande a partir da imigração agora dá as costas a 11 milhões de sem-documentos, metade deles mexicanos. Até agora, o objetivo prioritário dos agentes era deter todos aqueles que tivessem cometido algum crime grave. Com as novas diretrizes, o foco se amplia e os casos que não se enquadram nelas se reduzem a “exceções extremamente limitadas”. “Todos que não cumprem as leis de imigração podem estar sujeitos aos novos procedimentos, incluindo a expulsão dos Estados Unidos”, afirma a nova diretriz. Também será restringida a prática de outorgar liberdade condicional para os que forem detidos. “Esta medida será usada excepcionalmente e apenas nos casos em que, após minucioso estudo das circunstâncias, se a considere necessária por razões de ordem humanitária ou por conta um benefício público significativo”, determina a nova norma. O objetivo, agora, é devolver os imigrantes o quanto antes aos seus países de origem. Para isso, quebram-se os entraves que havia para a realização do processo judicial de expulsão imediata. Esta modalidade era aplicada até hoje aos imigrantes que tivessem passado menos de duas semanas no país e estivessem a não mais do que 160 quilômetros da fronteira. Com a nova diretriz, os limites geográficos são anulados e sua aplicação passa ase estender para todos aqueles que estiverem há até dois anos em território norte-americano. Ficam de fora apenas os menores de idade, os pensionistas que têm asilo e aqueles que puderem comprovar a legalidade de sua situação como imigrante. Neste plano, o grande alvo é o México. O Governo de Trump considera prioritário garantir a sua fronteira do sul. Para isso, está realizando em caráter de urgência a busca de fundos para “projetar, construir e manter o muro”. Nessa mesma direção, ele abriu um processo para “identificar e quantificar todas as fontes diretas ou indiretas de ajuda federal e de assistência ao Governo mexicano”. A finalidade dessa iniciativa é conhecer qual é a quantia que o país vizinho recebe de Washington e usá-la para forçar o México a pagar o muro, um dos princípios defendidos pelo presidente dos Estados Unidos. Fica fora desses planos, segundo os textos, o programa criado por Obama para proteger os dreamers, como são chamados os menores escolarizados que entraram nos EUA sem documentos. Um sistema que permitiu a outorga de licença de trabalho para 750.000 imigrantes e com o qual o próprio Trump reconheceu, em tom melodramático, que seria complicado acabar. “A situação desses menores é muito difícil para mim, muito… Porque eu gosto de todas essas crianças; eu mesmo tenho filhos e netos, e acho muito, muito difícil fazer nesse caso o que a lei determina. E todos sabem que a legislação é muito dura”, disse o presidente na semana passada. Juan Martinez

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De desastres naturais a terrorismo: os 5 grandes riscos globais em 2017, segundo Fórum Econômico Mundial

Com a chegada de 2017, o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) divulgou a edição anual do estudo que procura antecipar os principais riscos e desafios globais para os próximos 12 meses. Direito de imagemESA/NASA O documento, intitulado Global Risks Report (Relatório de Riscos Globais, em tradução livre), avalia tendências e serve de bússola para a formulação de políticas e estratégias de governos e empresas. Ele foi divulgado uma semana antes do início da reunião anual do Fórum em Davos, na Suíça, que conta sempre com a presença de acadêmicos e líderes empresariais e políticos do mundo inteiro. Confira quais são as cinco maiores ameaças para o mundo em 2017, segundo a “bola de cristal” do WEF: 1) Eventos climáticos extremos O relatório lembra que 2016 foi o ano mais quente da história, com temperatura global 1,14ºC acima da observada antes da Revolução Industrial. Sugere que as mudanças climáticas trazem consequências sociais graves, como imigração – segundo o estudo, 21,5 milhões de pessoas tiveram que emigrar desde 2008 por eventos relacionados ao clima. A entidade defende o cumprimento do Acordo de Paris, fechado em 2015 e que pressupõe a participação de todas as nações – não apenas países ricos – no combate ao aquecimento global. Geleiras do Ártico tiveram derretimento recorde em 2016; mudanças climáticas devem causar mais consequências neste ano – Direito de imagemAP “Muitos riscos causados por não se fazer nada a respeito do clima irão transbordar para ameaças sociais e geopolíticas. Veremos crescente imigração por riscos ambientais”, afirmou Margareta Drzeniek-Hanouz, chefe do setor de Competitividade Global e Riscos do WEF. 2) Imigração em larga escala Motivadas por catástrofes naturais e também por conflitos violentos, as ondas migratórias deverão se exacerbar em 2017, aponta o Fórum de Davos. O relatório identifica ainda o risco de essa tendência ser explorada por políticos populistas, em busca de votos e aprovação popular. “A imigração se mostrou ser um assunto político extremamente bem-sucedido entre os populistas anti-establishment, gerando uma ameaça eleitoral em vários países”, afirma o texto, que enumera desafios decorrentes do avanço de “tensões culturais”. “A imigração cria tensões culturais: há necessidade de dar espaço para a tolerância religiosa sem abrir a porta para o extremismo. Há a necessidade de encorajar a diversidade que traz inovação sem alimentar ressentimento”, aponta. Ondas migratórias devem aumentar neste ano por conta de mudanças climáticas e conflitos – Direito de imagemREUTERS A organização reconhece que, assim como ocorre com a globalização, há setores da sociedade que não experimentam os benefícios gerais à economia proporcionados pela imigração. “Os desafios humanitários continuarão a criar ondas de pessoas – e nos países onde há baixos índices de fertilidade e número de aposentados crescendo a imigração será necessária para trazer novos trabalhadores.” 3) Grandes desastres naturais Desastres naturais de grande escala são uma ameaça real à infraestrutura produtiva global, aponta o Fórum de Davos. O relatório cita um estudo da Universidade de Oxford (Inglaterra) que simulou o impacto destrutivo de uma enchente na região costeira da China, que concentra produção para exportação. Mais de 130 milhões de pessoas seriam afetadas em um eventual desastre, comprometendo a cadeia internacional de comércio. Escombros deixados pelo tufão Haiyan, nas Filipinas, em 2013; desastres naturais de grande escala ameaçam infraestrutura produtiva global, aponta texto. Direito de imagemAP “Interdependência entre diferentes redes de infraestrutura está aumentando o escopo de falhas sistêmicas (…) que podem se acumular e afetar a sociedade de formas imprevisíveis”, prevê o relatório. 4) Terrorismo e vigilância Ataques terroristas têm motivado um reforço na vigilância estatal sobre cidadãos, mas tais ferramentas muitas vezes são usadas com fins políticos, alerta o relatório, que diz ver a tendência com “preocupação”. “Em alguns casos, problemas de segurança e protecionismo (…) têm sido usados como razão para reduzir dissidências. Em outros casos, restrições às liberdades são efeitos colaterais de um pacote de segurança bem intencionado, (mas) essas tendências preocupantes estão aparecendo até mesmo em democracias.” O Fórum de Davos projeta uma “situação potencialmente explosiva” em países que coíbem a liberdade de expressão em nome do combate ao terrorismo. “Ferramentas tecnológicas estão sendo utilizadas para aumentar a vigilância e o controle sobre cidadãos e erradicar críticas (aos governos). Restringir novas oportunidade a formas democráticas de expressão e mobilização e, por consequência, toda uma gama de direitos, gera uma situação potencialmente explosiva.” Homenagem a vítimas de atentado em mercado de Berlim; ações terroristas no Ocidente não devem diminuir neste ano, prevê relatório Direito de imagemEPA 5) Fraudes eletrônicas e roubo de dados Outra ameaça citada pelo Fórum de Davos são as fraudes cibernéticas, que podem avançar diante de legislações frágeis e falta de ações conjuntas entre governos e setor privado. Em entrevista à BBC Brasil, o presidente da empresa de análise de risco Marsh, John Drzik, que atuou na elaboração do relatório, diz que criminosos estão cada vez mais próximos das vítimas, pois aparelhos eletroeletrônicos domésticos estão sendo conectados à internet. “A introdução de novas tecnologias deixará isso potencialmente ainda mais perigoso. Será possível invadir aparelhos domésticos como termômetros eletrônicos” exemplificou. Drzik citou ainda a ameaça de ataques patrocinados por governos e orientados por interesses comerciais. “Precisaremos de coordenação entre países na esfera internacional e entre governo e iniciativa privada para desenvolver respostas de governança”, afirmou. Golpes com cartão de crédito são recorrentes no Brasil; fraudes e invasão de dados serão problemas em 2017 – Direito de imagemMARTIN KEENE/PA WIRE Propostas de ação O relatório também sugere ações para enfrentar as ameaças à economia global, concentradas em quatro frentes: Reformas econômicas Entre 1900 e 1980, a desigualdade social recuou nos países ricos, mas entre 2009 e 2012 a renda dos 1% mais ricos nos Estados Unidos, por exemplo, cresceu mais de 31%, lembra o relatório. O documento defende a adoção de mecanismos de distribuição de benefícios econômicos, e cita o Bolsa Família, iniciativa federal de transferência de renda no Brasil, como medida eficiente na mitigação da desigualdade social. Pontes culturais Décadas de mudanças econômicas e sociais rápidas aumentaram o fosso entre as gerações e amplificaram conflitos de

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A vida como não deveria ser

Esta foto mostra o sírio Laith Majid, com sua filha no colo, ao desembarcar de um bote de borracha usado para atravessar da Turquia para a ilha grega de Kos. O bote estava defeituoso e esvaziava constantemente sob risco de naufragar. A expressão de alívio do pai não passou despercebida. ‘A dor de todo um país refletida no rosto de um pai’, foi a mensagem que @MaryFitzger postou em sua conta de Twitter após a imagem ter sido publicada pelo ‘The New York Times‘. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Cinco mitos sobre refugiados na Europa

O discurso sobre a atual crise migratória é muitas vezes composto por afirmações infundadas e preconceituosas na Alemanha. Escolhemos algumas das mais recorrentes para desmitificá-las. “Por que os alemães têm que aceitar refugiados?” A Alemanha respeita as suas leis. O Artigo 16-A da Constituição alemã especifica: “Pessoas perseguidas têm direito a asilo.” Isso também se aplica a pessoas que estão marginalizadas em seu país de origem a ponto de ter sua dignidade violada. “Refugiados recebem mais dinheiro que alemães” Durante 20 anos, requerentes de asilo, refugiados e os chamados imigrantes “tolerados” – estrangeiros que, por a extradição não ser possível, têm a estada em território alemão carimbada como tolerada em seu passaporte – ganharam cerca de 30% menos do que é considerado um nível mínimo de subsistência na Alemanha. Somente em julho de 2012, o Tribunal Constitucional Federal criticou os benefícios como “evidentemente insuficientes” e os elevou.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Enquanto um cidadão alemão que recebe o Hartz-IV – ajuda social para desempregados de longo prazo – tem uma renda mensal de 399 euros, os benefícios para um requerente de asilo variam entre 281 e 352 euros. De acordo com a ONG Pro-Asyl, ainda hoje, os refugiados obtêm seus benefícios, em parte, sob a forma de vales de compras ou cartões com os quais podem ser comprados apenas certos produtos em determinadas lojas. Somente aqueles que foram oficialmente reconhecidos como asilados têm direito aos benefícios sociais habituais. “Os estrangeiros tiram o emprego dos alemães” Sem um visto correspondente, estrangeiros não podem nem trabalhar nem receber formação profissional. Para requerentes de asilo e migrantes “tolerados”, é proibido trabalhar em seus primeiros três meses de residência na Alemanha. Mesmo depois desse tempo, eles têm poucas chances de emprego, porque existem “trabalhadores autorizados”, ou seja, alemães, outros cidadãos da União Europeia (UE) ou aqueles que receberam asilo têm preferência na distribuição de vagas de trabalho. Somente após 15 meses de permanência na Alemanha, os requerentes de asilo e refugiados com situação legal indefinida podem trabalhar. Também é fato que, em muitos setores da vida econômica, falta hoje na Alemanha a mão de obra necessária. E muitas pessoas com boa formação profissional vêm de regiões em conflito. “Todos os refugiados vêm para a Europa” Mais de 80% dos 59 milhões de refugiados do mundo permanecem em suas regiões de origem. Por um lado, porque têm muitas vezes a esperança de um retorno rápido à sua terra natal, mas também porque lhes faltam possibilidades para continuar a fuga. O maior grupo de refugiados de regiões em crise na Síria e no Iraque foi acolhido principalmente por Estados vizinhos no Oriente Médio – não pela Europa. Agência da ONU para Refugiados (Acnur) estima, atualmente, em 4,08 milhões o número de refugiados sírios que procuraram refúgio em algum dos países vizinhos. Segundo a ONU, somente 348 mil entraram com pedido de asilo na Europa. “A Alemanha recebe a maioria dos refugiados na Europa” O número de estrangeiros em busca de asilo na Alemanha em 2014 foi de 170 mil. Até o final de 2015, são esperados 800 mil – o que será um recorde em sua história. Em números absolutos, nenhum país europeu, de fato, recebe tantos requerentes. Mas numa comparação entre número de habitantes e quantidade de requerentes de asilo, as estatísticas perdem força: a Alemanha tem 2,5 para cada mil moradores e é a apenas a sétima na Europa. A líder do ranking é a Suécia, com oito pedidos de asilo para cada mil habitantes. Países como Hungria, Áustria, Dinamarca e até Malta estão à frente da Alemanha. DW

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A resposta da filha de um imigrante a Donald Trump que viralizou

Trump fez discurso cujas declarações foram classificadas como “prejudiciais e absurdas” pelo governo mexicano. Adriana Almanza não se intimidou pela fama, discurso ou fortuna de Donald Trump. E escreveu ao magnata americano um carta aberta para apresentar-lhe ao seu pai, Raúl, um imigrante mexicano que chegou há mais de três décadas nos Estados Unidos. “Ele não bebe. Não se droga. É claro que não é um criminoso, estuprador ou um traficante de drogas, como você sugeriu em seu discurso”, diz um trecho . “Meu pai trabalha 5-6 dias por semana desde que eu era criança e nunca eu o ouvi reclamar uma vez sequer.” “Não somos ricos na riqueza, senhor. Mas somo ricos no que importa, o conhecimento, a cultura e a fé”, escreveu Adriana na mensagem, que já foi compartilhada 122 mil vezes no Facebook e teve 240 mil curtidas. O sucesso surpreendeu a jovem, de 28 anos. “Nunca fui uma pessoa de morder a língua e guardar o que pensa”, disse ela à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. Tudo começou no discurso em que Trump anunciou sua candidatura às primárias do Partido Republicano para as eleições presidenciais de 2016. Na ocasião, ele defendeu um “grande muro” na fronteira sul do México que, segundo ele, “não é um amigo”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “O México manda sua gente, mas não manda o melhor. Está mandando gente com um monte de problemas… Estão trazendo drogas, o crime, os violadores. Acho que há alguns que são bons”, disse o empresário. Assim, Adriana sentiu a necessidade de agir. “Estava pensando na minha gente. Em meu pai, nos meus tios, primos, amigos, e todos os imigrantes, os latinos, especialmente os mexicanos”. Diz ela ser orgulhosa de suas raízes e que “não vai permitir que pessoas como ele falem assim de minha gente”. “Para mim, meu pai é todo um herói, ele é meu mundo, sacrificou muito e sofreu muito”. Artista mexicano indignado com declarações de Trump fabricou um boneco do empresário para que mexicanos descarregassem “ira” contra o americano “Ninguém pode dizer que ele não é ‘o melhor do México’”. E foi exatamente isso que expressou na carta a Trump. Conta ela não ser “nenhum segredo” que o pai chegou ao país sem documentação – ou “‘ilegal’, como você os chama”, disse – explicando como ele buscou emprego no campo em vários Estados para enviar dinheiro a seus pais e nove irmãos no México. “Senhor Trump, eu seu discurso afirmou que o México não envia aos EUA os melhores. Mas me permita discordar. Se meu pai representa o tipo de pessoas que México ‘envia’, não há dúvida de que este país está cada vez melhor”. “O problema é que você e eu temos uma definição diferente ‘dos melhores’”. Escreve ela que “os melhores, para mim, são os que trabalham duro e seguem humildes. Isso é exatamente o que representa meu pai, isso é exatamente o que os outros milhões de mexicanos representam”. O pai “não tem o que se chama de ‘educação formal’”, diz a jovem, que se lembra de como ele a ajudava em tarefas escolares e lhe ensinou a importância da educação e de conquistar um diploma – apesar de ele mesmo não ter um. Adriana tem uma licenciatura em Relações Internacionais pela Universidade Valley State e um mestrado em educação. Carta já foi compartilhada mais de 122 mil vezes no Facebook A jovem não foi a única a reagir às declarações de Trump, que foram classificadas pelo governo mexicano como “prejudiciais e absurdas”. A Univisión, principal cadeia de televisão em espanhol dos Estados Unidos, anunciou ruptura com a organização do Miss Universo, que pertence a Trump, “como consequência de seus comentários ofensivos sobre imigrantes mexicanos”. Alguns artistas hispânicos como o colombiano J Balvin, o ator chileno Cristián de la Fuente e a atriz Roselyn Sánchez, de Porto Rico, também se recusaram a participar do evento. O sucesso veio nas redes sociais, onde tornou-se uma hashtag (#AdrianaAlmanza). Ironicamente, o pai conheceu o Facebook há apenas alguns meses. “É um pouco difícil para ele (o pai) entender tudo o que está passando”, disse ela. “Tampouco entende porque Donald Trump disse estas coisas”. Será que o magnata irá respondê-la? BBC

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