Arquivo

Kassab se apossa da marca JK

Kassab se apossa das iniciais JK e registra site O prefeito de São Paulo agora é “Jilberto Kassab”. Ele registrou na internet o domínio www.JK.org.br, tentando se apossar da imagem positiva do ex-presidente do Brasil, que foi do PSD, sigla da “nova” agremiação que GK fundou, o Partido Social Democrático. O site está em nome de uma Comissão Provisória Estadual do seu ex-partido, o DEM, mas o prefeito aparece como o “responsável” pelo domínio. Briga judicial A família do ex-presidente Juscelino Kubitschek ficou injuriada com a iniciativa de Kassab, e considera recorrer à Justiça contra ele. coluna Claudio Humberto [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Kassab: “o melhor para o Brasil é ajudar Dilma”

E ainda há os que se espantam com incrível habilidade (?) camaleônica dos políticos que trafegam – com trocadilhos, por favor – nos corredores das, como diz o poeta, tenebrosas transações. O prefeito de S. Paulo, que até a pouco era papagaio de pirata dos tucanos, “de repente não mais que de repente”, como disse o outro poeta, avermelha-se de petista desde criancinha. Abaixo a salada promíscua ideológica que sua (dele) ex-celência está  temperando. O Editor ”O melhor será ajudar a Dilma”, diz Kassab Na Bahia, prefeito ganha adesões para criar PSD, inclusive do vice-governador Ao formalizar ontem, em Salvador, a adesão do vice-governador da Bahia, Otto Alencar, ao novo partido que vai criar, o Partido Social Democrático (PSD), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi ambíguo sobre o lado político que a sigla assumirá, se será aliada do governo ou oposição. Apesar de ter defendido a independência da sigla, Kassab afirmou que “o melhor para o Brasil será ajudar a presidente Dilma Rousseff e o governador Jaques Wagner, na Bahia”, ambos petistas. O prefeito anuncia oficialmente hoje, em São Paulo, a criação do partido.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Na Bahia, o DEM – antigo PFL ao qual pertenceu Antonio Carlos Magalhães, e partido que Kassab abandona a partir de hoje – é oposição ao PT. Ontem, Kassab coletou assinaturas para a abertura da legenda, em evento concorrido, que reuniu deputados e ex-deputados, vereadores, prefeitos e ex-prefeitos, além de lideranças da base aliada, sobretudo petistas, dos governos federal e estadual, no Estado. Futuro comandante da legenda no Estado, Alencar – que chegou a governar a Bahia sob a liderança do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (morto em 2007), foi mais direto: “Aqui na Bahia não terá essa história de independência. Eu sou vice-governador e nós estaremos na base. Acredito que em Brasília também será assim”. Kassab e Otto destacaram o caráter democrático e flexível da nova legenda afirmando que uma cláusula do estatuto dará ao filiado amplo direito de se desfiliar quando desejar. “No momento em que qualquer um se sentir desconfortável dentro do partido, terá liberdade para seguir o rumo que bem desejar. Não prenderemos ninguém”, garantiu o líder baiano. “Aqui não funcionará a lei do passe, do futebol, agiremos como a lei do divórcio, que permite a separação consensual”, comparou. O prefeito negou que a fundação da nova sigla esteja atrelada a pretensões eleitorais suas. “Sou candidato a ser um bom prefeito de São Paulo”, disse. Mas garantiu que no próximo ano o partido estará preparado para disputar as eleições municipais com candidaturas próprias em todos os municípios. Ele tranquilizou os que temem deixar seus atuais partidos e ficarem impedidos de participar do pleito de 2012. “Não há riscos, estamos nos organizando para conseguir as assinaturas necessárias e consolidar juridicamente o partido”, garantiu. Contra o relógio. Estão agendados outros nove atos de coleta de assinaturas nos Estados de São Paulo, Amazonas, Acre, Alagoas, Goiás, Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Kassab acredita que até julho o PSD estará formalizado. Na Bahia a legenda já arregimentou quadros históricos do DEM, originários do extinto PFL, como o deputado federal e primo do deputado federal ACM Neto, Paulo Magalhães, e o deputado estadual Gildásio Penedo, um dos nomes que mais fortemente faziam oposição ao governo de Jaques Wagner até 2010. Dos seis deputados federais do DEM baiano, dois já decidiram marchar com o PSD e um terceiro ainda está indeciso. Dos cinco estaduais, dois estão migrando para a nova legenda. No PMDB, metade da bancada, formada por seis parlamentares, aderiu ao PSD. “Não queremos esvaziar nenhuma partido. Todos que aqui estão, vieram por livre e espontânea vontade”, ressaltou Otto. Ao final do evento, Kassab e outras lideranças almoçaram com o governador Wagner, no Palácio de Ondina, residência oficial do governo baiano. Eliana Lima/O Estado de S.Paulo

Leia mais »

Oposição em desespero: PSDB,DEM e PPS planejam fusão

Vai daqui uma sugestão para esse novo partido: Arena! Para outros, menos irônicos e mais ácidos, não há nada de estranho em tal união, pois afinal todos são farinha do mesmo saco. Fica a sensação surrealista de um náufrago cedendo o salva-vidas para outro que está se afogando. Ao PSDB resta reconhecer que é o partido do bem, e que os demais partidos são, ou eram, do mal. Os partidos envolvidos na provável fusão abrigam, com as exceções de praxe, as mais desalentadoras e autoritárias do universo político da taba dos Tupiniquins. O Editor Partidos: Movimento deve ser posto em curso depois de 2012 sob a liderança de Aécio O Democratas elegeu ontem presidente o senador José Agripino Maia (RN), no que pode ter sido uma das últimas convenções nacionais do partido, cujas origens remontam à antiga Arena do regime militar. A data-chave do DEM é a eleição municipal de 2012, após a qual a oposição deve abrir uma discussão sobre a fusão dos três partidos – além do Democratas, o PSDB e o PPS já conversam discretamente sobre o assunto, nos bastidores. O que se espera, entre os demistas, é que o senador tucano Aécio Neves, o mais provável candidato do PSDB em 2014, assuma o comando dessas articulações.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Embora a tendência seja o DEM atar seu projeto político ao de Aécio, outros atores tucanos ajudaram na recomposição e trégua provisória do partido, dividido entre as alas do ex-presidente da sigla Jorge Bornhausen (SC) e do até ontem presidente, Rodrigo Maia (RJ). O principal deles foi o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que atuou para desestimular deputados estaduais e federais do Democratas e estaduais do PPS a deixar seus partidos para seguir o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na fundação de um novo partido (PDB). José Serra também ajudou, para tentar evitar que Kassab desencadeasse a ruptura no DEM. Aliado de Bornhausen, Kassab foi o grande ausente na convenção de ontem, reforçando a impressão de que sua saída do DEM é iminente. Externamente, os dirigentes do DEM afirmam que a fase mais aguda da crise que atinge o partido está superada. Em termos. Ao tornar públicas suas conversas com o governador Eduardo Campos (PE) sobre a fusão do novo partido que planeja criar com o PSB – uma espécie de partido “janela”-, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, praticamente inviabilizou a adesão de figurões como Jorge Bornhausen (SC), Kátia Abreu (TO), e do ex-senador Marco Maciel, que é adversário de Campos em Pernambuco. Todos estiveram presentes ontem à convenção. O risco, no entanto, não passou e a avaliação do DEM é que vai perder quadros para o partido de Kassab – se for efetivamente um partido e não apenas um instrumento de passagem para outra legenda – em função das situações locais, além do adesismo governista. Um exemplo: em Goiânia, o senador Demóstenes Torres é candidato a prefeito, mas quem domina a máquina partidária é o deputado Ronaldo Caiado, seu adversário. O problema afeta outros partidos, inclusive o PT (o deputado João Paulo, do Recife, é um exemplo). É nesse quadro que o partido de Kassab pode levar vantagem. O maior trunfo do Democratas é o tempo de televisão, o que uma legenda nova como seria a do prefeito de São Paulo não terá – só o tempo dos parceiros nas coligações ou do partido ao qual se fundir, como o PSB. Além do tempo de TV, também o fundo partidário permanece integralmente com o DEM. São com esses recursos e tempo de televisão no horário eleitoral gratuito que o DEM esperar obter o melhor resultado possível nas eleições municipais de 2012, a fim de entrar nas discussões sobre a sucessão presidencial com algum peso. Evidentemente, se o partido obtiver um resultado excepcional, o que não é esperado, a discussão sobre a fusão com os outros dois atuais partidos da oposição deve ser revista. A fusão também embute um outro risco, que depende da conjuntura pós eleitoral de 2012: se o governo Dilma Rousseff estiver muito bem avaliado, na ocasião, a tendência é que a oposição perca para o governo congressistas que não concordarem com a unificação (é uma justificativa aceita pela legislação eleitoral para a troca de partido). Em avaliações feitas no Democratas, no mapa a fusão seria um excelente negócio para PSDB e DEM: os partidos são complementares, onde um é fraco, outro é forte ou ainda mantém alguma estrutura capaz de sustentar um partido viável no plano estadual. Por exemplo, o PSDB é fraco no Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte e Santa Catarina, todos Estados onde o Democratas é mais forte que o parceiro de oposição ao governo do PT. Em fase de reorganização e sem nomes à Presidência, outra avaliação corrente no DEM é que os polos de poder no país, no momento, são PT e PSDB. Logo, seja por meio da fusão ou de aliança, a tendência do partido em 2014 é novamente ficar com os tucanos na disputa presidencial, provavelmente com Aécio Neves. Os demistas, no entanto, reclamam da passividade até agora demonstrada pelo senador mineiro, mesmo reconhecendo que ainda não se passaram 90 dias de governo. Agripino foi eleito com apoio dos dois grupos divergentes do partido, numa tentativa de unir a legenda. Uma de suas tarefas é tentar evitar uma debandada de demistas com Kassab. Uma das armas é a ameaça de recorrer à Justiça para recuperar o mandato dos infiéis. Para isso, demistas têm pareceres jurídicos atestando que quem sai de um partido só pode se beneficiar da exceção à regra da fidelidade partidária se assinar o ato de fundação. No início, as notícias referiam-se à possibilidade de 70 prefeitos, 20 deputados, uma senadora e os dois governadores do partido o acompanharem. Agora, essa contabilidade caiu para menos de dez no caso dos deputados. E a senadora Kátia Abreu diz que, por enquanto, fica, dando um “voto de confiança” em Agripino. Os dois governadores – Rosalba Ciarlini (RN)

Leia mais »

Eleições 2014: A oposição se desmancha

Individualismo rudimentar e mudança climática na política brasileira ameaçam existência de PSDB e de DEM A AGONIA dos partidos de oposição é evidente desde 2010. Há tempos doentes de dengue programática e anorexia social, partidos como PSDB e DEM parecem agora ter se entregue à autoamputação. Gilberto Kassab, prefeito de SP, pode causar hemorragia de um terço dos quadros do seu DEM, a caminho que está de algum outro partido, qualquer partido que lhe dê a legenda para o governo paulista em 2014 e boas relações com o petismo. Caso se confirme a migração de Kassab, o DEM será um partido nanico, mas sem nacos de poder que alimentam os nanicos agregados ao petismo no poder. José Serra talvez apenas ameace cortar braços e pernas de PSDB, dada a disputa que trava com Geraldo Alckmin e Aécio Neves, mas o fato mesmo de que sugira a cisão ilustra o baixo nível da discórdia tucana. O desarranjo da oposição ficara evidente na derrota inglória de 2010, quando o PSDB fizera uma campanha desnorteada, sem programa, sem apelo ou base social e que descambava ora para a demagogia, ora populista ora direitista.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A desorientação tornou-se manifesta na conversa fiada da “refundação tucana”. Aécio e Alckmin passaram a procurar um verniz partidário mais adequado aos novos tempos de hegemonia petista. Deram de falar sobre a importância de “políticas sociais”, de se “aproximar” do “povo” e de sindicatos. Deram de pregar “oposição responsável” a Dilma, “cooperação” com o governo federal. Tudo isso é também um outro modo de fritar Serra, desafeto radical do petismo. O motivo mais imediato da crise é o fato de que a coligação sudestina de PSDB-DEM tem quatro candidatos (Aécio, Alckmin, Serra e Kassab) para dois cargos em 2014 (governo paulista e presidente). Mas há mais. Kassab pensa em se bandear para um partido associado ao governo petista. Alckmin, como já se disse, é diplomático com Dilma Rousseff, e há mesmo setores do alckmismo ideológico que já se agregaram ao governismo, como Gabriel Chalita. Há uma mudança climática na política, em parte resultado do sucesso do petismo-lulismo, do “desenvolvimentismo” e as várias derrotas ideológicas, políticas, eleitorais e morais de ideias ligadas à “modernização tucana”. Tais reveses erodiram a base ideológica do tucanato e encolheram ainda mais sua base social-eleitoral. Há os defeitos intrínsecos da oposição. O PSDB era o partido de certa elite sulista, escovada em universidades americanas, gente mais ilustrada da finança, da grande empresa e parte da universidade “modernizante” e de representantes mais “modernos” de elites regionais. Os quadros ideológicos se foram, para ganhar a vida no mercado. A base social organizada jamais existiu. A grande finança aceita conviver com o PT, desde que não barbarizem demais o Banco Central e as contas públicas. A grande empresa foi cativada com subsídios. Os quadros políticos restantes do PSDB, sem projeto coletivo, se matam em nome de suas carreiras individuais. O DEM era um resquício de eras passadas, apenas. Se a mudança é duradoura, não se sabe. Mas o sucesso acidental ou não do petismo ameaça explodir os partidos de oposição. Caso a agonia termine em mortes, estaremos diante da maior mudança partidária em quase um quarto de século. Vnicius Torres Freire/Folha de S.Paulo

Leia mais »

Dilma Rousseff: não há diferença entre nazismo e ditaduras

“Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam”. Edmund Burke O discurso da Presidente Dilma Rousseff em Porto Alegre, em cerimônia em homenagem às vítimas do holocausto dos judeus pelos Nazistas na 2ª Guerra Mundial, soa como um alerta, em memória dos 6 milhões de judeus, 10 milhões de cristão, 1900 padres católicos, deficientes físicos, homossexuais, resumindo, seres humanos que foram assassinados, massacrados, violentados, queimados, mortos a fome e humilhados, enquanto Alemanha e Rússia olhavam em outras direções. Acredito hoje que estou agindo de acordo com o Criador Todo-Poderoso. “Ao repelir os Judeus estou lutando pelo trabalho do Senhor” Adolph Hitler, Discurso, Reichstag, 1939 O Editor Dilma compara, em discurso, o nazismo às ditaduras Dilma Rousseff participou na noite passada, em Porto Alegre, de cerimônia em memória das vítimas do holocausto. Ao discursar, a presidente fez uma analogia entre a barbárie imposta pelo nazismo aos judeus e a tortura infligida pelas ditaduras. Torturada pelo regime militar, Dilma acomodou num mesmo balaio os campos de concentração e os porões dos regimes de exceção: “Lembrar Auschwitz-Birkenau é lembrar todas as vítimas de todas as guerras injustas, todas as ditaduras que tentaram calar seres humanos”.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Minutos antes, fora ao microfone o presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), Claudio Lottenberg. Voltando-se para Dilma, ele disse: “A senhora, presidente, sabe melhor que todos o que significa ser torturada, […] o que este tipo de agressão pode significar para alguém, por mais que sobreviva”. Dilma pronunciou uma frase que fez lembrar entrevista que concedera ao diário ‘Washington Post’, logo depois da posse. Na ocasião, inquirida sobre a parceria que Lula estabelecera com o Irã, ela afirmara que não concordava com as violações aos direitos humanos patrocinadas por Teerã. No discurso da capital gaúcha, sem mencionar o Irã, a presidente declarou coisa parecida: “É nosso dever não compactuar com nenhuma forma, qualquer que seja, de violação de direitos humanos –em qualquer país, aí incluído o nosso”. Em entrevista concedida antes do início da cerimônia, Lottenberg havia festejado a distinção entre Dilma e Lula em relação à matéria. O presidente da Conib declarou-se “feliz em saber que a presidente [Dilma] tem posição diferente daquela que o presidente Lula manifestou no passado”. Dilma desembarcou em Porto Alegre por volta das 20h, com atraso de cerca de uma hora. Falou para uma platéia eclética. A audiência incluía de expoentes da comunidade judaica ao prefeito de São Paulo, o ‘demo’ Gilberto Kassab, na bica de filiar-se ao PMDB e de converter-se ao governismo. ->> aqui vídeo do discurso da Presidente Dilma Rousseff blog Josias de Souza

Leia mais »

Oposição opta por encenar o papel de ‘sujeito oculto’

O grande personagem deste alvorecer da Era Dilma, é um sujeito oculto. Representa-o a oposição. Uma oposição que não se opõe. Sumiram o PSDB e o DEM. O tucanato desperdiça o seu tempo em duas tarefas. Ambas estenuantes. Parte dos tucanos eriça as plumas num profícuo debate em torno do significado e da serventia do vocábulo “refundação”. Outro naco do tucanato dedica-se a selecionar as ferramentas para a liça dos próximos quatro anos. Foram à mochila, por ora, argamassa para as pontes e rendas para os punhos.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] O passa-tempo dos ‘demos’ é mais simples. Contam-se os filiados que, exaustos da política longe do cofre, pendem para o bloco da ade$ão, liderado por Kassab. Corta para a peça “Júlio César”, de Shakespeare. A cena mais lembrada é a passagem em que os conspiradores, reunidos por Brutus, assassinam César. No esforço que empreende para fugir do palco, a oposição não serve nem para César nem para Brutus. Serve, no máximo, para Cinna. Cinna aparece na peça no instante em que os plebeus, açulados por Marco Antônio, saem à procura dos assassinos de César. “Matem-no, é um dos conspiradores”, grita um dos plebeus ao avistar Cinna. Alguém se apressa em informar que se trata apenas de Cinna, o poeta. E o plebeu: “Então, matem-no pelos seus maus versos!” Cinna é trucidado. Transposta para o cenário brasiliense, a encenação teria Lula no papel do plebeu exaltado: “Matem-no, é um oposicionista”. Um figurante petista gritaria: “Não, não. É apenas fulano, um tucano. Ou beltrano, um ‘demo’.” E Lula: “Então, matem-no por sua insignificância”. blog Josias de Souza

Leia mais »

Orestes Quércia, a morte e a morte da memória

Millor Fernandes tem razão. Na morte é a única oportunidade em que todos falam bem de nós. Ou algo assim. Vejam o caso do notório Orestes Quércia, recém falecido. Tanto no velório, como agora na missa de 7º Dia, o mínimo que amigos (?) desafetos e opositores contumazes propuseram nas loas desfiadas ao “decujus’, foi a canonização. Fico imaginando o necrológio de Zé Dirceu, Delúbio Soares, Marcos Valério, “et caterva”! O Editor Sobre a missa de Quércia e ‘canonização dos mortos’ O brasileiro nasce e cresce sob a pele de homem. Mas fenece como santo. Entre nós, a morte é de uma eficácia promocional hedionda.[ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda] A morte lava biografias. Os cemitérios do país são hortas de virtudes. O morto com defeitos é uma utopia. Tome-se o exemplo de Orestes Quércia. Celebrou-se em São Paulo uma missa em memória do ex-governador paulista. Deu-se nesta quarta (5), na Catedral da Sé. A lista de políticos que foram cultuar o morto impressiona pela diversidade. Lá estavam José Serra e Geraldo Alckmin, do PSDB –partido nascido de dissidência que largou o PMDB por suposta aversão aos métodos de Quércia. Lá estava Michel Temer, com quem Quércia travou nos últimos anos de sua existência renhida disputa pelo controle do PMDB-SP. Lá estava Gilberto Kassab, um ‘demo’ que ronda o espólio de Quércia e achega-se ao PMDB de Temer com ganas de neogovernista. Lá estava Eduardo Suplicy, cujo partido, o PT, um dia chegou a considerar-se a antítese da política à moda Quércia. Lá estava, por último, Paulo Maluf. Entre todas, talvez, a única presença sincera. Unia-o a Quércia pelo menos afinidade de estilos. A morte não parece guiar-se por critérios lógicos. Ela canoniza a todos, sem distinção. Ela perdoa as fraquezas, purifica as nódoas. Por sorte, a morte é democrática. Ela se distribui igualitariamente. Cedo ou tarde o pó une todo mundo na santidade dos túmulos. blog Josias de Souza

Leia mais »

Podebras, o Brasil em resumo

Brasil: da série “O tamanho do buraco”! Para usar uma expressão tipicamente paulista, eis um resumo da sacanagem que a corja comete contra os Tupiniquins. Chego a duvidar se não estamos em um estado de delírio comatoso, ou se exercitamos um inacreditável ensaio sobre a cegueira e a inutilidade das coisas. Nem mesmo relendo Raízes do Brasil de Sérgio Buarque, consigo entender o comportamento letárgico da nossa tribo, diante da bodurna brandida pela classe política que, mea culpa, foi todinha eleita com nossos votos. O editor Não há dia em que os jornais não estejam tomados por notícias políticas que, se levadas a sério, provocariam depressão coletiva. Talvez os cidadãos devessem receber um auxílio-escândalo ou um adicional de insalubridade para, aí sim, sair da anestesia moral e ir às ruas protestar? Vamos às manchetes da Podrebras, agência que divulga a podridão do poder público: Renan Calheiros e Fernando Collor Comandam CPI da Petrobras – Mais uma da série “seria hilário se não fosse trágico”, em cartaz em todas as cidades do Brasil. Calheiros ainda não explicou de onde vinha o dinheiro para pagar a pensão de seu filho; nem ao menos foi punido por brandir notas falsas em plenário. Collor dispensa apresentações, mas não era ele que ia privatizar tudo, inclusive a Petrobras, essa plataforma de marajás? E eles, Collor e Calheiros, não eram inimigos? Que ambos sigam na política já é lamentável. Que agora sejam a tropa de choque parlamentar do PT, na antessala da campanha de 2010, diz uma enciclopédia sobre a política brasileira. Senador Sarney recebe auxílio-moradia – Deve ser uma ajuda de custo para manter a ilha de sua propriedade? Ou um de seus outros latifúndios? Claro, ele rapidamente aplicou a tática do “eu não sabia”. Como é que poderia ter reparado num depósito tão irrisório em suas milionárias contas, como aquela que tinha no Banco Santos? Por muito menos o líder do Parlamento inglês renunciou e muitos de seus membros devolveram o dinheiro. Se corrupção existe em toda parte, como se fala tanto no Brasil (vide Ibsen Pinheiro, pai de natimorta reforma política), a impunidade tem forte cor local. Lula diz que investigar a Petrobras é irresponsabilidade – Isso significa que o chefe do Executivo nacional desautoriza tudo que Polícia Federal, Ministério Público e Tribunal de Contas têm revelado a respeito de licitações suspeitas, patrocínios clubistas, aditivos contratuais e outros problemas “administrativos” numa das maiores estatais do mundo. Mas Lula em seguida deixou claro seus motivos: contou ao democrata Hugo Chávez que pensa em arranjar um emprego na Petrobras ao fim do mandato, talvez para frequentar entre um churrasquinho de coelho e outro. Yeda Crusius é acusada de fazer caixa 2 – A governadora mostra a tocaia moral em que os tucanos se enfiaram desde o governo Lula. Eles achavam que a continuidade de sua política econômica mostraria o acerto do governo FHC, mas esqueceram que a continuidade de suas práticas políticas mostraria que, se todos são iguais, é melhor ficar com alguém que é mais igual ao povo do que os outros. O esquema de Marcos Valério começou com o PSDB, e isso foi suficiente para tirar credibilidade do tucanato aos olhos da população. No Rio Grande do Sul, onde o PT já mostrara tão bem o que era, a coisa ficou ainda mais feia. Thomaz Bastos diz que mensalão não existiu – Se não existiu, o que foram aqueles depósitos no BMG e Rural? De onde veio aquele carro de Silvinho Pereira? Por que Valério não executou os serviços públicos para os quais sua empresa foi contratada? A quem Lula se referiu quando se disse traído, embora aquela fosse apenas uma “praxe” dos partidos brasileiros? Por que Duda Mendonça afirmou ter recebido via paraíso fiscal? E por que José Alencar disse que houve um “sacolão”, o pagamento aos aliados do PTB et caterva? Ah, esquece essas perguntas velhas, isso já passou, o Brasil é o país do futuro… Promotoria pede rejeição de contas de Kassab – Como se não bastasse, onde estão as promessas feitas nessa mesma campanha? Basta circular pela cidade (essa antiga atribuição de repórteres) e ver a quantidade de problemas. Cidade Limpa significa basicamente que tem menos outdoors e menores letreiros, pois as ruas e praças estão sujas, além de mal iluminadas, congestionadas e cada vez mais inseguras. O número de pessoas morando em favelas aumentou. A manutenção da cidade também merece ser rejeitada. Mas agora chega, que o leitor já me entendeu. Não preciso falar do deputado do castelo, do outro que deu carteirada para não passar no bafômetro, etc. Num país de cultura oligárquica, onde a classe política sempre se protege da opinião pública por mais que brigue entre si, cidadania é sempre uma palavra bonita, não uma representação real. Aqui a máxima de que “à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta” sofreu ligeira adaptação: à mulher de César não importa ser desonesta, basta parecer honesta. Ave. por Daniel Piza

Leia mais »

Procuradoria diz que Kassab recebeu doações ilegais

Brasil: da série “O tamanho do buraco”! E segue a farra dos recursos não contabilizados… Sai Delúbio, entra Marcos Valério, sai cuequeiros, entra Gilberto Kassab, e a turma do “eu não sabia de nada”, continua fazendo “distrupiços” com os Tupiniquins. O apedeuta, chefe dos petralhas, continua formando seguidores em todos os partidos. Esse, o apedeuta e a sua (dele) corja, já aprenderam os caminhos da desfaçatez do caixa 2 com o impoluto senador Azeredo, o inventor do Marcos Valério. Evidente que somente os maldosos acreditam que as empresas que fizeram as doações tinha segundas intenções. Argh! O Ministério Público Eleitoral decidiu mover ação contra o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), na Justiça Eleitoral. Acusa-o de receber doações de campanha “ilegais” de associações e de empresas que prestam serviços a concessionárias da prefeitura. “Esse tipo de doação é ilegal. Meu entendimento é de que essas irregularidade têm que ser coibidas”, diz o promotor Maurício Antônio Ribeiro Lopes. Ouvido, Kassab contra argumentou que não há nada de errado com as doações das firmas que mantêm vínculos com a prefeitura. “Desde que tudo esteja dentro da lei e seja feito com transparência, como foi feito em todas as últimas eleições pelas mesmas empresas, eu acho que existe uma relação de verdade com o eleitor e, portanto, a conduta é correta”. Mutatis mutandis, Kassab recorre ao mesmo argumento usado por Lula, dias atrás, ao comentar a farra das passagens aéreas do Legislativo: “Sempre foi assim”. Até quando será? blog Josias de Souza

Leia mais »

Eleições. Mais beneficiários dos ‘recursos não contabilizados’

Não tem como esconder. Era só uma questão de tempo. Embora a carga da imprensa parcial tenha sido em cima dos petralhas, mensaleiros e cuequeiros valerianos, o tempo vai levantando o tapete da cachorrada dos financiamentos via caixa 2. Em todos os partidos! O site Às Claras, revela o tamanho do buraco imoral de suas (deles) ex-celências: Nas eleições municipais de 2008, as empresas do grupo doaram R$ 5,96 milhões. O campeão foi o comitê financeiro do DEM de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab era o candidato. Tamanho da ‘ mão grande’: R$ 3 milhões. Doações diretas para os candidatos: o prefeito de Curitiba, Beto Richa, do ético PSDB , pegou R$ 300 mil; pra não ficar atrás da mamata a canditada do PT Gleisi Hoffmann (PT), mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, embolsou de recursos não contabilizados R$ 500 mil; o também petista João da Costa (PE), com R$ 200 mil. A Camargo Corrêa já havia sido a maior doadora individual da campanha à Prefeitura de São Paulo de José Serra (PSDB) em 2004, com R$ 1,016 milhão. Kassab era o vice de Serra. Ao todo a desinteressada empreteira Camargo Corrêa doou,  R$ 4,18 milhões em 2004. Dos 10 candidatos que mais receberam, 5 eram do PT, 3, do PSDB e 1, do então PFL (hoje DEM). Os dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostram que, na corrida presidencial de 2006, empresas do grupo doaram R$ 3,54 milhões para o comitê de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu R$ 400 mil. Em 2006, foram mais de R$ 13 milhões doados. O senador Garibaldi Alves (PMDB) recebeu R$ 400 mil, o governador Aécio Neves (PSDB-MG) e a senadora Roseana Sarney (PMDB), R$ 300 mil, cada um. O senador Aloizio Mercadante (PT), R$ 200 mil, assim como o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). A desinteressada empreiteira fez a doação de toda essa grana por pura filantropia. Jamais passou na cabeça de seus dirigentes nenhuma intenção de obter vantagens futuras com tais ínclitas e éticas figuras públicas. Não escapa ninguém. Interessante que sempre se aponta o corrupto. Nunca o corruptor. Um, não existe sem o outro. Agora começam a surgir os abastecedores dos caixas 2. E nós que pensávamos que “castelos” eram coisas somente do deputado Edmar Moreira. O editor Camargo é a ‘doadora-mãe’ de campanhas A empreiteira Camargo Corrêa, alvo da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, foi a “doadora-mãe” da campanha de 2006, financiando candidatos de todos os partidos. A construtora gastou perto de R$ 7,3 milhões em doações para figuras ilustres do PSDB (R$ 1,7 milhão para 25 candidatos), PFL (R$ 1,5 milhão, treze campanhas). PT e PMDB (R$ R$ 1,3 milhão cada) para 14 e 16 candidatos, respectivamente. ‘Investimentos’ A Camargo Corrêa ajudou a eleger uma bancada e tanto: 46 deputados federais, 26 estaduais e o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). Bancada petista Alguns petistas receberam doações da empreiteira: Arlindo Chinaglia (R$ 120 mil), Janete Pietá (R$ 250 mil) e Cândido Vacarezza (R$ 43 mil). Ex-ministro também O ex-ministro da Educação de FHC Paulo Renato Souza (PSDB) recebeu R$ 100 mil da Camargo Corrêa para sua última campanha. coluna Claudio Humberto

Leia mais »