Oposição opta por encenar o papel de ‘sujeito oculto’

O grande personagem deste alvorecer da Era Dilma, é um sujeito oculto. Representa-o a oposição.

Uma oposição que não se opõe.

Sumiram o PSDB e o DEM.

O tucanato desperdiça o seu tempo em duas tarefas. Ambas estenuantes.

Parte dos tucanos eriça as plumas num profícuo debate em torno do significado e da serventia do vocábulo “refundação”.

Outro naco do tucanato dedica-se a selecionar as ferramentas para a liça dos próximos quatro anos.

Foram à mochila, por ora, argamassa para as pontes e rendas para os punhos.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita]

O passa-tempo dos ‘demos’ é mais simples. Contam-se os filiados que, exaustos da política longe do cofre, pendem para o bloco da ade$ão, liderado por Kassab.

Corta para a peça “Júlio César”, de Shakespeare.

A cena mais lembrada é a passagem em que os conspiradores, reunidos por Brutus, assassinam César.

No esforço que empreende para fugir do palco, a oposição não serve nem para César nem para Brutus.

Serve, no máximo, para Cinna.

Cinna aparece na peça no instante em que os plebeus, açulados por Marco Antônio, saem à procura dos assassinos de César.

“Matem-no, é um dos conspiradores”, grita um dos plebeus ao avistar Cinna.

Alguém se apressa em informar que se trata apenas de Cinna, o poeta.

E o plebeu: “Então, matem-no pelos seus maus versos!” Cinna é trucidado.

Transposta para o cenário brasiliense, a encenação teria Lula no papel do plebeu exaltado: “Matem-no, é um oposicionista”.

Um figurante petista gritaria:

“Não, não. É apenas fulano, um tucano. Ou beltrano, um ‘demo’.” E Lula: “Então, matem-no por sua insignificância”.

blog Josias de Souza

Share the Post:

Artigos relacionados