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CEO da Apple pode ser preso por desacato?

Recusa da empresa em cumprir uma ordem judicial para liberar o acesso ao iPhone de um terrorista pode, eventualmente, custar ao CEO a sua liberdade. Tim Cook, CEO da Apple, está se recusando a cumprir uma ordem judicial (Foto: Wikimedia) A Apple está se recusando a cumprir uma ordem judicial que obriga a empresa a criar um software para desbloquear o iPhone do terrorista de San Bernardino, responsável por um massacre que deixou 14 mortos em dezembro do ano passado, na Califórnia. A intransigência da empresa neste caso é um erro grave de julgamento que pode custar ao CEO, Tim Cook, a sua liberdade. A  Apple diz que ela própria não consegue acessar os dados do iPhone, mas o tribunal ordenou que a empresa crie um software para permitir que o FBI acesse o conteúdo, usando um identificador fornecido pela Apple especificamente para o dispositivo do terrorista em questão, e de ninguém mais.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Cook afirma que essa medida criaria uma “porta dos fundos” de acesso a qualquer iPhone, mas o FBI quer apenas descriptografar o aparelho de um terrorista, e qualquer utilização posterior do software exigiria uma ordem judicial separada. A Apple também diz que outros governos menos democráticos que estão acompanhando o caso podem querer obrigar a empresa a construir ferramentas semelhantes para monitorar opositores. São alhos e bugalhos. O caso atual trata, sem sombra de dúvida, de um terrorista responsável por um massacre. Casos de perseguição política poderiam ser recusados. A Apple e outras empresas de tecnologia que a apoiam, como o Google, precisam perceber que, apesar do seu imenso poder econômico e da popularidade de seus produtos, elas não vivem em um universo moral que está acima da lei. A empresa ainda pode recorrer da decisão judicial, portanto a prisão do CEO parece improvável em curto prazo. Por outro lado, colocar Cook ou outro executivo da empresa  atrás das grades por alguns dias não seria ruim para a imagem da empresa. Fontes: Financial Times – Apple´s misjudgment over San Bernardino The Economist – Tim Cook: privacy martyr?

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Entenda o esquema que pode ter ‘comprado’ o futebol sul-americano

A cobertura jornalística internacional sobre o escândalo de corrupção na Fifa concentrou-se nas denúncias de suborno envolvendo altos executivos da entidade e personagens mais publicamente polêmicos, como Jack Warner, de Trinidad e Tobago, e o americano Chuck Blazer. O ex-presidente da Conmebol, Nicolas Leoz, é acusado de ser um dos principais beneficiários do esquema. No entanto, a maioria das prisões de dirigentes efetuadas durante o congresso da Fifa, em Zurique (Suíça), a pedido da Polícia Federal americana (FBI), esteve ligada aos meandros da batalha pelo controle comercial dos jogos de seleções no continente americano, em especial o mais importante torneio da região, a Copa América. Leia mais: Escândalo sobre sede olímpica de 2002 traz lições à Fifa Enquanto Warner, por exemplo, é acusado de receber uma propina de US$ 10 milhões para votar na candidatura da África do Sul à Copa do Mundo de 2010, um outro vice-presidente da Fifa, o paraguaio Eugenio Figueredo, é alvo de denúncias que envolvem dez vezes esse valor. Suborno Figueredo é um de pelo menos 11 dirigentes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) que, segundo suspeitas, teriam recebido vultosos pagamentos para garantir à empresa de marketing esportivo Traffic Sports os direitos comerciais sobre quatro edições da Copa América, incluindo a que teve início na quinta-feira, no Chile. Um grupo que inclui o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A Copa América (na qual o Brasil estreia neste domingo contra o Peru) é um dos mais assistidos torneios de futebol do mundo e, em 2011, estima-se que audiência cumulativa do torneio tenha sido de 5 bilhões de pessoas. Leoz e os outros dirigentes que são alvo da investigação do FBI Um torneio especial para celebrar o centenário de realização da primeira edição da Copa América, que será disputado nos EUA no ano que vem, representou um injeção extra de caixa de US$ 112,5 milhões para a Conmebol e a US Soccer. Desde 1986, os direitos comerciais estiveram sob controle da Traffic Sports. A empresa ainda tem o nome de quando vendia publicidade estática em pontos de ônibus mas evoluiu para uma das principais agências de marketing esportivo das Américas. Apenas para a Copa América de 2007, de acordo com informações averiguadas pelo FBI, a Traffic arrecadou cerca de US$ 75 milhões com a venda dos direitos de transmissão e marketing do torneio, com um lucro de quase US$ 30 milhões. E o mandado de prisão expedido pelas autoridades americanas acusa a companhia de, durante 30 anos, ter usado propinas para convencer os oficiais da Conmebol. Alega-se que os executivos da Traffic e outras companhias subornaram dois presidentes da Conmebol e presidentes de noves associações nacionais, incluindo Brasil e Argentina. O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, foi preso na Suíça a pedido das autoridades americanas Segundo denúncias, o caso mais antigo de pagamento de propina data de 1991, quando o paraguaio Nicolas Leoz, o então mandatária da Conmebol, pediu dinheiro ao fundador da Traffic, o brasileiro José Hawilla, para negociar os direitos comerciais. Hawilla é réu confesso no caso e colabora com as investigações do FBI desde 2013. Extrajudicial De acordo com a investigação do FBI, Leoz a partir daí pediu pagamentos adicionais a cada torneio. Estima-se que até 2011, quando deixou a Conmebol, Leoz tenha recebido US$ 1 milhão por Copa América. Detalhe: entre 1989 e 2007, o torneio foi disputado de dois em dois anos. Outros dirigentes também teriam se interessado e, durante os preparativos para a Copa América de 2007, disputada na Venezuela, o então presidente da federação de futebol do país, Rafael Esquivel, pediu US$ 1,7 milhão à Traffic. A agência pagou, segundo o FBI, usando esquemas de lavagem de dinheiro para não despertar suspeitas. O fundador e dono da Traffic, José Hawilla Em 2010, no entanto, a agência parecia derrotada: seis presidentes de federações tentaram levar os direitos comerciais para uma empresa de marketing rival, a Full Play. A resposta da Traffic foi levar a Conmebol e a Full Play à Justiça nos Estados Unidos, alegando que seu contrato com a entidade ia até a Copa América de 2015. O caso nunca chegou aos tribunais: a Traffic e a Full Play fizeram um acordo extrajudicial e se juntaram a uma terceira companhia, a Torneos y Competencias, para criar uma nova companhia (Datisa) e dividir as receitas comerciais. A partir daí, a investigação das autoridades americanas indica que a corrupção teria aumentado de forma significativa: os US$ 100 milhões que garantiram à Datisa os direitos até a Copa América de 2023 teriam sido divididos entre os presidentes das nove confederações sul-americanas (US$ 3 milhões para Brasil e Argentina e US$ 1,5 milhão para o restante a cada torneio, por exemplo). O total de propinas teria correspondido a um terço do que a Datisa pagou oficialmente pelos direitos oficiais da Copa América (317,5 milhões). Equivale a dizer que, em média, a Datisa pagou US$ 1 milhão por cada jogo, inclusive os da atual competição no Chile. Paul Sargeant/BBC News

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Quem é Loretta Lynch, a secretária de Justiça que escancarou a corrupção na Fifa

“Ninguém é grande demais para a cadeia. Ninguém está acima da lei.” Pouco mais de um mês após pronunciar essas palavras ao ser nomeada secretária de Justiça dos Estados Unidos, Loretta Lynch – a primeira mulher negra no cargo – coordenou a operação que prendeu oito cartolas da Fifa e foi considerada o maior escândalo da história do futebol. Lynch é a primeira mulher negra a ocupar o cargo de secretária de Justiça Filha de um pastor protestante, Lynch nasceu quando as leis de segregação racial ainda eram vigentes nos Estados Unidos, formou-se em Direito em Harvard e ocupa hoje o principal cargo do Departamento de Justiça americano. Ela atuava como procuradora-chefe federal no Brooklyn antes da promoção. Segundo o New York Times, Lynch supervisionou as investigações desde o início. A decisão de dar o “ok” para a operação ir em frente e de pedir à polícia suíça que executasse as prisões foi dela. Lynch dá entrevista sobre operação que prendeu cartolas da Fifa Oito dirigentes da Fifa foram presos na quarta-feira – entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Leia mais: José Maria Marin está entre dirigentes da Fifa presos na Suíça Leia mais: Entenda o escândalo de corrupção na Fifa Lynch nasceu na Carolina do Norte em 1959. À época, os negros dos Estados do sul dos EUA ainda era submetidos a leis de segregação entre brancos e negros. Apesar disso, seu pai, o reverendo Lorenzo Lynch, um pastor protestante, acreditava que a lei poderia ser uma força para a mudança. E, quando a futura secretária de Justiça era pequena, ele costumava levá-la aos tribunais locais. “Quando eu era criança, as pessoas nos diziam para ficar longe dos tribunais”, disse Lorenzo à BBC. Mas eu achava que era uma instituição positiva, e queria que ela tivesse uma visão diferente”, completou.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] As leis de segregação foram derrubadas no meio dos anos 1960, mas o racismo permaneceu. Leia mais: Fifa é alvo de denúncias há mais de duas décadas; veja histórico A mãe de Lynch, Lorine, lembra que as professoras da filha tinham dificuldade em aceitar sua inteligência. Lynch foi nomeada em momento de tensão racial nos EUA Quando ela estava na 2ª série – tinha 7 ou 8 anos – ela teve que fazer uma prova outra vez porque tinha ido bem demais na primeira. “As professoras acharam que algo estava errado, porque ela era afroamericana e os alunos brancos tinham tirado notas mais baixas”, disse Lorine à BBC. Na segunda prova, ela tirou uma nota maior ainda. Carreira Nada disso afetou as aspirações de Lynch. Durante toda a infância, ela sonhava em estudar em Harvard, onde estudou Literatura Inglesa antes de fazer Direito. Ela levou a sério a universidade. “Na faculdade, as pessoas costumam usar jeans, roupas despojadas, mas eu não lembro de uma vez em que Loretta estivesse desarrumada. Eu costumava implicar com ela perguntando se ela não tinha nenhuma roupa de brincar”, conta a advogada Karen Freeman-Wilson, que estudou com ela. Trigêmeas Os escritórios de advocacia de Nova York ainda eram muito masculinos e muito brancos quando ela começou a trabalhar no Cahill Gordon and Reindel, no meio dos anos 1980. Havia outras duas mulheres negras entre os associados e elas mesmas se referiam a elas como “as trigêmeas” – porque as recepcionistas do local, apesar de saber o nome de todos os 250 homens, não conseguiam diferenciá-las. Lynch foi indicada por Obama em novembro, mas Senado só aprovou indicação em abril Seu primeiro grande caso – em 1999, pouco depois de ser nomeada pelo então presidente Bill Clinton para a procuradoria do Distrito Leste de Nova York – lembra os que provocaram protestos recentemente nos EUA. O haitiano Abner Louim foi preso após uma briga fora de uma boate e acusado de bater em um policial. A polícia depois admitiu que a acusação era falsa e que Louim foi espancado. Calma sob pressão Durante o julgamento, um dos policiais envolvidos alegou que namorava uma negra e que isso mostraria ser pouco provável que ele tivesse violado os direitos de um negro. Alan Vinegrad, que trabalhou com Lynch no caso, diz que ela acusou o agente de “se esconder atrás da cor da pele de sua namorada”. Foi ousado, mas feito de um jeito “calmo e comedido”, segundo ele. Ao longo da carreira, ela esteve envolvida em processos contra terroristas e mafiosos, além de políticos acusado de corrupção – dos dois partidos dos EUA -, policiais que cometeram abusos contra prisioneiros e bancos acusados de fraude. Cartolas da Fifa foram presos nesta quarta-feira A capacidade de Lynch de se manter calma foi um dos pontos altos durante o longo processo de aprovação no Senado – ela foi indicada pelo presidente Barack Obama em novembro, mas sua nomeação só foi aprovada pelo Senado em abril. A demora teve relação com uma briga partidária – mas a Casa também foi acusada de racismo. “Muitos de nós olhamos o tratamento que ela recebeu e não nos sentimos bem, não sentimos que estava sendo justo”, disse a amiga Karen Freeman-Wilson. “Mas a reação dela foi ‘Tudo bem, vamos manter nossa cabeça e olhos no prêmio’”, completa. Fifa Nesta quarta-feira, exatamente um mês após assumir o cargo, Lynch ganhou as manchetes de todo o mundo com a prisões dos dirigentes da Fifa. “O indiciamento sugere que a corrupção é desenfreada, sistêmica e tem raízes profundas tanto no exterior como aqui nos Estados Unidos”, disse ela. “Essa corrupção começou há pelo menos duas gerações de executivos do futebol que, supostamente, abusaram de suas posições de confiança para obter milhões de dólares em subornos e propina.” O esquema, segundo ela, prejudicou profundamente uma vasta gama de vítimas, de ligas jovens de futebol a países em desenvolvimento que deveriam se beneficiar dos recursos gerados pelo esporte. “As ações de hoje (quarta-feira) deixam claro que o Departamento de Justiça pretende acabar com qualquer prática de corrupção, acabar com as más condutas e trazer malfeitores à Justiça”, disse

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Blatter adota na Fifa o bordão do ‘eu não sabia’

O escândalo da Fifa deve dar visibilidade planetária a um bordão bem conhecido dos brasileiros. Candidato à reeleição, o presidente da entidade máxima do futebol, Joseph Blatter, tenta vender a tese de que não sabia da podridão que acaba de levar à prisão sete representantes da cartolagem, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin. “É um momento muito difícil para a Fifa”, disse Blater nesta quinta-feira. “O que aconteceu ontem causou uma sombra sobre o futebol… Ações de certos indivíduos trouxeram humilhação e vergonha ao futebol. É preciso ações imediatas. Não podemos deixar que a reputação da Fifa seja levada a lama. Isso precisa acabar agora. Eu sei que muitas pessoas me consideram como responsável pelos problemas e pela reputação da comunidade global do futebol. Mas não podemos monitorar todos o tempo inteiro.” Como se vê, o hábito de tratar a plateia como um amontoado de idiotas não é uma exclusividade nacional.

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Por que Blatter continua à frente da Fifa?

As buscas policiais no luxuoso hotel Baur au Lac, em Zurique, na manhã de quarta-feira, não eram exatamente o que esperava Joseph Blatter dois dias antes de sua provável reeleição à presidência da Fifa. Blatter deve vencer, praticamente sem concorrência, mais um mandato na Fifa. Muitos veem a votação de sexta-feira mais como uma coroação cerimonial do que como um pleito democrático, mas a prisão de sete executivos da Fifa (entre eles o brasileiro José Maria Marin) lançará questionamentos sobre o processo. A Fifa está, há anos, envolta em suspeitas de práticas duvidosas. E, ainda que Blatter não esteja diretamente implicado nas prisões desta quarta-feira, por que ele está tão determinado em permanecer no controle da entidade? Quando o dirigente de 79 anos chegar ao Hallenstadion de Zurique para as eleições da Fifa, dificilmente ele enfrentará oposição real. Há apenas 209 eleitores, muitos deles representantes futebolísticos de pequenos países, e Blatter cultiva relações com eles há anos. Após os candidatos Luis Figo e Michael van Praag terem abandonado a disputa, há apenas um candidato alternativo a Blatter: o príncipe jordaniano Ali Bin al-Hussein, que muito dificilmente conseguirá votos suficientes para ser considerado uma ameaça. Ou seja, salvo eventos inesperados, Blatter conseguirá um inédito quinto mandato consecutivo, mantendo o controle sobre o bilionário esporte.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O que motiva um homem, próximo dos 80 anos e que chegou a dizer que não buscaria a reeleição, a tão explicitamente querer mais quatro anos em um cargo tão alto e alvo de tanto escrutínio? “Ele claramente se considera a única pessoa capaz de liderar a Fifa”, diz o parlamentar suíço Roland Buechel, defensor de mais transparência ao comando do futebol. “Presumo que ele queira morrer na presidência.” Em relação às prisões desta quarta-feira, Blatter disse em comunicado que este é um “momento difícil para o futebol, para os fãs e para a Fifa” que “vai impactar o modo como muitas pessoas nos veem”. Afirmando considerar “bem-vindas as ações e investigações das autoridades dos EUA e da Suíça”, Blatter confirmou o banimento provisório dos suspeitos citados pelas autoridades. Ele disse ainda que as ações reforçam medidas já tomadas pela FIFA para evitar ilegalidades. Carreira Blatter nasceu em uma família humilde na cidade alpina de Visp. Segundo relatos, ele era o “rei do playground” na escola primária, nos anos 1940, e o único menino local com talentos futebolísticos de nível profissional. Blatter permanece sendo benquisto em sua cidade natal, na Suíça, mas é alvo de críticas diversas Terminada a escola, Blatter seguiu um caminho comum entre homens suíços nos anos 1960 e 1970: fez o serviço militar obrigatório, chegando ao cargo de coronel. No Exército, ele fez contatos que lhe seriam úteis mais tarde. Blatter então trabalhou na indústria de relógios e cresceu no ramo de gerenciamento esportivo, atuando na Federação Suíça de Hóquei no Gelo antes de entrar na Fifa como diretor técnico, em 1975. Quando ele foi eleito presidente da entidade pela primeira vez, em 1998, houve – segundo Buechel – uma certa celebração nacional no país natal de Blatter. “Ficamos orgulhosos de ter um suíço no comando de uma organização internacional tão importante”, diz ele. Em Visp, a antiga escola de Blatter foi rebatizada em homenagem a ele. Seu retrato está pendurado na parede, e dias esportivos geralmente são batizados com seu nome. Ele costuma ser recebido afetuosamente quando visita a cidade. Leia mais: ‘Dono do futebol brasileiro’, réu confesso J. Hawilla terá de devolver US$ 151 mi “Ele é muito descomplicado, muito acessível”, conta Hans-Peter Berchtold, editor de esporte do jornal local Walliserbote. No entanto, Berchtold admite que, no que diz respeito às acusações de corrupção na Fifa, até mesmo os velhos conhecidos de Blatter “não são cegos”. “Todo o mundo sabe que há problemas na Fifa”, ele diz. “Mas eles não acham que Sepp Blatter deva ser responsabilizado por todos eles.” Ceticismo Berchtold argumenta que há muitos aspectos positivos na gestão de Blatter, como a promoção do futebol em países em desenvolvimento, o fato de uma primeira Copa do Mundo ter sido realizada na África e, mais recentemente, o compromisso com um processo de reforma na Fifa. Mas é exatamente disso que alguns dos críticos de Blatter discordam. “Ele teve 17 anos para melhorar a governança na Fifa”, diz Eric Martin, chefe do setor suíço da ONG anticorrupção Transparência Internacional. “Sou cético quanto a se ele fará isso agora.” Em 2011, um painel independente reunido pela Fifa propôs um pacote de reformas. A decisão da entidade, de ignorar as recomendações para mandatos fixos, limites de idade e divulgação total da renda obtida foi criticada pela ONG. “Na Suíça, mudamos anualmente de presidente”, agrega Martin. “Tenho certeza que a Fifa conseguiria fazer o mesmo depois de 17 anos (de mandato para Blatter).” E, enquanto alguns velhos amigos o descrevem como sensato e aberto, outros que trabalharam com Blatter afirmam que ele não gosta de enfrentar oposição – e citam a rápida saída de cena de colegas que ousaram questioná-lo. Leia mais: Entenda o escândalo de corrupção na Fifa Muitos se perguntam como presidente conseguiu se manter no poder, em meio a acusações contra a entidade Blatter rejeitou bruscamente uma sugestão para participar de um debate televisionado ao lado dos demais candidatos à presidência da Fifa. Questionado certa vez a respeito das críticas a seu comando da entidade – sendo as mais estridentes delas vindas de Alemanha e Inglaterra -, Blatter respondeu que ele poderia “perdoar, mas não esquecer”. ‘Don Blatterone’ Na Suíça, muitos se perguntam como Blatter conseguiu manter o controle da Fifa por tanto tempo, em meio a tantas acusações de corrupção, e ainda assim parecer intocável. Um jornal suíço o chamou, em tom jocoso, de “Poderoso Chefão, o Don Blatterone” – mas nenhuma investigação conseguiu encontrar provas de seu eventual envolvimento em subornos. “Ele é um sobrevivente”, diz Buechel. “Nada cola nele, sempre há alguém entre ele e (casos de) suborno.” “Posso lhe dizer com segurança que ele não é ‘subornável’”, defende Hans-Peter Berchtold. “Dinheiro

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Especialistas contestam americano que diz ter hackeado aviões em pleno voo

Chris Roberts alega que faz “testes” nas redes de aeronaves apenas para melhorar a segurança aérea. O americano Chris Roberts, especialista em segurança online, ganhou as manchetes no mundo todo após dizer que havia conseguido hackear o sistema de bordo de um avião e controlar vários de seus movimentos. Mais do que isso, diz ter realizado a façanha do conforto de sua poltrona enquanto estava a bordo das aeronaves em questão. Roberts diz ter invadido o sistema de bordo conectando seu laptop ao sistema de entretenimento de bordo, em um plug no assento do avião. Leia mais: É possível ‘quebrar’ a internet? No entanto, outros especialistas em segurança na internet colocaram em xeque a história contada por Roberts. O consultor em cybersegurança Graham Cluley disse que mesmo que o americano tenha conseguido ter acesso ao sistema de controle da aeronave através do software chamado Vbox (que permite criar um ambiente virtual para instalar um sistema dentro de outro) com o objetivo de construir sua própria versão da rede de controle do avião, é pouco provável que tenha interferido nos sistemas “ao vivo”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Supondo que isso realmente seja verdade, Roberts talvez tenha conseguido acessar o sistema e os dados do avião sem permissão, mas o mais provável é que ele não tenha enviado nenhum comando em tempo real para atrapalhar o voo.” Exagero? O professor Alan Woodward, da Universidade de Surrey, na Inglaterra, disse achar difícil acreditar que um passageiro tenha conseguido manipular o sistema de controle do avião por meio de um plug na poltrona. “Sistemas de voo normalmente são mantidos fisicamente separados, como acontece com qualquer rede importante no que diz respeito à segurança”, disse à BBC. Especialista disse achar difícil de acreditar que um passageiro tenha conseguido manipular o sistema de controle do avião por meio de um plug na poltrona “O mais provável é que alguém tenha entendido errado a história ou tenha exagerado.” Leia mais: Menina de 7 anos consegue hackear rede wi-fi em dez minutos Twitter O FBI interrogou Roberts no mês passado e divulgou um documento confirmando que ele “explorou” os sistemas de entretenimento de bordo de vários aviões de 15 a 20 vezes entre 2011 e 2014 e que ele disse ter conseguido fazer com que o avião fizesse movimentos laterais e para cima. Antes disso, Roberts insinuou em sua conta do Twitter que poderia fazer com que as máquinas de oxigênio de um voo da companhia United Airlines caíssem. Durante todo o tempo, ele alega que vem fazendo “testes” como esse para melhorar a segurança aérea. BBC

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Economia: protestos nos EUA entram no 28º dia e se alastra pelo país do liberalismo

A mídia comprometida, como sempre, com o interesse do grande capital, continua escondendo, ou minimizando, os protestos espontâneos que estão acontecendo no coração do capitalismo. Para o presidente Obama, que não mais pode dizer “Yes We Can“, “os manifestantes de Wall Street “estão dando voz a uma frustração de base mais ampla sobre como funciona o nosso sistema financeiro”. “Estamos aqui para o longo curso”, disse Patrick Bruner, um manifestante e estudante de Skidmore College, em Nova York, que está entre os acampados num parque privado perto de One World Trade Center. A polícia do prefeito Bloomberg, tem feito cerca de 100 prisões e usou spray de pimenta, que eles alegam ser uma alternativa melhor do que cassetetes para subjugar os manifestantes. Wall Street, o grande cassino mundial, torna mais que atual a citação de Einstein: “A anarquia econômica da sociedade capitalista como existe atualmente é, em minha opinião, a verdadeira origem do mal.” O Editor Os protestos contra Wall Street entraram no 18º dia nesta terça-feira, com manifestantes ao redor dos Estados Unidos mostrando a raiva contra a crise econômica e contra o que eles dizem ser a cobiça das corporações. Os protestos se alastraram de Nova York para Chicago, St. Louis, Boston e várias cidades. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, um bilionário que fez fortuna no mundo corporativo, disse que os manifestantes estão equivocados. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]”Os manifestantes protestam contra pessoas que ganham entre US$ 40 mil e US$ 50 mil por ano e lutam para pagar as contas. Isso é o fundo do poço. Essas pessoas trabalham em Wall Street ou no setor bancário”, disse Bloomberg em entrevista a uma rádio. Em Chicago, os manifestantes bateram tambores perto do setor financeiro da cidade. Outros manifestantes montaram tendas e gritaram palavras de ordem contra os motoristas dos carros em Boston, St. Louis, Kansas City e Los Angeles. Alguns manifestantes chegam a se identificar com o movimento ultraconservador Tea Party do Partido Republicano – embora com um viés de esquerda – enquanto outros se dizem inspirados nas revoltas populares que acontecem nos países árabes. A maioria dos manifestantes são estudantes temerosos com o futuro ingresso em um estagnado mercado de trabalho, ou profissionais da meia idade que perderam os empregos. “Nós sentimos que o poder em Washington na realidade foi comprometido por Wall Street”, disse Jason Counts, um analista de sistemas de informática e um entre as dezenas de manifestantes que protestaram hoje em Saint Louis, no Missouri. Em Boston, manifestantes montaram tendas coloridas e centenas fizeram uma passeata até a Statehouse, pedindo o fim da influência corporativa sobre o governo. “Lutem contra os ricos, não lutem as guerras deles”, gritavam. “Neste momento, nós não prevemos protestos mais amplos”, disse Tim Flannelly, porta-voz do FBI, polícia federal americana, em Nova York. “Mas se eles ocorrerem na cidade (NY), tanto nós quanto a Polícia de Nova York enviaremos todas as reservas necessárias para contê-los”, afirmou. As informações são da Associated Press.

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11 de Setembro: em defesa da verdade

11 de Setembro, dez anos depois, e a decisão de não se contar a verdade acerca do que aconteceu nos Estados Unidos. Por: Paul Craig Roberts Economista, ex-editor do Wall Street Journal e secretário assistente do Tesouro dos EUA. Fonte: Resistir.info Estamos no décimo aniversário do 11 de Setembro de 2001. De que forma resistiu o relatório oficial do governo americano ao longo da última década? Não muito bem. O presidente, o vice-presidente e o principal advogado da Comissão do 11 de Setembro escreveram livros distanciando-se parcialmente do relatório. Dizem que a administração Bush pôs obstáculos ao seu trabalho, que lhes foi sonegada informação, que o presidente Bush se dispôs a testemunhar apenas na condição de ser acompanhado pelo vice-presidente Dick Cheney e de nenhum dos dois estar sob juramento, que o Pentágono e os oficiais da Administração Federal da Aviação (FAA) mentiram à Comissão e que esta chegou a considerar a denúncia desses falsos testemunhos para investigação por obstrução à justiça. No seu livro, o presidente e o vice-presidente da Comissão, respectivamente Thomas Kean e Lee Hamilton, escreveram que a investigação do 11 de Setembro foi “feita para falhar”. O advogado da Comissão, John Farmer Jr., escreveu que o governo americano tomou “a decisão de não contar a verdade acerca do que aconteceu” e que as fitas do Comando Americano de Defesa Aeroespacial (Norad) “contam uma história radicalmente diferente daquela que nos foi contada e tornada pública”. Ken disse que: “Até hoje não sabemos porque é que a Norad nos disse o que disse, estando tão longe da verdade” A maioria das questões levantadas pelas famílias das vítimas ficou sem resposta. Testemunhas importantes não foram chamadas. A Comissão apenas ouviu aqueles que subscreviam a versão do governo. A Comissão foi uma operação politicamente controlada e não uma investigação baseada em provas e acontecimentos reais. Os seus membros eram ex-políticos. Nenhum especialista foi nomeado para a Comissão.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Outro membro da comissão, o senador Max Cleland, respondeu desta forma às restrições impostas à Comissão pela Casa Branca: “Se estas decisões se mantiverem, eu, enquanto membro da Comissão, não poderei olhar nenhum americano nos olhos, especialmente os familiares das vítimas, e afirmar que a comissão teve carta branca. Esta investigação está, de agora em diante, comprometida”. Cleland preferiu demitir-se a ver a sua integridade igualmente comprometida. Para ser claro, nem Cleland nem qualquer outro membro da comissão sugeriu que o 11 de Setembro fosse um golpe montado a partir do interior do governo e destinado a promover uma agenda belicista. Porém, nem o Congresso nem os jornbalistas, pelo menos não em voz alta, por que presidente Bush não quis se apresentar à Comissão sob juramento ou sem Cheney, por que o Pentágono e os oficiais da Força Aérea mentiram à Comissão, ou, se não mentiram, por que a Comissão ficou com a impressão de que eles mentiram, ou ainda por que a Casa Branca resistiu durante tanto tempo à criação de uma qualquer Comissão de Investigação, mesmo que esta estivesse sob o seu controle. Seria legítimo pensar que, se um grupo de árabes tivesse conseguido enganar não apenas a CIA e o FBI, mas todas as 16 agências de informação americanas e todas as agências de informação dos nossos aliados, incluindo a Mossad, o Conselho Nacional de Segurança, o Departamento de Estado, a Norad, a segurança do aeroporto quatro vezes numa manhã, o controle aéreo, etc., o Presidente, o Congresso e os jornalistas gostariam de saber como foi possível que um evento tão improvável se produzisse. Pelo contrário, a Casa Branca mostrou grande resistência a que tal fosse descoberto e tanto o Congresso como os jornalistas mostraram um interesse diminuto. EM DEFESA DA VERDADE Durante a última década, foram organizadas muitas associações que apelam para que se diga a verdade sobre o 11 de Setembro. Temos os Arquitetos e Engenheiros pela Verdade do 11/9, os Bombeiros, os Pilotos, os Professores, a Associação de Memória do Edifício 7 e o Grupo de Nova York, que inclui os familiares das vítimas. Estes grupos apelam a que seja feita uma verdadeira investigação. David Ray Griffen escreveu 10 livros, fruto de uma cuidada pesquisa, documentando problemas no relatório governamental. Os cientistas notaram que o governo não tem explicação para o aço fundido. O Instituto Nacional de Normas e Tecnologia (NIST) foi forçado a admitir que o World Trade Center 7 (WTC) estava em queda livre durante parte do seu declínio e uma equipe de cientistas liderado por um professor de nano-química da Universidade de Copenhagen anunciou ter encontrado vestígios de nanomateriais intermoleculares metaestáveis [nanothermites ou NIM] na poeira dos edifícios. Larry Silverstein, locador dos edifícios do World Trade Center, disse, num programa da PBS, que a decisão de “derrubar” o edifício 7 tinha sido tomada nessa mesma tarde de 11 de Setembro. O chefe dos bombeiros disse que não foi feita nenhuma investigação forense sobre a destruição dos edifícios e que a ausência de tal investigação constituía uma violação da lei. Têm sido feitos alguns esforços no sentido de explicar algumas das provas que contradizem a versão oficial, mas a maioria dessas provas são simplesmente ignoradas. Resta que o ceticismo de diversos especialistas não parece ter tido qualquer efeito na posição do governo, para além da sugestão feita por um membro da administração Obama, segundo a qual o governo deve se infiltrar nas organizações para a verdade sobre o 11 de Setembro no sentido de as desacreditar. A prática tem sido a de estigmatizar como “teóricos da conspiração” todos os especialistas que manifestem dúvidas em relação à versão oficial. Mas, evidentemente, a própria versão do governo é uma teoria da conspiração, que se torna ainda menos crível quando nos apercebemos da extensão dos erros de informação e segurança necessários à sua verificação. As falhas sugeridas são incrivelmente extensas; no entanto, ninguém foi ainda responsabilizado. Além disso, o que têm a ganhar os 1.500 arquitetos e engenheiros em serem ridicularizados como “teóricos da conspiração”? Certamente nunca voltarão a executar nenhuma obra pública

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