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Tênis e dores: a dura vida das estrelas do tênis

As dores dos gigantes do tênis Nadal, durante treinamento em Melbourne, esta semana. MICHAEL DODGE/GETTY Com exceção de Federer, o mais veterano, as figuras do circuito masculino enfrentam a temporada entre médicos. “Estou bem, senão não estaria aqui”, diz Nadal em Melbourne. Joelhos, cotovelos, quadris, costas… Praticamente toda a superfície do corpo. Há poucas áreas sortudas da anatomia dos tenistas que estão livres ou que tenham se livrado nos últimos tempos de uma lesão ou de alguma dor física. Atualmente, as estrelas do circuito masculino convivem diariamente com a enfermaria, entre bandagens, tratamentos e bisturis. Não há exceção: Rafael Nadal, Novak Djokovic, Andy Murray, Stan Wawrinka… Ou melhor, há Roger Federer, o mais veterano, consciente de que a longevidade de sua carreira esportiva passar por cuidar milimetricamente de seu repouso e da prevenção de todo e qualquer mal, ainda que isso signifique transformar seu calendário em um conta-gotas. Aproxima-se o primeiro grande torneio da temporada, o Australia Open, e no prólogo se fala em termos de loteria. Ninguém sabe em que ponto chegarão Nadal, que machucou o joelho direito na reta final da última temporada, ou o sérvio Djokovic, cujo cotovelo o tirou de combate por 200 dias. Sabe-se que Wawrinka não vai aterrissar em sua melhor forma, derrubado há seis meses e que há pouco tempo reconheceu que a última intervenção cirúrgica em seu joelho esquerdo o fez pensar em se aposentar. E há a certeza de que Andy Murray não vai participar, torturado por seu quadril a ponto de passar pela sala de cirurgias mesmo quando queria evitá-la a todo custo. Quase todas as estrelas sofreram um ou outro contratempo mais ou menos grave, e isso faz da abertura do ano uma grande incógnita. Há dúvidas e muitas interrogações no ar, deixando a sensação de que qualquer coisa pode acontecer em Melbourne. “Estou bem, senão não estaria aqui. Minha ideia é continuar treinando nos próximos dias para estar pronto”, disse Nadal, de 31 anos, depois de jogar sua primeira partida (não oficial) em dois meses, na quarta-feira. O espanhol reapareceu na reabertura do estádio de Kooyong e perdeu (6-4 e 7-5) contra o francês Richard Gasquet, que não tinha conseguido vencê-lo nas 15 partidas precedentes. “Foi um bom teste e isso é o mais importante”, concedeu Nadal, que nas duas últimas temporadas sofreu com lesões no punho (2016) e no joelho (2017). Esta última atrapalhou sua forma física e o fez perder os primeiros torneios da temporada, por mais que sua equipe tente desvincular uma coisa da outra. “O ano passado foi longo, portanto comecei minha preparação mais tarde do que de costume”, argumentou o ganhador de 16 grand slams. Na quarta-feira, volta a pista para disputar outro amistoso com o objetivo de continuar se aclimatando e aspirar ao título que perdeu um ano atrás para Federer, que, aos 36 anos, paradoxalmente, transmite melhores vibrações nesta arrancada. O enigma de Novak e as dificuldades de Wawrinka Wawrinika rebate a bola em ‘backhand’ durante treino em Melbourne. MICHAEL DODGE/GETTY  Em contraste, Djokovic é atualmente um enigma. O sérvio, de 30 anos, teve de parar em julho por causa de uma lesão persistente no cotovelo e surge bem distante dessa versão torturante de dois anos atrás. Cansado da dor e do próprio tênis, optou por fazer uma parada e mimar a articulação. Os indícios eram positivos, mas horas antes de reaparecer em Abu Dhabi, há duas semanas, anunciou sua baixa: “Minha equipe médica me recomendou não arriscar”, explicou. “Gostei dos treinamentos, mas tenho de aceitar minha situação e continuar com a terapia”, acrescentou Nole, agora 14.º do mundo. O caso de Wawrinka (32), triplo campeão do Grand Slam, também é sintomático das complicações de saúde que sofrem cada vez com mais frequência os integrantes de uma geração dourada do tênis. O suíço atravessou seis meses de dificuldades e no caminho se separou do técnico que o conduziu para a glória, Magnus Norman. “Cheguei a pensar em me aposentar, mas sigo em frente. Houve momentos em que não podia nem caminhar. Pensei que talvez não fosse poder sair disto”, revelou no mês passado em uma entrevista concedida a Le Matin Dimanche. Nos últimos dias, sorri, porque sua realidade era tão dura que agora saboreia o regresso às quadras. “O primordial, agora, é jogar uma partida e comprovar como me sinto”, dizia na quarta-feira. Seis meses antes, o suíço lesou a cartilagem de seu joelho esquerdo e depois de uma cirurgia se apoiou em Pierre Paganini, seu preparador físico, para ficar em forma e voltar às quadras. Um cenário em que não figurará o japonês Kei Nishikori (pulso), porque a segunda linha de fogo também recebeu o impacto das contusões nos últimos tempos. David Ferrer (cotovelo e tendão de Aquiles), Milos Raonic (pulso), Jo-Wilfred Tsonga (joelho), Tomas Berdych (costas), Nick Kyrgios (quadris)… Somente Federer, nesse sofisticado programa de jogo que traçou na campanha anterior, resistiu ao infortúnio. O gentleman da raquete teve poucos contratempos ultimamente: tão somente uma dor nas costas o obrigou a renunciar a Cincinnati, em agosto, e o prejudicou em Nova York. O resto do exercício, intacto. “Tenho de me cuidar, já sou idoso”, brinca o suíço. “Espero que os lesionados se recuperem logo”, desejou nas datas recentes o gigante dos gigantes. O campeão de maior idade, mas também o mais saudável. Alejandro Ciriza/ElPais

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Por que a China está investindo bilhões para se tornar uma potência global do futebol?

Reconhecida por seus feitos na tecnologia e na indústria, a China prepara-se para um salto que está sendo tratado por especialistas como uma nova revolução: investimentos de bilhões de dólares devem colocar o gigante asiático em definitivo no mapa do futebol internacional, mesmo que ainda esteja longe de ser o país da bola. China desembolsou bilhões de dólares para estimular seu futebol nos últimos anos Direito de imagemAFP A segunda maior economia do mundo não tem medido esforços para abrir as portas de um mercado que, até pouco tempo atrás, a tinha como carta fora do baralho. Mas o jogou mudou. Desde o início de 2015, a China investiu US$ 2 bilhões (R$ 6,44 bilhões) no gigantesco mercado de futebol europeu para comprar fatias ou a totalidade de clubes como o AC de Milão (Itália), o Inter de Milão (Itália) e o Manchester City (Inglaterra).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Também há quem diga que o Liverpool e o Hull City, ambos da Inglaterra, estão na mira dos fundos de investimentos chineses. E, nos últimos meses, a jovem Superliga da China desembolsou algumas centenas de milhões de dólares para comprar o passe de grandes estrelas do futebol internacional, como o brasileiro Oscar, que deixou o Chelsea (Inglaterra) para jogar pelo Shanghai SIPG. A operação foi estimada em US$ 73 milhões (R$ 235 milhões), valor que, se confirmado, supera o antigo recorde da contratação do compatriota Hulk para o mesmo time. Prioridade O futebol na China virou uma prioridade do governo do presidente Xi Jinping, ele próprio um fã do esporte. Por trás dessa espécie de força-tarefa coletiva, que dominou o país nos últimos dois anos e envolve governo e empresas (estatais, ou não), há uma série de motivos. O primeiro deles está no fato de a economia chinesa vir reduzindo o ritmo de expansão, depois de décadas de crescimento de dois dígitos. Os chineses estão obcecados com a ideia de buscar novas fontes de renda para o país, sobretudo no setor de serviços, tecnologia e inovação ─ a bilionária indústria do esporte tem no futebol seu mercado mais bem-sucedido e um pouco de cada um desses elementos. Futebol virou prioridade do governo do presidente Xi Jinping Direito de imagemREUTERS ‘Soft power’ Para o especialista britânico Mark Dreyer, dono do site China Sports Insider, trata-se também de um gesto de aproximação com o público chinês e estrangeiro na forma de “soft power” (influência). “Além da necessidade de buscar outras maneiras de promover o crescimento, existe ainda um movimento populista, já a China que tem muitos fãs de futebol que há muito tempo lamentam o fato de a sua seleção nacional ser tão ruim”, diz Dreyer, que se mudou para a China em 2007 para cobrir a Olimpíada de 2008, em Pequim. Segundo o especialista, ocupar a 82ª posição no ranking mundial não combina com o “status” de segunda maior potência econômica do mundo. “E ser bom em futebol mundialmente ajuda muito mais com o “soft power” do que várias medalhas de ouro em esportes considerados menores”, destaca. Dreyer afirma ainda que promover o futebol vai ao encontro de outra iniciativa importante do governo na direção de um estilo de vida mais saudável. No final de 2014, Jinping declarou em alto e bom som que a China seria um potência do futebol. Mas foi no último ano que o mundo dos negócios no setor esquentou para valer. No ano passado, a Associação Chinesa de Futebol anunciou um plano ambicioso para colocar o país – hoje 78° no ranking internacional – entre os melhores do planeta até 2050. Image captionInvestimento em futebol é gesto de aproximação da China com público chinês e estrangeiro, diz especialista Direito de imagemREUTERS E o governo do Partido Comunista, ao divulgar o 13° Plano Quinquenal, indicou que a indústria do esporte deve alcançar US$ 433 bilhões (R$ 1,4 trilhão), ou 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, até 2020. Hoje, esse percentual estaria próximo de 0,6% do PIB. A previsão é de que até lá haverá 50 milhões de chineses jogando futebol, 20 mil centros de treinamento e 70 mil campos pelo país. A Copa da China 2017, que começou na terça-feira na cidade de Nanning, no sul do país, é um outro exemplo do que está por vir. Trata-se de um campeonato inédito que, apesar do número reduzido de participantes (quatro seleções internacionais) e da curta duração (cinco dias) não tem nada de acanhado. Por trás do novo evento, que pretende entrar para a lista dos maiores do mundo, tornar-se anual e contar com pelo menos oito seleções, estão grandes nomes de investidores chineses. Entre eles Wang Jialin, o homem mais rico do país e dono do grupo Wanda, que comprou no ano passado 20% do espanhol Atlético de Madrid. O grupo vem investindo maciçamente em tudo o que esteja relacionado ao futebol. E enquanto o país não consegue cumprir a determinação do seu líder máximo, a jovem Superliga da China, hoje com 16 clubes, talvez já possa ser considerada uma potência. Jogador argentino Carlos Tévez teve passe comprado por time chinês Direito de imagemALEJANDRO PAGNI Contratações caras A economia do futebol na China promete movimentar o mercado no resto do mundo. Nas últimas semanas, gerou furor na indústria futebolística ao anunciar contratações de destaque para grandes nomes do futebol internacional, muitos deles brasileiros. No mês passado foi a vez do argentino Carlos Tévez, ex-Manchester United, cujo passe foi comprado pelo Shanghai Shenhua. Diz-se que o brasileiro Ronaldinho Gaúcho teria recusado uma oferta de US$ 105 milhões (R$ 338 milhões), e o português Cristiano Ronaldo, eleito o melhor jogador do ano, de pouco mais de US$ 300 milhões (R$ 966,4 milhões). A ousadia, que para muitos nada mais é do que um exagero, deu origem a um grande debate sobre a necessidade de se imporem restrições ao salários que podem ser pagos nos clubes chineses. A autoridade máxima dos esportes está pensando em determinar um teto para eles para evitar gastos excessivos e garantir uma liga sustentável.

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Fórmula UM: GP da Alemanha

História da Fórmula 1 – GP de Hockheim Maria Teresa de Filippis – Maserati 250F Primeira Mulher a Competir na F1, 1958 Primeira Vitória de Barrichello na F1,2000 Acidente Burti, no ar, e Schumi, 2001 Patrick Tambay – Ferrari 162C2,1982 JJLetho,Matra,2000 Jordan,1997 Felipe Massa, Williams, 2014 Phill Hill, Ferrari,1963 Vittorio Brabilla,1976 Brian Redman – De Tomaso 505,1970 Jean-Pierre Jarier, Gitanes Ligier-Ford JS21, 1983 Jim Clark, Denny Hulme, Jackie Stewart, Dan Gurney,1967 Jim Clark,Lotus,1963 Jochen Rindt,Lotus,1970 Michelle Alboreto, Nigel Mansell, 1985 Ayrton Senna, Candy Toleman-Hart TG184, 1984 Ayrton Senna,MC Laren Honda,1991 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Zika e Olimpíada: Duas visões científicas sobre riscos a atletas e turistas

As dúvidas e apreensões quanto aos riscos que a epidemia de zika – associada à alta nos casos de microcefalia em bebês – pode trazer aos turistas brasileiros e estrangeiros que virão ao Rio para a Olimpíada, em agosto, vêm mobilizando pesquisadores, organizadores dos Jogos e autoridades nos últimos dias.  Governo federal e Prefeitura do Rio minimizam riscos Image copyright AP Afinal, quais são os perigos reais aos visitantes e seus países de origem? Em conversa com jornalistas estrangeiros nesta sexta, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que o governo federal aposta na queda da proliferação do mosquito Aedes agypti em agosto – mês que no ano passado registrou o menor número de casos de dengue, transmitida pelo mesmo vetor. Além disso, citou medidas de prevenção a serem implementadas durante os Jogos, entre elas a aplicação de R$ 64,5 milhões para reforçar a rede de saúde local. Segundo o ministro, 80% dos imóveis do Rio já foram vistoriados, e o trabalho dos 3 mil agentes de fiscalização continua.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Numa tentativa de dissipar as preocupações, Barros argumenta que a incidência de zika vem caindo. Na primeira semana de maio, exemplificou, foram registrados 2.053 casos em todo o país, número bem inferior aos 16.059 notificados na terceira semana de fevereiro. Na cidade do Rio, a queda no mesmo período foi de 2.116 para 208 casos. Mesmo com esse indicativo de queda no número de transmissões, essa polêmica atingiu níveis internacionais. Especialistas de instituições como as universidades de Oxford, no Reino Unido, Harvard e Yale, ambas nos Estados Unidos, enviaram uma carta à OMS (Organização Mundial de Saúde) dizendo que os Jogos deveriam ser adiados ou transferidos, pois poderiam ajudar a espalhar ainda mais o vírus pelo mundo. Cientistas brasileiros reagiram, também em carta, a essa hipótese – a OMS, em resposta aos pesquisadores internacionais, também afirmou não ver necessidade de alterar os planos para a Olimpíada. Para entender melhor os argumentos de cada lado, a BBC Brasil conversou com dois cientistas que participaram da organização das duas cartas. Confira o que eles dizem: ‘Pode haver disseminação rápida do vírus para países pobres, sem sistema de saúde estruturado’ – Arthur Caplan, professor de Bioética e diretor do Departamento de Ética Médica da Universidade de Nova York Arthur Caplan defende que Jogos sejam cancelados ou transferidos Image copyright NYU “A minha maior preocupação é que ainda não entendemos o vírus Zika. Não sabemos quanto tempo ele fica no corpo, ou se estamos lidando com uma cepa nova. Também não compreendemos todas as formas de transmissão ou se ele pode levar à síndrome de Guillain-Barré, que causa paralisia muscular, mas há indícios de que o vírus presente no Brasil seja mais forte. O vírus já está circulando em 60 países, e tenho quase certeza de que vai se espalhar pela América do Norte e talvez pela Europa durante o verão que se aproxima (no Hemisfério Norte). Mas há muitos países onde ele ainda não está presente, como Mauritânia, Nepal e Etiópia, que não mantêm um fluxo intenso de turistas para o Brasil, e para os quais a ida de pessoas para a Olimpíada teria mais impacto. Se você introduzir uma pessoa infectada nesses locais poderia haver a disseminação do vírus de forma muito rápida e intensa, e estamos falando de países pobres da África e da Ásia, sem sistema de saúde estruturado. Como vão lidar com crianças nascendo com microcefalia? E, mesmo no Brasil, podemos dizer que as famílias de bebês com más-formações estão recebendo toda a assistência de que precisam? É algo que me preocupa mesmo em países onde não há a presença do mosquito transmissor, já que pode haver a transmissão sexual. Estou certo de que as autoridades brasileiras e os organizadores estão tentando contornar o problema, e que há o uso de inseticidas e fiscalizações nos locais de competição. Mas eu acho muito otimismo contar tanto com as baixas temperaturas como um fator para a diminuição dos casos. E se fizer calor? O que vão fazer? Quanto à prevenção, também acho otimista. Sabemos que, apesar de alertar as pessoas para que usem roupas compridas e repelentes, e que façam sexo com camisinha, elas não farão isso, muito menos num clima de festa como uma Olimpíada. É necessário que haja mais transparência sobre os riscos, para que as pessoas façam decisões mais informadas. A OMS, por exemplo, deveria ser bem mais transparente. Por que não fazem uma reunião aberta, coletiva, convidando cientistas de todo o mundo e também a imprensa internacional? Mais de 4 mil cientistas de todo o mundo nos escreveram, e a maioria é a favor de adiar os Jogos. Mas é claro que os cientistas brasileiros apoiariam a realização da Olimpíada. Há um grau de nacionalismo, de patriotismo. São cientistas, mas também são brasileiros. Eu também creio que os organizadores não estejam levando em conta sua responsabilidade legal. Se o Comitê Rio 2016 diz que é seguro para os turistas irem para o Rio, e de alguma forma eles adoecem, ou temos o nascimento de crianças com microcefalia, quem serão os responsáveis? Todos estão sendo otimistas demais, na minha opinião.” ‘É impossível achar que podemos controlar o espalhamento do vírus Zika no mundo cancelando um evento’ – Cláudia Codeço, do Programa de Computação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Cláudia Codeço defende a continuidade dos Jogos Image copyright ACERVO PESSOAL “Nossa justificativa para que os Jogos sejam mantidos na data planejada se baseia em dois fatos. O primeiro é que nos meses de agosto e setembro as temperaturas no Rio de Janeiro são relativamente baixas, e normalmente a transmissão de doenças pelo Aedes aegypti é muito menor. Nos últimos cinco anos, encontramos entre 7 a 10 casos de dengue para cada 100 mil habitantes no mês de agosto. E nossas pesquisas na Fiocruz mostram que o mosquito tem capacidade mais baixa de transmissão do Zika, então esperaríamos números ainda menores. Logo, adiar o evento faria com que os Jogos ocorressem mais próximos a meses de calor,

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Rio 2016: Brasil incorpora atletas e apoio militares em busca de mais medalhas

O Comitê Olímpico do Brasil estabeleceu como meta que o país fique entre os dez maiores ganhadores de medalhas na Olimpíada do Rio. E, para treinar os atletas, tem recebido ajuda das Forças Armadas. General que comandou missão da ONU no Haiti hoje integra equipe do Comitê Olímpico do Brasil Segundo o COB, o Brasil tem 428 vagas já garantidas para os jogos. Muitas delas se devem ao fato de o país ser o anfitrião e já ter participação assegurada em diversas modalidades. Até agora ao menos 145 delas já foram preenchidas por atletas específicos. Segundo o Ministério da Defesa, dos atletas já garantidos 67 são militares – quase a metade do total. A estimativa do COB é que, quando os jogos começarem, os atletas das Forças Armadas representem ao menos 30% do Time Brasil. O apoio das Forças Armadas começou durante a preparação para os Jogos Mundiais Militares, em 2011.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Como o Brasil era anfitrião dos Jogos, as Forças Armadas realizaram concursos públicos para incorporar atletas profissionais às suas fileiras. A ideia era que esses civis se tornassem militares para representar o Brasil. Mas a partir daí passavam a receber salário, alimentação, moradia e outros benefícios da carreira militar. Era o PAAR (Programa Atletas de Alto Rendimento). Os atletas precisavam já ter se destacado em seus esportes e, uma vez incorporados, passavam pelo treinamento militar regular – para depois se dedicar ao treinamento em suas modalidades. Nas Forças Armadas passavam também a ter acesso a instrumentos e instalações esportivas. Investimentos em esportistas teriam sido mais focados em atletas de alto rendimento ‘Topo da pirâmide’ “É uma medida para um momento de necessidade. Dá um grande resultado, mas é mais voltada para o topo da pirâmide”, diz à BBC Brasil a ex-atleta do vôlei Ana Moser, que hoje atua em gestão esportiva. Ela preside o Instituto Esporte e Educação, que atende crianças e capacita professores na área do esporte. “Temos que criar novos atletas, não só investir nos que existem”, prossegue. O PAAR teve sucesso nos Jogos Militares e por isso foi mantido. No Panamericano do Canadá (2015), muitos atletas militares se destacaram – e chamaram atenção ao bater continência ao subir no pódio. O gesto foi alvo de críticas. Mas foi explicado pelas Forças Armadas não como uma determinação, mas sim como uma deferência dos atletas às suas forças. Na Olimpíada, o programa de treinamento de atletas de alto rendimento almeja ser uma das maiores contribuições das Forças Armadas, junto com as funções de segurança, logística e fornecimento de instalações. Estratégias do COB O COB montou uma estratégia para preparar o Time Brasil que tem alguns paralelos com uma operação militar – quanto ao elevado número de detalhes e fatores condicionantes –, disse à BBC Brasil o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, que dirige o Instituto Olímpico (órgão educacional do COB) e o departamento de Comunicação e Educação Corporativa da entidade. Antes de ir para a reserva, Heleno foi o primeiro brasileiro a comandar a missão de paz da ONU no Haiti e passou por uma série de postos na cúpula do Exército. Ele é um general de Exército, mas não faz parte da ajuda “oficial” das Forças Armadas ao esforço olímpico. Ao deixar a entidade em 2011, foi convidado por Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, para trabalhar em sua equipe – o general já havia chefiado o Centro de Capacitação Física do Exército, órgão que auxilia na preparação de atletas militares. Segundo Heleno, a Diretoria de Esportes do COB elaborou uma estratégia de treinamento de atletas que tem alguns pontos básicos. O primeiro deles é fornecer recursos financeiros para as confederações, com o objetivo de dar aos atletas brasileiros acesso a treinamento de qualidade dentro do Brasil e a campeonatos internacionais – para ganhas vivência e vencer o nervosismo gerado pelas competições de alto nível. Outro ponto é a estrutura de “ciência do esporte”. Ou seja, montar equipes de apoio formadas por médicos, fisioterapeutas, especialistas em sono e psicólogos – para que os brasileiros não fiquem em desvantagem em relação a equipes estrangeiras que possuem esses recursos. De acordo com o general, outro fator da estratégia é melhorar as instalações esportivas internas – como com a construção por meio de parcerias público-privadas de instalações como o Parque Olímpico da Barra e o Parque Radical do Rio. Gestores e técnicos Atletas brasileiros recebem apoio de fisioterapeutas, médicos, psicólogos e treinadores internacionais O COB identificou também uma lacuna na área da formação de treinadores gestores e equipes de apoio ao atleta. Para fortalecer essa área criou o Instituto Olímpico, o órgão dirigido por Heleno. O órgão montou um MBA para gestores esportivos e uma academia brasileira de treinadores. Umas das principais ações é trazer ao Brasil técnicos e atletas internacionais para ministrar cursos para os membros do Time Brasil. Segundo Heleno, essa “preparação científica” dos atletas começou há relativamente pouco tempo. “Durante muito tempo houve uma ausência enorme de recursos (apesar de) sabermos o que tínhamos que fazer. Hoje temos recursos, estamos buscando aplicar aquilo que nós sabemos que tem que ser feito, mas temos pouco tempo”, diz. Por outro lado, segundo ele, o treinamento tem sido intenso e o Brasil contará na Rio 2016 com a torcida favorável e uma vantagem numérica, na medida em que tem participação garantida (independentemente de índices olímpicos) em muitas modalidades. Ausência de programa nacional Image captionEstratégia do COB para preparar esportistas inclui envio de atletas para competições internacionais Mas tanto Heleno como Ana Moser afirmam que embora tenha havido grande investimento nos atletas profissionais, o Brasil não possui um programa nacional de esportes que fortaleça as categorias de base dos esportes – de onde poderiam surgir novos talentos. Segundo Moser, o investimentos voltado especialmente aos atletas profissionais aparenta vir tanto de uma necessidade de ter bons resultados nos Jogos como de uma falta de conhecimento dos gestores públicos. “Não temos uma cultura de disseminação dos esportes, ainda não é uma área importante na visão de muitas

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De volta à F1, Renault lança carro, e confirma Magnussen/Palmer em 2016

Batizado de RS16, carro é lançado nas cores preta e amarela, mas pintura poderá mudar para a temporada. Montadora francesa revelou detalhes do ambicioso projeto Lançamento do carro da Renault para a temporada 2016 da Fórmula 1 (Foto: Reuters) A Renault está de volta à Fórmula 1. E nesta quarta-feira, em evento realizado no Centro Tecnológico da companhia em Guyancourt, a sudoeste de Paris, a montadora francesa, que adquiriu a Lotus, revelou seu ambicioso projeto para o retorno à principal categoria do automobilismo mundial.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O carro, batizado de RS16, foi apresentado nas cores preto e amarelo. Segundo a equipe, porém, a pintura será usada nos testes e poderá ser alterada para a temporada. O modelo será pilotado pelo estreante Jolyon Palmer e pelo ex-McLaren Kevin Magnussen, também confirmados como pilotos titulares do time – o dinamarquês ganhou o lugar de Pastor Maldonado de última hora. “Mordida” pelas críticas abertas da RBR aos motores da montadora nos últimos anos, a Renault promete brigar por títulos em um futuro breve. – Não estamos aqui para fazer número. Estamos aqui para sermos campeões. Já ganhamos diversos títulos como equipe própria e como fornecedor de motores. Então, nós conhecemos o caminho – disse Cyril Abiteboul, diretor administrativo da equipe. SAIBA MAIS:Pastor Maldonado perde vaga na Renault para Magnussen Presidente Carlos Ghosn apresenta Jolyon Palmer e Kevin Magnussen, titulares da Renault em 2016 (Foto: Reuters) O evento contou com a participação do brasileiro Carlos Ghosn, presidente da montadora francesa, Jérome Stoll, presidente da divisão esportiva, Cyril Abiteboul, diretor administrativo, e Alain Prost, tetracampeão da F1 e embaixador da companhia. Além dos carros e dos pilotos, a montadora revelou detalhes de seu projeto na Fórmula 1. O nome completo da equipe na F1 será Renault Sports Formula One Team. O francês Esteban Ocon, de 19 anos, será piloto reserva da escuderia. Bob Bell será diretor técnico chefe, Nick Chester o diretor de chassis, e Rémi Taffin, diretor de engenharia. Como já era esperado, Kevin Magnussen foi anunciado oficialmente. O dinamarquês de 23 anos ganhou a vaga de Pastor Maldonado, após a petrolífera venezuelana PDVSA não chegar a um acordo com a Renault. Magnussen foi titular da McLaren em 2014 e acabou sendo “rebaixado” para reserva com a chegada de Fernando Alonso. – Estou extremamente motivado após um ano inteiro fora. Pilotei por minha vida toda e estou extremamente com vontade de entrar em um carro de corrida novamente, ainda mais com a Renault. Sem correr no ano passado eu tive mais tempo para treinar e me sinto bem em forma por causa disso. Fisicamente estou pronto. Não passei muito tempo no carro ano passado, mas me sinto bem. Sempre me surpreendi em como me readapto rapidamente a pilotar após um tempo fora do carro. Estou pronto – disse Magnussen. O outro piloto da equipe será Jolyon Palmer. O britânico de 25 anos já havia sido anunciado quando o time ainda era dirigido como Lotus. Palmer era reserva da escuderia. – É um projeto empolgante e é incrível estar envolvido desde o início. Foi fantástico ser anunciado como piloto titular de 2016. A magnitude aumentou uma vez que foi confirmado que a Renault havia comprado a equipe e se comprometido massivamente para o futuro. O ano passado estabeleceu uma boa base e todos nós começamos agora uma imensa oportunidade. Ser piloto de uma equipe de uma montadora é tudo que eu poderia sonhar – afirmou Palmer. A pintura provisória, nas cores preta e amarela, de nada lembra os carros da equipe na década de 1980, primeira passagem da montadora na F1, muito menos dos carros azuis e amarelos da década de 2000, segunda passagem, marcada pelos títulos de Construtores e de Pilotos, com Fernando Alonso, em 2005 e 2006. Paralelamente, em Enstone, fábrica da equipe  na Inglaterra, houve uma “mini apresentação” de um segundo carro, com a presença de centenas de funcionários que trabalham no local. Na Inglaterra, houve uma apresentação de um segundo carro para funcionários da fábrica da equipe (Foto: Reprodução) Foram revelados também detalhes do projeto da Renault no automobilismo em geral e no mercado de carros de rua. Além da equipe de F1, a montadora segue nas pistas com a Renault e.dams na Fórmula E, e continua organizando os campeonatos F-Renault 2.0 e Renault Sport R.S.01 Trophy. Foi anunciada também a criação da Academia Renault Sport, que buscará revelar jovens talentos para a equipe na F1 e demais categorias. Na Fórmula 1, a Renault, como equipe própria, tem dois títulos de pilotos, com Fernando Alonso, e dois de Construtores (2005 e 2006). Como fornecedora de motores tem outros dez de Construtores, com times como Williams, Benneton e RBR (1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997,  2010, 2011, 2012, 2013) e outros nove de pilotos (1992, 1993, 1995, 1996, 1997, 2010, 2011, 2012, 2013). Globo Esporte.com

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Fórmula UM, Felipe Massa e a Ferrari

Nada de conspiração da Ferrari. Massa sabe que caso queira continuar usando o macacão vermelho, será sempre o segundo piloto. Quem acompanha o ‘negócio’ da F1 sabe disso. Exceto, parece, o locutor falastrão, que deve achar que a Ferrari conspirou para a eleição do Papa, e, até quem sabe, pra derrota do Brasil na copa de 1950 no Maracanã. Ou como respondeu o assessor de Bill Clinton ante o espanto do então Presidente dos USA a respeito de fatos da geopolítica: “É a economia, estúpido”.

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