Arquivo

Emily Dickinson – Poesia – 29/10/24

Boa noite Poema Emily Dickinson A água se ensina pela sede; A terra, por oceanos navegados; O êxtase, pela aflição; A paz, pelos combates narrados; O amor, pela cinza da memória E, pela neve, os pássaros.

Leia mais »

Emily Dickinson – Poesia – 01/12/23

Boa noite Poema Emily Dickinson¹ Para fazer uma campina basta um só trevo e uma abelha. Trevo, abelha e fantasia. Ou apenas fantasia Faltando a abelha.   ¹ Emily Dickinson * Boston, Usa – 10 de Dezembro de 1830 + Boston, Usa – 15 de Maio de 1886

Leia mais »

Emily Dickinson – Poesia – 29/09/23

Boa noite Poema Emily Dickinson ¹ Sépala, pétala, espinho. Na vulgar manhã de Verão – Brilho de orvalho – uma abelha ou duas – Brisa saltando nas árvores – – E sou uma rosa! Ter medo? De quem terei? Não da Morte – quem é ela? O Porteiro de meu Pai Igualmente me atropela. Da Vida? Seria cômico Temer coisa que me inclui Em uma ou mais existências – Conforme Deus estatui. De ressuscitar? O Oriente Tem medo do Madrugar com sua fronte sutil? Mais me valera abdicar! A uma luz evanescente Vemos mais agudamente Que à da candeia que fica. Algo há na fuga silente Que aclara a vista da gente E aos raios afia. Experiência para mim É cada qual que eu encontro. Será que contém um fruto? A Imagem de uma Noz Aparece numa Árvore, Igualmente plausível; Mas Miolo é requisito Para esquilos e p’ra Mim. O Fado mata-o, mas ele não caiu – Dos dois – o Fado tombou. E nas mais terríveis varas empalado – A tudo neutralizou. Morde-O e sapa-lhe o mais firme Avanço Mas, quando o Pior passou, E Ele, impassível, o fitou nos olhos, Por Homem o aceitou. ¹ Emily Dickinson * Boston, Usa – 10 de Dezembro de 1830 + Boston, Usa – 15 de Maio de 1886

Leia mais »

Emily Dickinson – Versos na tarde – 07/12/2016

Sem título Emily Dickinson¹ Ter medo? De quem terei? Não da Morte – quem é ela? O Porteiro de meu Pai Igualmente me atropela. Da Vida? Seria cômico Temer coisa que me inclui Em uma ou mais existências – Conforme Deus estatui. De ressuscitar? O Oriente Tem medo do Madrugar com sua fronte sutil? Mais me valera abdicar! ¹Emily Dickinson * Boston, Usa – 10 de Dezembro de 1830 d.C + Boston, Usa – 15 de Maio de 1886 d.C Nota do Editor O poema acima foi extraído do livro “Emily Dickinson: Alguns Poemas”.

Leia mais »

Literatura – Uma mulher, uma arma carregada: Emily Dickinson

Nascida em 1830, de pais calvinistas, em Massachusetts, Emily Dickinson é reconhecida como uma das maiores poetas dos Estados Unidos. Por:Kathleen E. Gilligan Embora seus poemas frequentemente tratem da morte, ela de fato escreveu sobre muitos assuntos. Vida, natureza, amor, ciência, céu, inferno, religião, escrita e anseio são apenas alguns dos tópicos que ela explorou. Em muitos casos, seus poemas parecem ter uma mensagem direta, detalhada de um jeito que mesmo aqueles que não estão familiarizados com poesia são capazes de perceber o seu significado.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Outras vezes, a poesia dela pode parecer confusa ou estranha, até mesmo ao leitor mais atento. Nesses casos, é necessário esquadrinhar as pistas que ela deixa em suas palavras, de modo a decifrar o significado oculto. Seu uso aparentemente aleatório de letras iniciais maiúsculas, a ausência de pontuação ou a obsessão por travessões e o uso incorreto da gramática, tudo foi feito deliberadamente, às vezes para realçar a mensagem que, de outro modo, seria ignorada. Um poema assim, de múltiplos significados, é “My Life had stood – a Loaded Gun –”. Para o leitor comum, o poema personifica uma arma; diversas pistas metafóricas, no entanto, levam a uma segunda mensagem e significado: uma mulher e suas palavras têm um poder enorme. Em toda a sua obra, Dickinson não parece se importar com o que é aceito socialmente. Ela não foge de assuntos como religião e/ou céu e inferno, talvez os mais controversos da época e que, por isso mesmo, podem ter sido evitados por outros autores e poetas (e mulheres, em particular). Em vez de tentar ocultar sua aversão à religião organizada, ela fez o contrário, ostentando suas concepções. “Some keep the Sabbath going to church” e “I’m ceded – I’ve stopped being Theirs –” são exemplos perfeitos disso. Ainda assim, alguns de seus poemas contêm significados ocultos que não são necessariamente óbvios. Emily Dickinson raramente publicava seus poemas, não por que tivesse receio da crítica e sim por ter ficado insatisfeita com a edição que alguns deles sofreram por parte daqueles a quem ela os enviara. Se não tinha receio da crítica, é provável que ela simplesmente gostasse de criar poemas de duplo sentido. “My Life had stood – a Loaded Gun –”, escrito em versos que alternam trímetros iâmbicos e tetrâmetros, com as estrofes rimando em abcb ou abcd, é ainda mais interessante pelos seus dois significados. O tema e o narrador do poema O primeiro verso inclui de pronto uma cesura, armando o cenário para o significado literal do poema em seis estrofes (1). “My life” é o tema do verso, tornando-se posteriormente o tema do poema (1). Todavia, o narrador, ou a persona do poema, é de fato a arma, conforme indicado após a falsa terminação do segundo verso: “The Owner passed – identified –/And carried Me away –” (3-4). O “Me” é a arma (4). Parafraseando, a arma permaneceu no canto até que o seu proprietário veio e a levou. De outro modo, se examinamos mais profundamente estes versos, poderemos conectá-los a uma mulher e suas palavras. O “My Life” se torna a vida de uma mulher, enquanto o “Loaded Gun” indica o potencial de perigo e poder que há na mulher. Todas as quatro palavras iniciam com letra maiúscula e no verso, embora tenha uma sílaba a mais, “Loaded” praticamente se torna paralela ou equivalente às demais. A mulher permaneceu “In Corners” até que o seu “Owner”, ou esposo, a “identified”, ou escolheu, e a “carried” consigo (2-4). Dickinson está dizendo que as mulheres são poderosas, mas são instrumentos dos homens e frequentemente não têm outra escolha a não ser esperar pelo casamento. A segunda estrofe diz o que a arma personificada faz. Dickinson emprega uma anáfora nos versos iniciais, salientando a mudança que ocorreu. “We” se refere à arma e seu proprietário, afirmando claramente que eles “roam in Sovreign Woods –” e “hunt the Doe –”, ou atravessam o bosque e caçam um cervo (5-6). O verso “every time I speak to Him” alude a quando a arma dá um tiro e “The Mountains straight reply –” é o som do tiro atingindo as montanhas e retornando (ecoando) até a arma e seu proprietário (7-8). Este significado é óbvio, apesar da linguagem figurativa a respeito das montanhas ecoando. Quanto ao segundo significado, sobre as palavras de uma mulher, há alguns indícios generosos nessa estrofe. “Sovreign” frequentemente indica alguém de autoridade e poder supremos e nesse caso se refere aos homens (5). O “We roam in Sovreign Woods –” alude à presença do esposo e da esposa no mundo dos homens (5). O “We Hunt the Doe –” foi cuidadosamente formulado por Dickinson (6). “Doe” poderia facilmente ter sido substituído por “deer” ou “buck”, mas o escolhido foi a fêmea da espécie (6). Este verso dá a entender que, no mundo dos homens, as fêmeas ou o poder delas são abatidos. Os homens não podem permitir que as fêmeas se tornem poderosas demais. Quando a fêmea “speak for Him”, “The Mountains straight reply –” (7-8). Dickinson está dizendo que quando uma mulher toma uma decisão que normalmente é do homem, ou se aventura a escrever algo (aventurando-se em um território que os homens têm como deles), ela nada consegue. Poderíamos ler estes versos como se o caminho da mulher fosse bloqueado por uma parede (“Mountains”) ou como se ela fosse imediatamente recebida com críticas (“straight reply”) (8). As duas interpretações prosseguem na terceira estrofe. O “smile” e a “light” que “Upon the Valley glow –” indicam a faísca e o clarão de quando a arma dispara (9-10). “It is as a Vesuvian face/Had let it’s pleasure through” compara a faísca e o clarão a uma explosão súbita e violenta, como o Vesúvio em erupção (11-12). O significado da estrofe muda se a persona é uma mulher. O “smile” e o “cordial light” poderiam ser a máscara educada que uma mulher deve usar no mundo dos homens, ou mesmo a aparência amável de sua

Leia mais »

Emily Dickinson – Versos na tarde – 28/04/2016

Poema Emily Dikison¹ Muralhas não me impediriam Se fosse rocha o universo E eu ouvisse sua voz de prata A chamar do outro lado da pedra. Cavaria até que meu túnel Ao seu de repente chegasse Teria então minha recompensa Deter-me no seu olhar. Mas existe um quase nada, Um filamento, uma lei, Teia em diamante urdida, Ou palha trançada em ameia. É um limite igual ao véu Por sobre o rosto da dama Mas cada dobra é um fortim Com dragões por entre a renda. ¹Emily Dickinson Usa – 1830 – 1886 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Emily Dickinson – Versos na tarde – 27/02/2016

Dentre todas as Almas já criadas Emily Dickinson¹ Dentre todas as Almas já criadas Uma foi minha escolha Quando Alma e Essência se esvaírem E a Mentira se for Quando o que é – e o que já foi – ao lado Intrínsecos ficarem E o Drama efêmero do corpo Como Areia escoar Quando as Fidalgas Faces se mostrarem E a Neblina fundir-se Eis – entre as lápides de Barro – O Átomo que eu quis! ¹Emily Dickinson * Boston, Usa – 10 de Dezembro de 1830 d.C + Boston, Usa – 15 de Maio de 1886 d.C O poema acima foi extraído do livro “Emily Dickinson: Alguns Poemas”. Tendo vivido e produzido à margem dos círculos literários de seu tempo, solteira por convicção e auto-exilada dentro de casa por mais de vinte anos, Emily Dickinson não chegou a publicar os seus versos, por não se submeter aos rígidos padrões de discrição e singeleza que se esperava então de uma mulher. Sua voz era uma voz estranha em meio às tímidas dicções poéticas da época, e por essa razão ela teve de encarar em vida a rejeição de seu labor poético.Ao arrumar o quarto de Emily depois que ela morreu, a sua irmã Lavinia encontrou uma gaveta cheia de papéis em desordem. Eram cadernos e folhas soltas com uma grande quantidade de poemas inéditos. Disposta a divulgar a obra da irmã, Lavinia entrou em contato com um medíocre crítico literário, Thomas Higginson, que durante trinta anos renegou todos os versos que Emily lhe submetera, e uma obscura escritora, Mabel Todd, que por cinco anos havia freqüentado a casa da poeta sem nunca chegar sequer a vê-la.Dessa improvável união de forças surgiu a publicação póstuma de alguns de seus poemas, seguida em pouco tempo de diversas outras edições, em vista da excepcional acolhida que tiveram. Em 1955, o crítico e biógrafo Thomas H. Johnson reuniu numa edição definitiva todos os seus 1.775 poemas. Sua escrita poética, ambígua, irônica, fragmentada, aberta a várias possibilidades de interpretação, antecipa, sob muitos aspectos, os movimentos modernistas que se sucederiam depois de sua morte. Essa instigante poesia, nascida na solidão e no anonimato dá hoje a Emily Dickinson um merecido e lugar na literatura universal. Seus versos constam da coletânea “The Complete Poems of Emily Dickinson”, editada por Thomas H. Johnson, Cambridge, Mass (EUA), 1955. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Emily Dickinson – Versos na tarde – 26/01/2016

Poema Emily Dickinson ¹ A palavra morre Quando é dita, Alguém diz. Eu digo que ela começa A viver Naquele dia. ¹ Emily Dickinson * Boston, Usa – 10 de Dezembro de 1830 d.C + Boston, Usa – 15 de Maio de 1886 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]

Leia mais »

Emily Dickinson – Versos na tarde – 23/02/2015

Poema Emily Dickinson¹ Para fazer uma campina basta um só trevo e uma abelha. Trevo, abelha e fantasia. Ou apenas fantasia ¹ Emily Dickinson * Boston, Usa – 10 de Dezembro de 1830 d.C + Boston, Usa – 15 de Maio de 1886 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »