Aquecimento global – 2019 – O ano mais quente da hitória
O ano mais quente já registrado foi 2016
O ano mais quente já registrado foi 2016
Europeus terão que se habituar a extremos climáticos, dizem cientistas Chuvas intensas caíram sobre Berlim nos últimos dias Calor seguido de chuvas intensas tem marcado o verão em Berlim e em outras regiões da Alemanha.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Segundo pesquisadores, efeitos do aquecimento global se farão sentir cada vez mais na Europa. Pela segunda vez em menos de um mês, os bombeiros de Berlim decretaram “estado de emergência” no fim de semana passado. Chuvas torrenciais inundaram várias ruas da capital alemã, e em algumas delas a altura da água alcançou mais de 1 metro. Os bombeiros não conseguiram dar conta de todos os chamados. Segundo um jornal, foram mais de 185 operações em apenas uma hora e meia. Na região do Lago de Constança, no sul da Alemanha, as tempestades derrubaram árvores e causaram deslizamentos de terra em áreas montanhosas, o que bloqueou o trânsito de trens. Para cientistas, os alemães terão que se acostumar com esse tipo de situação. Os gases do efeito estufa não apenas levam ao derretimento de gelo nos polos e ao aumento do nível do mar, mas têm efeitos cada vez maiores também na Europa Central. “Nós já havíamos previsto há muito tempo essas repentinas mudanças de tempo, de calor seco para chuvas torrenciais, e agora isso se torna mais claro a cada ano”, diz o pesquisador Mojib Latif, do Centro Helmholtz de Oceanografia (Geomar), em Kiel. Assistir ao vídeo01:01 Tempestade gera caos em Berlim “Na Alemanha, a temperatura anual média subiu 1,4 °C desde 1880, e é claro que isso tem consequências”, afirma. Por um lado, o aquecimento global intensifica o Anticiclone dos Açores, um grande centro de altas pressões atmosféricas localizado no Atlântico Norte. Por outro, a Europa não está imune aos efeitos das regiões de baixa pressão atmosférica, aponta Latif. “Cada grau a mais nas temperaturas médias eleva a possível intensidade da chuva em 7%”, diz o especialista. Segundo ele, por muito tempo mediu-se apenas a quantidade de chuva ao longo de muitos dias ou semanas. Só que o problema, agora, é a grande quantidade de água em pouco tempo. “Nesse ponto faltam dados de medição para previsões exatas.” O princípio, porém, é claro: ar mais quente pode armazenar mais água, e as pancadas de chuva ficam mais fortes. Tempestades derrubaram árvores em Berlim, como no bairro de Neukölln Chuva no centro, seca no sul Segundo o meteorologista Peter Hoffmann, do Instituto de Pesquisas Climáticas de Potsdam, o Ártico se aquece muito mais rápido do que outras regiões devido às mudanças climáticas. “Isso muda a relação entre áreas de alta e baixa pressão, e também o deslocamento delas pela Europa Central”, diz Hoffmann. “E agora temos uma área de baixa pressão sobre a Europa Central, que permanece por muitos dias e é responsável pelas chuvas fortes e repentinas.” Ele destaca ainda uma outra relação: chuvas fortes na Europa Central significam secas extremas no sul europeu. De fato, as autoridades de Roma soaram o alarme por causa da falta de água. A capital da Itália está sendo castigada por altas temperaturas e ar seco. As autoridades já pensaram até em cortar a água residencial por algumas horas depois de o Lago de Bracciano, uma das principais fontes de abastecimento de água potável, ter ficado 160 centímetros abaixo do nível normal. E, por causa da escassez, o Vaticano desligou os chafarizes da Praça de São Pedro e as fontes de água dos seus jardins. Os dois cientistas ressalvam: os habitantes da Europa Central terão que se acostumar aos extremos climáticos. “Não é assim tão fácil reverter a situação”, diz Hoffmann. E Latif acrescenta: “É verdade que o clima costuma ser um sistema caótico, mas teremos que nos habituar à rápida alternância entre calor extremo e fortes chuvas.”
O nível do mar subiu, em média, quase 8 centímetros em todo o mundo desde 1992 devido ao aquecimento global, informou nessa quarta-feira (26) a agência especial norte-americana (Nasa, a sigla em inglês), alertando que a tendência deverá manter-se nos próximos anos. Um grupo de cientistas da agência apresentou os mais recentes dados sobre o aumento do nível da água do mar em todo o mundo – que foi, em média, 7,62 centímetros superior ao de 1992 -, apesar de o panorama variar em diferentes regiões. Em alguns casos, o nível chegou a superar os 22 centímetros. A Nasa também publicou um vídeo, com os dados obtidos pelos seus satélites, em que se verifica, por uma gradação de cores, a evolução em cada parte do mundo nos últimos 23 anos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] As costas da Ásia e Oceania, no Pacífico, juntamente com o Mediterrâneo Oriental e a costa da América, foram as mais prejudicadas pela subida do nível do mar. O aquecimento global, provocado principalmente pela atividade humana, é o principal culpado pelo aumento do nível dos oceanos e dos mares, na medida em que é responsável pelo degelo da Antártida e pela subida da temperatura da água. “É muito provável que a situação piore no futuro”, alertou Steve Nerem, geofísico da Universidade do Colorado, durante a apresentação dos dados. Os cientistas alertaram que mesmo que sejam tomadas medidas para tentar reverter a situação, seriam necessários séculos para voltar aos níveis anteriores às alterações climáticas. A subida do nível da água do mar põe em risco o futuro de inúmeras cidades e povoações costeiras, ameaçando fazer desaparecer uma série de ilhas e, no caso do Pacífico em especial, países inteiros. Agência Brasil
Regiões costeiras e pequenas ilhas no oceano podem ser engolidas, alertam cientistas Getty Images O nível do mar pode subir ao menos seis metros a longo prazo, encobrindo áreas costeiras da Flórida e Bangladesh, mesmo se os governos alcançarem metas para conter o aquecimento global, diz um estudo publicado nesta quinta-feira (9). Grandes geleiras na Groenlândia e na Antártica derreteram quando as temperaturas estavam ao redor ou um pouco acima do que estão hoje em degelos antigos nos últimos três milhões de anos, escreveu uma equipe liderada pelos Estados Unidos na revista Science.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] E o mundo pode estar se encaminhando para uma repetição desse fenômeno, mesmo se governos conseguirem cortar as emissões de gases do efeito estufa para limitar o aquecimento global, cuja meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas é de até 2 graus Celsius acima do período pré-industrial. Alguns gases do efeito estufa podem durar por séculos na atmosfera. Andrea Dutton, da Universidade da Flórida e autora-líder do artigo, disse que pode levar muitos séculos para um aumento de seis metros no nível do mar, apesar de algumas evidências antigas de que há possibilidade de mudanças mais rápidas. “Esta é uma projeção de longo prazo. Não vai acontecer depois de amanhã”, disse ela. Um painel da ONU com cientistas climáticos disse em 2013 que o aquecimento global pode elevar os níveis do mar em 26 a 82 centímetros até o fim do século 21, acumulado a um ganho de 19 centímetros desde 1900. Fonte:Reuters
A dimensão militar da pré-sal Em breve, o governo apresenta o novo marco regulatório para explorar a camada pré-sal sem ter estimulado o debate público sobre as graves implicações de o Brasil se transformar em um dos maiores produtores mundiais de óleo. A história prova que integrar o grande jogo mundial do petróleo gera repercussões geopolíticas, militares e financeiras globais. Porém, a informação de que petróleo e guerra necessariamente andam juntos está sendo escamoteada pelo discurso ufanista de que os recursos advindos da exploração do petróleo resolverão todos as injustiças sociais que marcam a trajetória do povo brasileiro. Falta a grandeza dos estadistas para tornar público o debate sobre os rumos que esta nação deseja para si. A mobilização em torno da institucionalidade do pré-sal seria um ótimo momento para fazê-lo. Explorar estas reservas, que podem chegar à onírica marca dos 100 bilhões de baris de óleo de excelente qualidade, não vai apenas garantir o ingresso de centenas de bilhões de dólares para o Estado brasileiro. Petróleo não é uma mercadoria como outra qualquer. Fundamentalmente, ele é o principal energético utilizado no mundo e tudo que o envolve impacta as finanças internacionais, podendo gerar crises de resultados imprevisíveis. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]A exploração desta riqueza nos dará a responsabilidade de integrar o reduzido grupo de nações que definem os rumos de toda a humanidade. Teremos bônus e ônus decorrentes da condição de grande jogador e precisamos ter ciência e consciência do que isto representa. Mas, quantas pessoas sabem disso? Ter reservas extraordinárias de petróleo e exportá-las mundo afora exige vontade de Nação de usar capacidade militar para garantir os canais de comercialização do óleo em qualquer parte do mundo. Frequentemente estaremos em guerra e seremos convocados a intervir com força sempre que nosso petróleo estiver ameaçado. Essa é a lógica desse setor, estimulada inclusive porque as indústrias militar e de petróleo são interconectadas. Fazer guerra para garantir o óleo dá um enorme ganho de escala ao seleto grupo de empresas como a estadunidense Halliburton, que lucram em ambos os lados do problema e chegam a influenciar eleições presidenciais. A defesa e a exploração da pré-sal, além da exportação em larga de óleo, abre espaço para que alguém reivindique a adoção pelo Brasil de capacidade atômica para dissuadir outros atores internacionais interessados em projetar o seu próprio poder sobre nossas reservas, meios de transporte e armazenamento de petróleo (cerca de 2/3 do petróleo brasileiro já são armazenadas nos navios da Petrobras, o que coloca a suscita o desenvolvimento de submarinos atômicos). Seguindo a lógica do petróleo&guerra, teríamos até de modificar a Constituição para permitir a adoção do poder atômico militar pelo País. Eventualmente, mesmo a ratificação do Tratado de Não Proliferação de Armas Atômicas seria questionada. É isso o que realmente desejamos? Só para se ter uma idéia do terreno que estamos adentrando. Nos anos 1980, os EUA pressionaram legal e também ilegalmente os grandes em níveis baixos os preços do produto. O objetivo era enfraquecer economicamente a então União Soviética, que tinha na exportação de gás natural e petróleo sua maior fonte de divisas internacionais, e que a duras penas conseguia até aquele momento rivalizar militarmente com os americanos. Com os preços mantidos artificialmente em baixa durante anos, devido à grande disponibilidade no mercado internacional, o ingresso de moedas fortes para os soviéticos caiu e, com ele, a própria URSS se desmanchou em 1991. Além do aumento das emissões de gases causadores do Efeito Estufa (uma contradição com a aposta no etanol) a discussão sobre a dimensão militar da pré-sal é tão difícil quanto urgente. O Brasil está às vésperas de tomar decisões que terão impacto sobre a atual e as futuras gerações de brasileiros, mas nenhuma instituição se dispõe à trabalhosa e inadiável tarefa de ouvir o povo brasileiro. Carlos Tautz é jornalista blog do Noblat