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António Botto – Versos na tarde – 11/07/20217

Quanto, Quanto me Queres? António Thomaz Botto Quanto, quanto me queres? – perguntaste Numa voz de lamento diluída; E quando nos meus olhos demoraste A luz dos teus senti a luz da vida. Nas tuas mãos as minhas apertaste; Lá fora da luz do Sol já combalida Era um sorriso aberto num contraste Com a sombra da posse proibida… Beijámo-nos, então, a latejar No infinito e pálido vaivém Dos corpos que se entregam sem pensar… Não perguntes, não sei – não sei dizer: Um grande amor só se avalia bem Depois de se perder. ¹António Botto * Abrantes, Portugal – 17 de Agosto de 1897 + Rio de Janeiro, Brasil –  16 de Mar de 1959 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Antonio Botto – Versos na tarde – 14/03/2016

Ouve, meu anjo Antonio Botto¹ Ouve, meu anjo: Se eu beijasse a tua pele? Se eu beijasse a tua boca Onde a saliva é mel? Tentou, severo, afastar-se Num sorriso desdenhoso; Mas aí!, A carne do assasssino É como a do virtuoso. Numa atitude elegante, Misterioso, gentil, Deu-me o seu corpo doirado Que eu beijei quase febril. Na vidraça da janela, A chuva, leve, tinia… Ele apertou-me cerrando Os olhos para sonhar – E eu lentamente morria Como um perfume no ar! ¹Antônio Botto * Abrantes, Portugal – 1897 d.C + Rio de Janeiro, Brasil – 1959 d.C Antônio Botto nasceu em Abrantes, em 1897, tendo vindo a falecer em 1957, no Brasil, exilado político, para onde emigrara em 1947. Viveu em Lisboa e foi contemporâneo e amigo de Fernando Pessoa. António Botto é, por muitos, considerado um dos mais notáveis poetas portugueses, tendo, no entanto, sido algo incompreendido no seu tempo, com algumas das suas obras a gerarem escândalos e celeumas. A obra de António Botto, que lhe granjeou uma grande audiência e popularidade, estende-se pela poesia, prosa, teatro e contos infantis. Publicou a sua primeira obra poética, a coletânea Trovas, em 1917. Obra:

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Antônio Botto – Versos na tarde – 26/04/2014

Soneto Antônio Botto ¹ Quanto, quanto me queres? – perguntaste Numa voz de lamento diluída; E quando nos meus olhos demoraste A luz dos teus senti a luz da vida. Nas tuas mãos as minhas apertaste; Lá fora da luz do Sol já combalida Era um sorriso aberto num contraste Com a sombra da posse proibida… Beijámo-nos, então, a latejar No infinito e pálido vaivém Dos corpos que se entregam sem pensar… Não perguntes, não sei – não sei dizer: Um grande amor só se avalia bem Depois de se perder. ¹ Antônio Tomás Botto * Concavada, Abrantes, Portugal – 17 de Agosto de 1897 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 16 de Março de 1959 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Antônio Botto – Versos na tarde – 17/05/2013

Soneto Antônio Botto¹ Se, para possuir o que me é dado, Tudo perdi e eu própio andei perdido, Se, para ver o que hoje é realizado, Cheguei a ser negado e combatido. Se, para estar agora apaixonado, Foi necessário andar desiludido, Alegra-me sentir que fui odiado Na certeza imortal de ter vencido! Porque, depois de tantas cicatrizes, Só se encontra sabor apetecido Àquilo que nos fez ser infelizes! E assim cheguei à luz de um pensamento De que afinal um roseiral florido Vive de um triste e oculto movimento ¹Antônio Tomás Botto * Abrantes, Portugal – 17 de Agosto de 1897 d.C + Rio de Janeiro, 16 de Março de 1959 d.C

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Antônio Botto – Versos na tarde – 08/05/2013

Soneto Antônio Botto¹ Tem cuidado que é sempre mau prever qualquer coisa na vida que arrastamos; convence-te que nós nada evitamos d’aquilo que nos tem de suceder. E’ sempre muito grave. Sem querer, A pouco nos familiarisamos com a atitude firme que pensamos tomar para o que nos vai acontecer… e esse caso previsto chega e vem, por que muito o desejámos. Isso não! Resoluções não servem a ninguem. A vida surpreende a cada passo; e sem nossa mesquinha intervenção resolve o mais difícil embaraço. ¹Antônio Tomás Botto * Concavada, Abrantes, Portugal – 17 de Agosto de 1897 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 16 de Março de 1959 d.C >> Biografia de Antônio Botto [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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