Arquivo

Aíla Sampaio – Poesia – 14/05/24

Boa noite. Despedida Aíla Sampaio¹ Desfiz as malas e a viagem. É longe demais o teu destino para quem tem pressa Sigo outra rota, vou por outro caminho o amanhã não existe a não ser no desejo de continuar a estrada que dá no presente com suas curvas e abismos É hoje o momento. É agora o lugar. Se não vens, vou sozinha: a carne de que é feito o tempo é perecível como a armadura do corpo já não posso esperar ¹ Aíla Sampaio Poetisa e Mestra em Literatura Professora da Unifor – Universidade de Fortaleza, Ceará

Leia mais »

Aíla Sampaio – Poesia – 01/03/2024

Boa noite. De outro tempo Aíla Sampaio¹ Há em mim uma casa desabitada perdida no abandono dos ventos que sopram sem direção há portas que batem silenciosas atrás de um adeus sem data, lágrimas nas paredes retintas e trancas enferrujadas nos portais há hera entranhada nas vigas, nos muros e em minha alma, fechando porteiras, lacrando janelas misturando-se ao musgo que no jardim cresceu Há em mim um silêncio quase sagrado e a memória de um tempo que não é o meu. ¹Aíla Sampaio * Fortaleza, Ce. Mestra em Literatura. Professora do Curso de Letras da Unifor

Leia mais »

Aila Sampaio – Versos

Mentira Aíla Sampaio ¹   O desespero do mar a quebrar nas pedras é não poder tocar o céu e viver essa ilusão que os nossos olhos criaram num ponto distante   Igual é o meu motivo de ser triste: ser lua e saber-te sol viver da tua luz sem poder ver que é em mim que ela inside   De nada adianta eu pensar que és minha fonte de vida se o que eu sonhava – o eclipse – é mentira, tal o encontro do céu com o mar na distraída linha do horizonte.   ¹ Aíla Sampaio * Cariri, Ce. Poetisa e Mestra em Literatura Professora da Universidade de Fortaleza [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

Leia mais »

Aila Sampaio – Versos na tarde – 17/12/2015

Ah destino! Aíla Sampaio¹ Enquanto te debulhas em marcar o meu próximo passo, um pássaro me oferta suas asas e o sol arrefece seus raios para me ver alçar vôo. E quando penso que enfim driblei a tua fúria, tu, agasalhado na imponderável sina, não respeitas o meu desejo de rasgar as distâncias. Ris da minha pretensão de querer arrebentar as amarras e astuciosamente planejas a minha queda. E tão bruscamente me fazes enxergar que era de crepom o pássaro e inconsistentes as asas, que esqueço de te condenar e me censuro por sonhar tão alto. ¹Aíla Sampaio * Fortaleza, Ce. Mestra em Literatura. Professora do Curso de Letras da Unifor [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Aíla Sampaio – Reflexões na tarde – 12/06/2014

Namorar… Aíla Sampaio 12 de junho, dia dos namorados. A gente sabe que é mais uma data para movimentar o comércio, alimentar o consumo, mas nem se rebela, por que é tão sublime a causa… namorar é bom demais. É colocar o pé no acelerador da vida. Olhar nos olhos e ter vontade de atravessar o mundo de mãos dadas, a pé, a pão e água. Dormir ao relento e não adoecer com o sereno. Abrir o mar com o pensamento, andar sobre as águas, pairar nas nuvens com a leveza dos deuses. Namorar é atravessar esquinas perigosas sem medo, é sobreviver ao perigo das epidemias, estar acima do bem e do mal. Essa visão romântica do namoro é a forma mais sutil de dizer que todas as catástrofes têm menor impacto quando estamos amando e sendo amados. Quando incontestavelmente admitimos que o outro não é perfeito e, nem por isso, seu beijo perde o sabor; quando não o enxergamos como um deus todo-poderoso – incorruptível pelas limitações humanas – mas apenas como um ser vulnerável, capaz de errar. Aceitamos suas manias, seus ranços, porque o amor ensina a respeitar sem autoflagelação. Aceitamos suas falhas e notamos que as nossas também são aceitas, conversadas sem dor. Sabe-se que a pessoa nem tem a beleza do Brad ou da Jolie, mas é muito mais poderosa que eles, porque nos arrebata com um simples olhar. Namorar é injetar sangue novo nas veias, ingerir um complexo vitamínico sem problema de superdosagem, recarregar as baterias gastas, reciclar as turbinas maltratadas em tantos pousos forçados. Namorar é partilhar emoções, gostos, cheiros; olhar o horizonte perdido na linha entre o céu e o mar, e crer que se pode chegar lá. Namorar é dividir pra somar, multiplicando-se. É segurar a mão pra atravessar a rua ou para ajudar a suportar uma derrota. É olhar nos olhos e ver o mundo num caleidoscópio mágico que gira sem parar e nunca perde as cores, nunca apaga a luz. É abraçar apertado com vontade de não soltar mais, mas soltar sempre, respeitar as distâncias, os silêncios, dar liberdade sem cobranças e ficar seguro. Só vale a pena namorar quem nos considera, nos dá tranquilidade e uma paz infinita; quem não representa, não age como se a vida fosse um jogo e você só uma peça dele. Às vezes nem é preciso o toque físico, namoramos uma fotografia, uma imagem guardada na memória, o flash de um momento mágico em que captamos a alma de alguém. Alguém que preenche as nossas lembranças, que nos acompanha nos pensamentos… basta tocar ‘aquela’ música, sentir ‘aquele’ cheiro… basta simplesmente acordar o desejo de estar perto, e tudo em volta cria ‘aquele’ rosto amado que nunca se mistura à multidão. Somos capazes de identificá-lo em qualquer tribo, em qualquer lugar, em qualquer tempo, entre milhares, milhões. E namoramos de olhos fechados, por conta das artimanhas da imaginação que funde real e fantasia. Mas o amor não é fantasia, não a que se usa quando se quer, pra representar o teatro da vida. O amor é a pele que veste nossa alma, é o sangue que escorre em nossas veias. Ninguém ama pela metade ou só de vez em quando. Quem ama sabe do poder das tempestades, dos cataclismas, dos avassaladores riscos de sofrer, mas ama, namora o amor e o dono desse amor. Pode até desistir do amado… nunca do sentimento que tem por ele. Namora a incerteza e a desilusão, mas lava-as com as lágrimas e namora a esperança, essa velhinha de cabelos brancos e óculos, que nos motiva a sonhar mesmo quando os pesadelos se anunciam. Aíla Sampaio * Fortaleza, Ce. Mestra em Literatura. Professora do Curso de Letras da Unifor [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

Leia mais »

Aíla Sampaio – Versos na tarde – 13/05/2014

Desisto de ti Aíla Sampaio ¹ Desisto de ti, da tua impossibilidade da esperança de contemplarmos a lua sem olhar o relógio. Desisto do que achei que eras e do que és – inconstante amor da maturidade – verdade mentirosa do meu coração. Desisto de não poder estar contigo dos beijos que não me deste, da nossa canção, desisto do amanhã que não me prometeste dos poemas de amor que escrevi escondido… Desisto do sol que não brilhará nas manhãs em que te procurarei entre os meus conhecidos e só verei um estranho a quem não devo amar. Desisto da inútil espera, esse castigo, de mergulhar nos teus olhos de mar e neles me afogar de tanto desejo Desisto das nossas guerras, dos tratados de paz da vontade de que nossas mãos envelhecessem juntas… Dos adiamentos, dos teus medos, das tuas fugas dos teus segredos e das perguntas que a vida nos faz Desisto de vez de sentir saudade Da tua imagem que aos poucos se desfaz em ilusões e dores que sei de cor. Só não desisto do meu amor Porque não posso, não sou capaz… Ele é maior que eu… é meu bem maior! ¹Aíla Sampaio * Fortaleza, Ce. Mestra em Literatura. Professora do Curso de Letras da Unifor [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

Leia mais »

Aíla Sampaio – Versos na tarde – 03/04/2014

Intervalo Aíla Sampaio ¹ Entre o que foste e o que és há meu olhar mudando de horizonte como pontes que se movem para outros acessos, para outro mar. Há silêncios intempestivos como os dos ventos dos desertos como os do amor incerto entre o que foste e o que serás. ¹ Aíla Sampaio * Fortaleza, Ce. Mestra em Literatura. Professora do Curso de Letras da Unifor http://literaila.blogspot.com/ [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Aíla Sampaio – Versos na tarde – 07/03/2014

Novos mares Aíla Sampaio ¹ É preciso que a verdade pouse suas garras sobre as incertezas para que a vã espera se desfaça. É preciso que o vento leve mar adentro a tristeza do engano para que não morra antes do tempo a beleza da vida que a dor desgasta É preciso que eu leia no teu silêncio uma despedida para que em mim sobreviva o desejo de mergulhar noutros olhares; para que eu reencontre meu norte e, mesmo com a bússola perdida, consiga navegar, refeita, novos mares. ¹ Aíla Sampaio * Fortaleza, Ce. Mestra em Literatura. Professora do Curso de Letras da Unifor blog De Olhos Entreabertos [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Aíla Sampaio – Versos na tarde

Regresso a ti Aíla Sampaio ¹  Regresso a ti como se nunca tivesse partido. É o mesmo cais ancorado em minha memória que piso outra vez; é a mesma aurora que desponta no horizonte perdido onde outrora buscaste meus olhos. Tanto tempo urdindo a teia das ausências e eu não esqueci uma senha sequer de acesso ao teu corpo e à tua alma. ¹ Aíla Sampaio * Fortaleza, CE. Poetisa e Mestra em Literatura Professora da Unifor – Universidade de Fortaleza, Ceará Blog De olhos entreabertos ->> http://literaila.blogspot.com/2011/07/toa.html [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Aíla Sampaio – Versos na tarde

À toa Aíla Sampaio ¹ Eu andei à toa pela tarde escrevendo teu nome nos muros cobertos de hera e te imaginando à noite sozinho lendo e relendo o papel amarelado das minhas cartas. Se pudesse, adivinharia a cor dos lençóis que te envolvem e fotografaria cada reação só para não esquecer o modo como minhas palavras beijam teus olhos… ¹ Aíla Sampaio Poetisa e Mestra em Literatura Professora da Unifor – Universidade de Fortaleza, Ceará Blog De olhos entreabertos ->> http://literaila.blogspot.com/2011/07/toa.html [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »