Eleições 2010. PSDB tira o braço da seringa

Pois é. Nada como um dia atrás do outro! E do outro também!

Com medo da popularidade do apedeuta e dos petistas, os tucos ensaiam um novo discurso para o palanque das eleições de 2010.

Da tribuna do senado o senador Jarbas Vasconcelos chegou a gritar que o programa bolsa família era a maior compra de votos do país.

O dilema das oposições é como consertar esse tipo de estrago eleitoral. Evidente que tal frase será usada pelos petistas à exaustão durante a próxima campanha. Qual será a estratégia marqueteira que tucanos e democratas haverão de usar para explicar o “não foi bem isso que eu queria dizer”?

Quem folhear exemplares da Veja, Folha de São Paulo, Estadão, etc., e tiver gravações das sessões do Congresso verá que ao longo do governo do apedeuta, as vestais oposicionistas sempre foram contra o Bolsa Família, inúmeras vezes adjetivada de “bolsa esmola”.

Como o cinismo da corja que nos assalta é imenso, é possível, no próximo ano eleitoral, vermos cartazes com Agripino, Jungman, Arthur Virgílio, Sérgio Guerra, “et caterva”, todos abraçados ao “companheiro” e jurando que são lulistas desde criancinha.

A recente guinada de posição — na calada da noite, é claro — , do DEM no caso da CPI da Petrobras, é bem um exemplo do que estar por vir. Quem diria que assistiríamos Agripino Maia traindo Arthur Virgílio? Até a pouco, iracundos siameses na oposição ferrenha ao governo?

Esses habitantes da sarjeta ética somente são oposição durante o dia. Afinal, à noite, todos os ratos são pardos. Quer dizer, vermelhos.

Argh!

O editor

Por vagas em 2010, oposição modera ataques ao governo

Senadores de PSDB e DEM veem riscos de não reeleição no Norte e no Nordeste, regiões onde Lula é mais bem avaliado

No lugar de atacar políticas do governo Lula, a ordem é tentar “recontar a história” de ações sociais de FHC que culminaram no Bolsa Família.

Diante de um cenário de reeleição incerto em 2010, os principais expoentes de PSDB e DEM no Senado passaram a moderar as críticas pessoais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos programas sociais do governo, sobretudo em discursos e entrevistas em suas bases.

A cautela é maior entre os políticos do Norte e do Nordeste, onde Lula ultrapassa 70% de aprovação. Dois fatos recentes acenderam a luz amarela: a virulência com que os lulistas se voltaram contra Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) por críticas ao Bolsa Família e o tom exaltado da propaganda do PPS sobre as mexidas na poupança.

O PSDB contratou o Instituto Análise para fazer pesquisas mensais com o eleitor sobre o governo. Os resultados mostram que a imagem pessoal positiva do presidente é o grande lastro da aprovação ao governo; e a paternidade dos programas sociais é totalmente atribuída à gestão petista. A ordem, a partir daí, é não centrar a crítica em Lula e tentar “recontar a história” das políticas sociais que desaguaram no Bolsa Família.

A diretriz foi pautada pelos elogios do presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), um dos que correm risco de não se reeleger, em seminário do partido na semana passada, em João Pessoa.

“Não venham dizer que somos contra ou não queremos continuar com o Bolsa Família. O programa nasceu no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, se formos governo, e deveremos sê-lo, vamos ampliá-lo.” Guerra disse que não é o caso de discutir “quem é o pai dos programas”.

por Vera Magalhães – Folha de São Paulo

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