A notícia é tão boa que merece um brinde. Vem da Organização Mundial da Saúde. A entidade prepara uma declaração de guerra ao consumo de bebidas alcoólicas. A coisa vai funcionar nos mesmos moldes do que foi feito em relação ao tabaco.
No momento, a OMS coleciona, sem alarde, um feiche de dados técnicos. Faz consultas nos cinco continentes: América, Europa, Ásia, África e Oceania.
Deu-se no Brasil, no início do mês, a reunião para a coleta relativa às Américas. Veio gente de 26 países -do Sul, do Norte, da América Central e do Caribe. Vladimir Pozniak, coordenador do sóbrio projeto da OMS, explicou:
“Solicitamos o apoio do Brasil, por ser um país que tem mostrado um claro compromisso da saúde pública com o tema”.
Até janeiro de 2010 a OMS levará à mesa um documento preliminar.O mapa da guerra vai a debate na Assembléia Mundial de Saúde. Reúne os ministros da Saúde de 190 países com assento na ONU. O encontro está marcado para maio do ano que vem. O drama do consumo excessivo de bebida alcoólica é planetário.
Responde por 6% das mortes no mundo. Contribui para tonificar um leque de doenças crônicas.
Entre elas: hipertensão, diabetes, cirrose hepática e câncer. Está na gênese dos acidentes de trânsito e de trabalho.
Envenena também as estatísticas de violência doméstica e urbana.
No Brasil, estudos disponíveis nos arquivos da pasta da Saúde indicam:
Nada menos que 11% dos brasileiros entre 12 e 65 anos são dependentes.
A dependência é a forma mais grave de transtorno associado ao consumo de bebidas.
Como se vê, há razões de sobra para a declaração de guerra esboçada pela OMS.
Há pessoas que só bebem em ocasiões especiais.
Mas há outras que consideram especiais todas as ocasiões em que bebem.
Assim, erga-se um brinde à OMS: tim-tim!
blog Josias de Souza