Sei que a ternura
Reinaldo Ferreira ¹
Sei que a ternura
Não é coisa que se peça,
E dar-se não significa
Que alguém a queira ou mereça.
Estas verdades,
Que são do senso comum,
Não me dão conformação
Nem sentimento nenhum
De haver força e dignidade
Na minha sabedoria…
Eu preferia
– Sinceramente, preferia! –
Que, contra as leis recolhidas
No que ficou dos destroços
De outras vidas,
Tu me desses a ternura que te peço;
Ou que, por fim, reparasses
Que a mereço.
¹ Reinaldo Edgar de Azevedo e Silva Ferreira
* Barcelona, Espanha – 20 de Março de 1922 d.C
+ Lourenço Marques, Moçambique – 30 de Junho de 1959 d.C
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