A organização (sic) comandada por presidiários que se denomina PCC – Primeiro Comando da Capital – atuou para fixar a visão de que na sociedade moderna, nenhum grupo ou pessoa sobrevive fora da mídia.
Após inúmeras ações, atentados e assassinatos, contra as instituições públicas e privadas e a seus representantes, conseguiu ser notada pela sociedade.
Certamente, orientada por alguém com conhecimentos de “marketing” pessoal, percebe que necessita ser vista de outra forma pela sociedade. Para tal, agora pretende trabalhar a imagem junto à população.
Passa de agente passivo à agente ativo, procurando alterar o papel de ator coadjuvante do mal. Busca, com o seqüestro do repórter da Tv Globo, e a divulgação forçada de um manifesto, ser assistida como protagonista desse esgarçamento absurdo do tecido social brasileiro.
Não cabe aqui julgar a emissora, se certa ou errada, em divulgar o manifesto, abrindo o precedente de ceder à criminosos, para salvar a vida de seu repórter. A Tv Globo, conforme nota oficial distribuída, se cercou de pareceres de instituições internacionais, especialistas em avaliarem situações de risco, nesse tipo de ação criminosa.
O saldo desse episódio é que utilizando técnicas de guerrilha urbana – FARCS(?) – os criminosos obtiveram o que desejavam.
Tiverem suas exigências (sic) publicadas aonde desejaram, na hora que quiseram.
Talvez estejamos assistindo o primeiro ato de uma tragédia anunciada, fruto da falência do Estado.
O absurdo, esse personagem cruel, inicia o monólogo da inconseqüência.
“O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, do sem-caráter, da sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons!”
Martin Luther King