O primeiro dos quatorze
Jorge de Lima ¹
Há muita gente eu sei que não gosta de versos,
Porque… não sei… talvez… porque não queira;
Daí uma asserção de críticos diversos:
Morrerá no Porvir a poesia inteira.
Eu me esteio a mim mesmo em pontos controversos:
A Ciência julgada austera e sobranceira
Pousa no fictício os pedestais emersos
Que sustêm uma bíblia eterna e verdadeira.
Vêde: a Química conta as moléculas; dita
A Mecânica as leia tendo por base a inércia;
Outros mundos além a Astronomia habita…
Se mesmo o positivo é sonho e controvérsia
Nem Porvir, nem ninguém, cousa alguma desliga
A Ciência que sonha e o verso que investiga.
¹ Jorge de Lima
* União dos Palmares, AL. – Abril de 1895
+ Rio de Janeiro, RJ. – Novembro de 1953
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