Senado constroi prisão no subsolo do plenário

Brasil: da série “Mãe Dinah”!

Estarão suas (deles) ex-celências laborando em causa própria? Caso sim, é bom caprichar no conforto e nas mordomias, pois é bem possível que o xilindró venha a “abrigar” alguns ilustres personagens que hoje têm acento nos andares superiores.

Operários constroem xilindró nos porões do Senado

Senado,Prisão,XilindróFoto: Lula Marques/Folha

Situado no subsolo do Senado, o setor de Polícia Legislativa passa por reformas.

Autorizada em dezembro do ano passado, a obra custará à Viúva R$ 569.445.

Um pedaço do orçamento (R$ 8 mil) terá destinação, por assim dizer, inusitada.

Vai financiar a instalação de um xilindró nos porões do prédio de Niemeyer (foto).

Deve-se a descoberta aos repórteres Adriano Ceolim e Andreza Matais, da Folha.

Ouvido, o diretor da polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo, explicou:

“Nós não tínhamos um local adequado para manter alguém enquanto fazemos um procedimento jurídico antes de transferir para a Polícia Civil ou Federal”.

Pedro Ricardo acrescentou: “Aqui nós temos que funcionar efetivamente como uma delegacia”.

Chamado oficialmente de “sala de custódia”, o calabouço terá grades e portão.

Do lado de dentro, haverá um banco de cimento para acomodar os delinquentes presos nas dependências do Senado.

Ao tomar assento na presidência da Casa, José Sarney prometera podar os gastos.

Proibira novas obras. Por sorte, a reforma da Polícia Legislativa já havia sido deflagrada.

O diabo é que o xilindró mede escassos 8.97 m2. São dimensões incompatíveis com o tamanho das malfeitorias que vicejam ao redor.

É um problema que o futuro diretor de calabouço do Senado, ainda por nomear, terá de resolver.

PS.: O primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI) mandou sustar a construção do calabouço do Senado. Quer obter informações que lhe permitam avaliar se a obra é mesmo necessária. Pena.

do blog Josias de Souza

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