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Boeing sabia de falha no 737 MAX um ano antes de tragédia

Empresa não comunicou companhias aéreas e autoridades sobre problema no sistema de alerta aos pilotos, detectado por inspeção interna já em 2017, bem antes dos desastres na Indonésia e na Etiópia. Engenheiros da Boeing haviam identificado uma falha no software de alertas aos pilotos do avião 737 MAX já em 2017, vários meses antes do acidente da empresa Lion Air, comunicou a empresa americana neste domingo (05/05). Segundo a Boeing, uma funcionalidade que deveria ser padrão e que informa os pilotos sobre discrepâncias entre os sensores AOA (ângulo de ataque) – que medem o ângulo da aeronave para alertar sobre uma iminente perda de sustentação (estol) – na verdade só era ativada se um indicador opcional fosse comprado pelas companhias aéreas. A Boeing disse que a diretoria da empresa só ficou sabendo dessa falha depois da tragédia na Indonésia. Após o comunicado, familiares disseram que a empresa deve assumir a responsabilidade pelos desastres na Indonésia e na Etiópia. Empresas que não compraram esse indicador opcional, incluindo a Lion Air e a Ethiopian Airlines, não tinham essa medida de segurança. Em softwares de versões anteriores do 737 não havia essa relação entre os sensores e o indicador opcional, e a Boeing não informou as empresas nem as autoridades aéreas sobre essa mudança, já identificada pelos seus engenheiros no relatório de 2017. Segundo as investigações preliminares, no acidente da Lion Air, que causou 189 mortes em outubro de 2018, os indicadores AOA informaram dados errados ao sistema de estabilização da aeronave, o MCAS. Este, como estava previsto, assumiu o controle do avião e direcionou a sua frente (“nariz”) para baixo, apesar de os pilotos tentarem retomar o controle sobre a aeronave e evitar a tragédia. Em comunicado, a Boeing afirmou que nem os sensores AOA nem o alerta de discrepância são necessários para uma operação segura da aeronave, pois se tratam de “informação suplementar”. Em 2017, um relatório de revisão “determinou que a ausência do alerta sobre discrepâncias dos sensores AOA não tinha impacto negativo sobre a segurança ou operação da aeronave”, concluindo que “a funcionalidade existente era aceitável até que a relação entre o alerta e o indicador [opcional] pudesse ser desfeita na próxima atualização prevista do software do sistema de display”, afirmou a Boeing. Toda a frota do 737 MAX está em terra desde meados de março, depois do acidente com uma avião da Ethiopian Airlines, que causou a morte de 157 pessoas. A empresa está trabalhando na atualização do MCAS para que as autoridades aéreas permitam que os aviões do tipo 737 MAX  possam voar novamente. AS/afp/ots

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Alcântara, o “acidente” e o fim do projeto espacial brasileiro

Os EUA e a Base de Alcântara Uma tragédia que matou 21 profissionais civis no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, e adiou os projetos do programa espacial brasileiro completou dez anos. Os Estados Unidos, além de suas frotas de porta aviões, navios e submarinos nucleares que singram todos os mares, possuem mais de 700 bases militares terrestres fora de seu território nacional nos mais diversos países, em muitas das quais instalaram armas nucleares e sistemas de escuta da National Security Agency (NSA). Os Estados Unidos têm bases de lançamento de foguetes em seu território nacional, como em Cabo Canaveral, perfeitamente aparelhadas com os equipamentos mais sofisticados, para o lançamento de satélites. Os Estados Unidos não necessitam, portanto, de instalações a serem construídas em Alcântara para o lançamento de seus foguetes. O objetivo norte-americano não é impedir que o Brasil tenha uma base competitiva de lançamento de foguetes; isto o governo brasileiro já impede que ocorra pela contenção de despesas com o programa espacial brasileiro. O objetivo principal norte americano é ter uma base militar em território brasileiro na qual exerçam sua soberania, fora do alcance das leis e da vigilância das autoridades brasileiras, inclusive militares, onde possam desenvolver todo tipo de atividade militar. A localização de Alcântara, no Nordeste brasileiro, em frente à África Ocidental, é ideal para os Estados Unidos do ângulo de suas operações político-militares na América do Sul e na África e de sua estratégia mundial, em confronto com a Rússia e a China. O governo de Michel Temer tem como objetivo central de sua política (que nada mais é do que o cumprimento dos princípios do Consenso de Washington) atender a todas as reivindicações históricas dos Estados Unidos feitas ao Brasil não só em termos de política econômica interna (abertura comercial, liberdade para investimentos e capitais, desregulamentação, fim das sempre. No dia 22 de agosto de 2003, às 13h26, o foguete Veículo Lançador de Satélites (VLS) deu partida antecipada e matou 21 homens.  Novo foguete completo, em sua quarta versão, deveria ser lançado agora em 2017. O grande problema foi a perda humana. A paralisação do programa espacial ocorreu mais pela comoção, pela falta de reação, pelo fato de as promessas não terem sido cumpridas”. A Tragédia em Alcântara faz dez anos e Brasil ainda sonha em lançar foguete. O melhor da ciência aeroespacial do Brasil morreu nesse “acidente”: Amintas Rocha Brito Antonio Sergio Cezarini Carlos Alberto Pedrini Cesar Augusto Varejão Daniel Faria Gonçalves Eliseu Reinaldo Vieira Gil Cesar Baptista Marques Gines Ananias Garcia Jonas Barbosa Filho José Aparecido Pinheiro José Eduardo de Almeida José Eduardo Pereira II José Pedro Claro da Silva Luis Primon de Araújo Mario Cesar de Freitas Levy Massanobu Shimabukuro Mauricio Biella Valle Roberto Tadashi Seguchi Rodolfo Donizetti de Oliveira Sidney Aparecido de Moraes Walter Pereira Junior

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Aviões – O Bombeiro Martin Mars

O Martin Mars¹ O hidroavião Martin MARS tem 70 anos de história, desde os tempos do celebrado transporte transpacífico pela PanAm. Hoje propriedade da Coulson Flying Tankers, o “Hawaii MARS” é, provavelmente, a aeronave de maior flexibilidade para servir como avião-bombeiro no combate a incêndios. Nos voos “bate-volta” o MARS é imbatível, principalmente quando o combate às chamas ocorre próximo à água, já que o avião pode lançar uma nova carga a cada 15 minutos. Sua tripulação é composta por quatro pessoas: um comandante, um primeiro-oficial e dois engenheiros de voo. A parte mais intensa na gestão dos tripulantes é a coleta da água, com o comandante executando um pouso típico, permitindo uma queda de velocidade de até 70 nós. O engenheiro de vôo passa a se encarregar da potência dos motores, selecionando a posição “em baixo” das calhas de captação de água. A pressão de impacto para a injeção de água nos tanques que o aerobote a ingere ocorre a mais de uma tonelada por segundo. Para compensar este aumento de peso – quase instantâneo – o engenheiro de voo avança as manetes para ficar entre 60 e 70 nós, mantendo o MARS sobre o “degrau”. O tempo total para encher os tanques de água é de 25 segundos, em média. Quando os tanques estão cheios, as calhas são novamente retraídas e o aerobote faz uma decolagem normal com carga total. Uma vez no ar, o concentrado de espuma é injetado nos tanques (normalmente 30 galões de concentrado para 7200 galões dos tanques) onde é dispersado, permanecendo inerte até o lançamento da carga. Quando ocorre o lançamento a ação provoca a expansão, convertendo a água em uma carga de espuma. Este processo se repete a cada lançamento. Em outras palavras, este trabalho de equipe se repete, em média, a cada 15 minutos por aeronave.

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