Senado: Cristovam cobra transparência
Ao comentar as denúncias sobre as irregularidades no Senado, como o pagamento ilegal de horas extras e a sonegação de impostos envolvendo diretores da Casa, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o Congresso tornou-se “uma caixa preta de poder irrelevante”. Para ele, os fatos devem ser investigados e analisados “o mais rápido possível” para que se consiga evitar uma “completa desmoralização da Casa”.
Senador, a volta dos trabalhos na Casa foi marcada por novos escândalos envolvendo servidores públicos. Os fatos merecem investigação?
Tudo deve ser investigado. O caso do pagamento ilegal das horas extras, as denúncias contra o ex-diretor-geral Agaciel Maia e também o novo caso que tomamos conhecimento hoje pelos jornais, sobre o diretor que utilizava indevidamente o apartamento funcional. Temos feito coisa errada mesmo. E essas coisas complicam a imagem do Senado Federal. Hoje somos espelho de um poder irrelevante. O Brasil é administrado por um lado pelas Medidas Provisórias e por outro lado pelas decisões judiciais. E o Senado? Acontece que ficamos desmoralizados pelos erros e pela omissão que a gente aparenta sobre vários casos. Precisamos repensar o nosso papel. Agimos como uma “grande caixa preta”.
Falta transparência ao Senado Federal?
Falta sim. Mas o problema que não é só no Senado, mas em todos os poderes do Brasil. Eu não acho que a Justiça tenha muita transparência. Ela está ausente em todo o poder brasileiro. Antigamente o político conseguia se esconder. Agora, com a evolução dos meios de comunicação, não dá mais. Se você não é transparente, em um mundo que está em total transparência, dá nisso; na completa desmoralização. Não podemos nos fechar e virar as costas para a opinião pública. Porque hoje ela está presente, ela se manifesta pela mídia. O Congresso Nacional precisa repensar como Congresso. Precisa agir como Congresso e precisa deixar de fazer as besteiras que tem feito.