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Emily Dickinson – Versos na tarde – 27/02/2016

Dentre todas as Almas já criadas Emily Dickinson¹ Dentre todas as Almas já criadas Uma foi minha escolha Quando Alma e Essência se esvaírem E a Mentira se for Quando o que é – e o que já foi – ao lado Intrínsecos ficarem E o Drama efêmero do corpo Como Areia escoar Quando as Fidalgas Faces se mostrarem E a Neblina fundir-se Eis – entre as lápides de Barro – O Átomo que eu quis! ¹Emily Dickinson * Boston, Usa – 10 de Dezembro de 1830 d.C + Boston, Usa – 15 de Maio de 1886 d.C O poema acima foi extraído do livro “Emily Dickinson: Alguns Poemas”. Tendo vivido e produzido à margem dos círculos literários de seu tempo, solteira por convicção e auto-exilada dentro de casa por mais de vinte anos, Emily Dickinson não chegou a publicar os seus versos, por não se submeter aos rígidos padrões de discrição e singeleza que se esperava então de uma mulher. Sua voz era uma voz estranha em meio às tímidas dicções poéticas da época, e por essa razão ela teve de encarar em vida a rejeição de seu labor poético.Ao arrumar o quarto de Emily depois que ela morreu, a sua irmã Lavinia encontrou uma gaveta cheia de papéis em desordem. Eram cadernos e folhas soltas com uma grande quantidade de poemas inéditos. Disposta a divulgar a obra da irmã, Lavinia entrou em contato com um medíocre crítico literário, Thomas Higginson, que durante trinta anos renegou todos os versos que Emily lhe submetera, e uma obscura escritora, Mabel Todd, que por cinco anos havia freqüentado a casa da poeta sem nunca chegar sequer a vê-la.Dessa improvável união de forças surgiu a publicação póstuma de alguns de seus poemas, seguida em pouco tempo de diversas outras edições, em vista da excepcional acolhida que tiveram. Em 1955, o crítico e biógrafo Thomas H. Johnson reuniu numa edição definitiva todos os seus 1.775 poemas. Sua escrita poética, ambígua, irônica, fragmentada, aberta a várias possibilidades de interpretação, antecipa, sob muitos aspectos, os movimentos modernistas que se sucederiam depois de sua morte. Essa instigante poesia, nascida na solidão e no anonimato dá hoje a Emily Dickinson um merecido e lugar na literatura universal. Seus versos constam da coletânea “The Complete Poems of Emily Dickinson”, editada por Thomas H. Johnson, Cambridge, Mass (EUA), 1955. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Maduro está podre.Ou enlouqueceu de vez.

Venezuela expulsa diplomata suíço após protesto contra Maduro em Genebra. A ação foi feita de forma discreta pelo governo de Caracas (Foto: Wikipedia) Caso remete ao protesto contra Nicolás Maduro ocorrido em novembro do ano passado, em Genebra, do lado de fora da sede da ONU. O chefe da missão diplomática suíça em Caracas, Benedict De Cerjat, foi expulso da Venezuela no início deste mês. O diplomata atuava há cinco meses no país. A ação, feita de forma discreta, foi revelada nesta sexta-feira, 26, pelo jornal Folha de S. Paulo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Na época, Maduro solicitou uma visita à ONU para se defender de acusações de violações de direitos humanos cometidas por seu governo. A visita desagradou alguns diplomatas da ONU, já que a tradição da organização é de não aceitar pedidos de discursos unilaterais feitos por chefes de Estados. O fato de a visita ocorrer três semanas antes das eleições parlamentares venezuelanas também gerou críticas. Em sua fala, Maduro negou a existência de abusos e falou sobre os avanços sociais obtidos pelo chavismo na Venezuela. Porém, do lado de fora do prédio, manifestantes venezuelanos protestavam contra Maduro, chamando o presidente de traidor, assassino e ditador. O constrangimento levou a ministra das Relações Exteriores venezuelana, Delcy Rodríguez a pedir explicações a De Cerjat pelo que considerou um desrespeito a Maduro. Na conversa, a ministra exigiu que o governo suíço tomasse providências para que o caso jamais se repetisse. Em resposta, De Cerjat afirmou que, como uma democracia plena, a Suíça garante às pessoas a liberdade de expressão. A resposta irritou a ministra, que relatou o caso a Maduro. O diplomata, então, foi considerado persona non grata na Venezuela, o que impede o exercício de sua função. De Cerjat passou algumas semanas na Suíça esperando que a situação se acalmasse. Como isso não ocorreu, ele voltou para Caracas para encerrar sua missão e deixar o país. Fonte:Opinião&Notícia

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GVT vai deixar de existir

A partir do dia 15 de abril a GVT não irá mais oferecer seus serviços para clientes de todo o Brasil. A empresa enviou um comunicado aos clientes afirmando que os serviços serão unificados com a Vivo. A mudança estava sendo trabalhada desde o mês de maio do ano passado e tornou-se possível com a aquisição da Vivo pela Telefônica que deu-lhe mais recursos para efetuar a transação. Em dezembro de 2014, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já havia aprovado a compra da GVT pela Telefônica e agora o acordo finalmente foi selado.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A companhia aproveitou para informar também que o atendimento telefônico e os aplicativos e serviços prestados sofreram mudanças após a unificação. O telefone de suporte terá um novo número (10315) assim como o código de longa distância que passará a ser o “15” e não mais o “25”. O site também será acoplado ao da companhia de telefone, televisão e internet a partir do dia 2 de abril. Já os pacotes contratados por clientes antes da parceria ser firmada permanecerão inalterados já que a Vivo afirmou que irá honrar os contratos firmados pela empresa comprada. Apenas alguns nomes serão modificados, como o “GVT Freedom”, o “GVT Protege” e o “Minha GVT” para “Vivo Freedom”, “Vivo Protege” e “Meu Vivo Fixo” respectivamente. Os clientes da GVT também terão a oportunidade de usufruir de novos serviços oferecidos pela empresa de telefonia, como o Vivo Valoriza, programa de fidelidade que dá descontos em cinemas, contratação de serviços e compra de aparelhos. Fonte:Olhar Digital  

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TSE e impeachment: entenda as duas ameaças que pairam sobre Dilma

Após um 2015 agonizante, 2016 pode ser o ano do desfecho da crise para a presidente Dilma Rousseff, seja para o bem ou para mal. Ações movidas pelo PSDB no TSE podem cassar chapa Dilma-Temer e convocar novas eleições presidenciais – Image copyright Antonio Cruz/Agencia Brasil No momento, duas grandes ameaças pairam sobre o seu mandato: 1) No Congresso Nacional, tramita um pedido de impeachment que tem o potencial de derrubá-la e dar a faixa presidencial ao vice, Michel Temer. 2) Já o Tribunal Superior Eleitoral analisa quatro ações movidas pelo PSDB com objetivo de cassar a chapa vencedora Dilma-Temer, o que poderia levar à convocação de novas eleições presidenciais. Joga mais lenha nessa fogueira a prisão do publicitário João Santana, responsável por campanhas do PT, por suspeita de ter recebido recursos irregulares como pagamento de seus serviços ao partido da presidente.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O marqueteiro foi preso pela operação Lava Jato nesta terça-feira após retornar ao país e se entregar à Polícia Federal. Ele estava na República Dominicana, onde trabalhava para reeleição do presidente Danilo Medina. A BBC Brasil preparou um guia sobre o que esperar do trâmite do impeachment e dos processos no TSE: Pedido de impeachment aceito por Cunha acusa Dilma de ter cometido irregularidades na gestão fiscal – Image copyright Reuters Impeachment O trâmite do impeachment foi deflagrado em 2 de dezembro e já se arrasta há quase três meses. Contribuiu para a lentidão o recesso parlamentar, que paralisou o Congresso a partir do Natal até o fim de janeiro. Mas, além disso, a demora reflete a falta de consenso em torno da derrubada da presidente, o que acaba intensificando a batalha jurídica sobre cada etapa do processo. No momento, o trâmite contra Dilma está empacado no primeiro estágio: a formação de uma Comissão Especial de deputados para emitir um parecer recomendando ao plenário da Câmara votar pela abertura ou não de um processo contra a presidente. No fim do ano passado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, realizou uma votação secreta para eleger os membros da comissão especial, pleito que foi vencido pela chapa de oposição. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a eleição e determinou que os líderes dos partidos na Câmara é que devem indicar os deputados que integrarão a comissão, da mesma forma como ocorreu no impeachment do Collor. Cabe a Cunha convocar a formação da comissão, mas ele recorreu da decisão do STF sob a justificativa de que ela não estava clara. Não há previsão de quando o plenário do Supremo julgará o recurso, mas a tendência é que o caso seja tratado com prioridade. Leia também: Como as acusações contra Santana podem impactar ações no TSE contra Dilma Enquanto isso, na semana passada Dilma teve uma importante vitória com a eleição do deputado Leonardo Picciani, seu aliado, para liderar a bancada do PMDB. O partido tem o maior número de indicações para a Comissão Especial junto com o PT (oito cada), já que as vagas são proporcionais ao tamanho das bancadas. Analistas políticos consideram que o recesso parlamentar e a decisão do Supremo esfriaram o impeachment, mas ponderam que a deterioração da economia e a continuidade dos fatos negativos gerados pela operação Lava Jato – como a prisão de Santana – podem reavivar o tema na sociedade e aumentar o apoio popular à cassação de Dilma. Esse é o discurso do líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy, embora o desfecho preferido da ala do senador Aécio Neves seja a queda de Dilma e Temer por decisão do TSE. O pedido de impeachment aceito por Cunha acusa Dilma de ter cometido irregularidades na gestão fiscal, melhorando artificialmente as contas públicas. A presidente nega e diz que todas as operações feitas na sua administração também ocorreram em governos anteriores. Caso dois terços da Câmara (342 deputados) votem pela abertura de um processo de impeachment, essa decisão terá que ser referendada pela maioria dos senadores. Se isso ocorrer, Dilma fica afastada do cargo enquanto o Senado faz seu julgamento. No caso do ex-presidente Fernando Collor, a etapa de análise da Câmara durou apenas um mês, e o processo no Senado, três meses. Leia também: A carreira internacional de João Santana, marqueteiro do PT alvo da Lava Jato TSE Logo após o resultado de uma eleição e a posse de um candidato há um prazo em que é possível mover ações questionando a legalidade da campanha. No limite, esse tipo de processo pode levar à cassação do governante eleito e à convocação de novas eleições. O PSDB moveu quatro ações (AIJE 154781, AIJE 194358, AIME 761 e RP 846) contra a chapa vencedora da eleição presidencial de 2014, Dilma-Temer. Nesses processos, o partido aponta supostos episódios de uso da máquina pelo governo na campanha petista, como participação indevida de ministros e envio de 4,8 milhões de folders pró-Dilma pelos Correios. Também cita a operação Lava Jato e a possibilidade de recebimento de doações de empreiteiras envolvidas em desvios de recursos da Petrobras, o que caracterizaria abuso de poder econômico. A presidente e seu vice negam as acusações e argumentam que a campanha de Aécio Neves (PSDB) recebeu recursos das mesmas empresas. A oposição acredita que as revelações de que Santana teria recebido pagamentos irregulares no exterior por meio do grupo Odebrecht e do lobista Zwi Skornicki (ambos investigados no esquema de corrupção da Petrobras) podem reforçar as acusações de que a campanha de Dilma recebeu recursos desviados da estatal. Por causa disso, o PSDB já solicitou formalmente que as informações contra Santana colhidas pelo Ministério Público Federal sejam enviadas ao TSE. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem se posicionado contra a cassação de Dilma e Temer – Image copyright STF Responsável pelas finanças da campanha da presidente à reeleição, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou ao jornal Estado de S. Paulo que os pagamentos a Santana investigados pela Lava Jato não têm relação com a eleição de Dilma. Segundo a Folha de S.Paulo, a defesa da presidente sustenta que todos

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Eleições USA: Rubio e Cruz partem para o ataque contra Trump

Republicanos aumentaram o tom em um debate com Donald Trump Os pré-candidatos republicanos Marco Rubio e Ted Cruz partiram para o ataque contra o magnata Donald Trump em um debate acalorado do partido,  na tentativa de evitar que o bilionário vença as prévias da semana que vem e continue sendo favorito à indicação à Casa Branca.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Realizado pela rede televisiva CNN na Universidade de Houston, o debate foi marcado por críticas a Trump, que permaneceu inabalável no centro do palco e respondeu aos dois adversários. “Todos sabem que você contratou muitos poloneses para pagar salários menores e fazê-los trabalhar ilegalmente, ao invés de contratar norte-americanos”, atacou Rubio Rubio e Trump protagonizaram uma discussão sobre política imigratória, um dos pontos mais controversos das ideologias do magnata, que defende o fechamento de fronteiras e a expulsão de estrangeiros dos Estados Unidos. “Todos sabem que você contratou muitos poloneses para pagar salários menores e fazê-los trabalhar ilegalmente, ao invés de contratar norte-americanos”, atacou Rubio. “Eu empreguei milhares de pessoas”, rebateu Trump. Já Ted Cruz relembrou que o magnata chegou a apoiar a democrata Hillary Clinton em primárias anteriores. “Você disse que ela foi a melhor secretária de Estado dos tempos modernos, inclusive doou verba para a Fundação Clinton, que é notoriamente corrupta. A ex-secretária foi até no seu casamento. Como pode atacá-la agora?”, criticou o pré-candidato. Tendo conquistado 81 delegados nas prévias republicanas até o momento, Trump está na frente da disputa pela indicação do partido. Os outros dois têm 17 delegados cada. No próximo dia 1, os norte-americanos votam na chamada “Super Terça”, quando ocorrem primárias em vários lugares dos Estados Unidos e os pré-candidatos podem conquistar até 600 delegados. Agência ANSA

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Marcelo Bretas, o juiz Moro carioca

O magistrado Marcelo Bretas assume o “Eletrolão”, que investiga a corrupção no setor elétrico. O juiz Marcelo Bretas, no Tribunal Regional Federal do Rio. Foto de Paula Giolito A primeira coisa que o juiz Marcelo da Costa Bretas fez ao saber que uma parte da Operação Lava-Jato iria parar nas suas mãos foi pedir sabedoria a Deus. “Minha primeira preocupação é não errar. Qualquer erro nesse processo teria uma enorme repercussão. Esse é meu grande peso”, afirma o magistrado em entrevista ao EL PAÍS.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] MAIS INFORMAÇÕES Andrade Gutierrez oferece 1 bilhão e dois senadores em acordo na Lava Jato “Não há nada de ruim na Lava Jato. Teremos mais concorrência” Belo Monte, vítimas de uma guerra amazônica A crise do PT não é apenas de imagem, mas também financeira O lento desenrolar na Justiça dos escândalos de corrupção tucanos ‘Japonês da Federal’ flerta com a política e pode se tornar candidato De um dia para o outro, este juiz federal tornou-se responsável pelo “Radioatividade”, um processo que investiga uma milionária engrenagem de propinas em torno da construção da usina nuclear Angra 3, no Rio. O esquema segue o modelo corrupto da Petrobras, mas aplicado à Eletronuclear, controlada pela estatal Eletrobras, e aponta que os pactos ilícitos entre políticos, lobistas, empreiteiras e executivos entraram em cheio no setor elétrico. Segundo a denúncia, “no mesmo período em que ocorriam crimes de cartel, fraude a licitações, corrupção e lavagem no âmbito da Petrobras, as empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, contratadas pela Eletronuclear, adotavam o mesmo modus operandi para repassar propinas por meio de empresas intermediárias.” O caso, batizado informalmente como Eletrolão, aterrissou no Rio após o Supremo Tribunal Federal desmembrá-lo, em setembro de 2015, da Operação Lava Jato, que segue em Curitiba no escritório do juiz Sergio Moro. “Não posso classificar este processo como mais importante que outros na minha carreira, mas é sem dúvida o que envolve maior quantia de valores”, afirma o magistrado, no seu escritório da 7ª Vara da Justiça Federal, especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Entre os 13 acusados, está o presidente da Andrade Gutiérrez, Otávio de Azevedo, e o ex-presidente da Electronuclear, o vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ambos estão hoje em prisão domiciliar, e respondem pelos crimes de extorsão, corrupção e lavagem de dinheiro supostamente cometidos de 2007 a 2015. A metade do caso da Eletronuclear, onde há indiciados com foro privilegiado, está no Supremo Tribunal Federal. Nele, investiga-se a participação de três caciques do PMDB: o então ministro de Minas e Energia e hoje senador Edison Lobão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Nas investigações aparece também o nome do ministro do Tribunal de Contas da União, Raimundo Carreiro, que teria sido destinatário de 1 milhão de reais de uma das empreiteiras. O caso é delicado porque o vice-almirante Pinheiro da Silva, considerado o pai do programa nuclear brasileiro, guarda informações das operações que, no final dos anos 80, permitiram ao Brasil dominar o enriquecimento de urânio, e obter combustível nuclear. Entre outros fatos, os procuradores investigam por que a firma de consultoria fundada por Othon quando aposentou-se da Marinha recebeu pelo menos 4,5 milhões de reais do consórcio de empresas, subcontratado pela Eletronuclear, para a construção da usina. Mesmo não sendo o objetivo do processo, os investigadores querem ter certeza de que segredos relativos à Segurança Nacional não ficaram à venda no suposto esquema de propinas, que envolve também empresas estrangeiras. O processo, o primeiro a ser digitalizado na Vara onde o juiz Bretas atua, já conta com 500 volumes e 160.000 folhas, mas ele aguarda ainda novos desdobramentos. “Acabou aí? É só isso? Certamente não”, interpreta o juiz. As delações premiadas dos diretivos da Andrade Gutierrez — a de Otavio de Azevedo incluída — , que já começaram em Brasília, podem apontar novos nomes, quantidades e projetos corrompidos. O esquema pode ter atingido inclusive a construção de macroprojetos como a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, o que poderia tornar o caso um novo escândalo nacional de dimensões bilionárias. “A expectativa de que o processo vai crescer é grande. Essas delações vão trazer pessoas e fatos novos”, afirma Bretas. Angra 3 é só o começo. “Só Deus sabe onde este processo vai dar”, diz o juiz. Bretas, evangélico, se considera muito religioso. Tem um irmão pastor. “Tudo que eu faço na minha vida, peço uma orientação a Deus”, ilustra. Acima da sua mesa, uma Bíblia Sagrada confirma sua dedicação religiosa. “Mas eu sei separar minhas crenças das minhas decisões como juiz”, diz. Amante de bateria, chegou a tocar na igreja, mas hoje curte interpretar em casa jazz progressivo, comoSpyro Gyra, com sua bateria eletrônica. As comparações com Sérgio Moro lhe provocam um sorriso entre o orgulho e a timidez, mas garante não ter interesse nenhum em “surfar na onda da fama”. Ao desmembrarem o processo, uma grande empreiteira envolvida na Lava-Jato pediu para seus advogados que fizessem o perfil do juiz que iriam enfrentar, conforme revelou Ancelmo Gois na sua coluna de O Globo. A conclusão dos letrados foi tão breve como enigmática: “É tão honrado e preparado como Sérgio Moro, só que, ao contrário do curitibano, não é um ativista político”. “Sou extremamente discreto”, repete Bretas em várias ocasiões durante a conversa. Ele tampouco pretende “agradar ao povo”. “Não é minha preocupação se o povo vai me apoiar, eu tenho que ser correto. Se o povo não gosta de um réu e eu considero que devo soltá-lo, o soltarei”, adverte. Sirva de exemplo o episódio que o juiz viveu nesta sexta-feira a caminho da academia. Enquanto passava pelo Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio, ele avistou um ladrão roubando a bolsa de uma senhora. Sem pensar muito, parou o carro e perseguiu o homem no meio da avenida até prendê-lo. “Depois fiquei protegendo o ladrão pois queriam linchar o pobre. Para mim foi o must, nunca tinha passado por isso”, relata. O juiz passou 15 anos

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