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David Budbill – Versos na tarde – 02/09/2015

Os três objetivos David Budbill¹ O primeiro objetivo é ver a coisa em si, nela e por ela,vê-la simples e claramente pelo que ela é. Nenhum simbolismo, por favor. O segundo objetivo é ver cada coisa em particular como una, uma só, entre todas as outras dez mil coisas. Deste ponto de vista, algum vinho ajuda imenso. O terceiro objectivo é vincular o primeiro e o segundo objetivos, ver o universal e o particular em simultâneo. Quanto a este, chama-me quando o alcançares. ¹ David Wolf Budbill * Cleveland, Ohio – 1940 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Bairro hipster de Londres ganha escritório coletivo em árvore

Um pequeno escritório de aluguel foi construído em torno de uma árvore em um parque de Londres, no coração da região de Hoxton. A área é conhecida como reduto de hipsters londrinos. A iniciativa, uma estrutura temporária de papel e plástico, oferece aluguel de mesas de trabalho ou do escritório inteiro. Para gente como a comerciante de vinhos, Wieteke Teppema, é a solução perfeita para quem não tem uma base fixa. “Estou sempre a caminho de algum lugar. Entre uma reunião e outra, posso me sentar, ler emails e trabalhar”, disse à BBC. Todo o lucro com os aluguéis será reinvestido nos parques da área. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Cunha reúne-se com Dilma e se diz disposto a ajudar com Orçamento, mas mantém rompimento

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira, após reunião com a presidente Dilma Rousseff, que está disposto a ajudar no impasse sobre a peça Orçamentária enviada pelo Executivo ao Congresso prevendo um déficit primário, mas disse que mantém a posição política de rompimento com o governo. Cunha e Dilma reuniram-se na tarde desta terça-feira, no Palácio do Planalto, pela primeira vez após o anúncio do rompimento de Cunha, em meados de julho. Segundo o deputado, os dois trataram sobre a conjuntura atual e a peça orçamentária. “Basicamente, a discussão foi sobre a situação, sobre Orçamento. Ela (Dilma) explicou a peça orçamentária, a gente debateu. Enfim, debatemos a situação conjuntural, sobre tudo”, disse o presidente da Câmara a jornalistas após o encontro. O deputado frisou, no entanto, que “absolutamente nada muda” na sua posição política em relação ao governo. Cunha disse, ao ser questionado se ajudará no impasse sobre o Orçamento, que “sem dúvida” vai coloborar numa solução. O envio de proposta orçamentária que prevê para o próximo ano despesas maiores do que as receitas levou a oposição a pedir sua devolução ao Executivo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “As instituições têm que estar presentes para isso. Não pode jogar a responsabilidade nos nossos ombros, porque não fomos nós que geramos essa situação, mas temos que todos estar partícipes, todos nós sofremos as consequências daquilo que pode acontecer de ruim nas contas públicas”, afirmou. Segundo o deputado, o que a presidente quis fazer foi discutir politicamente um problema, que está afetando as contas públicas do país. “Para politicamente ter um canal aberto para diálogo nas circunstâncias que forem necessárias, basicamente foi isso”, disse. “Isso não quer dizer que vou ter posição de apoiamento, nem que voltei atrás no rompimento político… Mas isso não quer dizer que eu não vá conversar com ela ou que eu eu não debata a situação do país”, afirmou. O governo federal apresentou ao Congresso na segunda-feira uma proposta orçamentária inédita para o ano que vem, com déficit de 30,5 bilhões de reais, em meio a um cenário recessivo e de dificuldades para aprovar medidas de ajuste fiscal. PAUTAS-BOMBA A conversa entre Dilma e Cunha durou cerca de meia hora e foi precedida de reunião entre o deputado e o vice-presidente da República, Michel Temer. Segundo uma fonte do Planalto, o clima não era de confronto, mas Cunha teria avisado a presidente que a Câmara não vai assumir o ônus de propor cortes radicais ou novos impostos, embora tenha dito que a Casa vai colaborar. O presidente da Câmara teria afirmado ainda que precisa partir do Planalto a orientação do que deve ser feito na peça orçamentária. Dilma, por sua vez, pediu a Cunha que trabalhe com o Planalto para evitar o agravamento da crise, o que inclui evitar a aprovação de pautas-bomba. Reportagem de Maria Carolina Marcello e Lisandra Paraguassu

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Lista de Furnas é a maior pedra no caminho de Aécio

Não resisto a, mais uma vez, parafrasear o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. “No meio do caminho tinha uma pedra/ Tinha uma pedra no meio do caminho/ Tinha uma pedra/ No meio do caminho tinha uma pedra.” Na última terça-feira (25), em depoimento à CPI da Petrobras na Câmara Federal, o doleiro CPI da Petrobras trouxe à tona uma das maiores pedras no caminho do senador Aécio Neves (PSDB): a Lista de Furnas. Ele confirmou à CPI ter tomado conhecimento de que o então deputado federal recebia dinheiro de um esquema de corrupção na Centrais Elétricas de Furnas. A informação lhe teria sido passada por José Janene, ex-deputado do PP, morto em 2010, apontado como um dos beneficiários do esquema de pagamento de propinas investigado na Operação Lava Jato.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Vale recordar que, em depoimento anterior à Polícia Federal, o doleiro já havia afirmado que PP e PSDB “compartilhavam” uma diretoria de Furnas e que os pagamentos a políticos seriam de pelo menos 100 mil dólares mensais entre 1996 e 2000. Por sinal, denúncia oferecida pela procuradora Andréia Baião, da Procuradoria Geral da República (PGR) do Rio de Janeiro, em 2010, também havia revelado o esquema. Assim como Yousseff, ela apontava a empresa Bauruense como intermediária dos recursos arrecadados pela estatal para financiar as campanhas de 2002 do candidato derrotado à presidência, José Serra, de Geraldo Alckmin, eleito governador de São Paulo e Aécio Neves, eleito para o governo de Minas, todos do PSDB. O esquema seria operado pela irmã de Aécio, Andréa Neves. E já se vão mais de dez anos desde que a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), especialmente o deputado estadual Rogério Correia, trouxe a público a denúncia do envolvimento do ex-governador em um esquema ilegal de repasse de recursos da estatal para políticos. Segundo o documento denominado Lista de Furnas, cuja autenticidade foi comprovada por perícia da Polícia Federal, quase R$ 40 milhões foram distribuídos a 156 políticos, sendo 69% para as três campanhas citadas. Nos bastidores, vários deputados confirmaram terem recebido as quantias vindas de Furnas, que variavam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil. Um deles, o então deputado Antônio Júlio (PMDB), hoje presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), corajosamente, assumiu na imprensa que recebeu R$ 50 mil para doação a um hospital. Em março desse ano, mais uma tentativa de que o esquema fosse apurado. Rogério Correia e os deputados federais petistas Adelmo Leão e Padre João apresentaram requerimento à PGR para que a delação premiada de Youssef sobre Furnas fosse desarquivada e investigada na Operação Lava Jato. Sem efeito, lamentavelmente. Pois bem. O fato volta à baila, agora, denunciado aos olhos de todos, na transmissão em rede nacional do depoimento de Youssef à CPI. A grande pergunta que fazemos é: se o delator tem credibilidade ao denunciar outros políticos, do PP, PMDB, PT e PSDB, por que não o teria, em se tratando de Aécio Neves? Dizem que “pau que dá em Chico dá em Francisco”. Será? Se assim o for, aguardamos também a denúncia do senador pela PGR e, quem sabe, até o pedido de sua prisão. Se mantida a avaliação anterior do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que a delação de Youssef contra Aécio não tem consistência, há que se exigir uma mudança nos rumos da Operação Lava Jato. Prevaleceria o princípio de que a delação premiada não pode ser vista como prova absoluta, precisando, portanto, ser investigada e confrontada com outras evidências. Ou seja, o próprio procurador assumiria que nem todas as acusações dos delatores são verdadeiras. Nesta lógica, todos os demais denunciados por eles teriam também direito ao benefício da dúvida. Sobretudo, o que o novo capítulo da Lava Jato evidencia é que as pedras que estavam no caminho de Aécio e do PSDB começam a ser atiradas neles. Caem sobre as cabeças dos que, de forma hipócrita e inconsequente, criaram fatos midiáticos artificiais e utilizaram a Operação Lava Jato para tentar enfraquecer adversários políticos, mesmo conscientes de que jogavam contra o Brasil. Não foi à toa que o empresário Abílio Diniz, presidente da Brasil Foods, declarou recentemente ser a crise do país “fundamentalmente política, muito mais do que econômica”. É fato que a corrupção sempre foi uma “chaga” no Brasil, sobretudo no campo político. Desde 1500, quando Pero Vaz de Caminha, em sua carta ao rei para falar das belezas, virtudes e potencialidades dessa terra, praticou tráfico de influência, pedindo emprego para um parente. E é verdade também que este é um mal praticamente generalizado, independente de ideologia ou agremiação partidária. Chegou o momento de Aécio Neves e o PSDB se haverem com suas “pedras”. E agora, Janot? Por Durval Ângelo

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Cinco mitos sobre refugiados na Europa

O discurso sobre a atual crise migratória é muitas vezes composto por afirmações infundadas e preconceituosas na Alemanha. Escolhemos algumas das mais recorrentes para desmitificá-las. “Por que os alemães têm que aceitar refugiados?” A Alemanha respeita as suas leis. O Artigo 16-A da Constituição alemã especifica: “Pessoas perseguidas têm direito a asilo.” Isso também se aplica a pessoas que estão marginalizadas em seu país de origem a ponto de ter sua dignidade violada. “Refugiados recebem mais dinheiro que alemães” Durante 20 anos, requerentes de asilo, refugiados e os chamados imigrantes “tolerados” – estrangeiros que, por a extradição não ser possível, têm a estada em território alemão carimbada como tolerada em seu passaporte – ganharam cerca de 30% menos do que é considerado um nível mínimo de subsistência na Alemanha. Somente em julho de 2012, o Tribunal Constitucional Federal criticou os benefícios como “evidentemente insuficientes” e os elevou.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Enquanto um cidadão alemão que recebe o Hartz-IV – ajuda social para desempregados de longo prazo – tem uma renda mensal de 399 euros, os benefícios para um requerente de asilo variam entre 281 e 352 euros. De acordo com a ONG Pro-Asyl, ainda hoje, os refugiados obtêm seus benefícios, em parte, sob a forma de vales de compras ou cartões com os quais podem ser comprados apenas certos produtos em determinadas lojas. Somente aqueles que foram oficialmente reconhecidos como asilados têm direito aos benefícios sociais habituais. “Os estrangeiros tiram o emprego dos alemães” Sem um visto correspondente, estrangeiros não podem nem trabalhar nem receber formação profissional. Para requerentes de asilo e migrantes “tolerados”, é proibido trabalhar em seus primeiros três meses de residência na Alemanha. Mesmo depois desse tempo, eles têm poucas chances de emprego, porque existem “trabalhadores autorizados”, ou seja, alemães, outros cidadãos da União Europeia (UE) ou aqueles que receberam asilo têm preferência na distribuição de vagas de trabalho. Somente após 15 meses de permanência na Alemanha, os requerentes de asilo e refugiados com situação legal indefinida podem trabalhar. Também é fato que, em muitos setores da vida econômica, falta hoje na Alemanha a mão de obra necessária. E muitas pessoas com boa formação profissional vêm de regiões em conflito. “Todos os refugiados vêm para a Europa” Mais de 80% dos 59 milhões de refugiados do mundo permanecem em suas regiões de origem. Por um lado, porque têm muitas vezes a esperança de um retorno rápido à sua terra natal, mas também porque lhes faltam possibilidades para continuar a fuga. O maior grupo de refugiados de regiões em crise na Síria e no Iraque foi acolhido principalmente por Estados vizinhos no Oriente Médio – não pela Europa. Agência da ONU para Refugiados (Acnur) estima, atualmente, em 4,08 milhões o número de refugiados sírios que procuraram refúgio em algum dos países vizinhos. Segundo a ONU, somente 348 mil entraram com pedido de asilo na Europa. “A Alemanha recebe a maioria dos refugiados na Europa” O número de estrangeiros em busca de asilo na Alemanha em 2014 foi de 170 mil. Até o final de 2015, são esperados 800 mil – o que será um recorde em sua história. Em números absolutos, nenhum país europeu, de fato, recebe tantos requerentes. Mas numa comparação entre número de habitantes e quantidade de requerentes de asilo, as estatísticas perdem força: a Alemanha tem 2,5 para cada mil moradores e é a apenas a sétima na Europa. A líder do ranking é a Suécia, com oito pedidos de asilo para cada mil habitantes. Países como Hungria, Áustria, Dinamarca e até Malta estão à frente da Alemanha. DW

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