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Vinicius de Moraes – Versos na tarde

Agonia Vinicius de Moraes ¹ No teu grande corpo branco depois eu fiquei. Tinha os olhos lívidos e tive medo. Já não havia sombra em ti – eras como um grande deserto de areia Onde eu houvesse tombado após uma longa caminhada sem noites. Na minha angústia eu buscava a paisagem calma Que me havia dado tanto tempo Mas tudo era estéril e monstruoso e sem vida. E teus seios eram dunas desfeitas pelo vendaval que passara. Eu estremecia agonizando e procurava me erguer Mas teu ventre era como areia movediça para os meus dedos. Procurei ficar imóvel e orar, mas fui me afogando em ti mesma. Desaparecendo no teu ser disperso que se contraía como a voragem. Depois foi o sono, escuro, a morte. Quando despertei era claro e eu tinha brotado novamente. Vinha cheio do pavor de tuas entranhas. ¹ Marcus Vinicius de Mello Moraes * Rio de Janeiro, RJ. – 19 de Outubro de 1913 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 09 de Julho de 1980 d.C -> biografia [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Chávez incomodado com críticas do Brasil na ONU

Crítica brasileira na ONU incomoda Venezuela Após ressalvas à política de direitos humanos e à separação de poderes, Caracas estima que relação com Dilma será diferente da que havia com Lula As críticas feitas pelo governo de Dilma Rousseff à situação dos direitos humanos na Venezuela causaram irritação em Caracas, mas foram recebidas com alívio por ativistas de direitos humanos. Na sexta-feira, a Venezuela passou por um exame completo de sua política de direitos humanos na ONU. Na sessão, o Brasil abandonou a posição de aliado incondicional e criticou a situação de jornalistas e a falta de independência do Poder Judiciário, alertando que essas questões são fundamentais para a garantia dos direitos dos cidadãos. Fontes do gabinete do presidente Hugo Chávez disseram ao Estado que a crítica do Brasil, apesar de discreta, foi “muito mal recebida” na capital venezuelana. Ontem, depois de revisar dezenas de recomendações feitas por diversos governos na ONU, Caracas deu uma resposta sobre as propostas que aceitará pôr em prática. A Venezuela, porém, se recusou a assumir compromissos com a liberdade de imprensa e a independência do Judiciário, por terem partido de governos que não são considerados como “amigos”. Caracas também não incluiu duas das quatro propostas feitas pelo Brasil, indicando apenas que “estudaria” as sugestões. Uma das propostas que até agora não foram aceitas é a de criação de um Plano Nacional de Direitos Humanos, como recomendou o Brasil.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Outra proposta feita pelo Itamaraty que não teve apoio por enquanto foi a de abrir a Venezuela para que seja investigada por relatores da ONU. Altos funcionários do governo de Caracas revelaram ao Estado que a decisão do Brasil de questionar na ONU a situação dos direitos humanos na Venezuela foi recebida pelo governo Chávez como um alerta de que a relação que mantinha com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se repetirá com Dilma. É mesmo um novo governo. Não será a mesma relação que tínhamos com Lula”, comentou o alto representante, sob a condição de anonimato. Oficialmente, o vice-chanceler venezuelano, Temir Porras, evitou entrar em polêmica. “Vamos estudar as propostas”, disse ao Estado. Quem comemorou a posição do governo brasileiro foram os ativistas de direitos humanos. “A grande surpresa foi a posição adotada pelo Brasil, que ousou romper a aliança que existe no continente para deixar claro que a Venezuela enfrenta problemas de direitos humanos”, afirmou. Ramón Muñoz, diretor da Rede Internacional de ONGs de Direitos Humanos. “Uma posição mais forte do Brasil será fundamental para o trabalho das ONGs da Venezuela”, disse Muñoz. “Um alerta de Brasília pode ter uma repercussão real na política venezuelana.” Durante sua resposta às propostas, Caracas indicou que não aceitará ingerência de nenhum país. No total, as 13 propostas para fortalecer a proteção à liberdade de expressão foram rejeitadas. Países como Canadá, Alemanha, Indonésia, Eslovênia e outros pediram que Chávez “tome medidas para proteger a liberdade de expressão e opinião”. Jamil Chade/O Estado de S.Paulo

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Dilma sanciona isenção de PIS e Cofins para venda de tablets

Ministério das Comunicações espera que preços caiam cerca de 30%. Lei abrange aparelhos com tela sensível ao toque com mais de 140 cm². A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta terça-feira (11) a medida provisória que prevê incentivos fiscais para a venda de tablets. As novas normas visam estimular a fabricação dos aparelhos no Brasil com isenção de PIS e Cofins. saiba mais Senado aprova medida que concede incentivo a produção de tablets Pela lei, serão beneficiados dispositivos “que tenham uma unidade central de processamento com entrada e saída de dados por meio de uma tela sensível ao toque de área superior a 140 centímetros quadrados”.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A chinesa Foxconn, que monta o iPad, da Apple, condicionava o início da produção no país à concessão de incentivos fiscais que já eram oferecidos para outros produtos de informática. Com a medida de redução de impostos, os preços dos tablets devem cair mais de 30%, de acordo com o Ministério das Comunicações. Dilma vetou o inciso I do artigo 8º do texto aprovado pelo Senado, que previa a possibilidade de aplicação dos incentivos para tablets produzidos a partir do 20 de maio deste ano. Originalmente, a isenção valeria a partir de 23 de maio, o que foi mantido. A publicação do texto final da lei no Diário Oficial deve ocorrer na quinta-feira (13), conforme a Casa Civil. Nathalia Passarinho/G1

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Água potável; a próxima guerra. Brasil é o alvo!

Não se faz necessário consultar oráculos, jogar búzios nem tentar interpretar as centúrias de Nostradamus. Após a crise financeira, o que se anuncia no horizonte é uma crise mundial no acesso à água potável. Informe da ONU demonstra que uma em cada seis pessoas não tem acesso a água potável para consumo. O mesmo informe mostra a terrível estatística segundo a qual a cada vinte segundos uma criança morre com uma doença relacionada com a ausência de água e de saneamento básico. O consumo de água no planeta é encabeçado pelo setor agrícola, que sozinho “bebe” 60% de todo o consumo global. A indústria responde com 20%, enquanto o consumo doméstico fica na casa dos 10%, e pasmem, 4% dessa água evapora-se nos reservatórios. Analistas chegam a identificar a água como uma das principais causas de conflito como, por exemplo, no Darfur e no Médio Oriente. Não é por acaso que a maior usina de dessalinização se situe nos Emirados Árabes Unidos. É previsível, portanto, que o crescimento exponencial das taxas de natalidade nos países pobres promete aumentar as disparidades no acesso à água potável.  O Editor Brasil precisa se preocupar com um de seus bens mais estratégicos – a água potável. Para não dizerem que sou monotemático, hoje não abordarei assuntos relativos ao nióbio, embora a questão do nióbio seja minha paixão como brasileiro. Tratarei de um bem que pode ser enquadrado como commodity, como alimento ou como insumo básico e fundamental para a vida humana na terra: a água! O Brasil, além de ser um vasto celeiro de commodities minerais (dentre os quais o petróleo, o ferro e o nióbio), também ostenta a condição de detentor das maiores reservas de água potável do planeta. Papers reservados do Pentágono, do Ministério do Interior (ou outro nome equivalente) da China, do governo indiano, do governo israelense e, seguramente, da União Européia, dão conta de que nada menos de que 14% das reservas de água potável do planeta estão no Brasil. Os amigos desta Tribuna conseguem avaliar o impacto dessas previsões no tabuleiro geoestratégico mundial, a médio e longo prazos? Comecemos pela China: com uma população beirando os 1,4 bilhões de habitantes, a China desde o século passado sofre com um déficit hídrico substancial. Informações oficiosas dão conta que a China investe pesadamente, há tempos, em tecnologias que consigam dessalinizar a água do mar, a um custo razoável. Israel, outro país com déficit hídrico, também faz pesquisas semelhantes há bastante tempo (é impressionante o que os israelenses conseguem fazer no deserto de Neguev, com pouquíssima água). União Européia e Estados Unidos, aparentemente, não possuem grandes preocupações, posto que possuem um conforto hídrico relativo. Os EUA, em posição confortável graças ao complexo hidrográfico do Mississipi/Missouri, também, em tese, não teriam com que se preocupar. Mas os EUA, desde a Teoria do Destino Manifesto, de John O’Sullivan, mandam a lógica às favas. Agem como Império que são! Alberto Bilac, em seu blog (terragoyazes.zip.net), nos diz: “Num cenário adverso de escassez de água, temos configurado o jogo bruto do mercado: os países grandes produtores se tornarão exportadores de um bem limitado e caro.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Quem tiver o controle dos grandes reservatórios de água dominará as relações mercantis; ou seja, os países grandes produtores de água, reunidos talvez numa OPEA ( Organização dos Países Exportadores de Água), ditarão o preço e a quantidade da água que venderão. É a lógica do velho, puro e bruto capitalismo!” E como o Brasil se coloca nesse cenário? Primeiramente, mapeemos o quadro hidrográfico brasileiro. detentor das maiores bacias hidrográficas do mundo(a bacia Amazônica é maior do planeta), o Brasil é também possuidor dos maiores aquíferos do planeta, dentre os quais: Aquífero Guarani: Volume total: aproximadamente 55 mil km³; volume total em área brasileira: 45 km³; extensão: 1.200.00 km²; profundidade máxima: 1.800 metros; capacidade de recarregamento anual: aproximadamente 166 km³; capacidade total aproximada: pode fornecer água potável ao mundo por 200 anos. Está distribuído sob a área dos seguintes estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Aquífero Alter do Chão: volume total: 85 mil km³; extensão: 437.500 km² Capacidade de recarregamento anual: aproximadamente 290 km³ Capacidade total aproximada: Pode fornecer água potável ao mundo 380 anos. Está distribuído sob a área dos seguintes estados: Pará, Amazonas e Amapá. Outros aquíferos menores: Urucuia-Areado, Cabeças, Furnas, Itapecuru, Bauru-Caiuá e Serra Grande. Os amigos desta Tribuna conseguem aquilatar a real extensão geoestratégica desses dados? Sim, conseguem, posto que aqui comentam colegam de elevado poder de síntese e de análise. Uma questão que naturalmente se coloca, derivada dessa questão hídrica, é a seguinte: que Força dissuasória o Brasil possui, para repelir eventuais ataques a nossos depósitos de água? No cenário atual, nós todos sabemos. Roberto Ilia Fernandes/Tribuna da Imprensa

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