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Eleições 2006 – Gato por lebre.

Sistema político.Peter Wilm Rosenfeld – Cientista Político. Nas eleições há pouco realizadas, votei em um candidato a deputado estadual e em outro candidato a deputado federal. Leio, agora, que ambos estão sendo cogitados para se tornarem Secretários do novo Governo Estadual. E quem tomará seus lugares? Suplentes que não conheço, nem sei quem são, em quem não votei, que nem sequer tiveram votos suficientes para se tornarem titulares. Pergunto: está certo esse sistema? Respondo com um sonoro “NÃO”. Nas democracias organizadas, quando um parlamentar eleito deseja ser membro do Poder Executivo, renuncia a seu mandato e são realizadas novas eleições, para escolher quem o sucederá (no sistema presidencial. Em sistemas parlamentares não é assim, pois o deputado nomeado ministro continua sendo obrigado a comparecer ao parlamento como deputado). Dir-se-ia: o sistema seria muito dispendioso, pois uma eleição tem custo elevado. Isso é verdade se o candidato tiver que buscar votos em todo um estado. Se precisar concorrer por um distrito, aquele que elegeu o parlamentar renunciante, o custo é baixo. O ex-primeiro ministro inglês Harold Wilson, eleito pelo Partido Trabalhista, perguntado quanto havia gasto em sua campanha, informou: “gastei a sola de três pares de sapatos”. Gastou-as visitando todas as casas de seu distrito. Com senadores o processo seria o mesmo, com a única ressalva de que a eleição de um novo senador seria mais cara, pois abrangeria todo o Estado, e não apenas um distrito eleitoral. A propósito, o mesmo sistema valeria para o caso de falecimento de qualquer parlamentar na vigência de seu mandato. Em outras palavras, a figura dos suplentes seria totalmente abolida. Evidentemente, também não seria adotado o sistema distrital misto, em que haveria uma lista de candidatos, e o eleitor votaria no partido, e não em um candidato. Se o sistema acima funciona perfeitamente nos Estados Unidos da América há mais de 200 anos, por que não deveria funcionar no Brasil? Somos piores do que eles? Não posso aceitar esse argumento; aceitá-lo significaria julgar-me inferior a um eleitor americano do norte o que, certamente, não é o caso… Para finalizar, o voto distrital é o único em que um deputado (ou vereador) é obrigado a prestar contas de sua atividade, de como votou, de sua assiduidade e de suas demais atividades a seus eleitores, que não esquecerão em quem votaram em eleição anterior e que lembrarão de como o parlamentar votou em assuntos do interesse de seu distrito.

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Humor – Vingança feminina.

CURSO ESPECIAL PARA HOMENSDevido à complexidade e dificuldade de assimilação dos temas, os cursos terão um máximo de 8 participantes.As inscrições estarão abertas durante a próxima semana. Tema 1Como se enche as fôrmas de gelo(passo a passo, com apresentação de slides) Tema 2O rolo de papel higiênico: será que nasce no porta-rolos?(Mesa redonda) Tema 3É possível urinar levantando a tampa e sem respingar no vaso?(Práticas em grupo) Tema 4Diferenças fundamentais entre o cesto da roupa suja e o chão.(desenhos e gráficos esclarecedores) Tema 5A louça do almoço: levita sozinha até a pia?(exemplos em vídeo) Tema 6Perde-se a identidade se não tiver na mão o comando da TV? Tema 7Fazer a mala: incompetência nata ou capacidade mental progressiva?(iniciação lúdica) Tema 8 Como aprender a encontrar coisas, começando por procurar no lugar certo em vez de remexer a casa toda aos gritos. (passo a passo) Tema 9Oferecer flores à namorada não é prejudicial à saúde(gráficos e montagem audiovisual) Tema 10Os verdadeiros homens também pedem orientações a estranhos quando se perdem.(depoimentos verídicos de comprovados machos e conferência) Tema 11O homem no lugar de co-piloto: é geneticamente possível não dar compulsivamente palpites durante as manobras de estacionamento? Tema 12Aprendendo a viver: diferenças básicas entre mãe e esposa(aula virtual com prática presencial) Tema 13Como ser acompanhante em shoppings, sem protestar(exercícios de relaxamento e autocontrole) Tema 14Como lutar contra a atrofia cerebral: recordar aniversários, outras datas importantes e telefonar quando se atrasa.

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Opinião dos outros – Motociclistas, capacetes e lobby.

O Brasil dá mais uma mostra de que o lobby é maior que o bom senso e aprova novas normas para uso de capacete. Originalmente a palavra lobby vem do inglês e significa algo como uma ante-sala. Nos Estados Unidos, durante os anos 60 vários grupos sem conotação política se mantinham nas ante-salas do congresso para pressionar os políticos a defenderem determinados interesses públicos de uma comunidade. Com o tempo, a palavra lobby passou a designar todo tipo de pressão exercida sobretudo sobre o poder legislativo de forma a aprovar medidas que favoreçam determinados setores públicos ou privados. Segundo o professor de gestão de políticas públicas da USP, Wagner Pralon Mancuso, o lobby, ou pressão política em defesa de determinado interesse, geralmente é a ação em que culmina todo um processo de envolvimento do ator social com a produção legislativa, processo cujas etapas anteriores são o monitoramento dos projetos apresentados, a análise técnica das propostas e a tomada de posição diante dos fatos. Ou seja, o lobby está perfeitamente inserido no contexto da administração pública. Porém, quando se associa lobby a interesses PRIVADOS, o resultado resvala na corrupção. Segundo especialistas em política, Bruxelas é a capital mundial do lobby. Carro pode usar filme; capacete não! Já tivemos exemplos claros de lobbies dentro da legislação e normalização do trânsito. Quem não se lembra dos malditos estojos de primeiros-socorros? O Brasil é um dos ÚNICOS países do mundo que obriga o uso de extintor de incêndio em automóveis particulares. E a tentativa de lobby para aprovar o uso de colete reflexivo nas motos? Que felizmente caiu no esquecimento (como o estojo de primeiros socorros). E a tentativa desesperada de uma empresa em aprovar a obrigatoriedade de colete air-bag para motociclistas? Então voltamos ao Brasil, ou Lisarb, onde tudo é ao contrário. Segundo notícia divulgada dia 10 pela Folha Online “O uso de capacete tem novas regras a partir desta sexta-feira com a publicação de uma resolução publicada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). A publicação prevê uma série de novos itens para o uso do capacete, que também terão de ter o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). De acordo com o Contran, as principais mudanças da nova resolução são o uso de adesivos reflexivos e a proibição de uso de óculos comuns com os capacetes. Os adesivos terão de ser colados nas laterais e na parte traseira do equipamento e devem ter 18 centímetros quadrados. Segundo o Contran, os adesivos servirão como sinalização dos motociclistas. Já para os capacetes que não possuem viseira, os motociclistas terão de usar óculos de proteção que não poderão ser substituídos por óculos comuns, de sol ou de grau. As lentes dos óculos de proteção poderão ser adaptadas para ser corretivas ou de proteção solar. Com a nova resolução, o Contran proíbe a colocação de películas nas viseiras ou nos óculos de proteção. Os motociclistas terão 180 dias para se adequar às novas regras. Quem não cumprir a medida cometerá uma infração gravíssima, sujeito a multa de R$ 127,69, além de ter o direito de dirigir suspenso e o a carteira de habilitação recolhida. “Qual terá sido a base técnica que o Contran usou para avaliar que um óculos de sol, como um Arnette, por exemplo, é impróprio para uso em motocicleta? Ou ainda, que a armação italiana que fiz especialmente para usar meus óculos de grau com capacete aberto é inadequada? Nenhuma! Foi resultado de um lobby feito especialmente para defender a indústria nacional de óculos e de capacete. Já que foi proibido o uso de películas nas viseiras então o Contran também vai proibir o uso de películas escuras nos automóveis e de publicidade no vidro traseiro dos táxis! Hei? Ah, não! Ah, carro pode usar película escura? Hum, claro, senão os importadores, fabricantes e instaladores de películas poderiam perder empregos! Portanto não é uma medida que visa a SEGURANÇA, já que as filmes escuros em carro vão na contra-mão de todas as regras de segurança viária. O motorista não vê o que se passa na frente dos outros carros porque o vidro é escuro ou tem uma publicidade estampada atrás, mas o motociclista não pode usar uma viseira escura, mesmo que seja importada e fotossensível (clara à noite e escura de dia).Sendo assim, essa lei já demonstra que o preconceito está acima de todas as decisões que envolvem motos e motociclistas. Essa proibição da viseira escura é uma medida para permitir que os policiais vejam o rosto dos motoqueiros (como dizem), porque “motoquero é tudo marginau”! Nós temos de mostrar nossos rostos, mas dentro dos carros com filme escuro circulam traficantes, seqüestradores, mequetrefes, agiotas, lobistas, todos bem escondidos por uma máscara negra. E o selo do Inmetro? O Inmetro, órgão federal ligado ao ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior? faz testes com os capacetes vendidos no Brasil. Mas quem certifica os capacetes que eu comprei na Europa ou Estados Unidos? Os órgãos europeus e americanos, é claro. Só que eles não se chamam Inmetro, têm nomes como DOT, CE, etc. Se eu circular com meus capacetes devidamente pagos, internados legalmente e aprovados por órgãos de normalização americanos ou italianos poderei levar uma multa e até perder a carta! E se eu pintar meu capacete? O Inmetro pode me mandar um selo pelo correio pra colar de volta? Esse tal selo tem um objetivo nobre: impedir a venda daqueles nojentos capacetes “coquinho” que se espalharam pelo Brasil em cabeças ocas. É mais uma manifestação típica Lisarbiana: cria-se uma OBRIGAÇÃO porque o Estado não é capaz de recrudescer na FISCALIZAÇÃO. Bastava interceder na VENDA desse tipo de capacete e não criar um selo que vai gerar multa e muito bate-boca com policiais. Mas tem uma coisa boa: o adesivo reflexivo! Quando fui testar pneus na Espanha estava com um capacete Shark novinho vendido aqui no Brasil. Os jornalistas europeus adoraram a idéia do adesivo e até falaram em lançar uma campanha para usarem também na Europa. Eu sou

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