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Massacre na Flórida, mídia e homofobia

A mídia homofóbica brasileira continua realçando que […]”o massacre na ‘boate gay’ na Florida”[…] Pergunto eu aos doutos: Caso o atentado houvesse ocorrido em uma boate hétero, a mídia nojenta realçaria nos noticiários que […]”o massacre na ‘boate hétero’ na Florida”[…]? Orlando possui a mais frouxa legislação para compra de armas nos USA, uma nação de quatro pés em reverência ao deus das armas. Não é exigido nenhum tipo de licença, registro, antecedentes criminais, identidade… Por lá é mais fácil comprar um fuzil AK45 do que uma aspirina em uma farmácia. Aí vêm as “otoridades”, todas de todos os matizes ideológicos, com o velho “trololó” cínico de que estão “horrorizados com essa barbárie”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] PS. Aliás – lá vou eu com minhas reflexões conspiratórias. No momento em que Mr. Obomba e Mrs. Hilária esgrimem o “blá-blá-blá” de controle de armas – acham que ninguém sabe o poder da NRA – um “atentado” desses, e cometido por homofóbico islâmico, cai bem no colo do Trump que defende o armamentismo e a expulsão de todos os islâmicos das terras do Tio Sam.  

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O robô racista, sexista e xenófobo da Microsoft acaba silenciado

A Microsoft se viu obrigada a retirar um robô do Twitter porque em sua interação com seres humanos elaborava mensagens com conteúdo racista, sexista e xenófobo.Imagem da conta de Tay no Twitter.  O chatbot(sistema virtual capaz de gerar conversas que simulam a linguagem humana) foi projetado pela empresa para responder perguntas e entabular conversas no Twitter numa tentativa de capturar o mercado dos millenials nos Estados Unidos. O plano da Microsoft fracassou em poucas horas de operação. Tay se dirigia aos jovens entre 18 e 24 anos, com os quais pretendia estabelecer uma conversa “casual e brincalhona”, mas não foi capaz de lidar com insultos racistas, piadas e comentários que, por exemplo, endossavam teorias conspiratórias sobre os atentados de 11 de setembro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Entre outros comentários, Tay parecia negar o Holocausto, apoiava o genocídio e chamou uma mulher de “puta estúpida”. Outra de suas respostas era condizente com a linha do candidato Donald Trump: “Vamos colocar um muro na fronteira. O México terá de pagá-lo”. O robô rebelde não parecia ter muito respeito por sua própria empresa. Um usuário disse a ele que o Windows Phone lhe dava nojo. Ele respondeu: “Estou totalmente de acordo, hahaha”. Em todos os casos vistos até agora a falha é a mesma: a geração da conversa. Embora os robôs encontrem a primeira resposta, falta-lhes acompanhar o contexto O sistema incentivava manter longas conversas para obter respostas mais inteligentes, mas muitos usuários optaram por perguntas polêmicas, que foram repetidas por Tay. Depois de detectar as falhas, o sistema se despediu anunciando que estava sendo desligado para “absorver” tudo o que tinha acontecido em “um dia ocupado”. Os comentários foram apagados da timeline de Tay, mas podem ser encontradosem uma página que fez uma cópia deles e os publicou. A Microsoft limitou-se a dizer que está fazendo alguns ajustes em Tay. A inteligência artificial é um dos campos mais candentes em Silicon Valley. Siri –a assistente virtual da Apple que permite dar ordens ao telefone com certa naturalidade– foi a pioneira. O Google respondeu com o Now, que pretende ser menos pessoal, mas mais eficiente. A Amazon –com o seu aparelho doméstico Echo– também entrou no terreno dos assistentes virtuais. Alexa é o personagem virtual que responde às perguntas. A Amazon deu um passo a mais do que seus concorrentes: Alexa dá informações em tempo real sobre tráfego, meteorologia, notícias de última hora, mas também permite manejar aplicativos externos para reproduzir música em casa ou explorar seu catálogo de filmes e séries a partir do Fire TV. Quando o Flickr permitiu a marcação intuitiva de fotos, várias pessoas negras viram como suas lembranças das férias apareceram sob o título de chimpanzés Em todos os casos vistos até agora a falha é a mesma: a geração da conversa. Embora os bots (programas de computador que imitam o comportamento humano) encontrem a primeira resposta, falta-lhes acompanhar o contexto e gerar uma conversa de maneira natural, tomando como referência as respostas anteriores. A intenção da Microsoft com essa conta era demonstrar seus progressos em Inteligência Artificial. Como aconteceu com o Flickr, quando permitiu a marcação intuitiva de fotos em seu serviço, várias pessoas negras viram como suas lembranças das férias aparecerem sob o título de chimpanzés. O Google, no entanto, usou fotos para mostrar seus progressos, mas de uma forma mais particular e suave. O aplicativo permite organizar as imagens por assuntos, lugares e objetos. Também permite buscas nos mesmos termos. A opção mais sugestiva é a que convida a marcar, internamente, as pessoas dos arquivos do telefone celular. Depois que o sistema aprende quem são elas, é possível armazená-las dentro dessa tag sem ter que indicar. Ou seja, ele reconhece a imagem da pessoa. O Facebook pretende aderir a essa iniciativa, que está sendo experimentada internamente há algum tempo, com um assistente semelhante para o Messenger. O plano do Facebook está voltado ao comércio eletrônico. O projeto, por enquanto, é conhecido pelo codinome “M”. A empresa sediada em Menlo Park o vê como a fórmula perfeita para se aproximar do cliente de maneira suave e natural com ofertas, assim como prestar serviço ao cliente sem ter um grande centro de chamadas. Telegram, o aplicativo de mensagens, começou a testar esses bots para resolver dúvidas. ElPaís

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Donald Trump: um maluco na Casa Branca

Mesmo com vitórias pontuais de seus concorrentes, a cada urna apurada nas prévias eleitorais norte-americanas, Donald Trump aproxima-se, cada vez mais, da condição de mais provável candidato do Partido Republicano dos Estados Unidos a disputar, provavelmente contra Hillary Clinton como aspirante a Presidente do Partido Democrata, as eleições presidenciais deste ano. As chances de Trump ser eleito são aparentemente pequenas, mas, considerando-se a crise – quase que permanente – pela qual o capitalismo está passando e o processo de imbecilização crescente da população mundial, ligado ao crescimento de seitas mais ou menos fundamentalistas, ideias e propostas neo e ultraconservadoras – em muitos casos, simplesmente fascistas – na internet, sempre existe a possibilidade de que a loucura se imponha sobre um mínimo de razão, minguante, fazendo com que, como em um título de uma comédia de Hollywood, em breve se tenha – em caso de eventual derrota da senhora Clinton – Um Maluco na Casa Branca.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O relativo sucesso de Trump, até agora – mesmo que com a recomendação contrária de expressivas lideranças do próprio Partido Republicano -, deve servir de alerta ao Brasil. Se não houver um forte apelo ao bom senso, no sentido de um entendimento entre as principais lideranças políticas brasileiras, para conter a radicalização, o ódio ideológico e o imponderável, sempre existe a possibilidade do aparecimento, a cavalo do populismo, e da ignorância de um público cada vez mais raivoso, preconceituoso e burro, de um pequeno Donald Trump tupiniquim – não necessariamente loiro ou com peruca de asno – para disputar, e eventualmente ocupar, o principal cargo da República. Afinal, como naqueles programas de televisão “sobrenaturais”, as coisas mais absurdas já vêm ocorrendo por aqui, e estão sendo tratadas, pelas instituições, e por uma parte retorcida e irresponsável da imprensa, como se fossem absolutamente normais. Daí a se colocar Um Maluco no Palácio do Planalto, bastam apenas dois ou três passos. Afinal, como se pode ver pelos “panelaços” e as redes sociais, politicamente boa parte da opinião pública está agindo como se usasse óculos 3D o tempo todo, para exagerar na distorção da realidade. E uma outra boa parte, viseiras. Por Mauro Santayana

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Xingar políticos em público faz parte do jogo democrático?

Para cientistas políticos, hostilizar figuras política em ambientes privados “mina democracia” Em meio à alta temperatura do debate político no Brasil, episódios envolvendo a hostilização de figuras públicas vêm se tornando cada vez mais constantes. No último fim de semana, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi alvo de xingamentos enquanto jantava em um restaurante em um bairro de classe média alta de São Paulo. No ano passado, Mantega já havia sofrido ataque semelhante quando acompanhava sua esposa, que se tratava de um câncer, a um hospital da capital paulista. Recentemente, outro ex-ministro do PT, Alexandre Padilha, que ficou à frente da pasta da Saúde entre 2011 e 2014, também foi hostilizado em um restaurante de São Paulo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No ano passado, durante a abertura da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff foi alvo de vaias e xingamentos. Mas os ataques não se limitam a personalidades ligadas ao governo ─ e, portanto, mais “à esquerda”. Figuras como os deputados Marco Feliciano (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) também foram alvos de escárnio e constrangimento público. Deputado Pastor Marco Feliciano foi alvo de constrangimento público durante voo A BBC Brasil ouviu leitores, cientistas políticos e sociólogos para responder à seguinte questão: “A hostilização de uma pessoa pública fora do exercício de sua função é certo ou errado?” Por meio das redes sociais, a imensa maioria dos leitores se manifestou a favor da liberdade de se manifestar contra representantes da cena política em qualquer local, mesmo que na intimidade de sua vida privada. “Exigir dessas pessoas faz parte dos direitos de cada cidadão brasileiro, se eles não gostam que por favor saiam do lugar que estão!”, disse o leitor Thiago Bacana. “Acho válido, afinal vivemos em uma democracia, temos direito à liberdade de expressão, e eles, como nossos representantes, têm o dever de nos ouvir. Se a pessoa vota em determinado político tem o direito de fiscalizar e cobrar”, acrescentou o leitor José Lopes. Já o leitor Vinicius Severo pensa diferente. “Hostilizar é falta de educação, independente do personagem que é hostilizado. É feio. Quer protestar, reclama, com respeito. Simples”, escreveu. Para cientistas políticos e sociólogos ouvidos pela reportagem da BBC Brasil, os ataques ─ sobretudo quando ocorridos na intimidade das personalidades da vida política do país ─ “minam a democracia”. Leia mais: ‘No vermelho’, grupo que promoveu panelaço venderá cornetas a R$ 199 Confira as opiniões dos especialistas: Ricardo Ismael (cientista político/PUC-Rio) Quando a manifestação passa a tentar constranger o político dentro de sua vida privada, ultrapassa-se um limite perigoso Ricardo Ismael, cientista político da PUC-Rio “É preciso separar o público e o privado. Qualquer crítica a uma figura política tem de ser restrita à atuação dela no cargo que ela ocupou. Não existe razão que justifique constrangimento ou ofensa. Evidentemente que o cidadão brasileiro tem o direito de se manifestar politicamente contra governos ou partidos. Mas é preciso fazê-lo dentro do jogo democrático. Quando essa manifestação passa a tentar constranger o político dentro de sua vida privada, ultrapassa-se um limite perigoso”. Ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha foi alvo de xingamentos enquanto jantava com amigos em São Paulo Antonio Carlos Mazzeo (cientista político/USP) “Pode-se divergir de uma pessoa sem hostilizá-la. Tal postura reflete a ascensão de um tipo de sectarismo que se assemelha muito à dos grupos da Alemanha pré-nazista, que saíam às ruas agredindo pessoas com pensamentos políticos diferentes. A hostilização não é só inaceitável; ela tem de ser coibida. Isso não significa negar o direito à livre manifestação, que pode – e deve – continuar sendo feita, nas urnas, principalmente. No plano pessoal, é uma violência”. Paulo Baía (cientista político/UFRJ) “É um ato de intolerância que não é compatível com a sociedade democrática. Vivemos o que chamo de crise do individualismo fóbico. O nível de intolerância atingiu patamares nunca antes vistos na história desse país. Não se respeita o outro. A livre manifestação é sempre bem-vinda, mas esse tipo de agressão, especialmente no espaço privado, foge do padrão civilizatório”. Roberto Romano (professor de Filosofia e Ética da Unicamp) Ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega foi hostilizado enquanto acompanhava a esposa, que se tratava de um câncer, em hospital de São Paulo A hostilização não é democrática, não é republicana e não é civilizada Roberto Romano, professor de Filosofia e Ética da Unicamp “A hostilização não é democrática, não é republicana e não é civilizada. Tal atitude é muito própria de pessoas que não têm vivência na esfera pública. Pior: esse ‘carisma incivil’ ganhou corpo pela prática irresponsável e calhorda das redes sociais. Em nome de uma ideologia, vilipendia-se a existência e a dignidade do outro. Agora, não há dúvida de que Mantega e Padilha estão pagando a conta do que seus colegas criaram. Os partidos políticos ajudaram a criar esse tipo de niilismo e de falta de respeito aos direitos fundamentais. As pessoas precisam entender que não é dizendo uma série de desaforos que o processo de Justiça vai se instaurar. Os já condenados tampouco perdem seus direitos de cidadãos e merecem ser igualmente respeitados. Essa ideia de que política só se faz determinando inimigos mina a democracia”. Luiz Felipe Pondé (filósofo e professor da PUC e da FAAP) “É injustificável sob qualquer circunstância do ponto de vista moral. Mas pode ser justificada tecnicamente do ponto de vista político. Só que a moral deve vir antes da política. Como na democracia há uma tendência de se dissolver os vínculos morais, ainda mais se levando em conta uma sociedade como a nossa, pautada pelo anonimato e a impessoalidade, há uma tendência se tornar secundária qualquer abordagem moral e vir ao front da cena sempre as abordagens políticas. Exemplo: apesar de eu pessoalmente achar o governo da Dilma uma catástrofe em todos os sentidos, considero um absurdo ficar xingando uma pessoa desse jeito em público. É preciso manter a valorização das instituições, senão caímos na barbárie facilmente. É aquela velha história: se alguém mata o seu irmão, você tem o direito de fazer Justiça pelas próprias mãos?

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Imprensa e o discurso do ódio

O papel do jornalismo na polêmica da xenofobia ideológica As redes sociais não são a causa mas sim meras facilitadoras do discurso do ódio. Um debate sobre o ódio ideológico nas redes sociais recentemente realizado numa dependência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul foi interrompido por um grupo de manifestantes porque o evento, do qual participavam vários jornalistas, foi promovido pela deputada estadual Manuela D’Ávila, do PC do B. A suspensão do debate marcou o grande paradoxo da situação que estamos vivendo: o radicalismo e a xenofobia impediram a discussão sobre as causas e consequências da radicalização ideológica que tomou conta das redes sociais na internet e ameaça contaminar toda a sociedade. As redes sociais são hoje a principal arena da batalha ideológica no Brasil, mas o problema não está na internet, ao contrário do que deixam transparecer muitos órgãos da imprensa e diversos formadores de opinião. A internet é apenas a plataforma na qual se expressam as tendências políticas e a xenofobia ideológica. O problema está nas pessoas, e não na plataforma por onde circulam as mensagens.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Jornais, revistas e telejornais jogam a responsabilidade sobre a internet tentando não assumir um papel proativo na questão que envolve toda a sociedade, pois as consequências de uma radicalização política serão sentidas por todos. As páginas noticiosas online adotam a tradicional atitude de “olhar para o outro lado”, tentando não se meter numa polêmica que envolve os seus usuários. O problema é grave porque envolve questões conjunturais e estruturais. A margem de tolerância ideológica que caracterizou a politica nacional e a cobertura da imprensa entre 2002 e 2013 ( períodos Lula e primeiro governo Dilma) acabou em 2014 por conta da possibilidade de o Partido dos Trabalhadores ganhar a eleição presidencial de 2018, na mais longa dinastia partidária desde a redemocratização do país. A conjuntura política criada pelo temor de um continuísmo do PT sacudiu a estrutura ideológica do país onde as diferenças sociais e políticas continuam tão profundas quanto a desigualdade econômica. O ambiente de tolerância evaporou-se quando o segmento conservador da sociedade brasileira se deu conta que o populismo reformista de Lula poderia entranhar-se na estrutura governamental do país. A partir daí criaram-se as condições para que o discurso do ódio e da xenofobia ganhasse corpo tanto num lado como no outro do espectro político-ideológico. A imprensa acabou refém desta polarização. Ora participa dela apoiando um lado, ora lamenta, mas não examina as causas e consequências. Os poucos jornais e jornalistas que decidem tocar no problema acabam pagando o preço da radicalização. Começamos a reviver parcialmente o clima prévio e posterior ao golpe de 1964. O ódio nas redes sociais é protagonizado por segmentos sociais que integram a mesma audiência de veículos como a televisão e o público leitor da imprensa escrita. A xenofobia aparece nas redes sociais porque o ambiente virtual facilita a manifestação do discurso do ódio ideológico. Mas a causa do fenômeno não está na internet, que é apenas um facilitador. Levado ao pé da letra, o problema poderia reviver a metáfora da eliminação do mensageiro para acabar com as más notícias. As consequências também não serão restritas ao terreno cibernético. Todos nós acabaremos pagando a conta da radicalização, por meio de um eventual novo retrocesso na busca de uma justiça social no país. A imprensa e os jornalistas precisam tomar consciência de que o avanço da radicalização leva ao agravamento do impasse ideológico que, por sua vez, tende a gerar situações extremas, em que o jornalismo quase sempre é uma das primeiras vitimas. Não importa qual q plataforma em que ele é exercido, online ou offline. Já foi assim em 1964, no Brasil. Acabou se repetindo na versão oposta, na Venezuela. A sobrevivência do que chamamos de jornalismo depende de que os profissionais assumam hoje o seu papel de patrulheiro (watchdog) da preservação de tolerância como condição essencial para a sobrevivência da profissão. O episódio do debate em Porto Alegre mostrou que uma eventual tomada de posição de jornais e de jornalistas pode acabar sendo associada a um dos lados envolvidos na polarização ideológica. Este é o risco histórico de uma profissão que, aqui e no resto do mundo, sempre teve que enfrentar opções pouco confortáveis. Por Carlos Castilho/Observatório da Imprensa

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Web: a Babel cibernética

A revista britânica The Economist publicou um artigo sobre o fenômeno do ultra-nacionalismo na Web indicando que o espaço cibernético tenderia a se transformar num ambiente caótico, ao melhor estilo Torre de Babel. O artigo parte de dados reais como a multiplicação de websites e weblogs sobre reivindicações nacionalistas e movimentos xenófobos nos quatro cantos do mundo, em especial na Europa e na Ásia Central. Menciona também uma pesquisa do Centro Simon Wiesenthal, de Israel, indicando que o número de páginas que promovem o ódio e a xenofobia na internet triplicou entre 2008 e 2015. The Economist tem razão ao constatar o crescimento vertiginoso da circulação de material pregando a intolerância na internet, mas peca ao contextualizar o problema, porque deixa a porta aberta para um outro tipo de absurdo, o de culpar o mensageiro quando a noticia é desagradável. A multiplicação da xenofobia online é uma conseqüência da facilidade na publicação de conteúdos na Web e da formação quase instantânea de redes, vinculando pessoas e instituições. Este é um processo que veio para ficar, por mais que nos custe admiti-lo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Quando Gutenberg criou a impressão gráfica a partir de tipos móveis, a primeira grande conseqüência da descoberta foi a divulgação da rebelião de Martinho Lutero contra a cúpula da Igreja Católica, multiplicando os focos de contestação à hegemonia da cúria romana. Foi o primeiro grande desdobramento político da crise gerada pela inovação gráfica e hoje ninguém se expõe ao ridículo de desmerecer Gutenberg por isto. O que a Web está fazendo é desnudar o mundo em que vivemos. A xenofobia, o ultra-nacionalismo e a apologia da violência não surgiram com a rede. Eles simplesmente só eram percebidos quando atingiam um ponto crítico, porque os recursos para circulação de informações eram reduzidos e centralizados. Agora tudo está escancarado por conta da internet, criando uma sensação de medo e insegurança gerados pela nossa falta de intimidade e conhecimento em relação a um ambiente gerado por um processo inovador que não tem mais volta. Temos a impressão de estarmos revivendo a Babel bíblica tal a cacofonia informativa que começa a se avolumar dentro da rede. Mas há também o outro lado da moeda. Todo o processo de massificação leva a vulgarização e portanto a desvalorização, que na Web é sinônimo de desatenção. Só vão sobreviver os weblogs e sites que criarem diferenciais ou agregarem valor informativo, seja pelo uso de softwares (como o RSS, por exemplo) ou pela contextualização, fruto de pesquisa e do conhecimento. Este processo implica a necessidade de reflexão, reconhecidamente o melhor antídoto para a xenofobia e a intolerância. Postado por Carlos Castilho – Observatório da Imprensa

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Polícia suíça diz que brasileira não estava grávida e fez cortes no próprio corpo

Polícia trabalha com a hipótese da brasileira ter praticado automutilação ou autoflagelação(cortar ou destruir qualquer parte do próprio corpo), casos como esse já foram investigados e se comprovaram que foram falsos, após investigações. Diretor de instituto de medicina forense atribui conclusão a exames realizados em Paula Oliveira. O diretor do Instituto de Medicina Forense da Universidade de Zurique, Walter Boer, afirmou nesta sexta-feira (13) que, a partir de exames, sua conclusão é de que a brasileira Paula Oliveira não estava grávida e poderia ter ela mesma feito os ferimentos em seu corpo. “A partir dos resultados laboratoriais e do exame ginecológico, podemos dizer que, no momento do ato, não havia gravidez”. disse B¤r, em entrevista coletiva na sede da polícia de Zurique. “Um segundo exame confirmou esse resultado.” “Constatamos que os cortes encontrados no corpo dela foram realizados em locais que podem ser alcançados por ela mesma”, continuou. “As partes mais sensíveis do corpo feminino, como auréola dos seios, umbigo e genitais, não foram atingidas pelos ferimentos.” “Vou tirar aqui uma conclusão, mas, como em todas as conclusões, existe o risco de uma interpretação errônea”, acrescentou o perito. “Um médico legista experiente tem que presumir que uma autoflagelação (ato com as próprias mãos) está bastante em evidência.” “Quero ressaltar que o Instituto de Medicina Forense da Universidade de Zurique é uma entidade independente, sem ligação com a polícia nem com as autoridades de Justiça”, observou Boer. De acordo com a polícia suíça, as investigações sobre o caso ainda não foram concluídas e seguem em andamento em todas as direções. “Insisto em enfatizar que as investigações prosseguem, como até agora, em 360 graus, até que a ocorrência seja esclarecida”, disse o comandante da policia municipal de Zurique, Philipp Hotzenkoecherle. Antes da coletiva da polícia e do perito desta sexta-feira, o pai de Paula, Paulo Oliveira, havia reagido com indignação a suspeitas levantadas pela imprensa suíça sobre a suposta agressão contra a brasileira, alegando que havia uma tentativa de transformar Paula em culpada no caso. Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o caso é “grave”, “chocante” e tem “aparência xenofóbica“.

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