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Aposentado briga por terras apropriada pelo rei da soja Blaro Maggipe re

O aposentado Aniz Bechara, 89 anos, move uma guerra jurídica contra a família Maggi, controladora de um dos maiores conglomerados de agronegócio do mundo, pela propriedade de 300 hectares nos arredores de Cuiabá. Até uma pista de pouso privada foi construída no local. Bechara, que herdou as terras que foram loteadas por seu pai, briga para provar que empresas controladas pelo ex-ministro da Agricultura e ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi (fortuna de US$ 1,4 bilhão, segundo a Forbes) e por parentes dele estão utilizando um instrumento da lei destinado a proteger pessoas de baixa renda para se apossar dos terrenos. Blairo Maggi é um dos sócios da Amaggi, principal produtor e exportador de soja de Mato Grosso. Eraí Maggi Scheffer, primo de Blairo, é dono do Grupo Bom Futuro. Empresas controladas pelos dois ajuizaram uma série de ações de usucapião contra o espólio de Feres Bechara, pai de Aniz, que começou a comprar as terras no final dos anos 1950 e terminou de regularizar os títulos de propriedade em 1979.

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Demanda chinesa por soja ligada a 223 mil hectares de desmatamento no Brasil

Uma fazenda de soja no Mato Grosso vista de cima (Image: Sentinel Hub) A importação de soja brasileira pela China pode estar ligada a duas Nova Yorks de desmatamento no Brasil, ou 223 mil hectares, entre 2013 e 2017. O número é resultado de um levantamento inédito sobre a cadeia produtiva da soja exportada pela China feita pela Trase, plataforma global independente que monitora cadeias produtivas de commodities. Para calcular a exposição da soja comprada pela China ao desmatamento, a Trase multiplicou o total de desmatamento relacionado a soja nos locais que produzem para exportar para a China pela proporção da soja produzida nessas áreas que foi efetivamente comprada pelos chineses. Os números fazem da China o país importador mais exposto ao risco de desmatamento, segundo a Trase. Mas isso só ocorre porque são também os chineses os maiores compradores da soja brasileira. No período de 2013 a 2017, a China comprou 42% da produção nacional de soja — quase três vezes o volume compraod pela União Europeia. “A China é o principal comprador e realmente promove alterações de grandes regiões no Brasil”, afirma André Vasconcelos, pesquisador da América Latina da Global Canopy, responsável pela Trase junto com o Stockholm Environment Institute. O Brasil plantou três Holandas de soja, ou 128.600 quilômetros quadrados, para entregar as 54 milhões de toneladas compradas pela China em 2017. No ano passado, a importação cresceu ainda mais, para 84 milhões de toneladas. Desmatamento localizado Embora a soja exportada para a China venha de mais de 2 mil municípios pelo Brasil, o levantamento da Trase mostra que o risco de desmatamento associado a exportações para a China está concentrado em poucas delas, responsáveis por apenas 8% do volume comprado. “Como está bem, concentrado, acreditamos que seja uma oportunidade para a China reduzir esse impacto”, calcula Vasconcelos. O volume com maior risco sai do coração do Matopiba, como é chamada a região composta por quatro estados brasileiros, Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O bioma da região, o Cerrado, é o mais ameaçado pelo desmatamento no Brasil — e também onde mais se expandem as plantações de soja. Entre 2001 e 2017, mostrou o Atlas Agropecuário do Imaflora, a produção de soja no Matopiba cresceu 310%. O risco de desmatamento associado na região é de 80%. O cálculo é feito a partir de dados de produções de commodities, padrões de compra e desmatamento. Por exemplo, se um país compra metade da soja de um município brasileiro onde 800 hectares de desmatamento estão diretamente ligados à produção de soja, o risco de desmatamento de soja para aquela empresa é de 400 hectares, ou 50% do total. Apesar dos riscos associados aos grandes volumes de exportação, a China compra, proporcionalmente, menos soja de lugares com alto risco de desmatamento do que a União Europeia. Isso ocorre porque, enquanto a China compra a maior parte da sua produção da região Sul do Brasil, a Europa concentra suas compras exatamente na região do Matopiba, onde há mais risco. Empresas responsáveis O levantamento feito pela equipe da Trase mostrou, ainda, que apesar de centenas de empresas estarem envolvidas na cadeia produtiva da soja Brasil-China, apenas seis empresas são responsáveis por 70% do volume exportado para a China do Matopiba: Agrex, Amaggi, LD Commodities, Multigrain, Cargill, Bunge e ADM. A COFCO, maior empresa chinesa envolvida na cadeia, também está entre as maiores exportadoras de soja para a China — com 7% do volume exportado. No Matopiba, é responsável por 6% das exportações, sendo a sétima maior exportadora. Em janeiro deste ano, o presidente da COFCO, Jun Lyu, surpreendeu no Fórum Econômico Mundial em Davos ao publicar um artigo em que conclamou a comunidade internacional a unir esforços para combater o desmatamento. Em seu texto, o executivo chamou atenção às vulnerabilidades da cadeia produtiva da soja e à necessidade de proteger o Cerrado brasileiro em especial. “Os esforços contra o desmatamento ganhariam um impulso significativo se mais participantes de mercados emergentes, tanto nos países produtores quanto nos de consumo, ficassem atrás de commodities sustentáveis”, escreveu. “Vamos usar esta oportunidade em Davos para levar esta colaboração à frente”.   Vasconcelos vê uma preocupação crescente entre as empresas chinesas com desmatamento na cadeia produtiva. “Vemos com muito entusiasmo o posicionamento que a Cofco adotou. É importante que o setor se posicione e que trabalhe para combater o desmatamento”, disse. Empresas como a COFCO também estão preocupadas com danos às suas reputações, junto a acionistas e consumidores. Especialistas acreditam que a associação da soja brasileira a este tipo de dano pode impactar o crescimento do Brasil em novos mercados se parceiros deixarem de comprar em razão do risco. Pesquisas mostram que não é necessário desmatar para aumentar a produção. Entre 1991 e 2017, a produção de grãos subiu 312%, enquanto a área plantada, 61%, segundo dados do Observatório do Clima. O uso de áreas já degradadas é uma opção defendida por pesquisadores. Juntas, as áreas degradadas na Amazônia e no Cerrado ultrapassam 30 milhões de hectares. “É mais ou menos o tamanho de uma agricultura brasileira que está abandonada e em processo de degradação”, afirma Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). As consequências  O desmatamento já está provocando alterações no regime de chuvas. Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprasoja), o Brasil perdeu 11 milhões de toneladas de grãos, algo em torno de R$ 17 bilhões, por conta de eventos climáticos, como chuvas fortes e estiagens longas. Para Assad, o problema é conhecido. Sem florestas em pé, a capacidade de captar e bombear água para atmosfera, a chamada evapotranspiração, diminui drasticamente. As chuvas que vêm da Amazônia vão se diluindo e não chegam ao Cerrado, por exemplo, comprometendo as safras por deficiência hídrica. Chuvas concentradas prejudicam igualmente. A vegetação desmatada também é combustível para a emissão de gases de efeito estufa. Em 2016, o Brasil alcançou o sexto lugar na lista de maiores emissores de gases do mundo. Naquele ano, 51% dos 2.278 bilhões de toneladas emitidas entraram na conta do desmatamento.

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Soja é roubada no interior de Sp

Estamos mesmo no FINAL DOS TEMPOS. O prejuízo é de aproximadamente R$ 40 mil. A polícia investiga o caso, mas ainda não tem pistas dos ladrões. Uma plantação inteira de soja desapareceu do campo no interior de São Paulo. O roubo inusitado aconteceu em Ibirarema, a 395 km de São Paulo. Depois de 120 dias de espera já era hora da colheita. Mas nos nove alqueires e meio só restava capim. A soja desapareceu. A propriedade na zona rural de Ibirarema é de difícil acesso, fica entre canaviais e mata fechada. Não há caseiro. Os vizinhos mais próximos moram a dois quilômetros do sítio. Jorge é um deles. O produtor rural conta que em 47 anos de atividade nunca viu um crime como este na região. Os bandidos entraram na propriedade com maquinários agrícolas e colheram cerca de 800 sacos do grão. O proprietário não soube precisar quando ocorreu o assalto já que não visitava o sítio há 12 dias. Ele disse apenas que para levar essa quantidade de soja os criminosos precisariam de pelo menos dois dias. O prejuízo é de quase R$ 40 mil. A polícia investiga o caso, mas ainda não tem pistas dos ladrões. do G1

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