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Tecnologia: Por que carro semiautônomo da Tesla se acidentou?

Morte de motorista num acidente envolvendo piloto automático indica fraquezas desse tipo de veículo. Críticos questionam disponibilização de versão beta de software por montadora americana. Tornou-se público nesta semana que um grave acidente envolvendo um veículo semiautônomo da montadora Tesla, ocorrido na Flórida, nos Estados Unidos, resultou na morte de uma pessoa. A reconstrução precisa do acidente pelas autoridades americanas deve demorar meses para ser concluída.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No entanto, parece claro que nenhum sistema de sensores pode detectar as complexas situações de trânsito tão bem como uma pessoa saudável, com todos os sentidos em pleno funcionamento. Vamos a algumas perguntas e respostas sobre o acidente e a condução autônoma: Quais sensores estavam instalados no acidentado Tesla S? O veículo dispõe tanto de um radar como de sensores óticos. O radar detecta objetos refletores, tais como metal, pedras e asfalto. As câmeras óticas identificam as áreas ao redor do carro como uma nuvem de pixels. A partir do movimento dos pontos, os sensores calculam se pedestres ou outros veículos invadem o caminho previamente traçado pelo sistema. O que se sabe sobre o acidente? Sabe-se que o piloto automático estava ativado e que um grande caminhão entrou na via, após virar num cruzamento. O Tesla S colidiu com a carreta, provavelmente sem frear. Numa postagem num blog, a montadora disse que as condições de iluminação eram incomuns: a carreta do caminhão tinha uma lateral branca, que pouco se destacava de um céu claro e sem nuvens. Por que os sensores não detectaram o caminhão? Nesta fase, podem ser dadas apenas respostas especulativas. Em qualquer caso, os dois sistemas de sensores precisam ser analisados separadamente. É possível que os sensores óticos não tenham reconhecido o caminhão, porque este não se destacou do fundo também claro – a distinção entre céu e lateral da carreta. Por que o radar não detectou nada é mais difícil de responder: possivelmente, o meio da carreta estava demasiadamente elevado para ser detectado pelos sensores de radar montados no para-choque do Tesla. Por que o motorista não freou? Isso, com certeza, ninguém saberá dizer. A Tesla adverte que os motoristas devem se dedicar integralmente ao tráfego, mesmo quando usam o piloto automático. Quando o motorista retira as mãos do volante, surge uma mensagem de aviso, e o carro reduz a velocidade gradualmente até que o motorista recoloque as mãos no volante outra vez. O software do piloto automático ainda é uma versão beta. Em softwares de computadores, tais versões são oferecidas a clientes para colher experiências e feedback antes de a versão final ser lançada. Críticos têm observado que isso talvez não devesse ser aplicado em casos de tecnologias tão sensíveis. Quais os pontos fracos de sensores óticos? Sensores óticos têm várias tarefas em carros autônomos: eles devem reconhecer sinais de trânsito e semáforos, pedestres, crianças, animais e ciclistas. Mas eles podem falhar com fraca visibilidade. Assim como seres humanos, os sensores óticos também podem ser “cegados” por luz contrária. Além disso, neblina, neve, chuva pesada e escuridão podem fazer com que os sensores não detectem tudo corretamente. O mesmo vale para ventos fortes próximo a árvores durante o outono, época em que as folhas estão secas e caindo. Além de sensores de câmera, existe a possibilidade de fazer uma varredura da área circundante do veículo com um scanner a laser rotativo. Porém, esses equipamentos raramente são instalados em veículos no mercado. Quais os pontos fracos de sensores de radar? Sensores de radar detectam principalmente outros veículos e superfícies duras. Eles também têm sua percepção prejudicada por chuva, nevoeiro e neve, mas não por luz contrária. Por outro lado, cursos de estradas curvilíneos e montanhosos podem gerar análises incorretas. Por exemplo, quando um carro autônomo trafega por uma via descendente ou ascendente, o asfalto pode refletir o sinal do radar. O sistema então pensa “há um veículo à frente” e reduz a velocidade – mesmo se a estrada estiver completamente livre. O radar também tem dificuldades para avaliar o tráfego contrário de caminhões numa estrada estreita. O pouco espaço é suficiente para o sistema inicializar uma frenagem brusca. Quais as fraquezas do sistema central do veículo autônomo? O mais complicado na condução autônoma é a programação inteligente do cérebro do veículo. Quando ele deve tomar a decisão de frear ou desviar? Nas rodovias, que são largas, onde todos vão somente numa direção e a atenção está praticamente voltada somente para carros, caminhões e motocicletas, ainda é relativamente fácil. No tráfego da cidade ou em estradas arborizadas, no entanto, já em bem diferente. Erros típicos ocorrem, por exemplo, quando há tráfego em sentido contrário: se um carro entra numa faixa para dobrar à esquerda, e isso numa via sinuosa, o carro autônomo poder dar início a uma frenagem. O mesmo pode ocorrer quando outro veículo está estacionado na rua, mas ainda há espaço suficiente para passar. Dependendo da situação, o carro autônomo pode simplesmente frear também. DW

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Tecnologia – O que esperar do iCar?

Há cada vez mais boatos sobre um carro elétrico da Apple. Agora um jornal alemão traz novas revelações: primeiro modelo seria desenvolvido num laboratório secreto em Berlim e lançado dentro de poucos anos. Autonomia total, semiautomático ou com propulsão elétrica, o futuro do automóvel está sendo testado numa série de empresas e laboratórios por todo o mundo. Ainda não se pode prever que tecnologias conseguirão se impor, mas certo está que a onipresente Apple vai querer participar. Na internet corre o boato de que a multinacional sediada na Califórnia estaria desenvolvendo um novo carro na Alemanha. O jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) afirma ter descoberto em Berlim um laboratório secreto para fins de desenvolvimento. Nele atuariam de 15 a 20 engenheiros, peritos em software e hardware e técnicos em distribuição.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Montado na Áustria pelo conglomerado Magna, o assim chamado iCar deverá chegar aos mercados em 2019 ou 2020, como veículo de pequeno porte. De início, trata-se de um automóvel elétrico – versões semi- ou totalmente automatizadas deverão seguir. Segundo o FAZ, o primeiro automóvel da Apple estaria planejado como modelo para carsharing, a exemplo de serviços já existentes, como o DriveNow, da BMW e Sixt, ou car2go, da Daimler e Europcar. Noite de Natal prolongada Já em 2015, o Wall Street Journal noticiava que, sob o codinome “Project Titan“, a Apple designara centenas de funcionários para trabalhar no desenvolvimento de um carro elétrico. Supunha-se que a oficina secreta era localizada em Sunnyvale, nas proximidades do quartel-general da megaempresa. Concorrência avança: protótipo de carro automático da Google Na época, a reação do diretor executivo Tim Cook foi misteriosa: “Você se lembra quando era criança, a noite de Natal era tão emocionante e você não estava certo do que encontraria ao descer as escadas? Bem, vai ser noite de Natal por algum tempo.” Até o momento o grupo não se pronunciou sobre os novos rumores. E agora os applemaníacos têm mais um motivo para aguardar ansiosos o próximo grande evento da Apple, a Worldwide Developers Conference, a se realizar de 13 a 17 de junho de 2016. Mais especulações Nesse meio tempo, ganham impulso as especulações desencadeadas pelo artigo do FAZ. Afinal, argumenta-se, não seria nada improvável a multinacional ter escolhido justamente a Alemanha, país dos automóveis, como central para suas pesquisas. E Berlim, além de ser cidade da moda, traria outra vantagem: como a Alemanha não é exatamente conhecida como terra da ousadia empresarial e startups corajosas, teria sido bastante fácil para a Apple recrutar suficientes desenvolvedores criativos e inconformistas para trabalhar em seu projeto. O jornal de Frankfurt confirma que os 15 a 20 pais berlinenses do iCar estavam disponíveis precisamente por não conseguirem avançar com suas ideias nas firmas em que trabalhavam: “os antigos chefes deles entravavam o caminho”. O site Macrumors.com pega o mote e antecipa o lançamento, não sem um toque de arrogância: “Esse é exatamente o problema da tech culture da Alemanha: falta de CEOs progressistas! Assumir riscos nunca foi parte da cultura alemã. Com todos os talentos que a Apple contratou, eles devem conseguir criar algo incrível.”

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Sete formas como os carros sem motorista irão mudar sua vida no futuro

Veículos sem motorista estão começando a se tornar uma realidade. Que impacto eles terão no futuro? Será uma era de viagens seguras e sem esforço – ou haverá também consequências negativas? Carro sem motorista do Google já está em teste – Image copyright Getty A BBC tenta prever, com humor, sete mudanças que os carros autônomos podem provocar – e o outro lado da moeda. 1. Você poderá delegar as tarefas cotidianas Se seu carro anda sozinho, não há necessidade de ele te levar para buscar as roupas na lavanderia ou mesmo seus filhos na escola. Você nunca mais vai parar no posto para colocar gasolina, porque os carros serão elétricos e irão se carregar no modo sem fio sempre que estacionarem.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Além disso, os restaurantes poderão simplesmente depositar as refeições no carro – desde que não se incomodem com a ausência de um motorista (ou poderão, quem sabe, usar um robô de entrega). O outro lado: muitos comércios irão fechar e, apenas nos Estados Unidos, estima-se que 1,3 milhão de motoristas de entregas serão demitidos. 2. Você não vai mais ficar rodando atrás de vaga A necessidade de parar o carro não vai desaparecer, mas você não vai mais precisar lidar com isso. Carros sem motorista não precisam parar perto do destino – os donos dos carros, aliás, serão deixados bem em frente ao local onde precisam ir. Por isso, as vagas de estacionamento poderão ir para longe, abaixo de um parque da cidade, por exemplo. E mesmo se ficarem no mesmo lugar, os estacionamentos poderão acomodar mais carros, porque os carros autônomos conseguem parar mais perto uns dos outros. O outro lado: se você esquecer algo no carro e eles estiver parado bem longe, isso pode ser uma dor de cabeça. Projeto com ‘futuros possíveis’ da empresa Ideo mostra mundo sem motoristas Image copyright Ideo 3. Você vai fazer mais exercício Com um tráfego mais limpo e eficiente, caminhar por uma cidade pode de fato se tornar prazeroso, e a maior densidade de serviços (o que vai acontecer quando comércios ocuparem o lugar de estacionamentos) vai significar que seus pés serão a forma mais rápida de transporte. Além disso, é fácil caminhar até um restaurante quando você sabe que seu carro vai te levar de volta quando você tiver comido ou bebido demais para voltar a pé. O outro lado: Quem estamos enganando? Com um chofer privado, vamos acabando recorrendo a ele sempre… 4. Você nem vai precisar ter um carro Atualmente, a não ser que você seja um entregador de pizza, seu carro só está em uso em cerca de 5% do tempo. Mas o valor dele se deprecia o tempo todo, o que significa que ter um carro é um mau investimento. Ter seu próprio carro (com custos de seguro, manutenção e outros) vai parar de fazer sentido assim que os carros sem motoristas chegarem num ponto de saturação. Você poderá então pagar por quilômetro rodado, no estilo Uber, ou fazer uma espécie de assinatura mensal. Você pagaria com base nos atributos do carro mas também na demanda e nos congestionamentos. O outro lado: Você nunca mais poderá esquecer algo importante no carro! Mais engarrafamentos mas mais liberdade para pessoas com deficiência, idosos e adolescentes – Image copyright Ideo 5. Você vai ficar em mais engarrafamentos Já que os carros não consumirão nada do tempo humano, esses carros irão lotar as ruas para as já mencionadas tarefas de buscar compras e crianças. (Você provavelmente não vai dirigir até a padaria para comprar um pãozinho, mas você pode mandar seu carro). E tudo isso vai se somar a diversos fatores que causam engarrafamentos e não podem ser superados por avanços tecnológicos. O outro lado: pelo menos você vai conseguir terminar de assistir a toda a temporada de Game of Thrones enquanto está preso no trânsito. 6. Você trabalhar mais e ficar mais enjoado Na verdade, em vez de assistir a Game of Thrones, provavelmente você vai estender sua jornada de trabalho, fazendo teleconferências e mandando e-mails no carro. E, com os olhos fora da estrada, e sem estar controlando nada, uma estimativa de 6% a 12% dos passageiros em carros autônomos vão sofrer enjoos nos carros. O outro lado: Dormir é uma boa forma de evitar enjoos, então você pode tirar uma soneca enquanto viaja. 7. Você nunca vai parar de dirigir Seja por causa de lesão, alguma debilidade ou excesso de álcool, muitas pessoas ficam impossibilitadas, ainda que temporariamente, de operar carros com segurança. Veículos autônomos podem ser uma dádiva para pessoas com deficiência, e permitir que os idosos vivam de forma autônoma por mais tempo. Também são bons para adolescentes, que poderiam ganhar liberdade mais cedo – e pais de adolescentes, que saberiam que os limites de velocidade seriam respeitados o tempo todo (e provavelmente, saberiam também onde estão os adolescentes o tempo todo). O outro lado: Provavelmente vamos esquecer o que significa “dirigir” – e como era bom fazer isso. David K. Gibson/BBC Autos

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Maior torneio de robótica do país começa neste sábado em Brasília

O que pode ser feito para melhorar o tratamento dado aolixo e aos resíduos que produzimos? A busca de respostas para essa pergunta foi o que motivou milhares de estudantes, de 9 a 16 anos, a formarem equipes e se inscreverem no Torneio de Robótica First Lego League, promovido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi). Fase final do Torneio de Robótica deste ano, promovido pelo Sesi em Brasília, terá 77 equipes, com 750 estudantes Sábado(19) começa a última fase da competição, que é nacional e receberá 77 equipes finalistas, com aproximadamente 750 estudantes. A disputa ocorrerá sábado e domingo, das 8h às 18h, na unidade do Sesi Taguatinga, no Distrito Federal, e é aberta ao público. Os participantes do torneio apresentarão projetos de pesquisa e robôs feitos de Lego, com o objetivo de trazer propostas inovadoras de como lidar com o lixo. As equipes serão avaliadas, além do projeto de pesquisa e da criação dos robôs, quanto ao design, à programação e funcionalidade do protótipo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Sobre o trabalho em equipe, Marcos Tadeu de Siqueira, diretor de Operações do Sesi, explica como os jovens serão avaliados. “A capacidade de trabalho em equipe é uma necessidade do mercado. A comunicação e a interação com as demais equipes e entre a própria equipe também são observadas pelos avaliadores. Essa comunicação tem que ocorrer de forma fluida, compreensiva e não pode haver nenhum tipo de comportamento agressivo. Além disso, a competição deve ocorrer de forma ética e o aprendizado, de forma divertida”, disse. Segundo Siqueira, o ensino de robótica propicia aos jovens o aprendizado multidisciplinar de conteúdos como física, química, matemática e biologia. “A gente tem no Torneio de Robótica o ponto culminante de uma estratégia educacional do Sesi, que é despertar no jovem o interesse pela área de exatas, de engenharia, de tecnologia”, afirmou. De acordo com o diretor, a metodologia da robótica está presente nas 531 escolas do Sesi. “A ‘gameficação’ na matemática facilita muito a vida. Temos uma experiência que se chama Sesi Matemática. São aulas de matemática com base em games, onde se aprende matemática jogando videogame. A gente nota o salto de qualidade no processo de aprendizagem, pois o aluno começa a entender a razão de ser daquilo”. Para desenvolver seus robôs, os participantes usam, além de peças de Lego, vigas, tubos, canos e rodas. O material deve ser levado pelos próprios alunos. O Sesi disponibiliza apenas os “tapetes” ou “mesas de jogos” – locais apropriados para a exibição dos projetos -, e a alimentação dos estudantes. Os robôs desenvolvidos pelos finalistas terão que cumprir 17 atividades diferentes, em um período de 2 minutos e meio. Antes de chegar à final, os participantes passaram por seletivas regionais. Essas seleções contaram com a participação de mais de 4 mil competidores, de quase 500 escolas entre as do Sistema Sesi – que são particulares -, públicas e privadas de todo o Brasil. Desde 2013, o Sesi é o organizador oficial do Torneio de Robótica, em parceria com a instituição americana First (For Inspiration and Recognition of Science and Technology) e o Grupo Lego Education (Dinamarca). As 12 equipes vencedoras terão a oportunidade de participar de torneios internacionais na Austrália, nos Estados Unidos, na Espanha e nas Filipinas. Finalistas Matheus Queiroz, de 14 anos, é integrante de uma das equipes finalistas. Ele e mais sete alunos da escola Sesi Gama desenvolveram, em parceria com a Universidade de Brasília, um tijolo ecológico feito de resíduos da construção civil. Os tijolos, chamados de Ecological Bricks, têm um sistema autotravante que dispensa o uso de cimento e argamassa na sua instalação. O produto pode ser desmontado e reutilizado. Matheus conta que, em todo o país, 70% dos resíduos produzidos são provenientes da construção civil e que apenas 60% desse total são reaproveitados. “Só no Distrito Federal, são produzidos, por dia, mais de 1 tonelada e 900 mil quilos de resíduo”, informou o estudante. Combate ao mosquito O Sesi propôs este ano uma atividade extra, que não é obrigatória e não faz parte do torneio. Os estudantes foram incentivados a desenvolver projetos inovadores para o combate ao mosquito Aedes aegypti. Dos 77 finalistas da disputa, 30 se inscreveram e concorrerão a uma premiação separada. Edições anteriores Em 2013, seis alunos de uma escola do Sesi em Limeira (SP) participaram do Torneio de Robótica com o projeto +1. O protótipo consistia em um degrau extra, a ser instalado em ônibus, para facilitar a subida nos veículos. A ideia surgiu para auxiliar pessoas idosas que, para alcançar o primeiro degrau dos ônibus tradicionais têm que subir 50 centímetros. Com o degrau auxiliar, a altura diminui para 25 centímetros. Os jovens perceberam que além dos idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida também são beneficiados. A ideia deu tão certo que já foi aplicada em alguns ônibus da cidade. O projeto, com pedido de patente, consiste em um degrau que é acionado, junto com a abertura das portas, e se projeta para a frente. Quando o motorista fecha as portas, o dispositivo retrai o degrau para baixo do ônibus, evitando risco de acidentes.

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Carro do Google causa primeiro acidente

Um automóvel não tripulado do Google bateu em um ônibus em Mountain View, California, localidade onde se encontra a sede da empresa de buscas na internet. Não é a primeira vez que ocorre um acidente com um veículo seu, mas, segundo os registros do Departamento de Veículos Motorizados (DMV), é a primeira vez que o gigante de tecnologia admite que a culpa foi de seu carro. Com a batida, ele teve a sua lateral esquerda amassada, mas não houve danos humanos. O ônibus, em que viajavam 15 pessoas, sofreu pequenos estragos. O Google declarou que o carro circulava a uma velocidade inferior a cinco quilômetros por hora e que uma parte do problema foi que havia alguns sacos de areia bloqueando o caminho. Em declaração oficial, a empresa reconhece sua responsabilidade: “Evidentemente temos alguma responsabilidade. Trata-se de um típico mal-entendido que ocorre entre motoristas humanos todos os dias”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No entanto, o veículo robotizado não estava sendo dirigido no momento por um humano, mas por uma máquina. MAIS INFORMAÇÕES Carro sem motorista do Google já sofreu 11 acidentes em seis anos O futuro segundo o Google: mais robôs e menos carros Google fabricará carros sem motorista O carro estava tentando desviar dos sacos de areia quando o ônibus começou a contornar uma giratória podendo optar por três pistas alternativas. Trata-se, mais especificamente, do Caminho Real, uma estrada que une as primeiras missões existentes na Califórnia. O Google afirma também que um homem que estava a bordo do carro não assumiu o controle da situação porque confiou na inteligência artificial. No relato feito pelo Google, a explicação é de que o seu carro considerou que nada aconteceria com a aproximação do ônibus: “Depois de se colocar na pista da direita e fazer um movimento para desviar dos sacos de areia, o carro deu a virada e captou a chegada do ônibus que se aproximava. Mas considerou que não o atingiria, pois vinha mais atrás. Nosso motorista de testes, que estava dentro do carro, percebeu que o ônibus estava chegando, viu-o pelo retrovisor, mas imaginou que o seu motorista iria reduzir a velocidade. O que provocou o acidente foi que as duas partes consideraram que a outra cederia espaço na mesma pista”. Com isso, o Google expõe um dos fatores mais complexos no que diz respeito à condução não tripulada de um veículo: a negociação. Desde 2009, quando começaram a transitar pelo campus do Google, esses veículos autônomos se envolveram em várias ocorrências –um total de 341, segundo a informação mais recente da empresa. Em 13 ocasiões, um acidente foi evitado graças à pessoa que estava dentro e que assumiu o volante. Esta foi a primeira vez em que se confiou na autonomia e em que ocorreu um acidente. “Evidentemente temos alguma responsabilidade. Trata-se de um típico mal-entendido que ocorre entre seres humanos todos os dias” Brad Templeton, especialista naquilo que ele próprio chama de robo-cars, automóveis automatizados, primeira pessoa que assessorou o Google para na criação desta área, avalia que este caso significa uma boa notícia no sentido da evolução desse tipo de veículo. “É o primeiro golpe sofrido dessa maneira. Em todos os anteriores, o erro havia sido nitidamente do motorista humano”, conta ao EL PAÍS. “Acabo de chegar da Índia, e só penso nisso. Entre outras coisas, porque ali todo mundo descumpre as normas. Lá é muito mais caótico do que na Califórnia”, afirma. “Em muitos casos, criamos as nossas próprias regras, como, por exemplo, quando dividimos uma mesma pista. Vamos aprender muita coisa sobre o comportamento humano, sobre negociações e normas não escritas”, acrescenta. El País

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Com robôs, escritório atua em mais de 360 mil processos com 420 advogados

Para que 420 advogados deem conta de 360 mil processos, é preciso, matematicamente, que cada profissional cuide de 857 ações ao mesmo tempo. A conta dessa equação só fecha graças a um único fator: tecnologia. Por Maurício Cardoso e Marcos de Vasconcellos/Consultor Jurídico Foi com ela que o JBM Advogados, em um ano, cortou pela metade o número de profissionais da banca e, ainda assim, aumentou a quantidade de processos do escritório. Enquanto o processo judicial eletrônico ainda é motivo de relutância no Judiciário e na comunidade jurídica, a banca tem “robôs” tocando partes dos processos no lugar de humanos. O advogado só entra para tomar decisões estritamente jurídicas, não mais para atuar na rotina burocrática.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Hoje em dia, 70% do trabalho que um advogado faz não é privativo da advocacia”, diz Renato Mandalitti, um dos sócios. Tarefas como localizar processo no sistema do tribunal, fazer download de petição inicial, conferir prazos ou calcular custas, por exemplo, não têm nada de jurídico na visão dele. Atualmente, o escritório, que fica em Bauru, cidade paulista de 350 mil habitantes a 330 quilômetros da capital, tem 35 procedimentos automatizados — ou robôs. Cabe aos softwares, por exemplo, fazer o recebimento e o cadastro de novas ações, juntar petições aos processos, elaborar as guias para pagamento de custas e enviá-las aos clientes — e conferir se o pagamento foi feito. Copia e cola inteligente Além disso, de acordo com o tipo de matéria que o processo discute, existe o robô que foi apelidado de “clicador”. Ele é usado para casos repetitivos, em que a defesa costuma ser muito semelhante. Imagine um caso clássico de pedido de indenização de um cliente que ficou mais de 30 minutos na fila de um banco. Substituindo o “copia e cola” das petições, ao identificar o cadastro (feito por outro robô), o programa já monta uma defesa, preenchendo espaços com os dados daquele processo específico, com os argumentos de defesa que o escritório usa. Cabe ao advogado simplesmente clicar nos trechos que serão aproveitadas na peça em questão e dar o “ok”, gerando uma assinatura e enviando a peça ao sistema. O processo pode assustar e induzir à ideia de que a máquina está dominando o homem e que o advogado passar a ser figura dispensável. Porém, a noção disseminada entre os dirigentes do escritório é que o advogado passou a agir apenas onde é exigido saber de Direito. Ou seja, o advogado concentra-se em exercitar e aplicar seu conhecimento jurídico uma vez que fica livre de tarefas meramente mecânicas ou burocráticas. Ainda assim, para dar conta do volume de trabalho, exerce essa função dentro de uma espécie de linha de produção. Esteira de produção Dentro do cadeia produtiva criada pela banca, nenhum cliente é exclusivo de nenhum advogado e vice-versa — menos ainda, cada processo. Não é exagero dizer que, as esteiras de produção, velhas conhecidas da indústria, chegaram à advocacia. A divisão de tarefas obedece às fases do processo, como o recebimento da ação, contestação, execução ou recolhimento de custos, por exemplo. Traçando fluxogramas da chegada de uma nova ação até o seu encerramento, o trabalho é dividido em fileiras de mesas, cada uma com um gerente e onde os advogados trabalham por demanda. O modelo funciona desde 2013 Assim, uma fileira de 20 advogados fica responsável, por exemplo, por acompanhar a execução de processos. Conforme as execuções vão sendo cadastradas por robôs, as ações passam para esta esteira. O gerente da esteira seleciona quais advogados estão disponíveis naquele dia. Os advogados, por sua vez, recebem direto em seu computador a ação na qual precisam trabalhar. Assim que encerram aquela tarefa, clicam para enviá-la ao sistema e já veem, automaticamente, outra chegar. Para não perder o foco no cliente, como pregam os manuais, o método de trabalho do JBM conta ainda com um advogado chamado “focal”, a quem cabe manter contato direto com os bancos, empresas de energia e outras companhias que contratam a banca para gerenciar suas carteiras de processos. São processadas por dia mais de 1,8 mil citações a clientes do escritório, cerca de 200 atas de audiências e mais de 100 mensagens de clientes. Muitas são as intimações que chegam direto às empresas. A transformação do JBM começou quando os sócios José Edgar Bueno e Renato Mandaliti notaram que investiam muito em tecnologia e BackOffice, para atender seus clientes e viram nisso uma oportunidade. Dividiram de vez: a parte do trabalho que exigia advogados continuou sendo JBM. A parte de tecnologia foi para uma nova empresa, chamada Finch. Hoje, o JBM paga à Finch Serviços para usar seus softwares e serviços. A empresa, por sua vez, passou a vender os mesmos serviços para departamentos jurídicos e escritórios de advocacia. A companhia contabiliza 34 clientes. Novo e velho A tecnologia está tão entranhada na estrutura do JBM que um termo é frequentemente repetido por advogados do escritório: “advocacia antiga”. É assim que os profissionais da banca se referem ao modus operandi da maioria dos escritórios, em que o advogado é responsável por um processo do começo ao fim. O uso da expressão, entretanto, é repreendido e desencorajado pelos sócios. Isso porque antigo e moderno convivem lado a lado nas organizações comandadas por eles. O mesmo prédio que abriga o JBM, que seria “o escritório do futuro”, também hospeda o Madaliti Advogados, fundada em 1997 e mais adequada ao que se pode chamar de “firma tradicional”. Enquanto o primeiro é especializado em ações de massa, que se repetem aos milhares, o segundo é quase uma butique, com atuações em Direito Empresarial, Administrativo, Tributário e Trabalhista. Nessa altura de desenvolvimento, a tecnologia é muito mais adequada para ser empregado em uma firma que lida preferencialmente com ações repetitivas. Mas com o tempo, preveem José Edgar Bueno e Renato Mandaliti, ela trará vantagens também para todo tipo de escritório e para o Judiciário em si. Veja bem As mudanças são vistas com ressalvas por advogados de bancas mais tradicionais. Sócio do Araújo e Policastro, o advogado Décio Policastro diz que, mesmo que parte do trabalho seja executado por máquinas, o advogado “não é

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Tecnologia: Cientistas contra robôs armados

A inteligência artificial está atingindo um desenvolvimento tão intenso que inquieta até seus pesquisadores pelo uso indevido que se pode fazer dela. Mais de 1.000 cientistas e especialistas em inteligência artificial e outras tecnologias assinaram uma carta aberta contra o desenvolvimento de robôs militares autônomos, que prescindam da intervenção humana para seu funcionamento. O físico Stephen Hawking, o cofundador da Apple Steve Wozniak, e o do PayPal, Elon Musk, estão entre os signatários do texto, que foi apresentado na terça-feira em Buenos Aires, na Conferência Internacional de Inteligência Artificial, um congresso onde estão sendo apresentados mais de 500 trabalhos dessa especialidade e ao qual comparecem vários signatários do manifesto. O documento não se refere aos drones nem aos mísseis comandados por humanos, mas a armas autônomas que dentro de poucos anos a tecnologia de inteligência artificial poderá desenvolver e isso significaria uma “terceira revolução nas guerras, depois da pólvora e das armas nucleares”. Especialistas reconhecem que existem argumentos a favor dos robôs militares, como o fato de que reduziriam as perdas humanas em conflitos bélicos. Ao contrário das armas nucleares, as autônomas não apresentam custos elevados e nem requerem matérias-primas difíceis de obter para sua construção, de acordo com os signatários. Por isso eles advertem que é “apenas uma questão de tempo” para que essa tecnologia apareça no “mercado negro e nas mãos de terroristas, ditadores e senhores da guerra”. MAIS INFORMAÇÕES O futuro está chegando do céu… em drones Drones põem em xeque a segurança das usinas nucleares francesas “Ninguém está no comando do planeta” “Elas são ideais para assassinatos, desestabilização de nações, subjugação de populações e crimes seletivos de determinadas etnias”, alertam os cientistas, que propõem que a inteligência artificial seja usada para proteger seres humanos, especialmente civis, nos campos de batalha. “Começar uma carreira militar nas armas de inteligência artificial é uma má ideia”, advertem. Os cientistas comparam essa tecnologia com as bombas químicas ou biológicas. “Não se trata de limitar a inteligência artificial, mas de introduzir limites éticos nos robôs, torná-los capazes de viver em sociedade e, sim, rejeitar claramente as armas autônomas sem controle humano”, explica Francesca Rossi, presidenta da conferência internacional e uma das signatárias do texto. “Com a carta queremos tranquilizar as pessoas que a partir de fora deste mundo olham a inteligência artificial com uma preocupação às vezes exagerada. Nós também estamos interessados em limites éticos. Queremos reunir não apenas especialistas no assunto, mas filósofos e psicólogos para conseguir impor limites éticos aos robôs semelhantes aos dos seres humanos”, enfatiza. O perigo de reprogramar O argentino Guillermo Simari, da Universidade Nacional del Sur, organizador do congresso, compartilha da filosofia da carta. “As máquinas podem tomar decisões com as quais o ser humano não está de acordo. Os homens têm filtros éticos. É possível programar um filtro ético para a máquina, mas é muito fácil removê-lo”. Simari acredita que o grande problema é a facilidade com que se pode reprogramar uma máquina. “Para fazer uma bomba atômica é preciso urânio enriquecido, que é muito difícil de conseguir. Para reprogramar uma máquina militar basta alguém com um computador digitando programas”. No congresso também estão presentes aqueles que são contra a filosofia da carta. “Estão aqui os que acreditam que devemos continuar desenvolvendo a inteligência artificial e que ela pode ser controlada”, diz Ricardo Rodríguez, professor da Universidade de Buenos Aires e organizador do encontro. O debate entre os cientistas está vivo e agora passará para toda a sociedade. Carlos E. Cuê/A.Rebossio

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Inteligencia Artificial: O futuro da humanidade em suas mãos

Precisamos de sabedoria para enfrentar o futuro. Para saber se os avanços tecnológicos caminham na direção certa ou não; se favorecem os seres humanos ou o oposto. Nick Bostrom, no Instituto do Futuro da Humanidade. Foto:T. Pilston Getty Images  Para se ter uma ideia do que fazer caso se apresentem cenários que ameaçam a sobrevivência da espécie, tais como os resultantes da ameaça nuclear, modificação de micróbios letais ou a criação de mentes digitais mais inteligentes do que o homem. Questões como essas são estudadas por um punhado de cérebros localizados na Universidade de Oxford, no chamado Instituto para o Futuro da Humanidade. MAIS INFORMAÇÕES Inteligência artificial melhora o diagnóstico de doenças mentais Cientistas contra robôs armados A nova era da computação e seus primeiros movimentos no Brasil Liderando um grupo heterodoxo de filósofos, tecnólogos, físicos, economistas e matemáticos está um filósofo formado em física, neurociência computacional e matemática; um sujeito que, desde sua adolescência, buscava interlocutores para compartilhar suas inquietudes a respeito do filósofo alemão Arthur Schopenhauer; um sueco de 42 anos que passeia pelas instalações do instituto com uma bebida à base de vegetais, proteínas e gorduras que chama de elixir; e que escuta audiolivros com o dobro da velocidade para não perder um segundo do seu precioso tempo. Estamos falando de Nick Bostrom, autor deSuperinteligência: Caminhos, Perigos, Estratégias (ainda não publicado no Brasil), um livro que causou impacto, uma reflexão sobre como lidar com um futuro no qual a Inteligência Artificial pode superar a humana, um ensaio que foi endossado explicitamente por cérebros do Vale do Silício como Bill Gates e Elon Musk; filósofos como Derek Parfit e Peter Singer; e físicos como Max Tegmark, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Um trabalho que, além disso, entrou para a lista de best-sellers elaborada pelo The New York Times Book Review. A ONU o convida para dar palestras, assim como institutos de pesquisa como a The Royal Society; uma de suas palestras para a organização TED já conta com mais de 1,7 milhão de visualizações. E Stephen Hawking já alertou o mundo: é preciso ter cuidado com a Inteligência Artificial. O Instituto para o Futuro da Humanidade — FHI, na sigla em inglês — é um espaço com salas de reuniões batizadas com nomes de heróis anônimos que, com um gesto, salvaram o mundo — como Stanislav Petrov, o tenente-coronel russo que evitou um acidente nuclear durante a Guerra Fria —; onde fluem ideias, trocas de pontos de vista, onde florescem hipóteses e análises. Principalmente, às tardes e noites: o chefe é, como ele mesmo confessa, um corujão; fica no escritório até as 2h da madrugada. “No momento em que saibamos como fazer máquinas inteligentes, vamos fazê-las”, disse Bostrom, em uma sala do instituto que dirige, “e, até lá, devemos saber como controlá-las. Se você tem um agente artificial com objetivos diferentes dos seus, quando se torna suficientemente inteligente é capaz de antecipar suas ações e fazer planos com base nos seus, o que poderia incluir esconder suas próprias habilidades de forma estratégica”. Especialistas em Inteligência Artificial citados em seu livro dizem que há uma probabilidade de 90% de que, entre 2075 e 2090, existam máquinas inteligentes como os humanos. Na transição para essa nova era, será preciso tomar decisões. Talvez inocular valores morais às máquinas. Evitar que se voltem contra nós. É para a análise desse tipo de suposições e cenários que este especialista lê intensivamente sobre machine learning (aprendizagem automática, um segmento da inteligência artificial que explora técnicas para que os computadores possam aprender por si mesmos) e sobre economia da inovação. Para Bostrom, o tempo nunca é suficiente. Ler, ler, ler, consolidar os conhecimentos, aprofundar, escrever. “O tempo é precioso. É um recurso valioso que constantemente desliza por entre os dedos.” As pessoas parecem que se esquecem da guerra nuclear. Uma mudança para pior na geopolítica poderia se tornar um perigo Estudar, formular hipóteses, desenvolvê-las, antecipar cenários. É o que se faz neste instituto onde se promove o brainstorming (uma tempestade de ideias) e a videoconferência, um labirinto de salas dominadas por lousas vileda com diagramas e em cuja entrada está pendurado um cartaz que reproduz a capa de Admirável Mundo Novo, a visionária distopia do livro de Aldous Huxley, publicado em 1932. Um total de 16 profissionais trabalha aqui. Publicam revistas acadêmicas, produzem relatórios de risco para empresas de tecnologia, para Governos (por exemplo, para o finlandês) ou para a ONU, que está se preparando para construir seu primeiro programa de Inteligência Artificial — um dos representantes do programa visitava os escritórios do FHI na semana passada. Niel Bowerman, diretor-adjunto, físico do clima e ex-assessor da equipe política de Energia e Meio Ambiente de Barack Obama, diz que no instituto sempre estudam quão grande é um problema, quantas pessoas trabalham nele e quão fácil é avançar nessa área para determinar os campos de estudo. Bostrom é quem comanda o instituto, quem decide onde ir, o visionário. Desenvolve seu trabalho graças ao incentivo filantrópico de James Martin, milionário interessado nas questões de riscos existenciais do futuro, que há 10 anos impulsionou o FHI para estudar e refletir sobre coisas que a indústria e Governos, guiados por seus próprios interesses, não têm por que pensar. O filósofo sueco, que foi incluído em 2009 na lista dos 100 maiores pensadores globais da revista Foreign Policy, está interessado em estudar, em particular, sobre as ameaças distantes, as quais não gosta de colocar datas. “Quanto maior for o prazo”, diz, “maiores são as possibilidades de um cenário de extinção ou de era pós-humana”. Mas existem perigos no curto prazo. Os que mais preocupam Bostrom são aqueles que podem afetar negativamente as pessoas como pragas, vírus da gripe aviária, as pandemias. Há uma corrida entre nosso progresso tecnológico e nossa sabedoria, que vai muito mais devagar Em relação à Inteligência Artificial e sua relação com a militar, diz que os riscos mais evidentes são representados por drones e pelas armas letais autônomas. E lembra que a guerra nuclear, embora

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Tecnologia – Braço biônico

Claudia Mitchell, a jovem aí da foto, perdeu o braço em consequência de um acidente de moto. As mais simples funções do cotidiano se transformaram em sacrifício inimagináveis. Qualquer atividade de manuseio de objetos só era possível com o auxílio das pernas e, assim mesmo, com enormes limitações. Mas, e tem sempre uma mas, dessa vez para melhor, um braço biônico desenvolvido pelo Centro de Reabilitação de Chicago transforma radicalmente a vida da jovem. Cláudia passa a ser a primeira mulher, e a 4ª pessoa no mundo, a receber o dispositivo que “interpreta” impulsos elétricos captados pelos músculos do peito de Cláudia e transforma esta intenção em movimentos do braço mecânico. Seis milhões de dolares é o custo do aparelho, uma vez que se trata de um protótipo. Quando o aparelho entrar em produção industrial, certamente, irá se tornando mais barato como é praxe em avanços da área de tecnologia. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Cientistas criam robô capaz de construir sozinho outros melhores

Pesquisadores britânicos desenvolveram um robô capaz de construir outros robôs ainda melhores sem intervenção humana. A “mãe-robô”, produzida na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, junta pequenos cubos para formar um novo “bebê-robô” “Ela” então avalia a distância que eles conseguem percorrer e, após analisar os resultados, consegue projetar outros robozinhos capazes de percorrer distâncias ainda mais longas. Adaptação O objetivo do estudo é descobrir como produzir robôs que se adaptem ao ambiente. O trabalho, feito por pesquisadores de Cambridge e Zurique, na Suíça, foi publicado na revista científica PLOS One. Apesar de a ideia de robôs construírem outros robôs – cada vez melhores – parecer roteiro de filme de ficção, até o momento não é preciso se preocupar com a hipótese de eles “dominarem o mundo”: os “bebês-robos” são apenas cubos de plástico com um motor dentro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A mãe-robô cola um ao outro em configurações diferentes, o que lhe permite encontrar sistemas cada vez melhores. Apesar de a montagem ser simples, o trabalho em si é elaborado. Os experimentos com robôs ajudam cientistas a entender melhor a evolução de seres vivos A mãe construiu dez gerações de robôs. A versão final conseguiu percorrer o dobro da distância coberta pelo primeiro antes de a sua bateria acabar. De acordo com Fumiya Iida, da Universidade de Cambridge, que conduziu a pesquisa com colegas da Universidade ETH, em Zurique, um dos objetivos é encontrar novas ideias sobre como seres vivos evoluem. “Uma das grandes questões da biologia é como a inteligência surgiu – e estamos usando a robótica para explorar esse mistério”, disse ele à BBC. “Sempre pensamos em robôs fazendo tarefas repetitivas, já que, tipicamente, são projetados para produção em massa e não customização em massa. Mas, queremos ver robôs capazes de inovação e criatividade.” Outro objetivo é desenvolver robôs capazes de melhorar e se adaptar a novas situações, de acordo com Andre Rosendo, que também trabalhou no projeto. “Pode-se imaginar carros sendo construídos em fábricas e robôs procurando defeitos e consertando-os por conta própria”, disse. “E robôs usados na agricultura poderiam experimentar técnicas diferentes de colheita para ver se melhoram o rendimento.” Iida disse que começou a trabalhar com robótica porque estava decepcionado, já que os robôs da vida real não eram tão bons como os que ele via em filmes de ficção científica como “Guerra das Estrelas” ou “Jornada nas Estrelas”. Seu objetivo é mudar isso. Para tanto, tira lições do mundo natural visando a melhorar a eficiência e a flexibilidade de sistemas de robótica tradicionais. Será que em breve veremos robôs como os da ficção científica que o inspiraram? “Ainda não chegamos lá, mas com certeza, por que não? Talvez em cerca de 30 anos”, diz ele. Pallab Ghosh/BBC

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