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342agora.org.br – O movimento virtual para afastar Temer

342 Agora, o movimento virtual contra Temer que sonha em acordar as ruas Mobilização de artistas faz campanha para pressionar deputados a aceitar denúncia. Pressão popular ainda não é significativa para votação decisiva, que ficou para agosto. Antes mesmo da vitória do presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na última quinta-feira, um grupo de artistas já mirava o passo seguinte: a votação no plenário da Casa, onde 342 votos são necessários para que a denúncia de corrupção contra Temer seja aceita, e de fato o Supremo Tribunal Federal possa decidir ou não tirar-lhe do cargo. Nas redes sociais, o movimento 342.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Agora, liderado por vários artistas, tenta furar a polarização ideológica PT e anti-PT e reavivar uma mobilização que ainda não existe nas ruas, apesar da baixíssima aprovação popular do presidente. Fazem parte do movimento, por exemplo, tanto o ator Marcelo Serrado, que se posicionou a favor do impeachment de Dilma Rousseff e fez campanhas na rede no ano passado pela sua queda, como o músico Tico Santa Cruz, identificado com a esquerda, e que na ocasião buscou denunciar “um golpe” e pede por “Diretas já”. Mas tem também Caetano Veloso, Marisa Monte, e outros famosos globais, como Adriana Esteves, ou Fabio Assunção. O “Fora, Temer” virou o ponto de concordância que tenta fazer ebulição até 2 de agosto, para quando está marcada a votação decisiva. “Sempre que os artistas se mobilizam, a repercussão nas redes é grande. Mas a Internet, apesar de conseguir cultivar uma ideia entre a audiência, não é capaz por si só de transformar isso em manifestações de rua”, diz Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Laboratório de estudos sobre Internet e Cultura (LABIC). “Nem direita e nem esquerda conseguem dialogar com conjunto da população, que nega esse sistema político. Por isso há esvaziamento nas ruas. A população não quer fazer papel de isca, de bobo, e legitimar candidato A ou B. Sabe que em determinada manifestação podem pedir a volta do Lula ou querer entregar o poder para outra pessoa”. Os artistas começaram a se unir em torno do “Fora, Temer” no final de maio, quando muitos deles se apresentaram na praia de Copacabana e pediram por “Diretas Já”. Depois, houve também ato em São Paulo. Paula Lavigne – dona da Uns Produções e Filmes, que gerencia a carreira de Caetano Veloso e Teresa Cristina, entre outros – transformou seu apartamento em uma espécie de QG das “Diretas Já”, num movimento ao que também se engajaram o deputado Alessandro Molon (REDE), o senador Randolfe Rodrigues (REDE) e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). Lavigne chegou a dizer que o encontro foi feito para “acima de tudo para sinalizar a sociedade que precisamos deixar esse racha ideológico de lado e voltarmos a conversar de forma respeitosa para pensamento junto o Brasil que queremos”. Apesar da natureza pretensamente supraideológica, foram os movimentos mais à esquerda que abraçaram a mobilização. Ao entrar no site 342agora.org.br, criado pela Mídia Ninja, um órgão claramente alinhado à esquerda, o usuário se depara com o placar dos deputados que são a favor da investigação, que são contra e que estão indecisos. Algo semelhante havia sido feito durante o impeachment por grupos à direita. Clicando no nome do parlamentar é possível enviar mensagens para ele ou ela através do e-mail, Facebook, Twitter, entre outros canais. No site estão dezenas de pequenos vídeos nos quais os artistas pedem: “Vamos pressionar para que os deputados aceitem a denúncia contra Temer”. Caetano Veloso, Glória Pires, Martinho da Vila, Karol Conka, Wagner Moura, Criolo, Adriana Esteves e Maria Padilha são alguns dos muitos que deixaram suas mensagens. Segundo postou a empresária Paula Lavigne, articuladora do movimento e companheira de Caetano Veloso, nas primeiras três horas online o site teve 250.000 acessos, 500.000 e-mails enviados a congressistas e um alcance de 10 milhões de usuários. Malini, do LABIC, explica não ser possível medir o desempenho no Instagram, onde os artistas costumam ter muita mais influência. Uma postagem de Marisa Monte sobre o 342 Agora teve, por exemplo, 8.011 curtidas até 17h40 desta quarta-feira. “Os artistas chegam à públicos que os movimentos não chegaram. Geralmente, muitos dos que seguem as celebridades não são apegados a temas políticos e estão fora a bolha ideológica”, argumenta Malini. Tudo isso ocorre em um momento no qual Temer balança no cargo, com o PSDB dando sinais de que vai sair da base do Governo e classe política se reunindo em torno da figura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Também em um contexto de “aquecimento da esquerda, algo que inclusive o Datafolha reflete”, segundo Malini. A direita, explica o especialista, vem se mobilizando menos nas redes e o único tema que mais figura nas redes é “Bolsonaro 2018”. “A esquerda ainda tem uma hegemonia do PT, mas não tem a característica de criar uma central de mobilização nas redes sociais. Os movimentos da esquerda e as pautas são muito diversificadas, e a capacidade de influência é policentrada. Já a direita busca se afirmar como ser direita, algo muito novo. É uma relação é diferente. O MBL [Movimento Brasil Livre] e o Vem pra Rua têm hoje características de partido político”, explica o pesquisador sobre ciências de dados. Uma análise dos movimentos pró-impeachment Os movimentos que pediram pela queda de Dilma Rousseff tiveram uma queda de audiência e/ou mudaram de perfil. No dia 10 de abril de 2016, uma semana antes da Câmara autorizar a abertura do processo de impeachment, o Vem Pra Rua fez 10 postagens no Facebook que resultaram em 160.133 curtidas e 111.057 compartilhamentos. Em dia 11 de julho de 2017, quando a Câmara discute o caso de Temer e está prestes a definir seu destino, o grupo fez 17 posts que conseguiram 24.002 curtidas e 9.558 compartilhamentos. Os dados também são do LABIC de Malini, que contextualiza: “O Vem Pra Rua aumentou seu volume de publicações, mas desidratou de público. A manifestação que agendaram para o dia 28 muito dificilmente vai emplacar”. Em entrevista

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Tecnologia – WhatsApp e o golpe das cores

O que é o golpe das cores do WhatsApp e como se prevenir Este novo golpe promete trocar as cores do WhatsApp, mas o objetivo é outro: encher seu celular de anúncios publicitários e acessar dados pessoais Você quer trocar a cor do WhatsApp em seu celular? Pense duas vezes antes de aceitar um convite suspeito. Uma nova fraude que promete personalizar a cor do popular aplicativo de mensagens está circulando por celulares do mundo inteiro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Trata-se de um página na internet com o logo e a aparência do WhatsApp, mas em azul em vez de verde, além de um nome muito parecido: шһатѕарр.com. A URL falsa usa caracteres do alfabeto cirílico (“ш”e “т”) para se passar pelo original e convida usuários de dispositivos iOS, Android, Blackberry e Windows Phone a trocar a cor do WhatsApp. A instalação, no entanto, faz proliferar um vírus que enche o aparelho de anúncios publicitários. Como funciona e como evitar a fraude A URL enganosa já aperece em espanhol e usa o mesmo nome do WhatsApp, mas com caracteres cirílicos (e não começa com “https”) – Direito de imagemШҺАТЅАРР.COM O golpe funciona da seguinte maneira: Primeiro, pede-se que o usuário encaminhe a URL enganosa a 12 de seus contatos ou a sete de seus grupos de WhatsApp. Em seguida, deve-se ativar um link. Pouco depois, aparece uma mensagem: as novas cores do WhatsApp estão disponíveis apenas no aplicativo de desktop. Então, o usuário tem que instalar uma extensão do Google Chrome, cujo nome é “BlackWhats”. Pede-se para fazer o download de uma extensão fraudulenta: BlackWhats. Direito de imagem BLACKWHATS A página web é uma plataforma adware, ou seja, um software malicioso que mostra avisos publicitários em seu navegador. Uma imagem de alerta já aparece no momento da instalação. Imagem de alerta diz que página pode ser perigosa Esse tipo de golpe é conhecido como phishing e tem como objetivo acessar dados pessoais do usuário contidos em seu telefone ou conta de e-mail. Por isso, não é recomendável clicar em sites pouco confiáveis ou fazer o download de extensões desconhecidas. Como evitar cair em fraudes do tipo: Confirme o endereço web: o fato de um endereço terminar em .org não garante que ela seja oficial. Analise o endereço com cuidado e cheque todos os caracteres. https x http: mesmo que nem sempre seja uma garantia, note se aparece no início do endereço o protocolo https, a versão segura do http. Não faça download de extensões suspeitas: pergunte-se se você realmente precisa instalar a extensão e por que ela é necessária. Revise a gramática: os erros de ortografia são habituais nesse tipo de golpe. Desconfie se o convite obriga a compartilhá-lo com seus contatos: costuma ser uma estratégia comum para distribuir o vírus adware. Mas quem está por trás da fraude? Não há nomes vinculados ao registro do шһатѕарр.com, mas há um endereço no Arizona, nos EUA, segundo o WHOIS, a base de dados que permite identificar o proprietário de um domínio de endereço IP na internet, explica o veículo International Business Times. Esta não é a primeira vez que os usuários do WhatsApp são vítimas de golpes. Algumas ações fraudulentas tentam convidar usuários para assinaturas gratuitas do Netflix ou a ganhar dinheiro muito facilmente. O WhatsApp sugere em seu site que se evite clicar em aplicativos que pedem para reenviar a mensagem ou que prometem ganhos financeiros. “Sempre advertimos ao remetente: ignore e apague a mensagem”, diz a empresa.

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Algorítimos irritam usuários da Internet

Internet se rebela contra a ditadura dos algoritmos Facebook e Google corrigem seus sistemas de inteligência artificial para mostrar a seus usuários uma visão de mundo mais rea Pressionado pela crise das notícias falsas, o Google reagiu com mudanças em sua joia da coroa, os algoritmos de busca: a partir desta semana darão mais peso às páginas consideradas mais confiáveis e tornarão menos visíveis os conteúdos de baixa credibilidade. Depois de meses de testes, as melhorias anunciadas pretendem evitar que os primeiros lugares das buscas continuem exibindo páginas que negam o Holocausto, divulgam mensagens vergonhosas contra as mulheres ou difundem boatos como o de que Barack Obama prepara um golpe de Estado contra Donald Trump.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Com o mesmo objetivo, o Facebook começa a permitir aos usuários que denunciem informações duvidosas. A partir desta semana, também passa a mostrar abaixo delas notícias confiáveis sobre o mesmo tema e também links para sites de checagem de dados. A divulgação de mentiras, informações muito tendenciosas, rumores e boatos foi protagonista nas campanhas do Brexit e das eleições presidenciais nos EUA e colocou sob escrutínio os algoritmos de Google e Facebook, acusados de favorecer a divulgação de notícias falsas e a criação de bolhas ideológicas. Isso porque as redes sociais mostram na timeline de cada usuário o que seus algoritmos intuem que a pessoa vai gostar, favorecendo notícias que confirmam sua visão de mundo diante das que questionam suas ideias, segundo adverte o relatório do projeto REIsearch, patrocinado pelo Atomium (o Instituto Europeu para a Ciência, Meios de Comunicação e Democracia), que acaba de lançar uma grande pesquisa pública para questionar os europeus sobre este e outros impactos da nova geração de tecnologias da Internet. “Culpar as redes sociais pelas bolhas ideológicas é um paradoxo. Ampliam a visão dos usuários para além de seu entorno mais próximo, mas não resolveram um problema que já existia, porque seus algoritmos ainda não são suficientemente bons”, afirma David García, pesquisador da área de ciências sociais computacionais na Escola Politécnica Federal de Zurique. Ali ele analisa se o conteúdo emocional das notícias falsas contribuiu para aumentar sua difusão. E destaca que os algoritmos podem detectá-las melhor se forem alimentados com dados sobre como são compartilhadas as notícias nas redes sociais. Monitorar os usuários “A pesquisa sobre as redes sociais permite identificar os usuários que compartilham notícias não verazes. Um algoritmo poderia detectar que uma notícia está sendo compartilhada por muitos desses usuários e classificá-la como possivelmente falsa”, afirma David García. “Imagino que o Google esteja fazendo algo parecido para melhorar seu algoritmo, mas o problema é que não sabemos o que é.” Em 2015, um grupo de cientistas do Google publicou um artigo de pesquisa no qual explicava um novo método para avaliar a qualidade dos sites em função da veracidade dos dados que contém, em vez do método tradicional do buscador, que determina a popularidade de um site combinando uma multiplicidade de sinais externos, como o número de links para ele a partir de outros sites. O Google não esclarece se incorporou esse algoritmo da verdade em suas melhorias recentes. Walter Quattrociocchi, pesquisador da área de ciência de dados, redes e algoritmos no IMT – Institute for Advanced Studies italiano, alerta sobre essa ideia: “Um algoritmo, por definição, nunca será capaz de distinguir o verdadeiro do falso”. Carlos Castillo, que dirige o grupo de pesquisas de ciência de dados no Eurecat (Barcelona), concorda: “Decidir se algo é verdadeiro ou falso não é algo que devemos terceirizar para uma máquina. Nem para outras pessoas. Não pode haver um Ministério da Verdade [como o do romance 1984, de George Orwell], tampouco um algoritmo da verdade”. Pelo contrário, o pesquisador afirma que a maioria das mudanças anunciadas por Google e Facebook nas últimas semanas aplicam soluções baseadas na participação humana. Castillo defende o fomento do ceticismo visível: destacar as notícias falsas e contextualizá-las, ao contrário das exigências de que Facebook e Google as eliminem. Soluções humanas: educação e verificação de dados “O que sim podemos pedir a um algoritmo é que nos ajude a avaliar a veracidade de uma informação, destacando os dados e demais elementos que devemos comparar para formar nossa opinião”, acrescenta o pesquisador Carlos Castillo. “Decidir se algo é verdadeiro ou falso não é algo que devemos terceirizar para uma máquina. Nem sequer para outras pessoas.” Assim, a Full Fact, uma agência independente de verificação de dados, prevê que este ano seus revisores possam começar a usar inteligência artificial para agilizar seu trabalho. Google e Facebook começaram a dar visibilidade a estas verificações humanas ao lado das notícias que divulgam, para que os usuários possam avaliar melhor sua veracidade. Walter Quattrociocchi destaca a necessidade de “sinergias entre jornalistas e instituições acadêmicas para promover um intercâmbio cultural e combater a difusão de notícias falsas”. “O problema não será resolvido pelos algoritmos”, adverte David García. E Carlos Castillo concorda também que “nos falta alfabetização midiática: ainda não desenvolvemos certas habilidades para avaliar as notícias, mas faremos isso”. Na mesma linha, Andreas Schleicher, diretor de Educação da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) anunciou que a análise crítica de informações digitais será incorporada ao próximo relatório PISA, que em 2018 avaliará o rendimento acadêmico dos estudantes de nível secundário internacionalmente. ElPais

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WhatsApp: Recuperando mensagens apagadas

Saiba como recuperar uma mensagem apagada do WhatsApp Você já apagou sem querer uma mensagem importante que recebeu pelo WhatsApp? Não precisa se preocupar, porque tem como recuperar todas as suas conversas! [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] O WhatsApp tem um sistema de backup que copia tudo e você consegue recuperar ele sempre que precisar! Muito legal, não é mesmo? E olha só como é fácil fazer isso! Se o seu smartphone for um iOS, entre no WhatsApp, vá em “Ajustes” e depois, em “Conversas”. Toque em “Backup de conversas” e, em “Auto backup”, selecione a opção. “Diariamente”, assim você consegue recuperar mensagens apagadas nas últimas 24 horas. Se você escolher a opção “Semanalmente” ou “Mensalmente”, talvez não encontre a mensagem que você apagou, tá? Gente, só um detalhe: é só depois dessa etapa que as suas mensagens começam a ficar salvas no backup, viu? Se você apagou a mensagem e não estava com o backup ativado, não tem como recuperar. Pra recuperar as mensagens apagadas, é só desinstalar o aplicativo e instalar de novo. Quando você estiver configurando o app, ele vai perguntar se é pra recuperar as conversas mais recentes. Aí, é só responder que sim e pronto! Todas as suas mensagens, imagens e vídeos vão estar lá! E tem mais! Se você tiver um celular Android, vá nas “Configurações” do aplicativo, depois em “Conversas” e “Backup de conversas”. Agora, selecione a opção “Diário” e veja se a conta do Google Drive está selecionada. Já pra iOS, é só desinstalar, reinstalar e quando ele perguntar se é pra restaurar as conversas antigas, você responde que sim.

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Procura-se: homem, solteiro

Cada vez mais empresas usam anúncios direcionados para encontrar profissionais Direito de imagemGETTY IMAGES Como headhunters podem estar perseguindo você no Facebook [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]Há quatro meses, a neozelandesa Lisa Dorahy navegava pelo Facebook quando viu um anúncio de emprego surgir em seu feed de notícias. Ela não estava à procura de um novo trabalho e aquela era uma das poucas vezes em que Dorahy, uma ocupada mãe de três crianças, teve tempo de dar uma passeada pelas redes sociais. Mas o post que procurava por uma assistente em meio-período em uma empresa de recrutamento parecia perfeito para ela. Ela clicou no link e se candidatou. Três dias depois, foi chamada para uma entrevista, e na semana seguinte já começava no novo emprego. Hoje, Dorahy entende que o anúncio tinha como alvo alguém exatamente com seu perfil. Recrutamento seletivo Certas redes sociais contam com um movimento diário de 1 bilhão de usuários, o que atrai os headhunters – Direito de imagemALAMY Anúncios de emprego no Facebook não são um fenômeno recente – você certamente já viu algum em sua página. Mas é possível que você também tenha notado anúncios para funções ou setores normalmente fora da sua área de atuação. Isso provavelmente resulta da busca de headhunters por pessoas com habilidades e experiência como as suas, com base em informações que o Facebook “aprendeu” sobre você a partir do seu comportamento no site. À medida que mais headhunters começam a usar esse recurso, alguns especialistas também alertam sobre o outro lado da moeda: a possibilidade de que o Facebook também seja usado para que os headhunters obtenham informações que podem servir para discriminar e eliminar possíveis candidatos, como idade, etnia, religião e gênero. Tudo funciona da seguinte maneira: o Facebook Ads é um serviço que permite que empresas paguem para postar anúncios no feed de notícias ou nas laterais do feed dos usuários da rede social. Quando publica um anúncio, a empresa pode escolher o tipo específico de pessoa que ela quer atingir, com base em dados como idade, gênero, interesses, etnia, religião e muito mais. A BBC Capital entrou em contato com o Facebook, mas a empresa se recusou a comentar sobre a prática de recrutamento seletivo na plataforma. Mas o Facebook não é a única rede social que permite publicidade direcionada. Qualquer plataforma que colete dados sobre seus usuários pode oferecer esse serviço. O Google+ ou o Instagram (que pertence ao Facebook) são dois exemplos, enquanto o LinkedIn permite a headhunters criar anúncios com base na idade e no sexo, mas não na etnia nem na orientação sexual do usuário. Um bilhão de possibilidades Segundo Jorgen Sundberg, especialista em marketing digital, 10% dos headhunters britânicos fazem anúncios direcionados – Direito de imagemLINK HUMANS Jorgen Sundberg, fundados da agência de marketing digital Link Humans, em Londres, acredita que 10% das 20 mil empresas de recrutamento da Grã-Bretanha estejam usando os anúncios direcionados do Facebook para encontrar profissionais. “Dentre todas as empresas de tecnologia, o Facebook é, indiscutivelmente, o que possui mais informações sobre qualquer pessoa”, explica Sundberg. Um porta-voz do Facebook afirmou que a empresa não divulga dados sobre o número de headhunters que utilizam a ferramenta, e se recusou a comentar mais sobre o assunto. “Com 1,13 bilhão de usuários ativos por dia, o Facebook é um lugar onde você pode encontrar candidatos para todo tipo de emprego”, afirma Tony Restell, sócio da agência de mídias sociais Social-Hire, com sede na Grã-Bretanha. “Analistas do mercado financeiro têm as mesmas chances de querer se conectar com amigos do que motoristas de caminhão. Por isso, o Facebook tem uma penetração enorme em vários setores da economia.” Essa grande variedade de usuários faz com que os anunciantes sejam específicos e precisos ao buscar seus alvos. Quando não o fazem, acabamos recebendo aqueles anúncios que não fazem o menor sentido para nós. Mas, segundo Restell, o Facebook não quer dar margens a erros. A empresa compensa os anunciantes oferecendo preços mais baixos se a audiência estiver interessada no post, enquanto cobra mais daqueles cujos anúncios não são populares. Procura-se: homem, solteiro A headhunter Emily Richards usa o Facebook para 30% das vagas que tem para preencher – Direito de imagemGRAHAM WARMAN PHOTOGRAPHY A neozelandesa Emily Richards, chefe de Dorahy na firma de recrutamento Human Connections Group, usa o Facebook para preencher um terço das vagas disponíveis na empresa. Por cerca de US$ 14 (ou R$ 46), um anúncio pode atingir até 10 mil pessoas, dependendo do perfil desejado – algo que, para Richards, é uma opção com uma ótima relação custo/benefício. Mas a empresária também se diz “totalmente ciente” da capacidade das companhias de usar o direcionamento para acabar eliminando certos perfis “indesejados”. “Se colocada nas mãos erradas, a ferramenta pode ser extremamente prejudicial para a igualdade de gêneros, a igualdade racial e tudo aquilo para o qual trabalhamos tanto para evitar.” Com o objetivo de testar a precisão de um anúncio direcionado, a BBC Capital fez uma simulação no Facebook. A primeira opção foi apenas por homens com idades entre 18 e 25 anos, morando em Nova York. Em seguida, excluímos todos os que têm filhos ou que são casados ou comprometidos. É possível até fazer escolhas por apenas algumas etnias. Excluímos ainda todos os vegetarianos, veganos e pessoas que “curtem” chocolate. O anúncio final para uma “Superestrela das Redes Sociais” foi logo aprovado pelo Facebook e publicado para cerca de 430 mil homens jovens, solteiros, sem filhos e carnívoros. O que diz a lei Davida Perry, sócia do escritório de advocacia Schwartz & Perry, de Nova York, acredita que a prática de direcionar anúncios de emprego através do Facebook Ads pode levar à violação de várias leis. Nos Estados Unidos, uma lei federal proíbe que o recrutamento seja feito de maneira a discriminar pessoas por sua idade, raça, religião, sexo, estado civil, saúde e orientação sexual. Portanto, mesmo que os anúncios não sejam necessariamente discriminatórios, o processo de direcionamento – através de selecionar certos perfis e excluir outros –

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Quanto dinheiro o Facebook ganha com você (e como isso acontece)

A maior das redes sociais, o Facebook, está faturando mais do que nunca e a razão desse sucesso não é nenhum segredo: os seus usuários. Direito de imagemAFP Em apenas três meses, entre julho e setembro deste ano, a receita do Facebook foi de mais de US$ 7 bilhões (R$ 22 bilhões), segundo a própria empresa. O valor supera o Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 40 países, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Aos 32 anos, Mark Zuckerberg é a face mais conhecida do sucesso das redes sociais. Um quarto da população do planeta é de usuários do Facebook Direito de imagemGETTY IMAGES O número cada vez maior de usuários do Facebook representa novos clientes potenciais de empresas que pagam por espaços publicitários na rede social. Segundo o portal Statista, especializado em estatíticas e bases de dados, de julho a setembro o Facebook teve 1,79 bilhão de usuários ativos – o que equivale a um quarto da população mundial. Quanto o Facebook ganha com você? Se o faturamento trimestral da rede social for dividido pelo número de usuários, chega-se a US$ 4,01 (R$ 12,54) – é o que cada usuário rende em média no período. Quase 90 por cento dos usuários do Facebook acessam a rede social por meio do seu telefone celular – Direito de imagemReuters Se for feita uma projeção anual deste valor, o resultado será US$ 16,04 (R$ 50) – é o que o quanto cada um ajudou o Facebook a ganhar em 12 meses. Houve um aumento considerável em relação ao ano passado, quando esse valor era de US$ 11,88 (R$ 37,6). O valor sobe à medida que cresce o número de usuários do Facebook. No entanto, o valor econômico dos usuários varia geograficamente, de acordo com o faturamento publicitário de cada região. EUA e Canadá são os mercados mais importantes para o Facebook em termos de faturamento com publicidade – Direito de imagemGETTY IMAGES Segundo os balanços divulgados pelo próprio Facebook, entre julho e setembro, cada usuário dos EUA e Canadá representou US$ 15,65 de faturamento (em torno de R$ 50), enquanto na Europa o valor foi de US$ 4,72 (cerca de R$ 15). No resto do mundo (excluindo a região Ásia-Pacífico), a média trimestral foi de US$ 1,21 (pouco mais de R$ 3) por usuário. Publicidade bilionária Do faturamento de US$ 7 bilhões anunciado pelo Facebook, US$ 6,82 bilhões correspondem a publicidade. E dessa publicidade, informa o jornal britânico The Telegraph, 84% são propagandas criadas para serem vistas em telefones celulares. Isso não acontece por acaso. Calcula-se que 90% dos usuários do Facebook acessam suas contas pelo celular. Protesto no Marrocos organizado por meio do Facebook. A rede social se tornou bem mais do que uma plataforma para a publicação de fotos. Atualmente, reflete a profissão e a posição política dos seus usuários – Direito de imagemGETTY IMAGES “Tivemos outro bom trimestre”, disse Mark Zuckerberg ao divulgar os resultados da companhia. Mas por que cada vez mais empresas anunciam no Facebook? Porque a rede social lhes oferece a possibilidade de atingir públicos muito específicos, segmentados por idade, sexo, escolaridade, profissão e mesmo por seus passatempos. Ao abrir uma conta na rede de Zuckerberg, o usuário dá permissão para que sua informação pessoal seja utilizada pela rede. Barack Obama foi o primeiro presidente a explorar o potencial das redes sociais. Ele se encontrou várias vezes com o criador do Facebook, Mark Zuckerberg Direito de imagemGETTY IMAGES Tudo o que é postado permite que a rede social conheça nossos hábitos e gostos. Isso é exatamente o que se oferece aos anunciantes. É por isso que, se você gosta de viajar, certamente vê na página muitas propagandas de companhias aéreas. Se for estudante, talvez veja mais anúncios de fabricantes de computadores. O Facebook deveria pagar aos usuários? O gigantesco faturamento da rede social despertou a discussão sobre se o Facebook não deveria remunerar os usuários de alguma forma. Muitos acreditam que estes mereceriam uma compensação já que sua informação pessoal é vital para a venda de publicidade na rede. “A maior inovação do Facebook não é a rede social, mas o fato de ter convencido as pessoas a darem muita informação em troca de quase nada”, explica Tim Wu, professor de direito da Universidade Columbia, em Nova York. Quer criar uma conta? “É grátis e sempre será”, diz o Facebook. No entanto, não é com dinheiro que pagamos à rede social – Direito de imagemGETTY IMAGES “Se fossemos inteligentes, pediríamos ao Facebook que nos pagasse”, disse Wu em entrevista à revista americana The New Yorker. No livro Bem-vindo ao Futuro – Uma Visão Humanista Sobre o Avanço da Tecnologia (Who Owns the Future?, no original em inglês), o escritor e cientista da computação americano Jaron Lanier chega a uma conclusão semelhante. Para ele, a informação pessoal deve ser tratada com bem que merece ser remunerado. Quando se acessa a página do Facebook, logo abaixo da barra azul onde deve-se escrever e-mail e senha, lê-se: “Sign Up” (“Cadastre-se”). E, logo abaixo, a frase: “It’s free and always will be” (“É grátis e sempre será”). Mas os dois especialistas concordam que os usuários pagam o Facebook com a sua informação pessoal. E é essa a moeda de troca que torna rentável o bilionário modelo de negócio do gigante das redes sociais. BBC

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O menino de 14 anos que está à frente da revolução tecnológica pretendida pelo Facebook

 Alec Jones aspira trabalhar um dia para grandes firmas tecnológicas Alec Jones é um adolescente canadense de 14 anos que há seis meses se empenha no desenvolvimento de um aplicativo para ajudar estudantes a organizar seus deveres de casa.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Sua ideia está à frente da revolução tecnológica que o Facebook pretende liderar e parece ser melhor que outras com tecnologia semelhante desenvolvidas por empresas como Google e CNN. A tecnologia é a do chatbot, tida como uma promessa de mudar completamente a forma como interagimos com serviços e empresas online. Na tradução literal, seria algo como “robô de bate-papo”. Image captionO bot interage com as crianças: “Você tem dever de casa de matemática?”; “Sim”; “Seu professor precisa relaxar um pouco com o dever de casa. Que dever você tem?”; “Mais álgebra 🙁 “; “Ok, entendido”. No ano passado, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, abriu o acesso a documentos para tornar possível qualquer um desenvolver seus bots para o Messenger (aplicativo de mensagens da rede social), como uma forma de estimular e testar a nova tecnologia. E, há quase um ano, o presidente-executivo da Microsoft, Satya Nadella, proclamou: “os ‘bots’ são os novos aplicativos”. Mas, até agora, seu progresso tem sido decepcionante. A maioria dos apps é pouco útil ou não funciona bem. Na semana passada, no entanto, meu otimismo renasceu nas mãos de Alec Jones, que vem desenvolvendo o “Christopher Bot”. Conversa informal Para configurá-lo, é preciso apenas compartilhar o horário escolar com o bot, e ele envia mensagens ao final de cada aula pelo Facebook Messenger para perguntar se há dever de casa. “Você tem dever de casa de matemática?”, me perguntou por mensagem o bot. “Sim”, respondi. “Seu professor precisa relaxar um pouco com o dever de casa”, respondeu, acrescentando: “qual dever de casa você tem?”. “Mais álgebra 🙁 “, escrevi. “Ok, entendido”. O aplicativo de Alec funciona no Facebook Messenger Por meio desse sistema, pude incluir facilmente “álgebra” num calendário semanal. Assim, posso acessá-lo a qualquer momento para checar o que falta fazer. Logo que completei a tarefa, avisei ao Christopher Bot, e ele me felicitou, eliminando automaticamente a tarefa da lista de coisas pendentes. E o melhor é que na época das férias, o bot não incomoda. A promessa dos chatbots O que impressiona é que, de todos os experimentos que se têm observado, esta é a primeira vez que um chatbot foi, realmente, a melhor maneira de solucionar um problema. Outros chatbots produzem uma experiência pior de algo que já existe. Por exemplo, é melhor ter acesso a notícias da CNN por meio de qualquer outro de seus produtos que o chatbot. E o popular bot de informação climática Poncho, embora atraente e bem divulgado, tem o hábito de me dizer que está para chover cinco minutos depois que os pingos já começaram a cair. Allo, o serviço de mensagem do Google, funciona em dispositivos iOS e Android Mas Christopher Bot mostra o potencial de produzir um serviço que tira a necessidade do estudante de acessar outra ferramenta para lembrar o que é preciso fazer. E interage de uma forma que diminui (ligeiramente) a tarefa inevitável. “Queria que ele não parecesse com um robô, que parecesse com meus amigos”, contou Alec. “Se a gente tem dever de casa, a gente se cumprimenta e diz ‘que droga’”. E ele faz isso dentro de um aplicativo (Facebook Messenger) que os amigos dele provavelmente já estão usando (embora talvez o Snapchat seja mais útil no futuro). Em resumo, é um produto que aquelas companhias que apostam nos chatbots deveriam tentar imitar. Críticas positivas No início desta semana, o bot de Alec foi compartilhado no Product Hunt, um site sobre produtos tecnológicos que ganham ou perdem popularidade segundo as reações geradas entre os assinantes. “Você está resolvendo o problema de muitos estudantes”, disse um usuário. “Também tenho 14 anos”, falou outro. “Ótimo trabalho! É incrível como você tem a minha idade e fez um produto tão legal e útil. Demais!”, acrescentou. Mark Zuckerberg disse ano passado querer que mais pessoas criassem aplicativos para o Messenger Allo allo Enquanto isto, o programa Allo, do Google, lançado com pompa ano passado por integrar inteligência artificial em seu sistema, não conseguiu sequer brigar por uma parte do mercado de aplicativos de mensagem, dominado pelo WhatsApp e o Facebook Messenger. Isso porque não há nenhuma boa razão para usar o Allo. Nenhuma de suas características – como pedir por direções – dá algo a mais ou mais interessante do que aquilo que já se consegue “à moda antiga”. E usuários têm uma paciência incrivelmente curta para chatbots que não funcionam como esperado. Para Alec, a maioria das grandes companhias está perdendo o foco. “Existem vários chatbos feitos por essas grandes companhias que deveriam ajudá-lo a interagir mais com os serviços deles e possibilitar mais funcionalidades” , opinou. “Mas parece que eles viram os bots, e pensaram: ‘isso é legal, as pessoas estão olhando para isso agora, então vamos também construir um bot’”, disse. “Parece que eles fizeram versões não tão boas do que realmente estão tentando fazer”, acrescentou. Como qualquer bom desenvolvedor, Alec tem aspirações de dar um passo à frente – ele quer que o aplicativo também possa ser usado por adultos no trabalho

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