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Gestão Doria: investigar corrupção? Nem pensar

Saída de secretário e controladora que investigavam corrupção em SP abre crise na gestão Doria Saída de Natalini da Secretaria do Meio Ambiente faz conselheiros da área renunciarem. Ele havia enviado denúncias de irregularidades para controladora de São Paulo, também demitido. A demissão de mais um secretário da gestão João Doria  na Prefeitura de São Paulo trouxe uma nova crise de imagem ao Governo municipal nesta semana. Gilberto Natalini, vereador do Partido Verde (PV), foi demitido da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para, segundo a versão oficial, acomodar outro partido aliado da base governista na Câmara. A saída dele acontece após a denuncia de indícios de corrupção dentro da pasta, que levaram a secretaria a adotar procedimentos mais rígidos de licenciamento ambiental desagradando construtoras.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Natalini deixa o Governo dias depois da demissão da controladora-geral do município, Laura Mendes de Barros, que investigava as denúncias feitas pela área ambiental da gestão. Ela também liderava outra investigação relacionada a suspeitas de cobrança de propina de funcionários da prefeitura para liberar propagandas proibidas pela Lei Cidade Limpa. A prefeitura afirmou, segundo os veículos nacionais, que a demissão dela se deu “por questões administrativas operacionais”.   O ex-secretário ambiental, que reassumiu nesta semana sua cadeira na Câmara Municipal, contou ao EL PAÍS que entregou um documento à Controladoria-Geral do Município no que indicava irregularidades encontradas na pasta. “É um relato sobre um levantamento que nós fizemos de problemas no licenciamento ambiental em São Paulo. Encaminhamos para a controladoria para eles fazerem uma investigação e comprovar ou não os indícios que a gente descobriu”, diz ele. Entre as irregularidades, aponta o ex-secretário, estão erros administrativos e suspeitas de facilitações para determinados tipos de processos. “Quando eu entrei, identificamos que acontecia. Investigamos, trocamos as pessoas [envolvidas] em maio. Tudo junto à controladoria, para onde enviamos o relatório e onde continuou a investigação”, destaca ele, que diz que o número de funcionários com cargos importantes demitidos chegou a oito.  Depois das denúncias, o vereador diz que os processos ficaram mais rígidos, e o setor imobiliário passou a pressioná-lo nos últimos dois meses. “Depois que eu encaminhei para a investigação nós mudamos a metodologia local e imprimimos ali os ritos da lei. Lógico que cumprindo a lei, demora mais para sair a licença. E começou a ter reclamação do setor de incorporação imobiliária. Começaram a reclamar que estava demorando muito e eu disse que estava demorando porque estávamos fazendo vistorias e não laudos fajutos com vistorias fajutas, pedindo a documentação completa”, ressalta. “Eles ficaram muito nervosos, muito bravos, dizendo que a gente estava parando o mercado imobiliário”, ressalta ele, que afirma não ter havido conversas com Doria sobre o tema. “O prefeito me chamou, falou que precisava fazer um rearranjo político-partidário, que estava negociando com outro partido e precisava do cargo”. A conversa aconteceu na quinta-feira, dia 17 de agosto, depois de ele próprio ter procurado o prefeito para confirmar a informação dada por um jornalista de que seu cargo estava sendo negociado. Natalini evita associar sua saída às pressões da construtora ou às denúncias de corrupção. O atual secretário da pasta, Fernando Von Zuben, que assumiu o lugar do vereador, ao menos por enquanto provisoriamente, diz que a secretaria está funcionando normalmente, que a demissão se deu por um rearranjo político e que a pasta está implementando um procedimento eletrônico que até outubro deve reduzir o processo de licenciamento ambiental dos 400 dias atuais para 80 dias úteis, só permitindo que eles sejam iniciados com todos os documentos corretos. “Tudo está sendo investigado”, ressalta ele. “As pressões ocorrem aqui diariamente. Elas vêm de sindicatos de funcionários, de organizações não-governamentais, de conselhos de parques, de autoridades, de vereadores, de empreiteiras, de pequenas e médias empresas. Isso faz parte da democracia em qualquer país democrático do mundo”, diz ele. “A pressão existe e todas as que eu presenciei foram de grupos querendo que as coisas andassem, mas nunca nenhum tipo fora da normalidade.” Após a demissão do ex-secretário, entretanto, cinco dos sete membros do Conselho Gestor da secretaria ambiental renunciaram a seus cargos. Segundo o site G1, que teve acesso à carta de renúncia coletiva, o grupo afirmou que discorda “da demonstração de desprestígio da área ambiental da Prefeitura de São Paulo nos últimos quatro anos”.

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Sob Alckmin, SP libera verba para obra sem utilidade

Brasil: da série “O tamanho do buraco!” Só não entendo por que o jornal não apurou/divulgou qual a empresa responsável pela construção da inutilidade. No texto abaixo, fica claro que não só não há definição quanto ao nome – múltiplo uso – como não há utilidade e função para tal “galpão”. Fico com o desconfiômetro ligado, uma vez que o autor da emenda é um deputado que também é pastor. Um galpão desses serve com uma luva para uma possível posterior instalação de mais um templo arrecadador do dinheiro dos incautos fieis. Aguardo a possível declaração do governador Alckmin dizendo que “não sabia de nada”. Igual ao que acontecia com barbudo de Garanhuns. O Editor Em São Paulo, o caminho mais longo entre o governo e o ato de governar pode ser uma emenda de deputado estadual. Assentada no noroeste paulista, Lourdes, uma cidade rural de 2 mil habitantes, oferece um exemplo dos tortuosos caminhos a que estão sujeitas as verbas públicas. Ergue-se em Lourdes um galpão que custou ao contribuinte de São Paulo R$ 150 mil. Dinheiro liberado pelo governo tucano de Geraldo Alckmin. Deve-se ao deputado estadual Dilmo dos Santos (PV) a emenda que propiciou a migração dos recusos das arcas estaduais para a caixa da prefeitura. Justificou a destinação assim: “A construção desse centro de múltiplo uso em muito ajudará a cidade, pois proporcionará melhor qualidade de vida.” Em visita ao local da obra, o repórter Rodrigo Vizeu constatou um fenômeno inusitado. Ninguém sabe dizer qual será a serventia do galpão “de múltiplo uso.” O repórter foi de autoridade em autoridade. Relata, na Folha, o resultado do périplo. “Pode ser várias coisas”, disse o prefeito Franklin Querino da Silva Neto (DEM). [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Como assim? Talvez sirva para “geração de renda”. Heimm? “Se eu conseguir uma fábrica, alguma coisinha pequena aqui dentro da comunidade, vou priorizar.” Presidente da Câmara Municipal de Lourdes e aliado do prefeito, o vereador João Ranucci (DEM) declarou que a obra “não tem definição.” Hã? “Pode ser qualquer fim, uma fabriquinha que gere emprego para 10, 15 pessoas.” A servidora Carla Ferreira, responsável pelas licitações da prefeitura, divaga: “A gente já tem um barracão que serve de academia, não sei se esse também vai ser para isso”. Edevaldo Contel, engenheiro da prefeitura, reveste o inusitado com uma ossatura vocacional: “Tem que ver a aptidão das pessoas. Você não pode forçar uma atividade. Tem que ver qual vai ser o despertar de cada um.” No gabinete do deputado Dilmo, o autor da emenda, a assessoria assume o papel de Pilatos. Informa que o parlamentar atendeu a um ofício do prefeito. “O papel dele é indicar”, sustenta a assessoria do deputado. Quanto aos “detalhes, o emprego [da obra], fogem à alçada dele.” Mencionava-se no ofício, segundo Declara que o parlamentar como Instado , afirmou. A assessoria do deputado disse que ele apenas atendeu a um ofício do prefeito, que pediu um centro para “geração de empregos”. Procurado na noite passada, o governo de São Paulo alegou que, diante do avançado da hora, seria “impossível levantar dados sobre o convênio específico.” As paredes da obra inútil de Lourdes, ainda nos alicerces, vão subir contra um pano de fundo envenenado. Membro do condomínio partidário que dá suporte ao governo Alckmin, o deputado Roque Barbiere (PTB) denunciou a existência de um comércio de emendas. Comparou a Assembléia Legislativa de São Paulo a um camelódromo e os colegas a camelôs. “Cada um vende de um jeito. Cada um tem uma maneira, cada um tem um preço”, disse Roque. Ele se nega a citar os nomes dos malfeitores. “Nem com um revolver na cabeça.” Mas oferece um fio de meada a quem quiser investigar. Afirma que não faz nexo um deputado destinar verbas a municípios nos quais não tenha obtido votos. “O deputado não pode destinar emenda para lugar que nem sabe onde fica. Tem algo de estranho nisso.” O colega Dilmo dos Santos, informam os mapas de votação disponíveis no TSE, não amealhou na cidade de Lourdes um mísero voto. Pastor evangélico e membro do Conselho de Ética da Assembléia, Dilmo toma distância do modelo fixado pelo colega Roque: “Tenho compromisso com o Estado todo”, diz. Nesta quarta (5), Alckmin disse que o denunciante Roque “tem o dever, como homem público, de, tendo conhecimento de um fato errado, denunciar” os envolvidos. O governador tem razão. Ao sonegar os nomes, Roque converte-se de denunciante em cúmplice. Porém… Porém, o inacreditável de Lourdes demonstra que o governo estadual também tem explicações a dar e apurações a realizar. Além dos R$ 150 mil que carreou para Lourdes, o pastor Dilmo é autor de emenda que destinou cifra idêntica a outro galpão, em Nova Castilho, onde também não teve votos. Seria outra construção “de múltiplo uso?” Sabe-se lá! Deus sabe! “O papel dele é indicar”. Os “detalhes, o emprego [da obra], fogem à alçada dele.” Na atmosfera conspurcada do maior e mais rico Estado do país só há duas certezas: 1) Os impostos servem para tirar dinheiro de bolsos indefesos; 2) O pranto serve para o contribuinre chorar. blog Josias de Souza

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Internet e eleições: Disputa presidencial de 2010 foi mais acirrada, aponta Ibope

Estudo elaborado a partir de pesquisas realizadas na eleição mostra diferença menor entre candidatos. A disputa eleitoral foi mais acirrada na internet que no eleitorado em geral, mostra estudo divulgado pelo Ibope nesta segunda-feira, 25. O estudo, elaborado pelos pesquisadores João Francisco Resende, do Ibope Inteligência, e Juliana Sawaia Cassiano Chagas, do Ibope Mídia, cruzou dados das pesquisas eleitorais realizadas pelo instituto entre 30 de junho e 30 de outubro de 2010. O trabalho apontou que a diferença na intenção de votos entre os principais candidatos à Presidência da República – Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) – era menor entre os eleitores conectados que entre o eleitorado em geral. Dilma, que venceria a disputa, aparece em todas as pesquisas realizadas com porcentuais mais baixos que os apresentados no eleitorado geral. Já o tucano José Serra e a então candidata do PV apareciam com números mais altos. No início do período, os dois apareciam empatados entre os conectados – em 30 de junho os dois somavam 36%, em 29 de julho e em 15 de agosto, 37% -, enquanto no eleitorado geral, Dilma já começava a abrir dianteira, em função do maior conhecimento que as pessoas passaram a ter sobre ela – 39% a 34% em 29 de julho, 43% a 32% em 15 de agosto. No início do segundo turno, Serra se aproximou de Dilma no eleitorado geral, chegando a 43%, ante 49% de Dilma. Entre os conectados, Serra assumiu a liderança, com 50% a 41% em 13 de outubro. Em 20 de outubro, o tucano tinha 48% contra 42% e no dia 28 de outubro, Dilma virava o resultado: 49% a 43% entre os conectados e 52% a 40% no eleitorado geral. A alteração no cenário eleitoral entre o final do no início do segundo turno se deve a boatos que passaram a circular pela internet, dando conta que Dilma apoiaria a legalização do aborto e criticando sua participação em grupos armados que lutaram contra o regime militar e o seu suposto ateísmo.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Ainda no primeiro turno, uma declaração de Monica Serra, mulher do presidenciável tucano, contribuiu para o acirramento da guerra virtual entre PT e PSDB. Em campanha na Baixada Fluminense, Monica afirmou que Dilma “é a favor de matar as criancinhas”, referência ao fato de que a petista seria a favor do aborto. Em resposta, blog ligado ao PT divulgou documento assinado por Serra quando ministro da Saúde que regulamenta a realização do aborto em casos previstos na legislação, como estupro e em casos de risco de morte da mãe e indicou que a versão do Plano Nacional de Direitos Humanos feito na gestão FHC “defende a ampliação da legalização do aborto”. Jair Stangler/O Estado de S.Paulo

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Congresso e a farra das passagens aéreas

Brasil: da série “O tamanho do buraco”! A pouca, aliás, nenhuma vergonha, atravessa todas as fronteiras ideológicas. Não tem para ninguém! Suas (deles) ex-celências, querem humilhar Al Capone. A bandalheira é generalizada. A turma do mensalão passa a ser referência de ética diante dessa corja! Todos os partidos e seus respectivos dedões acusatórios da roubalheira dos outros, estão chafurdando na mesma pocilga. Como é que as vestais do PSDB do DEM e do PSOL vão explicar essa bandalheira? Quem acha que Arthur Virgílio ou Zé Agripino, por exemplo, irão fazer um “mea culpa” e pedir perdão ao “aprendiz” de meliante Delúbio Soares, acredita em Papai Noel e em mula sem cabeça. Cadê a furibunda Heloísa Helena? Afinal o líder de seu (dela) partido Ivan Valente é um dos turistas às nossas custas. A gentalha que infesta o Congresso Nacional, todos eleitos com nossos votos, saliente-se, criou o Bolsa Aeronave! Como é que essa turma pode reclamar do bolsa esmola, ops, bolsa família que o apedeuta dá aos miseráveis? Até o José Anibal, aquele poço de moralidade do PSDB, tá no cocho! Anotem e divulguem o nome dos caras que estão metendo a mão, desavergonhadamente, no seu, no meu, no nosso sofrido dinheirinho. Argh! O editor Líderes e famílias viajam ao exterior, Câmara paga. Metade dos 23 líderes partidários usou cota em viagens internacionais. Nova Iorque, Paris e Miami são destinos mais comuns entre as 82 viagens. O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves usou a cota da Câmara para levar a família aos Estados Unidos Metade dos 23 líderes da Câmara utilizou a cota de passagens em 82 viagens internacionais nos últimos dois anos. O uso indiscriminado do benefício transcende as bandeiras partidárias e ideológicas, envolvendo 11 lideranças da base governista e da oposição. Pelo menos oito líderes aproveitaram o recurso da Câmara para levar parentes para o exterior. São eles: Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), José Aníbal (PSDB-SP), Sandro Mabel (PR-GO), Mário Negromonte (PP-BA), Sarney Filho (PV-MA), Fernando Coruja (PPS-SC), Ivan Valente (Psol-SP) e André de Paula (DEM-PE), líder da minoria na Casa. Também cederam o benefício a terceiros para viagens internacionais Daniel Almeida (PCdoB-BA), Uldurico Pinto (PMN-BA) e Cléber Verde (PRB-MA). Clique aqui para ver a relação de viagens de cada um deles Leia tudo sobre a farra das passagens aéreas O destino preferido dos parlamentares e de seus familiares é Nova Iorque. A cidade americana aparece como origem ou destino de 28 viagens custeadas com recursos públicos. Paris desponta, logo a seguir, na preferência dos deputados. A capital francesa é ponto de chegada ou partida em 16 ocasiões. Miami, com 15 viagens, é a terceira cidade estrangeira mais visitada com verba da Câmara pelos líderes. No total, gastaram R$ 145,6 mil. Três líderes utilizaram a cota em voos para o exterior mais de dez vezes. Com 23 viagens, Mário Negromonte é o campeão em uso da cota com passagens internacionais. Fernando Coruja, com 19, e Henrique Eduardo Alves, com 13, aparecem na sequência.

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