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USA – Snipers contra estudantes

“Polícia coloca snipers contra protesto pró-Palestina nos EUA, denunciam estudantes. Diversas universidades estão ocupadas por estudantes que pedem fim do genocídio em Gaza” Xôvê sintendi direitin! Os snipers estão ali para garantir a liberdade de expressão. Né não? A maior democracia do planeta não mede esforços para manter o mundo livre. A!, bom. Então tá!

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As bizarras ações da Polícia de São Paulo

Após anos tirando selfies em atos que pediam golpe, a polícia de São Paulo deteve 13 pessoas durante protesto contra o aumento na passagem citando, entre as acusações, a tentativa de “abolição violenta do Estado democrático de direito”. Isso seria só bizarro, se não fosse perigoso.

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Maduro provoca ira do maestro Dudamel com a morte do jovem violinista

Morte de jovem violinista provoca dura reação do maestro Dudamel contra Maduro Ruptura entre um dos símbolos do país, o Sistema de Orquestras, e o Governo mostra magnitude da crise Na quarta-feira, o maestro venezuelano Gustavo Dudamel soube da morte de um membro do Sistema Nacional de Orquestras liderado por ele. Armando Cañizales, violinista, 17 anos, foi baleado na cabeça e se tornou a vítima número 34 da última onda de repressão em seu país. Dudamel colocou um sinal de luto em suas redes sociais e em seu site.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] A pressão para que criticasse o Governo de Nicolás Maduro aumentou e na tarde de quinta-feira lançou um contundente comunicado. A voz do jovem músico de 35 anos, uma das figuras mais influentes da música clássica em todo o mundo, atacou as repressões feitas contra as marchas e a tentativa descarada de novo golpe às instituições cometida pelo dirigente bolivariano. Os pedidos anteriores de diálogo por parte do diretor foram escasseando até que finalmente adotou uma posição mais comprometida com os protestos. As mortes atribuídas ao Governo acabaram com a paciência de Dudamel. Mas ainda mais a do jovem Cañizales. O rapaz enfrentou com pedras a Guarda Bolivariana e foi baleado no pescoço quando desafiava com as mãos para cima as tropas do Governo. Seus amigos o levaram de moto até uma ambulância que depois o levou ao hospital, onde sua morte foi constatada. Os moradores de Colinas de Bello Monte se reuniram em uma vigília e Dudamel redigiu seu comunicado. “Minha vida inteira foi dedicada à música e à arte como forma de transformar o mundo. Levanto minha voz contra a violência e a repressão. Nada pode justificar o derramamento de sangue. Já basta de ignorar o justo clamor de um povo sufocado por uma crise intolerável. Historicamente o povo venezuelano tem sido um povo lutador, mas jamais violento”, começa o texto. “A democracia não pode ser construída de acordo com as vontades de um governo particular. O exercício democrático implica escutar a voz da maioria”, afirma o músico “Para que a democracia seja saudável devem existir respeito e entendimento verdadeiro. A democracia não pode ser construída de acordo com as vontades de um governo particular. O exercício democrático implica escutar a voz da maioria, como baluarte último da verdade social. Nenhuma ideologia pode ir além do bem comum. A política deve ser feita a partir da consciência e em respeito à constitucionalidade, adaptando-se a uma sociedade jovem que, como a venezuelana, tem o direito a se reinventar e se refazer no saudável e incontestável contrapeso democrático”, continua o comunicado. “Os venezuelanos estão desesperados por seu direito inalienável ao bem-estar e à satisfação de suas necessidades mais básicas. As únicas armas que podem ser entregues a um povo são as ferramentas para forjar seu futuro: instrumentos musicais, pincéis, livros; enfim, os mais altos valores do espírito humano: o bem, a verdade e a beleza”. As alusões a uma mudança são patentes. Por fim, se dirige a Maduro: “Faço um pedido urgente ao Presidente da República e ao Governo nacional para que mude sua atitude e escute a voz do povo venezuelano. Devemos aos nossos jovens um mundo auspicioso, um país no qual se possa caminhar livremente na divergência de opiniões, na tolerância, no diálogo e em que os sonhos tenham lugar para construir a Venezuela que todos desejamos”. A ruptura entre um dos símbolos do país como é o Sistema de Orquestras e o Governo dá uma magnitude clara da crise. A organização educativa e de ação social criada por José Antonio Abreu há 41 anos representa toda uma miscelânea sociocultural absolutamente estabelecida em bairros pobres, com grande carga de liderança entre seus dirigentes. Até o momento, nenhum membro de sua cúpula havia se manifestado claramente contra o Governo de Maduro. O sistema vive em grande parte de recursos públicos e isso os colocava entre a cruz e a espada. Mas as vozes contrárias ao Governo cresceram espantosamente nos últimos tempos. Tanto seu fundador, José Antonio Abreu, que está doente e afastado da vida pública há três anos, como Dudamel, sofreram grandes campanhas contra seu silêncio nas redes sociais. O diretor viveu essa situação com muito sofrimento, se encontrou em uma posição muito incômoda, com sua família dentro do país e ele fora tentando desenvolver ao máximo sua carreira. Ela chegou ao zênite no último concerto de ano novo, quando o venezuelano foi o maestro mais jovem a dirigir a Filarmônica de Viena. Outro de seus quartéis são os Estados Unidos. É diretor titular da Sinfônica de Los Angeles e mora na cidade em boa parte de seu tempo sem deixar de estar presente na Venezuela com a Orquestra Simón Bolívar, onde se formou. Esteve com ela na Espanha há dois meses, pouco antes de se tornar público seu casamento com a atriz madrilenha María Valverde. Em uma entrevista concedida ao grupo Lena – aliança de jornais europeus da qual o EL PAÍS faz parte –, feita por Javier Moreno, Dudamel continua apostando no diálogo. Em 2015 escreveu um artigo no Los Angeles Times intitulado curiosamente Porque não falo da política venezuelana. Mas não era o caso. Nele afirmava que compreendia os opositores, mesmo que não compartilhasse de todas as suas posições e respeitava as autoridades, mas não estava de acordo com todas as suas decisões. De modo que navegava na ambiguidade, mas se via que ele estava mais próximo de romper o muro. Na entrevista ao Lena, Dudamel afirmou que o Sistema é um símbolo de liberdade em seu país e que está além da politização. “Não acredito que exista nada de ruim, de indigno, de criminoso em querer unir as pessoas. Porque no momento em que você toma uma posição, faz parte de uma divisão. E aí acabou. Nadar nisso é muito complexo. Você não se isola por egoísmo. Você está ali. E vivencia a situação mais do que imaginam os que estão sofrendo sozinhos. E você está ali, tentando criar um

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Gás Lacrimogênio, protestos e guerras

Por que o gás lacrimogêneo é usado para dispersar protestos mas é proibido nas guerras? Policial usa gás lacrimogêneo em protesto no Rio na sexta-feira Direito de imagem REUTERS/RICARDO MORAES Comum em protestos ao redor do mundo para dispersar multidões, o gás lacrimogênio é proibido em guerras. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Ele foi testado pela primeira vez durante a Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de forçar soldados inimigos a deixar suas trincheiras para serem atacados com artilharia ou outras armas. Com o passar do tempo, foi perdendo seu uso em conflitos armados até ser proibido, em 1997, pela Convenção Sobre Proibição de Armas Químicas, firmado por 178 países. A Convenção proíbe seu uso como arma de guerra, tendo em vista o poder letal do gás quando em alta concentração. “Ele está proibido na guerra porque supostamente não se deve usá-lo como arma ofensiva”, explicou à BBC Mundo Anna Feigenbaum, professora da Universidade de Bournemouth, na Inglaterra, que publicou um ensaio sobre a história do gás na revista The Atlantic. “A exceção para o uso pela polícia ocorre porque o gás não está sendo usado como uma arma, e sim como um agente de controle”, acrescentou. O uso do gás em protestos tem sido criticado porque seu uso indiscriminado pode provocar problemas de saúde nos manifestantes. Uma revisão de estudos sobre os efeitos do gás lacrimogênio publicada em 2016 no Annals of the New York Academy of Sciences diz que ele pode causar sérios danos nos pulmões, pele e olhos; crianças, mulheres e aqueles que já têm complicações nessas áreas do corpo têm riscos maiores de serem afetados. ‘A guerra dos químicos’ Há divergências entre os historiadores consultados pela BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, sobre quando exatamente o gás lacrimogênio foi usado pela primeira vez na Primeira Guerra, mas a maioria tende a apontar o mês de agosto de 1914, pouco depois do começo do conflito mundial. Unido fez simulações de lançamento de gás lacrimogêneo em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial – Direito de imagemGETTY IMAGES Doran Cart, curador do Museu Nacional da Primeira Guerra Mundial, em Kansas City, no Missouri, nos Estados Unidos, diz que embora não existam documentos oficiais sobre isso, os franceses podem ter usado granadas lacrimogêneas contra os alemães nesse mês. Isso porque a França vinha fazendo experimentos com os gases em anos anteriores. O “ponto de virada”, segundo o historiador, foi em 1915, quando gases começaram a ser testados com mais frequência, ainda que nem sempre de maneira efetiva. ‘Greve foi menor do que organizadores esperavam, mas maior do que governo gostaria’, diz cientista político Seu desenvolvimento fez parte de um esforço muito maior das potências para criar armas químicas, o que levou a Primeira Guerra Mundial a ser considerada “a guerra dos químicos”. Além dos lacrimogêneos, também foram usados agentes como o gás mostarda, o gás cloro, gás fosgênio, alguns dos quais causaram um “sofrimento agonizante” e quase cem mil mortes, segundo dados das Nações Unidas. Mulher em Nantes, no oeste da França, sofre os efeitos do gás lacrimogêneo durante um protesto contra a reforma trabalhista, em setembro de 2016 Direito de imagemGETTY IMAGES “Esses gases se converteram na personificação de todo o mal da Primeira Guerra Mundial”, afirmou à BBC Mundo o historiador Michael Neiberg, professor da Universidade da Guerra do Exército dos Estados Unidos, na Pensilvânia. Controle de distúrbios Poucos anos depois, em 1925, foi firmado o Protocolo de Genebra que, com limitações, proibiu o uso de armas químicas nas guerras. Na época, no entanto, já estavam sendo testados novos compostos químicos de gases lacrimogêneos e se buscava formas de convertê-los em ferramenta para uso rotineiro. Pela sua condição não letal, seu uso não provocava tanta resistência como o de outros gases. Manifestante em Caracas, na Venezuela, prestes a lançar uma lata de gás lacrimogêneo – Direito de imagemGETTY IMAGES Segundo Feigenbaum, poucos anos depois do armistício de 1918, várias cidades americanas e territórios ao redor do mundo começaram a comprar o gás, que foi usado em prisões, atos de greves e até em caixas-fortes de bancos para se evitar roubos. A guerra do Vietnã também ajudou a mudar a percepção sobre o gás lacrimogêneo; tanto o seu uso no Vietnã como nos Estados Unidos – para dispersar protestos – passaram a ser criticados. Para se distanciar das acusações de uso de armas químicas, Washington passou a se referir ao gás como um “agente para o controle de distúrbios”, um termo que passou a ser usado com frequeência cada vez maior, segundo um estudo publicado em 2013 na Yale Historical Review. A história da argentina que sobreviveu a três naufrágios desastrosos – incluindo o do Titanic No resto do mundo, o gás se tornou mais habitual e nos últimos anos foi usado com frequência em protestos diversos – como no Brasil, na Primavera Árabe, no Parque Gezi, em Istambul, na Venezuela e no Estado do Missouri (protestos contra a morte de negros pela polícia), nos EUA, só para citar alguns dos casos mais notórios. “Tornou-se algo de uso comum porque é uma maneira de dispersar uma multidão de maneira relativamente barata e fácil”, explica Feigenbaum. Em protesto na Praça de Tahrir, no Cairo, em novembro de 2011, os manifestantes foram dispersados com gás – Direito de imagemGETTY IMAGES A especialista diz que, se usado de maneira adequada, o gás não causa ferimentos com sangue e seus efeitos são normalmente superficiais, o que é benéfico do ponto de vista da polícia. Mas, para Feigenbaum, “a rua é o único lugar para onde podemos ir quando nos tiram o poder; se o ar é envenenado, estão tirando das pessoas a capacidade de protestar”. BBC

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Brasil: Um país bipolar

O que me espanta nas manifestações dos diversos grupos de Tapuias não é a classe sócio econômica dos participantes. O estranhamento é termos pessoas “tão bem educadas” lutando contra princípios democráticos e expressando ódio por meio de cartazes e palavras de ordem, além do que circula nas redes sociais. Espanta muito perceber que “pessoas bem educadas” possam pensar que os problemas políticos do país são ocasionados por uma única pessoa ou partido. Eu honestamente esperava muito mais de pessoas “tão bem educadas,” porém a origem de todas as decepções é um excesso de expectativas. Achar que um grupo tem mais direito que o outro é um erro gravíssimo! Somos todos iguais em Direitos. O Brasil está bi polarizado e esse tipo de desagregação só traz prejuízos para os dois lados. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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O que pode se esconder sob a crise do Brasil

“Nas democracias, governantes não são ungidos por Deus, mas eleitos pela vontade popular”. O Brasil atravessa uma grave crise que, segundo analistas, que não são poucos, é mais política do que econômica. E por isso é mais difícil de resolver apesar da riqueza do país em recursos naturais, matérias primas e capacidade criativa. A economia brasileira, além disso, não enfrenta um risco de quebra como o caso da Grécia ou Venezuela. É o que diz o correspondente Juan Arias, do jornal espanhol El País, em artigo publicado nessa quarta-feira (26/08). O problema é, acima de tudo, político. O povo das ruas o sabe. O deixou claro em suas últimas reivindicações de protesto nas quais ressoaram mais os gritos contra os políticos e seus crimes de corrupção, do que sobre a inflação ou o desemprego, dois fantasmas que assustam cada vez mais.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O que não funciona, e parece sem solução, é o enredo político com atores medíocres, mais burocratas que estadistas, que não conseguem recitar os grandes dramas e parecem conformar-se com resultados de opereta. Um papel que mal se conjuga com a democracia consolidada e moderna de um país continental como o Brasil. Existem muitas explicações ao desafio que o Brasil enfrenta: o de conjugar uma política exercida por profissionais com o desenvolvimento de uma economia com grandes possibilidades e capacidades. Talvez a menos prevista, e a razão pela qual os políticos se afogam e a recuperação econômica se atrasa, é a tentação latente de sacralizá-los ao mesmo tempo que se lhes outorga impunidade, como se não fossem cidadãos como os demais. Se algo deveria distinguir as democracias modernas dos antigos regimes totalitários é de ter se libertado do perigo dos messianismos, seja religiosos ou ideológicos. O Brasil não vive os tempos bíblicos em que foi necessário um Moisés messiânico para libertar o povo judeu da escravidão do Egito. Nem vive os tempos das teocracias da Idade Média, durante as quais os reis governavam em nome de Deus, com quem não é possível discutir, só obedecer. A modernidade é incompatível com dogmas políticos. Os governantes, nas democracias, não são ungidos por Deus e devem só responder às leis e à vontade de quem os elege livremente. E são proibidos de mentir. Quanto mais perfeita é uma democracia, menos os políticos têm. Em um cenário assim, os representantes do povo chegam a confundir-se na rua com as pessoas comuns, sem privilégios. Essas democracias maduras não precisam de heróis, nem de messias, nem de salvadores da Pátria, nem de pais ou mães dos pobres. A eles lhes é exigido apenas capacidade para governar com acerto e justiça, tendo em conta sempre, a hora de dividir os orçamentos, as necessidades mais urgentes, como reduzir as desigualdades sociais e alentar o crescimento do país. Poderá parecer simples, mas na prática as coisas não são tão fáceis nem delicadas. Os que chegam ao poder se esquecem que não ganharam o posto por uma designação divina, mas pelo voto popular. Inclusive nos países com Constituições democráticas existe a tentação, alimentada às vezes pela mesma sociedade, de sacralizar o poder. Certos messianismos seguem ainda vivos, com sua nefasta carga antidemocrática e até ditatorial, em vários países da América Latina, onde uma mistura de fundamentalismo religioso, fomentado pelas Igrejas Evangélicas e de messianismo ideológico, herdado dos velhos socialismos totalitários, impede o desenvolvimento de democracias modernas e participativas. Quando os governantes são divinizados, se tornam indispensáveis e insubstituíveis, até o ponto em que qualquer movimento de mudança política é visto como diabólico e contra os pobres. No Brasil, um país com uma constituição democrática e separação entre a Igreja e o Estado, segue viva a tentação de querer levar Deus ao Congresso, ou aos bancos da Justiça, sacralizando a vida pública e com ela seus governantes, ainda que depois sejam denegridos e criticados. Há até quem defende que se introduza na Constituição que o poder vem de Deus e não do povo. E há legisladores evangélicos que profetizam que, se um deles chega à presidência brasileira, seria por vontade divina. Dizem também que governariam consultando a Bíblia antes da Constituição. Só quando a política se limita à arte de governar com capacidade e com ética, sem tentações messiânicas, pode-se falar de democracia. Não existem políticos ungidos por Deus, insubstituíveis e eternos. O poder deles é temporal. Só o da sociedade é permanente e inapelável. Eles estão a seu serviço e não ao contrário. Esquecê-lo é abrir a porta a todo tipo de instabilidade que acaba, inexoravelmente, em crises econômicas e irritação popular. El País/Juan Arias

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