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Nuno Júdice – Poesia – 04/11/23

Boa noite Pequeno-almoço na cama Nuno Júdice¹ Tiro a alma do seu estojo de nuvem, ponho-a no tabuleiro celeste, e levo-a à cama, onde me esperas, para um pequeno-almoço divino.   Com os teus dedos de ninfa, destapas o lençol de relva, e deitas-me ao teu lado, na terra quente do quarto.   Dividimos a alma, um pedaço para cada um, e bebemos o leite de nuvem, ouvindo um bater de asas invisíveis.   Depois, arrumamos o tabuleiro voltamos a pôr a relva no sítio, e esperamos que a alma nos encha, ouvindo cair as aves.   ¹Nuno Manuel Gonçalves Júdice Glória *Mexilhoeira Grande, Portugal – 29 de abril de 1949

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Nuno Júdice – Versos

Um amor Nuno Júdice¹ Aproximei-me de ti; e tu, pegando-me na mão, puxaste-me para os teus olhos transparentes como o fundo do mar para os afogados. Depois, na rua, ainda apanhamos o crepúsculo. As luzes acendiam-se nos autocarros; um ar diferente inundava a cidade. Sentei-me nos degraus do cais, em silêncio. Lembro-me do som dos teus passos, uma respiração apressada, ou um princípio de lágrimas, e a tua figura luminosa atravessando a praça até desaparecer. Ainda ali fiquei algum tempo, isto é, o tempo suficiente para me aperceber de que, sem estares ali, continuavas ao meu lado. E ainda hoje me acompanha essa doente sensação que me deixaste como amada recordação. ¹Nuno Júdice *Mexilhoeira Grande – Portugal – 29 de Abril de 1949 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Nuno Júdice – Versos na tarde – 26/07/2016

Um poema de amor Nuno Júdice¹ Não sei onde estás, se falas ou se apenas olhas o horizonte, que pode ser apenas o de uma parede de quarto. Mas sei que uma sombra se demora contigo, quando me pergunto onde estás: uma inquietação que atravessa o espaço entre mim e ti, e te rouba as certezas de hoje, como a mim me dá este poema. ¹ Nuno Manuel Gonçalves Júdice Glória * Mexilhoeira Grande, Portimão, Portugal – 29 de abril de 1949 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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