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Machado de Assis – Versos na tarde – 29/04/2016

Livros e flores Machado de Assis ¹ Teus olhos são meus livros. Que livro há aí melhor, Em que melhor se leia A página do amor? Flores me são teus lábios. Onde há mais bela flor, Em que melhor se beba O bálsamo do amor? ¹ Joaquim Maria Machado de Assis * Rio de janeiro – RJ. – 21 de junho de 1839 d.C + Rio de Janeiro – RJ. – 29 de setembro de 1908 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Machado de Assis – Versos na tarde – 28/01/2014

Bons amigos Machado de Assis ¹ Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir, porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende. Amigo a gente sente! Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar, porque amigo não se cala, não se questiona, nem se rende. Amigo a gente entende! Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar. Porque amigo sofre e chora. Amigo não tem hora pra consolar! Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade. Porque amigo é a direção. Amigo é a base quando falta o chão! Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros. Porque amigos são herdeiros da real sagacidade. Ter amigos é a melhor cumplicidade! Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos, há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas! ¹ Joaquim Maria Machado de Assis * Rio de Janeiro, RJ. – 21 de Junho de 1839 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 29 de Setembro de 1908 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Machado de Assis – Versos na tarde – 03/05/2013

Livros e flores Machado de Assis¹ Teus olhos são meus livros. Que livro há aí melhor, Em que melhor se leia A página do amor? Flores me são teus lábios. Onde há mais bela flor, Em que melhor se beba O bálsamo do amor? ¹Joaquim Maria Machado de Assis * Rio de Janeiro, RJ. – 21 de Junho de 1839 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 29 de Setembro de 1908 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Academia Brasileira de Letras e FHC

A ABL não tem de há muito, a menor importância. Certo esteve Capistrano de Abreu – Maranguape, CE. 23 de outubro de 1853/13 de agosto de 1927 – que recusou tomar posse na ABL. Sabia das coisas o conterrâneo de Chico Anísio. A tal academia abrigou/abriga além de Sarney, o General Lyra Tavares, Paulo Coelho e Merval Pereira, entre outros “literatos” que devem ter feito Machado de Assis se revirar na tumba. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Literatura: Mitos sobre Machado de Assis

Mitos machadianos Por Daniel Pizza   Machado de Assis dizia que a opinião pública se divide entre graves e frívolos, e cem anos depois de sua morte a divisão continua a dominar a visão de sua obra e importância. Os graves vêem nele ou o escritor oficial que a Academia Brasileira de Letras propaga ou o crítico social que ele nunca se bastou em ser. Os frívolos esquecem que seu humor era integrado ao seu ceticismo e que suas paixões eram mesmo Shakespeare, Beethoven e Schopenhauer, não aquilo que o Brasil transformaria em estigmas de identidade no século 20. Como resultado, há muitos mitos, meias-verdades e especulações sobre ele: Machado era um homem recluso e melancólico – É assim o “Machadinho” de sua primeira biógrafa, Lúcia Miguel Pereira, mas o fato é que em sua juventude Machado foi extremamente ativo e espirituoso, como relataram amigos como Arthur de Azevedo e Salvador de Mendonça. Machado passou por todas as classes sociais de seu tempo e testemunhou a transição acelerada do Rio para a modernidade. Participou de sociedades literárias e musicais e foi um bajulador de dom Pedro II. Estava mais para integrado do que apocalíptico. Só no final da vida é que se fechou cada vez mais na casa do Cosme Velho, doente e, depois da morte de sua amada Carolina em 1904, muito deprimido. Machado foi um crítico da sociedade burguesa – Críticos e sociólogos marxistas quiseram fazer de Machado um analista engajado da “elite” de seu tempo, em cujo ócio e vaidade teria mostrado como as idéias vindas da Europa serviam apenas de verniz para os privilégios. Machado, segundo Roberto Schwarz, seria um crítico do “formalismo” e do “universalismo” da civilização burguesa, de suas idéias liberais e iluministas. Na realidade, Machado, que era fã da Inglaterra (onde o capitalismo deslanchou), viu muito mais longe: viu que a sociedade brasileira era pré-capitalista e os privilegiados tinham mentalidade feudal, nada burguesa, em sua defesa dos interesses próprios e não de valores universais. Além disso, não poupou a emergente classe média, as Capitus e os Escobares: não tinha parti-pris de classe.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Machado não teve filhos porque não quis transmitir a miséria humana – Aqui o erro muito comum é o de confundir o que seus personagens falam e o que ele pensava. Machado em pelo menos duas ocasiões lamentou não ter filhos. Provavelmente não os podia ter por causa de suas doenças, como a epilepsia, para a qual tomava um remédio chamado tribomureto que tinha sérios efeitos colaterais. É o mesmo motivo por que nunca pôde viajar para o exterior, embora sonhasse conhecer lugares como a Itália. A frase final de Brás Cubas é um gesto de orgulho de um homem que queria salvar a humanidade e não salvou, logo seu filho não estaria a salvo. Quanto à hipótese de que Mario de Alencar, filho de José de Alencar, seria filho de Machado, não passa de especulação. Machado tinha como alvo central a ciência e o positivismo – O alvo central de Machado eram as religiões, sobretudo a católica, mas também outras como o espiritismo. Machado era tão voltairiano, tão anticlerical, que recusou o padre em seu leito de morte – uma informação que na biografia de Raimundo Magalhães Jr. parece um detalhe qualquer. Sua obra é toda marcada por sátira à credulidade cristã dos brasileiros, a começar pelos da classe alta. Quando criticou o positivismo, foi ciente de que se tratava de uma ideologia que pretendia uma conciliação plena entre religião e ciência, tal como os xaropes que prometiam curar as dores do corpo e as da alma. Machado viu que a ciência, como em O Alienista, estava se comportando da mesma maneira dogmática que a religião. No entanto, compreendeu a Teoria da Evolução de Darwin, criticando justamente sua apropriação para uma sociologia dos “mais fortes”. Sabemos muito sobre a vida modesta de Machado – Sobre sua infância e adolescência sabemos muito pouco. Biógrafos tomaram como fatos o que não passava de especulações, como a de que ele foi coroinha ou a de que ele aprendeu francês com a mulher de um padeiro na esquina. Não existe nada documentado sobre isso, nem em papéis nem em testemunhos. Nada. O que sabemos é que Machado teve uma criação rara em sua época, de pais alfabetizados e acesso aos clássicos da literatura, tanto que aos 15 anos já o vemos poeta. Machado nunca foi rico, mas viveu bem, especialmente a partir dos 30 anos, quando se casou com Carolina, e galgou firme nas duas carreiras que teve, a de funcionário público e a de homem de letras. Machado sabia que a República viria com a Abolição – Machado tinha muitas idéias liberais, inclusive a defesa do voto feminino, mas era um monarquista convicto, tal como seu amigo Joaquim Nabuco. E sonhava com o Terceiro Reinado: a princesa Isabel assinaria a Abolição e sucederia o pai, preservando o regime. Quando veio a República, no ano seguinte, ele ficou dois anos sem escrever crônicas, assim como Nabuco interrompeu seus diários. Embora abolicionista e desiludido com dom Pedro II, Machado não via com bons olhos a nova geração, materialista e carreirista. Suas crônicas sobre o sistema financeiro no fim do século mostram um nostálgico, sem instrumental suficiente para entender a economia moderna. Ele era conservador em muitos aspectos, liberal em outros; essas duas naturezas eram simultâneas. Não existem duas fases na obra de ficção do autor – É óbvio que existem; basta um cotejo rápido entre Iaiá Garcia (1878) e Brás Cubas (1881). Sim, como ele mesmo disse, há “brotos” nos primeiros quatro romances de seu “estilo maduro”. Mas há, portanto, um estilo maduro, e ele começa com Brás Cubas, livro de estilo tão pouco convencional, tão aberto ao humor e ao pessimismo no mesmo lance, que ninguém poderia imaginar lendo sua obra anterior. Se os temas que o obcecam – como o adultério – o acompanham desde cedo, sua genialidade só se expressa mesmo a partir da década de 1880,

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Machado de Assis – Versos na tarde

A uma senhora que me pediu versos Machado de Assis ¹ Pensa em ti mesma, acharás Melhor poesia, Viveza, graça, alegria, Doçura e paz. Se já dei flores um dia, Quando rapaz, As que ora dou têm assaz Melancolia. Uma só das horas tuas Valem um mês Das almas já ressequidas. Os sóis e as luas Creio bem que Deus os fez Para outras vidas. ¹ Joaquim Maria Machado de Assis * Rio de Janeiro, RJ. – 21 de Junho de 1839 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 29 de Setembro de 1908 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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A “espertocracia” educacional

Machado de Assis, mulato, gago e epilético, um dos maiores ilustrados e respeitados cultores da língua pátria, conseguiu de forma exemplar unir o erudito ao popular. Em seus irretocáveis escritos, ensinava que a democracia deixa de ser uma coisa sagrada quando se transforma em “espertocracia”, o governo de todos os feitios e de todas as formas”. Por: Gaudêncio Torquato ¹ Já de Rui Barbosa, pequena estatura, advogado, diplomata, político e jornalista, cujo nome está inscrito nos anais da história do Direito internacional, pode-se extrair uma singela lição de seu celebrado patrimônio intelectual: “a musa da gramática não conhece entranhas”. Pois bem, esses dois curtos arremates dos renomados mestres de nossa língua escrita e falada vêm a calhar nesse momento em que a perplexidade assoma ante a barbaridade patrocinada pelo Ministério da Educação, sob a forma de uma “nova gramática”, cuja autora assim ensina: “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado”, como frase adequada à linguagem oral, está correta ao ser usada em certos contextos. Para o grande Rui, a letra da gramática não entra em curvas e evita estratagemas. Já o aforista Machado puxa a orelha dos “espertocratas”, aqueles que bagunçam ao escrever da forma como falam, usando todos os feitios e formas. E arremata de maneira cortante: “a primeira condição de quem escreve é não aborrecer”. Aborrecimento é o que não falta, quando vemos “sábios pareceristas”, contratados pelo MEC, exibindo o argumento: seja na forma “nós pega o peixe” ou na forma “nós pegamos o peixe” -, o pescado estará na rede. Se assim é, ambas estão corretas. Para dar mais voltas no quarteirão da polêmica, a Pasta da Educação alega que não é o Ministério da Verdade. Donde se conclui que um doidivanas qualquer, desses que se encontram no feirão das ofertas gramaticais estapafúrdias, pode vir a propor um texto sobre a história do Brasil, sem nexo, com figurantes trocados e português estropiado. Basta que receba o “imprimatur” de outra figura extravagante, que seja docente de língua portuguesa, para ser adotado nas Escolas. Com esse arranjo, o pacote educacional tem condições de receber o endosso da instância mais alta da Educação no país para circular nas salas de aula. Esse é o caminho percorrido pelo acervo didático que faz a cabeça da estudantada.[ad#Retangulo – Anuncios – Duplo] Analisemos as questões suscitadas pela obra “Por uma Vida Melhor”, a começar pela indagação filosófica que se pinça do título da série. Terá uma vida melhor o estudante a quem se obriga a aprender em uma gramática alternativa, onde a “norma popular” se imbrica à “norma culta”? Ou, para usar a expressão da professora Heloisa Ramos, autora do livro, sofrem os alunos que escrevem errado “preconceito linguístico”? Primeiro, é oportuno lembrar que, mesmo concordando com a hipótese de que a língua é um organismo vivo, evolutivo, não se pode confundir uma coisa com outra, a norma oral com a norma escrita. Cada compartimento deve ser posto em seu devido lugar. Quem troca uma por outra ou as junta na mesma gaveta gramatical o faz por alguma intenção, algo que ultrapassa as fronteiras lingüísticas. E é nesse campo que surgem os atores, aqui cognominados de doidivanas. Mais parece um grupo que considera a língua instrumento para administrar preconceitos, elevar a cidadania e o estado de espírito dos menos instruídos. Como se pode aduzir, embute-se na questão um viés ideológico, coisa que vem se desenvolvendo no país na esteira de um populismo embalado com o celofane da demagogia. Ora, os desprotegidos, os semi-analfabetos, os alfabetos funcionais, enfim, as massas ignaras não serão elevadas aos andares elevados da pirâmide se a elas for dada apenas a escada do pseudo nivelamento das regras da língua. Esta é, seguramente, um meio de ascensão social. Mas, seus usuários precisam entender que a chave do elevador social está guardada nos cofres normativos. Da mesma forma, as vestimentas, os modos e costumes, a teia de amigos, as referências profissionais são motores da escalada social. Por que, então, os doidivanas da cultura e da educação investem com tanta força para elevar a norma popular da língua ao patamar da norma culta? Não entendem que são objetos diferentes? Por que tanto esforço para defender uma feição que valida erros grosseiros? Não há outra resposta: ideologização. Imaginam o uso da língua como arma revolucionária. O sentimento que inspira os cultores da ignorância só pode ser o de que, para melhorar a auto-estima e ter uma vida melhor, a população menos alfabetizada pode escrever como fala. Como se a gramática normativa devesse ser arquivada para dar lugar à gramática descritiva. Sob essa abordagem, a prática de tomar sopa fazendo barulho com a boca, à moda dos nossos bisavós, também poderia ser recomendável. As concessões demagógicas que se fazem em nome de uma “educação democrática” apenas reforçam a estrutura do atraso que abriga o ensino público básico do país, responsável pelo analfabetismo funcional que atinge um terço da população. Avolumam-se os contingentes de jovens de 9 a 14 anos que, além de não saberem interpretar um texto, restringem-se ao exercício de copiar palavras sem se apropriar de seu significado. Os copistas constituem os batalhões avançados da “revolução” empreendida pela educação brasileira. Pior é constatar que os “revolucionários” crêem firmemente que a escalada social deve continuar a ser puxada pela carroça do século XVII, fechando os olhos à “mobralização” da universidade brasileira. E assim, passada a primeira década do século XXI, no auge das mudanças tecnológicas que cercam a Era da Informação, emerge um processo de embrutecimento do tecido social. Alicerçado pela argamassa de escândalos, desprezo às leis, violência desmesurada, promessas não cumpridas. O grande Rui bem que profetizara: “a degeneração de um povo, de uma Nação ou raça começa pelo desvirtuamento da própria língua”. ¹ Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP e consultor político e de comunicação @Twitter gaudtorquato blog do Noblat

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