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JG. de Araújo Jorge – Poesia – 21/12/23

Boa noite. Gosto quando me falas de ti… JG. de Araújo Jorge ¹ Gosto quando me falas de ti… e vou te percorrendo e vou descortinando a tua vida na paisagem sem nuvens, cenário de meus desejos [tranqüilos Gosto quando me falas de ti… e então percebo que antes mesmo de chegar, me adivinhavas, que ninguém te tocou, senão o vento que não deixa vestígios, e se vai desfeito em carícias vãs… Gosto quando me falas de ti… quando aos poucos a luz vasculha todos os cantos de sombra, e eu só te encontro e te reencontro em teus lábios, apenas pintados, maduros, mas nunca mordidos antes da minha audácia. Gosto quando me falas de ti… e muito mais adiantas em teus olhos descampados, sem emboscadas, e acenas a tua alma, sem dobras, como um lençol distendido, e descortino o teu destino, como um caminho certo, cuja [primeira curva foi o nosso encontro. Gosto quando me falas de ti… porque percebo que te [desnudas como uma criança, sem maldade, e que eu cheguei justamente para acordar tua vida que se desenrola inútil como um novelo que nos cai no chão… “Quatro Damas” – 1965 ¹ José Guilherme de Araújo Jorge * Tarauacá, AC. – 20 de Maio de 1914 + Rio de Janeiro, RJ. – 27 de Janeiro de 1987

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JG de Araújo Jorge – Poesia – 30/11/2023

Boa noite Amor… de mentiras J. G. de Araújo Jorge ¹ Eram beijos de fogo, eram de lavas, e sabiam a sonhos e ambrosias. Com pensar que a boca com que os dava era a mesma afinal com que mentias? Se eras a mais humilde das escravas em dádivas, anseios, alegrias, – como prever que o amor que me juravas seria mais uma das tuas heresias? Como supor ser tudo um falso jogo? E crer que se extinguisse aquele fogo que acendia em teus olhos duas piras? E descobrir, – no instante em que me amavas, – que em tua boca ansiosa misturavas ao mesmo tempo beijos e mentiras? ¹ José Guilherme de Araújo Jorge * Tarauacá, AC. – 20 de Maio de 1914 + Rio de Janeiro, RJ. – 27 de Janeiro de 1983

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J. G. de Arújo Jorge – Verso na tarde – 09/01/2016

Esperança J. G. de Arujo Jorge¹ Não! A gente não morre quando quer, Inda quando as tristezas nos consomem. Há sempre luz no olhar de uma mulher E sangue oculto na intenção de um homem. Mesmo que o tempo seja apenas dor E da desilusão se fique prisioneiro. Vai-se um amor? Depois vem outro amor Talvez maior do que o primeiro. Sonho que se afogou na baixa-mar, De novo há de erguer, cheio de fé, Que mesmo sem ninguém o suspeitar, Volta a encher a maré. Não penses que jamais hás de achar fundo Nem que entre as tuas mãos não terás outra mão. Pode a vida matar o sonho e o sol e o mundo, Mas não nos mata o coração. (Poesia de Maria Helena,- extraído do livro Concerto a 4 mãos – de 1959) ¹José Guilherme de Araújo Jorge * Tarauacá, AC. – 20 de Maio de 1914 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 27 de Janeiro 1987 d.C >> Biografia de José Guilherme de Araújo Jorge [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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J. G. de Araújo Jorge – Versos na tarde – 07/09/2014

Bom dia, amigo Sol J. G. de Araújo Jorge ¹ Bom dia, amigo Sol! A casa é tua! As bandas da janela abre e escancara, – deixa que entre a manhã sonora e clara que anda lá fora alegre pela rua! Entre! Vem surpreendê-la quase nua, doura-lhe as formas de beleza rara… Na intimidade em que a deixei, repara Que a sua carne é branca como a Lua! Bom dia, amigo Sol! É esse o meu ninho… Que não repares no seu desalinho nem no ar cheio de sombras, de cansaços… Entra! Só tu possuis esse direito, – de surpreendê-la, quente dos meus braços, no aconchego feliz do nosso leito!… Eterno Motivo – Prêmio Raul de Leoni, da Academia Carioca de Letras – 1943 José Guilherme de Araújo Jorge ¹ * Tarauacá, AC. – 20 de Maio de 1914 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 27 de Janeiro de 1987 d.C >> biografia de J.G de Araújo Jorge [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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