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Blog da Petrobras e o fim do poder dos grupos de comunicação

Eles ainda não entenderam… Pouca gente entendeu por Luiz Carlos Azenha [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Em alguns minutos o blog da Petrobras terá mil seguidores no Twitter. Se metade deles “repercutir” as manchetes enviadas pela empresa para sua própria rede de seguidores, esse número se multiplica em segundos. Ou seja, a mensagem que a Petrobras manda para mil pessoas tem o potencial de chegar a 10 mil. Ou mais. Se dessas 10 mil pessoas, 5 mil passarem a frequentar o blog da Petrobras diariamente, a empresa poderá vender anúncios no blog. Ou seja: terá construído uma ferramenta de qualidade para se comunicar com o público, pode reduzir os custos com propaganda e ainda faz um dinheiro. Uma excelente notícia para os acionistas da Petrobras. Uma péssima notícia para os donos de jornais, de redes de TV e de emissoras de rádio. Eles perdem dinheiro e autoridade. [ad#Retangulo – Anuncios – Direita]Qual é a vantagem de você ter uma rede de TV se não pode extrair DINHEIRO E PODER dela? Em tese, os empresários do ramo poderiam argumentar que “prestam um serviço público”. Mas é preciso combinar com o público. Isso me faz lembrar dos donos de jornais de antigamente, especialmente no interior. Que costumavam ameaçar com manchetes destruidoras quem não aceitasse pagar pedágio. Quem diria que os Marinho, os Mesquita e os Frias chegariam a esse ponto? Tenho 37 anos de Jornalismo, 29 de televisão. De todas as reclamações que li sobre o blog da Petrobras, só uma faz algum sentido: se a empresa tem ou não o direito de divulgar as perguntas e respostas feitas por jornalistas ANTES da publicação das reportagens pelos jornais que fizeram as perguntas. A relação entre entrevistado-entrevistador é de confiança. Se o entrevistado não tem plena confiança de que será tratado de maneira correta pelo entrevistador, acho justíssimo que divulgue as respostas. Antes ou depois, já que considero que as respostas pertencem ao entrevistado. Mas, sinceramente, acredito que isso é acessório. O essencial é a mudança de qualidade no relacionamento entre a mídia e as fontes, que vai pelo mesmo caminho da relação entre a mídia e os leitores/ouvintes/telespectadores. Estou na internet desde o distante 2003. Aprendi muito com vocês, caros leitores. Aprendi que essa relação que travamos é, essencialmente, uma relação de respeito, mesmo quando há profunda diferença de opiniões. Aprendi que o texto que publico às 6 da manhã será completamente distinto às 10 da noite, quando acrescido dos comentários dos leitores. Serei corrigido. Contestado. Um leitor sugerirá novos links. Outro agregará argumentos. Um terceiro apontará para outro texto, dizendo algo muito distinto do que acabei de escrever. É da natureza da rede. Que é exatamente o meu ponto: os Marinho, os Frias e os Mesquita ainda não entenderam a natureza da internet, nem do jornalismo colaborativo. Eles acreditam que é possível preservar, no mundo digital, o mesmo tipo de relação de autoridade que existe na “mídia tradicional”. De um lado, as “otoridades”: os donos da mídia e os jornalistas devidamente diplomados e com registro no Ministério do Trabalho. Do outro lado, os pobres coitados: leitores, telespectadores e ouvintes cuja única tarefa no mundo é ouvir, acreditar e obedecer. Sinceramente, não estranho que isso escape aos barões da mídia. Sou jornalista e convivo com jornalistas. E diria, sem medo de errar, que 90% dos jornalistas acreditam que farão Jornalismo amanhã da mesma forma que fizeram ontem. Eles não tem a mínima noção do que está mudando e do que virá. Da importância do jornalismo colaborativo, do jornalismo feito para as redes de relacionamento, do poder propagador do twitter e das novas ferramentas que surgem todo dia. Costumo contar duas histórias quando dou palestras sobre esse tema. Numa, comparo preços. Quando fui para Nova York como correspondente da TV Manchete, em 1985, o preço de dez minutos de transmissão de satélite era de mil e quinhentos dólares. Hoje, essa mesma transmissão de imagens pode ser feita pela internet, de graça. Na outra, pergunto a profissão de alguns dos presentes. Em geral há professores, médicos, engenheiros, pedreiros, marceneiros, bibliotecários e muitos outros profissionais na platéia. Depois de listar as profissões, interesses e aptidões de todos, faço uma pergunta simples: imaginem o blog do Azenha feito apenas pelo Azenha. Agora imaginem o blog do Azenha feito pelo Azenha e mais todos os presentes na platéia. Qual será mais rico? Mais variado? Melhor informado? Qual vai errar menos? Mas é mais do que isso. Se eu conseguir juntar todas essas pessoas em um blog E desenvolver uma relação de respeito mútuo e de parceria, temos um salto de qualidade, que vocês podem chamar de jornalismo colaborativo. Que a Petrobras tenha aprendido a fazer isso ANTES que os jornalões é sintoma de que há algo de muito errado com nossos jornais. Ou de muito certo com a Petrobras. Ou ambos. Ouça a palestra mais recente do professor Sergio Amadeu, quando falamos sobre internet para trabalhadores do setor de educação. PS: O Jornalismo não acabou. Simplesmente ficou mais difícil enganar os incautos. PS2: O blog da Petrobras só deu certo por penetrar no fosso que existe entre os jornais e os leitores. Quem cavou o fosso? PS3: O blog obriga a Petrobras a assumir um compromisso de transparência não só com os jornais, mas diretamente com todos os leitores do blog. É um passo que poucas empresas são capazes de assumir. Vocês já imaginaram um blog da Folha em que a Folha responda sobre seu envolvimento com a ditadura militar? Ou o blog do Globo em que o jornal discuta seu apoio ao golpe de 64?

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Ranking de circulação dos jornais brasileiros

A liderança do ranking ficou o jornal Folha de S.Paulo que registrou média diária de 311.297 unidades. Em segundo, o diário Super Notícia, com 303.097, seguido do carioca Extra (297.392). O Globo, cuja circulação foi de 291.407, ficou com o quarto lugar. O jornal O Estado de S.Paulo, com 245.955 unidades diárias, ficou em quinto lugar, à frente do Meia Hora, cuja média ficou em mais de 230 mil. O sétimo e oitavo lugares ficaram com o Zero Hora (179.934) e o Diário Gaúcho (155.589), respectivamente. O Correio do Povo ocupou a nona posição com 155.589 e o esportivo Lance! fechou o ranking registrando 113.715. Fonte Blog de César Maia

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A queda de influência dos jornais e TVs

O blog do jornalista Luís Nassif acaba de postar uma notícia realmente animadora. Com base em dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), que audita as tiragens de jornais e revistas, e do Ibope, que monitora a audiência das emissoras de televisão aberta, ele comprova que a última década foi dramática para a mídia hegemônica brasileira. Ela sofreu sensível queda de influência na sociedade. As profundas mutações tecnológicas, o aumento da concorrência no setor e a perda de credibilidade do jornalismo, entre outros fatores, teriam contribuído para este declínio. No tocante às TVs abertas, a Globo teve a maior queda de participação no mercado (share). Em 2001, sua audiência era de 50,7%. Em 2004, ela chegou a bater em 56,7%. Hoje, está em 40,6% – coincidindo com a subida da TV Record, que saiu de 9,2% em 2001 para 16,2%. Nas últimas três semanas, o Jornal Nacional teve 26% de audiência em São Paulo. Seis anos atrás, era de 42%. Já no se refere à mídia impressa, Folha, Estadão, Globo, Correio Braziliense e JB reduziram a sua tiragem em quase 300 mil exemplares diários – de 1,2 milhão para 942 mil, queda de 25%. Credibilidade da mídia no esgoto O fator tecnológico parece ser a principal causa destas mudanças. Pesquisa recente, intitulada “O futuro da mídia”, revela que, para os brasileiros, o computador já é mais importante do que a TV. “Os entrevistados passam três vezes mais tempo por semana conectados à internet do que assistindo televisão. A maioria dos usuários (81%) apontou o computador como o meio de entretenimento mais importante em relação à TV… A interação com esses mecanismos e o fato dos usuários serem os próprios provedores de conteúdo de suas mídias foram destacados”, afirma a Deloitte. Este fenômeno, impensável há alguns anos atrás, confirma uma tendência mundial. Mas não se deve desprezar, também, a perda de credibilidade dos jornais e das emissoras de TV. Como expôs o jornalista Pascual Serrano, num debate durante o Fórum Mundial de Mídia Livre, realizado no final de janeiro em Belém (PA), a mídia hegemônica sofre hoje uma forte corrosão na maioria dos países do planeta. Entre outros fatores do declínio, Serrano pontua: – Crise de credibilidade. O público já não se fia nos meios de comunicação, tendo comprovado demasiadas vezes como eles mentem e ocultam os elementos fundamentais da realidade; – Crise de objetividade. O mito da objetividade e da neutralidade está em queda e a autoridade do periodismo cai com ele; – Crise de autoridade. A internet e as novas tecnologias revelam a capacidade das organizações sociais e dos jornalistas alternativos para enfrentar o predomínio da grande mídia; – Crise de informação. A dinâmica mercantilista e a necessidade de aumentar a produtividade e a rentabilidade provocam a perda de qualidade da atividade jornalística. blog Altamiro Borges

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A receita básica para cobrar por notícias online

O norte-americano Bill Grueskin conseguiu ver o óbvio no debate sobre a cobrança de conteúdo jornalístico publicado na Web. Ex-editor executivo do The Wall Street Journal e agora professor universitário, Grueskin foi curto e grosso numa série de dois artigos ao analisar se os jornais atuais deveriam cobrar ou não pelo acesso à suas páginas online. “Do jeito que estão, jamais. Ninguém vai comprar, será um fiasco.” Mas acrescentou: “Se as versões online dos jornais resolverem publicar o cálculo das passagens de ônibus, a relação dos melhores professores do município, o ranking dos restaurantes da cidade ou a lista de queixas no hospital local, seguramente vão encontrar leitores que paguem”. Dificilmente um leitor comum pagará pelo acesso a um site jornalístico para saber o resultado de um jogo, a previsão do tempo, cotação do dólar ou horário de trens. Também não pagará para ler sobre o escândalo político da semana em Brasília ou mais uma apreensão de droga pela policia. Estas são informações que ele consegue grátis em dezenas de sites da Web. Acontece que a política editorial dos jornais está apoiada justamente nesta perspectiva que foi desenvolvida e aprimorada quando a internet ainda não existia e a imprensa escrita era a soberana absoluta na publicação de noticias. Nem mesmo a televisão e o rádio conseguiram induzir os jornalistas a mudar sua rotina. Os jornais argumentam que a produção de notícias tem custos e que os internautas deveriam pagar pelo acesso, da mesma forma que os compradores da versão impressa. Quase todos os jornais que resolveram cobrar pelo acesso ao seu noticiário online se deram mal e voltaram atrás. Alguns ainda cobram, numa política que tem mais a ver com teimosia editorial do que com resultados financeiros. As tiragens dos jornais estão em queda livre no mundo inteiro e a migração de leitores para a internet é um fenômeno em ascensão constante. Mas a publicidade online ainda se resume a magros 10% do valor gasto por anunciantes na versão impressa. É este fato que mantém viva a discussão entre cobrar ou não cobrar pelo acesso às páginas Web dos jornais. Enquanto a discussão ficar centrada na lógica editorial e empresarial dos jornais impressos, especialistas em mídia como Bill Grueskin são unânimes em afirmar que não há solução para o dilema da imprensa escrita. A única possibilidade seria pensar “fora da caixa”, como dizem os consultores em administração de negócios. A emergência da Web como canal de informação jornalística introduziu um dado novo no relacionamento dos jornalistas com o público, ao permitir uma segmentação inédita na agenda noticiosa. Esta segmentação permite a publicação de notícias destinadas a públicos específicos que têm necessidades informativas também específicas e que estariam dispostos a pagar por elas. O The Wall Street Journal está no epicentro do debate sobre acesso pago, porque foi um dos únicos a manter a cobrança pelo acesso mesmo depois da sua venda para o império jornalístico comandado pelo magnata australiano naturalizado americano Rupert Murdoch. O Journal mudou de linha editorial e está cada vez mais parecido com um diário comum. A mudança visava ampliar o seu público, mas está acontecendo justamente o contrario. O caso está sendo considerado a principal evidência de que a política editorial vigente na maioria dos jornais espalhados pelo mundo está fadada ao fracasso porque ignora o novo contexto informativo criado pela internet. Este é um desafio às redações e principalmente aos valores e rotinas que as orientaram pelos últimos 50 anos. Há duas questões-chave em jogo: 1) a necessidade de desatrelar a sustentabilidade de um projeto online da publicidade; 2) a necessidade de redescobrir o local e os nichos de público para identificar demandas informativas não convencionais. A equação normal de publicidade pagando pela gratuidade não funciona na Web porque os anúncios não alcançam a mesma cotação do impresso. O custo de publicação de uma página online é infinitamente menor do que o de imprimir e distribuir um jornal impresso, mas mesmo assim a publicidade na Web dificilmente será suficiente para cobrir as despesas. Dessa forma, a cobrança torna-se inevitável. E se ela é inevitável, não há como sobreviver sem produzir notícias que as pessoas aceitem pagar, assim como há milhares de compradores de músicas online, em sites como o iTunes. Eles fazem isto, apesar da existência de muitos sites de músicas grátis, porque é facílimo comprar e porque o custo é muito baixo. A teoria da Cauda Longa explica que dá mais lucro vender mil versões de uma mesma música ao preço equivalente a dois reais, do que vender 100 singles em CD a 20 reais cada. A receita está na Cauda Longa e na segmentação do noticiário em nichos de público. Observatório da Imprensa – por Carlos Castilho

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Jornal de Seattle deixa edição impressa e migra para a web

Na internet, o jornal será escrito por editores de blogs. Richard Perez-Pena The New York Times Nesta terça-feira, o jornal The Seattle Post-Intelligencer produz sua última edição impressa e se torna uma fonte de notícias exclusivamente na internet, anunciou na segunda-feira a Hearst Corp., se tornando o maior diário americano até agora a realizar o salto. » Veja fotos do último dia do jornal » Fechamento de jornal em Seattle exibe crise do setor » Jornal impresso será escrito por blogueiros » Jornal em NY evita a web e prospera Mas o P-I, como é chamado, vai se parecer mais como um Huffington Post local do que um jornal tradicional. Ele terá uma equipe de reportagem com cerca de 20 pessoas, em vez das 165 que já teve, e um site que consiste principalmente em comentários, recomendações e links para outros sites de notícia, junto de algum conteúdo original. O site chamou alguns oficiais dos governos atual e anteriores para escreverem colunas e vai manter alguns de seus populares colunistas e blogueiros, além de um grande número de blogueiros locais não-pagos cujo trabalho aparece no site. A Hearst também planeja aproveitar o material de suas revistas para o site. O site, segundo descrição de executivos, talvez compita menos diretamente com o tradicional concorrente do P-I, The Seattle Times, do que com outro site local de comentários e notícias, o Crosscut. A Hearst espera capitalizar o tráfego consistente que o P-I já tem na web, cerca de 1,8 milhões de visitantes únicos por mês, de acordo com a Nielsen Online. Ele normalmente supera o público leitor online de seu rival tradicional, The Seattle Times, apesar de ter circulação impressa muito menor, 118 mil nos dias de semana em 2008, em comparação com os 199 mil do Times. O P-I perdeu US$ 14 milhões no ano passado, segundo a Hearst, e sua transição para um produto totalmente digital será acompanhada de perto por um setor que está perdendo receita rápido, está procurando por um novo modelo de negócio e ainda conta com edições impressas para 90% de seus ganhos. A companhia recentemente orientou todos os seus jornais a procurarem formas de cobrar pelo conteúdo digital – mesmo que seja aquele disponibilizado para celulares, e não o online. “Realmente acreditamos que é um período de inovação e experimentação, e é isso que esse novo SeattlePI.com representa”, disse Steven R. Swartz, presidente da divisão de jornais da Hearst. “Achamos que vamos aprender muito, e que o mercado de Seattle, tão focado no mundo digital, é um ótimo local para tentarmos isso”. Sobre o que acontecerá com o tráfego online do P-I, disse, “não sabemos o que esperar”. O Seattle Times e o P-I possuem um acordo de operação conjunta há décadas, no qual o Times lida com todas as operações fora da redação para ambos, como impressão, distribuição, propaganda e marketing. Os executivos da Hearst disseram que estavam desfazendo o acordo, mas não está claro como isso vai afetar as precárias finanças do Times. O jornal não vai precisar mais dividir os lucros com a Hearst, mas também não poderá dividir as despesas. O novo P-I será comandado por Michelle Nicolosi, produtora-executiva do site desde 2005, que é editora e repórter premiada. David McCumber, editor geral, e Roger Oblesby, editor, não permanecerão no P-I, mas vão ter cargos na Hearst, disseram executivos. A Hearst anunciou a decisão para a equipe do P-I em uma reunião da redação na segunda-feira, às 10h do horário local, e disse que ofereceria indenização para cerca de 145 funcionários. Como o jornal não tem equipe de negócios própria, a nova operação planeja contratar mais de 20 pessoas em áreas como venda de anúncios. Entre os novos colunistas, anunciou a empresa, estarão Norm Rice, ex-prefeito de Seattle, e sua mulher, Constance Rice; Jim McDemott, congressista; Maria Goodloe-Johnson, responsável pelas escolas públicas municipais; um ex-chefe de polícia, um promotor federal e dois ex-governadores. fonte: Terra Tradução: Amy Traduções

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As mudanças na mídia

Um estudo amplo sobre os dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC) – que audita a tiragem de jornais e revistas – e do IBOPE – para TV e rádio – comprova que a última década foi de mudanças estruturais. Essas modificações reduziram sensivelmente o papel e a influência da chamada grande mídia – categoria onde entram a Rede Globo, os jornais Folha, Estado, O Globo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense. E um sensível aumento de competidores, da imprensa do interior e dos jornais populares. *** Entre as TVs abertas, a Globo tinha um share de audiência de 50,7% em 2001. Chegou a bater em 56,7% em 2004 – coincidindo com a queda de audiência do SBT. Hoje está em 40,6% – coincidindo com a subida da TV Record – que saiu de 9,2% em 2001 para 16,2%. Nas três últimas semanas, o Jornal Nacional deu 26% de audiência em São Paulo. Seis anos atrás, era de 42%. Nessa época, quando o JN caiu para 35% houve um reboliço na Globo. A ponto de edições do JN terem blocos de 22 minutos com várias matérias de apelo. Aparentemente, perdeu esse pique. *** Com os jornais da chamada grande mídia, repete-se o mesmo fenômeno. O estudo dividiu os jornais entre Tradicionais (Folha, Estado, Globo, JB e Correio Braziliense), jornais das capitais, jornais do interior e jornais populares. De 2001 a 2009, os tradicionais perderam 300 mil exemplares diários – de 1,2 milhão para 942 mil, queda de 25%. Os jornais de capitais (excetuando os do primeiro grupo) cresceram de 1,2 milhão para 1, 37 milhão – crescimento de 10,5%. Os jornais populares passaram de 663 mil para 1,2 milhão – alta de 85%. E os jornais do interior saltaram de 300 mil para 552 mil – alta de 83,5%. *** Não apenas isso. Nos últimos anos, gradativamente os jornais estão se desvencilhando da pauta da chamada grande mídia. Antes, havia um processo de criação de ondas concêntricas em torno dos temas levantados pelo núcleo central, com os demais jornais acompanhando as manchetes e as análises. De alguns anos para cá, essa dependência cessou. Um estudo de caso analisou bem essa diferença de enfoque. Lula esteve em São Paulo. Anunciou que as informações do INSS seriam fornecidas em 3 horas. Os grandes jornais e o JN deram destaque para a visita a uma Sinagoga (para repercutir a questão do Holocausto) e para intrigas políticas. Todos os jornais populares, do interior e das capitais deram destaque àquilo que interessava diretamente ao seu leitor: a diminuição dos prazos de informações do INSS. *** Esse exemplo sintetiza a armadilha na qual se meteu nos últimos anos a chamada grande mídia. Perdeu-se a noção dos temas relevantes ao leitor. Em vez de buscar a informação útil, enrolaram-se no chamado jornalismo de intriga – sempre procurando frases ou enfoques que privilegiassem conflitos. Enquanto isto, os jornais populares – com exceção dos paulistanos (Agora, Diário de São Paulo e Jornal da Tarde), que não decolaram – passaram a tratar dos temas de interesse de seu público, assim com os jornais de interior e da capital. Vai ser um longo trajeto para recuperar os princípios do jornalismo. blog Luiz Nassif

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El País. Jornal considera Lula um estadista

Para o maior jornal espanhol, o El País, as reiteradas afirmações do Presidente Lula de que não deseja um terceiro mandato, o colocam no patamar dos estadistas. As recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartando a possibilidade de disputar um terceiro mandato consecutivo fazem dele um estadista de porte europeu, afirma um artigo publicado nesta terça-feira no jornal espanhol El País. “Lula não quer ser comparado com as veleidades populistas e perturbadoras de outros líderes da América Latina. Quer parecer mais com um estadista de porte europeu”, afirma o El País. Para o jornal, Lula é um dos políticos com o “melhor olfato” da situação e, apesar de sua popularidade recorde de 83% após seis anos no governo e das fortes pressões do PT, decidiu ficar fora da disputa. O jornal destaca que as eleições de 2010, as primeiras em 20 anos em que Lula não aparecerá como candidato, apresenta três cenários possíveis. O primeiro é a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, já defendida publicamente pelo presidente. O jornal salienta, no entanto, que a candidatura de Dilma não virá “sem problemas”. “Dilma não é a candidata defendida pelo PT, no qual nunca ocupou nenhum cargo e onde é vista como tecnocrata. E, sobretudo, ela não tem carisma pessoal”, diz o El País. “Para remediar este inconveniente, seus assessores de imagem já começaram a trabalhar: substituíram os óculos por lentes de contato, mudaram a cor de seu cabelo e a submeteram recentemente a uma cirurgia plástica facial.” De acordo com o diário espanhol, o segundo cenário seria a vitória de José Serra, candidato da oposição derrotado por Lula no segundo turno em 2002. “A vitória de Serra seria uma verdadeira alternativa de poder e a mais temida pelo PT”. E a última hipótese seria a defesa, por parte do presidente, de um candidato de fora do PT, pertencente a um dos 11 partidos da base aliada do governo. “Um cenário que seria muito difícil de ser digerido pelos colegas do partido e que conta com a dificuldade de não existir um candidato capaz de fazer frente a Serra, que, hoje, tem 46% de intenções de voto”. da BBC Brasil

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