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Arquitetura – Conservar gelo no deserto

Na antiga Pérsia, há mais de 2.400 anos, as pessoas descobriram como fazer e armazenar gelo no meio do deserto usando uma estrutura especial chamada Yakhchal, que significa “Poço de gelo”. Yakhchal era um prédio em forma de cúpula com paredes espessas feitas de tijolos e barro para manter o interior fresco. Durante o inverno, a água dos rios ou a neve derretida dirigiam-se para o Yakhchal através dos canais. Depois, a água era deixada congelar em pequenas piscinas dentro da estrutura durante as noites frias do deserto. Uma vez que a água se transformou em gelo, ela era cortada em blocos e armazenada na parte mais fria do Yakhchal. Este gelo podia durar muitos meses, mesmo durante o calor do verão, e era usado para refrescar bebidas, conservar alimentos e até mesmo para fins médicos. O design inteligente e o isolamento natural do Yakhchal ajudaram os antigos persas a desfrutar do gelo mesmo no deserto.

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Arquitetura – Residências

Arquitetura, Residências Masouled, Irã Você sabia que… Existe uma aldeia onde os telhados das casas formam a rua? É uma cidade antiga construída na encosta da serra de Alborz em 10 AC, embora tenha sido fundada por volta de 10 AC, devido à sua predisposição para na época, decidiu-se que as ruas eram os telhados das casas, mas que apenas ali podiam circular pedestres, sendo proibidos todos os tipos de veículos. A cidade é conhecida como “O pátio do prédio de cima é o telhado do prédio de baixo”. Hoje, esta cidade ainda tem 564 habitantes. Os edifícios são construídos em tijolos de barro com revestimento de barro ocre, janelas e portas de madeira.

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Irã e o ataque a Israel

O C.S da ONU, teve que ouvir(e engolir calado) uma verdade absoluta. Uma célebre frase de Sayyed Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah(assassinado recentemente por Israel) “Nós árabes, amamos a morte, tanto quanto os israelenses, amam a vida”, citada ontem, pelo representante iraniano, na ONU, parece profetizar o que está por vir. Israel tirou tanto dos palestinos, libaneses, sírios, iraquianos, iemenitas, líbios e egípcios, e de “outros povos” que não sejam judeus, que talvez “esses povos” não tenham muito mais a perder, Após o maior ataque com mísseis balísticos simultâneos da história, o Irã retaliou à altura os massacres e bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria. A utilização desses mísseis, marca um ponto de equilíbrio, na guerra que o Estado Sionista, trava contra os povos árabes. Como o atual governo de Tel Aviv, liderado pelo ultrarradical Benjamin Netanyahu, parece não seguir regras, e não medir consequências, para avançar com seu “lebensraum” sionista, contando com o apoio militar e financeiro dos EUA, esta “aposta” de Netanyahu, transformou-se numa empreitada arriscada e que poderá envolver nesta guerra, todo o Oriente Médio, e que poderá resultar, na extinção(por que não ?) de Israel. Uma guerra total no Oriente Médio(como tudo indica que caminha para este fim) envolvendo uma coalisão antes improvável de países árabes, até Irã, Iraque, Arábia Saudita, Egito, Qatar, Kuwait, e outros, poderia transformar o Estado de Israel em ruínas, e diante disso, a célebre frase de Nasrallah, parece profetizar o que está por vir. No confronto entre Irã e Israel, vencerá quem tiver mais mísseis balísticos para disparar um contra o outro, assim como mais disposição para morrer por suas crenças. Ou será que os israelenses realmente acreditam, que nenhum exército poderá vencê-los, e que são donos das terras que ambicionam apropriarem-se, a ponto de darem tudo por elas ? Os israelenses sempre poderão sair de lá(de uma forma ou de outra, os demais países árabes, não. Como o C.S da ONU, ao que tudo indica, nada poderá fazer, para conter os avanços das tropas israelenses, rumo aos territórios de seus vizinhos, e como os EUA “sempre” estarão vetando, qualquer iniciativa de punir Israel, e sempre estará garantindo a Israel, recursos militares e financeiros(por que seria ?) restam aos demais países do Oriente Médio, esquecerem suas diferenças(mais religiosa do que políticas) e avançarem juntos, para expulsar este país, que na verdade, é um “intruso” e para os árabes, que “têm mais a ganhar, do que a perder” a extinção do Estado Sionista, seria um ganho. (Por Daniel Reynaldo)

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Irã, Putin e o enterro do dólar

Tapete persa para dólar: te pego na saída!   Recentemente, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, encontrou-se com o presidente Vladimir Putin e explicou ao líder russo como isolar os Estados Unidos. Segundo o líder iraniano, os dois países podem isolar Washington de várias maneiras, inclusive, eliminando o dólar através de sua substituição “por moedas nacionais em transações bilaterais ou multilaterais”. O aiatolá também sublinhou que a cooperação de Moscou e Teerã na Síria mostra que os dois países conseguem “atingir objetivos comuns em situações desafiadoras”.

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Quem matou Alberto Nisman?

Em janeiro deste ano, um promotor argentino foi encontrado sem vida ao redor de uma poça de sangue no banheiro de seu apartamento, dias antes de divulgar um relatório contra o governo da presidente Cristina Kirchner. O correspondente da BBC Wyre Davies foi até Buenos Aires para entender as circunstâncias dessa estranha morte que continua a abalar a Argentina. No início deste ano, em meio a um período crítico em que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tentava recuperar a combalida economia do país, de olho nas eleições de outubro, um episódio atingiu o centro nervoso do governo. Dentro de um luxuoso apartamento na área portuária de Buenos Aires, um promotor de 51 anos chamado Alberto Nisman se preparava para divulgar um relatório polêmico. Ele acusaria o governo argentino de ajudar a acobertar o pior ataque terrorista da história do país. Horas antes de ele apresentar o relatório ao Congresso, Nisman foi encontrado morto em seu apartamento, localizado no 13º andar de um prédio luxuoso da capital Buenos Aires, com um único disparo na cabeça. Rapidamente, os argentinos começaram a se questionar: foi um suicídio ou um assassinato? E se realmente tiver sido um assassinato, quem estaria por trás de sua morte? A resposta a essa pergunta encontra-se em uma sucessão de fatos ocorridos há 21 anos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Leia mais: Promotor que acusou Cristina Kirchner é achado morto; entenda o caso Atentado Ataque a bomba destruiu a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994 No dia 18 de julho de 1994, um ataque a bomba destruiu a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), o principal centro comunitário judaico do país. A explosão foi tão forte que o prédio ruiu, matando 85 pessoas. Muitas das provas foram perdidas ou contaminadas, ora deliberadamente ou por incompetência, e nunca ninguém foi condenado pelo envolvimento no atentado. O ataque atingiu o coração da comunidade judaica, com cerca de 400 mil integrantes, uma das maiores fora de Israel. O prédio foi então reconstruído sob forte esquema de segurança com altos muros que impedem qualquer nova ameaça. Nisman, um promotor midiático e por vezes obsessivo, vinha investigando o atentado há mais de uma década, tentando solucionar um caso para o qual ninguém ainda havia conseguido encontrar respostas. Explosão foi tão forte que o prédio ruiu, matando 85 pessoas Mas, nos últimos meses, o promotor começou a angariar inimigos no alto escalão do governo argentino. Alegando que houve uma tentativa de acobertar a suposta participação do Irã no atentado, Nisman abriu um processo criminal contra a presidente argentina, Cristina Kirchner, e o chanceler do país, Hector Timerman. O promotor confiava em poucas pessoas e ocasionalmente trabalhava de seu apartamento. Ele estava ali no dia 18 de janeiro deste ano quando foi encontrado morto. Flagrado deitado em seu banheiro cercado de uma poça de sangue e com uma arma próxima a seu corpo, muitas pessoas com boas conexões na Argentina imediatamente presumiram que Nisman havia se suicidado. Até a própria presidente Kirchner, em sua página no Facebook, sugeriu que o procurador tinha ceifado a sua própria vida. Leia mais: Argentina: Atentado investigado por promotor morto segue impune; entenda Outro lado Ex-companheira de Nisman, juíza argentina Sandra Arroyo Salgado recusa-se a aceitar versão oficial sobre morte de promotor Mas uma pessoa se recusa a acreditar nisso desde o início. Ex-companheira de Nisman, Sandra Arroyo Salgado viveu com o promotor por 17 anos e é mãe de suas duas filhas. “Não tenho dúvida, de que por causa do jeito que ele era, sua personalidade, ele nunca tiraria a própria vida”, disse ela à BBC em uma entrevista exclusiva em sua casa, localizada em um subúrbio chique nos arredores de Buenos Aires. “Ele era extremamente cuidadoso com sua saúde e tinha medo de morrer jovem. Por isso, quando me contaram que ele tinha sido encontrado morto e uma arma foi encontrada no local, sabia que alguém o havia matado”. Polícia permitiu que mãe de Nisman lavasse pratos sujos que haviam sido deixados na pia No momento da morte de Nisman, Salgado estava em viagem ao exterior e, quando voltou à Argentina, ficou surpresa com a rápida velocidade do exame post mortem e o insucesso em preservar as provas encontradas no apartamento do promotor. Assim, embora ela e Nisman estivessem separados, Salgado ─ que é juíza ─ começou suas próprias investigações. “A única coisa que estamos buscando é a verdade”, disse ela. “Minha equipe de investigadores analisou as fotos e o vídeo da autopsia oficial e chegou à conclusão que a morte de Alberto certamente não foi acidental”. “É como se as autoridades responsáveis pela investigação estivessem ignorando completamente o fato de que Alberto foi encontrado morto apenas quatro dias depois de ter acusado a presidente do país de nada menos do que um possível acobertamento de um ataque terrorista que resultou na morte de 85 pessoas”. Leia mais: Por que a morte do promotor argentino deixa tantas dúvidas Provas Arma que matou Nisman era uma antiga Bersa calibre 22 Dezenas de imagens foram registradas pela polícia argentina no apartamento de Nisman. Elas apontavam para uma total falta de preparo das autoridades. Algumas imagens mostram várias pessoas andando pelo apartamento, sem qualquer roupa especial. As evidências foram inapropriadamente manipuladas. Por exemplo, em dado momento, a polícia permitiu que a mãe de Nisman lavasse os pratos sujos que haviam sido deixados na pia e que, muito possivelmente, teriam pistas que ajudariam a desvendar o mistério. A equipe de Salgado também alega que as digitais não foram tiradas de provas consideradas “chave” como um computador que, segundo ela, investigadores ligaram sem a devida cautela. A arma achada na cena também parece ter sido manipulada e deixada em outro lugar, de novo longe do procedimento padrão nesses casos. Apenas depois da insistência de Salgado foi que um teste à base de Luminol (substância química que permite identificar vestígios de sangue) foi realizado semanas depois da morte de Nisman. O teste mostrou que houve uma tentativa de lavar o sangue de algum

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O petróleo despenca, e a Arábia Saudita sorri

O governo de Riad perde com a queda de preços, mas celebra instabilidade no Irã e teste à nova indústria petrolífera norte-americana  Salman bin Abdulaziz Al-Saud, o príncipe-herdeiro do trono saudita, em evento na terça-feira 6. A família real depende do petróleo, mas por enquanto está disposta a encarar a queda. Na terça-feira 6, o preço do petróleo nos mercados de Londres e Nova York, referências para o resto do mundo, ficou abaixo dos 52 dólares, menor valor desde 2009. A brusca queda recente, de 55% desde a metade de 2014, é resultado de uma oferta elevada, marcada por picos de produção na Rússia, no Iraque e nos Estados Unidos, e demanda comprimida pela lentidão das economias de China, Japão e países europeus. O cenário deveria provocar preocupação na Arábia Saudita, maior exportadora e dona da maior capacidade de produção de petróleo do mundo, mas a monarquia se mostra tranquila. A queda de preços é ruim para o governo saudita, mas pior para seu maior inimigo, o Irã, e serve para testar a força da crescente produção norte-americana, que causa apreensão em Riad por minimizar a dependência que Washington tem do petróleo saudita. Em 21 de dezembro, em reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na Áustria, a Arábia Saudita revelou sua serenidade com o tombo do preço do petróleo. Sem conseguir um acordo com países de fora do cartel, como a Rússia e o México, a Opep decidiu não reduzir suas metas de produção, o que faria a cotação do barril crescer. A opção pela regulação do preço a partir da lógica do mercado foi um afastamento da tradição da Opep, comandada pelos sauditas. Ao longo das últimas quatro décadas, o cartel petrolífero tirou e injetou barris no mercado sempre que os preços escaparam aos limites desejados, para cima ou para baixo. Desta vez, sem a mesma capacidade de influenciar o mercado, os sauditas aceitaram pagar para ver até onde a queda vai. O governo de Riad nega estar conspirando para prejudicar determinadas nações, mas parece óbvio que a família real observa o resultado de sua aposta com a expectativa de obter dividendos políticos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Não há dúvidas de que o petróleo em baixa prejudica a Arábia Saudita. A economia do país é pouco diversificada e muito dependente do setor petrolífero, responsável por 85% das exportações e 50% do PIB. Entre 2014 e 2015, a receita do petróleo deve cair 88%, sendo responsável por um déficit de 39 bilhões de dólares no orçamento saudita, o maior da história, o que acarretará cortes de gastos públicos e, possivelmente, alguma instabilidade política. Ainda assim, a Arábia Saudita pode suportar o baque – além de reservas monetárias de 750 bilhões de dólares, o País tem o menor custo de produção de petróleo no mundo, de cerca de cinco dólares por barril. Se cortasse sua produção sem uma combinação prévia com países de fora da Opep e promovesse a elevação do preço do petróleo, a Arábia Saudita poderia perder cotas de mercado. Foi isso o que ocorreu nos anos 1980, quando o barril foi vendido a menos de 10 dólares e os sauditas perderam clientes ao cortar sua própria produção, enquanto outros países mantiveram-na, vendendo seu petróleo por um preço mais baixo. Em um cenário de disputa por mercado, a Arábia Saudita poderia perder espaço para aliados, como os Emirados Árabes Unidos e o Kuwait, mas também para países que vê como rivais. Um deles é a Rússia, que segue apoiando o ditador sírio Bashar al-Assad, o qual os sauditas tentam derrubar. Outro é o Irã, visto como o maior inimigo da Arábia Saudita. Além de apoiar Assad, o regime iraniano, visto como ameaça existencial, contrapõe os interesses sauditas em quase todos os pontos nevrálgicos do Oriente Médio. O Irã como alvo A queda atual do preço do petróleo atinge duramente as ambições de Teerã em um momento sensível. No próximo dia 15, negociadores iranianos vão se encontrar novamente com emissários de Alemanha, China, EUA, França, Reino Unido e Rússia para tentar chegar a um acordo sobre o programa nuclear. A Arábia Saudita jamais apoiou o diálogo com o Irã – ao contrário, o país árabe faz lobby para que os Estados Unidos resolvam a questão por meios militares, bombardeando as instalações nucleares iranianas para “cortar a cabeça da cobra”. Sem condições de direcionar a política externa dos EUA, a Arábia Saudita trabalha para desestabilizar o Irã. O ímpeto pelo acordo nuclear é comandado por Hassan Rouhani, presidente do Irã. Rouhani trava uma batalha interna com setores linha-dura, contrários ao diálogo com os EUA, e tem vendido a ideia de que a solução para os graves problemas econômicos do país é o acordo nuclear e o fim das sanções impostas por EUA e Europa. Para manter o impulso pelo diálogo, Rouhani precisa de apoio popular e este depende significativamente da situação da economia. Após um acerto provisório com as potências em novembro de 2013, algumas sanções contra o Irã foram aliviadas. Isso facilitou a recuperação econômica do país, marcada pela reversão da recessão e pelo fim da alta da inflação, mas a diminuição do lucro do petróleo provocará um duro impacto nas contas iranianas. Metade das receitas do país é oriunda do setor petrolífero, e Teerã precisaria, segundo o FMI, de um barril cotado a 136 dólares para ter um orçamento balanceado. Com o petróleo vendido perto dos 50 dólares, as dificuldades serão tremendas. Por isso, a partir de março, entrará em vigor no Irã um orçamento bastante austero, com aumento de impostos e redução de subsídios para alimentos e combustível. São medidas impopulares, que podem erodir o apoio a Rouhani e dificultar o diálogo, exatamente o que os sauditas desejam. Os EUA como alvo Além de ver o sofrimento do Irã, a Arábia Saudita espera obter um segundo dividendo político-econômico com a brusca queda do preço do petróleo: testar a resiliência da produção norte-americana do petróleo de folhelho (shale oil, em inglês), uma rocha sedimentar que é explorada por meio

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Irã. Burlando a censura na Internet

Iranianos burlam censura na net com novo software Programa desenvolvido por religiosos chineses permite acesso livre à rede O governo iraniano, mais do que qualquer outro, determina pela censura o que os cidadãos podem ler online, usando tecnologia que bloqueia milhões de sites da internet que oferecem notícias, comentários, vídeo, música e, até pouco tempo atrás, o Facebook e YouTube. Se digitasse a palavra “mulheres” em farsi, o internauta receberia a mensagem: “Prezado assinante, o acesso não é possível.” Em julho, em sites muito visitados que oferecem download gratuito de vários softwares, apareceu uma brecha: um programa que permitia aos iranianos contornar a censura. O programa foi descoberto por estudantes universitários, que depois o divulgaram por e-mails e compartilhamento de arquivos. No final do ano, mais de 400 mil iranianos surfavam na internet sem censura. O software foi criado não por iranianos, mas por especialistas chineses em computação que trabalham voluntariamente para o Falun Gong, movimento espiritual banido por Pequim desde 1999. Eles mantêm uma série de computadores em centros de dados de todo o mundo para atender às solicitações dos internautas, burlando os censores. A internet deixou de ser apenas um canal essencial para o comércio, para o entretenimento e a informação, para se tornar o cenário tanto do controle estatal quanto da rebelião contra ele. Atualmente, mais de 20 países usam sistemas cada vez mais sofisticados para bloquear e filtrar o conteúdo da rede, diz o grupo Repórteres sem Fronteiras, que estimula a liberdade de imprensa.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Governos autoritários como o do Irã, China, Paquistão, Arábia Saudita e Síria instalaram sistemas de filtragem mais agressivos, mas algumas democracias ocidentais também começam a filtrar parcialmente o conteúdo, como a pornografia infantil e outros materiais de cunho sexual. Em resposta à censura, uma aliança que abrange ativistas políticos e religiosos, defensores das liberdades civis, empresários e até militares de alta patente e agentes de inteligência contestam o crescente controle de conteúdo da rede. Os criadores do software usados pelos iranianos são membros do Consórcio Global pela Liberdade na Internet, com sua principal sede nos EUA e afiliado ao Falun Gong. O consórcio é um dos vários grupos menores que criam sistemas para permitir que todos tenham acesso à internet aberta. Em outra iniciativa, a do Projeto Tor, um grupo sem fins lucrativos oferece um software gratuito que pode ser utilizado para enviar mensagens secretamente ou chegar a sites bloqueados. O software, desenvolvido nos Laboratórios de Pesquisa Naval dos EUA, é utilizado por mais de 300 mil pessoas no mundo. Cientistas políticos da Universidade de Toronto construíram outro sistema, chamado Psiphon, que possibilita a qualquer um burlar firewalls com apenas um browser. Percebendo uma oportunidade de negócios, eles criaram uma empresa que ganha um bom dinheiro permitindo que companhias de mídia transmitam conteúdo digital para usuários da rede passando por cima dos firewalls nacionais. Por causa do risco dessa silenciosa guerra eletrônica, há uma advertência no site do grupo: “Burlar a censura pode constituir um crime contra a lei. Cuidado com os perigos implícitos e suas possíveis consequências.” A China admite que monitora o conteúdo da internet, mas afirma que seu objetivo é muito semelhante ao de qualquer outro governo: policiar o material perigoso, pornografia, propaganda enganosa, atividade criminosa e fraude. Segundo o governo chinês, o Falun Gong é um culto perigoso que destruiu a vida de milhares de pessoas. Por sua vez, intensificando seus esforços contra a proibição oficial, o consórcio dessa seita organizou no ano passado um amplo lobby no Congresso dos EUA, que aprovou US$ 15 milhões para serviços que permitam burlar o sistema oficial. Mas o dinheiro não se destinou ao Falun Gong, e sim a Internews, uma organização internacional que financia grupos de mídia local. Este ano, uma coalizão mais ampla está se organizando com a finalidade de pressionar o Congresso a conceder um financiamento maior para iniciativas que combatam a filtragem em benefício de dissidentes do Vietnã, Irã, Tibete, Mianmar, Cuba, Camboja, Laos e da minoria uigur, da China. John Markoff, The New York Times

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