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Impeachment: o jogo é deixar Dilma “sangrar”

Elite esquece impeachment de Dilma, vão deixá-la sangrando até o fim. E de repente, não mais que de repente, Globo, Bradesco, Firjan, Fiesp, Alckmins, Boechats e tutti quanti emitem sinais de que ou não embarcaram ou desembarcaram da aventura do impeachment. Na versão cada dia mais surrealista dos governistas, essas forças agora vão neutralizar o golpe da “direita”. Não vai haver golpe porque o golpe já houve com o estelionato eleitoral, quando Dilma ganhou e Levy levou. E continua havendo, a conta-gotas, como demonstra a agenda de arrocho e repressão que o Congresso examina e a própria presidenta não se nos poupa de impulsionar, agora com o PL 2.016. Ao que tudo indica, os setores do grande capital hoje dedicados ao “deixa disso” não querem marola porque já conseguiram o que queriam antes mesmo da posse: a escolha de um Levy qualquer para gerir a economia à moda dos derrotados, ficando o ônus da impopularidade das medidas para Dilma e “seu” partido.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Podem se dar ao luxo de tolerar Dilma desde que ela mantenha a política econômica conservadora, os subsídios “estratégicos” e os juros altos. Não serão os “movimentos sociais”, que seu projeto ameaça criminalizar, que garantirão o cumprimento do mandato de Dilma, nem o “seu” partido em frangalhos, mas o próprio Capital. Que, como de hábito, saberá exigir exclusividade nos bônus. No andar de cima, a disposição de desestabilizar parece estar agora restrita a Cunha e sua tropa, de um lado, e aos desvarios de Aécio e sua banda de música parlamentar, de outro. Mas não se sabe o que o futuro imediato lhes reserva. Com a recondução de Janot, as denúncias decorrentes da Lava Jato chegarão aos membros do Congresso, e aí muitas surpresas podem acontecer. Na remota hipótese de Dilma ser atingida pelas investigações, Temer continuará sendo o “plano B” de muitas forças, coisa que sempre pode credenciar alguém a se tornar o “plano A”. Aconteça o que acontecer com a luta pelo poder, hoje no nível de um “Cães de Aluguel” encenado num “Tomara que Caia” feito só por canastrões, podemos ter algumas certezas: os trabalhadores, materiais e imateriais, pagarão sozinhos a conta do “ajuste”; a matança de pobres pelo Estado prosseguirá; as remoções de famílias pobres continuarão em todo lugar; os indígenas continuarão perdendo suas terras; os movimentos de contestação continuarão sendo tratados como inimigos do Estado. As surpresas tendem a ficar reservadas ao que a Operação Lava Jato ainda pode produzir. Sobre isso, há um ponto que, talvez intencionalmente, vem sendo silenciado por “vermelhos” e “azuis”: em reiteradas manifestações processuais, o juiz Moro sempre repele a versão de que teria havido extorsão contra as mega-empreiteiras cujos altos dirigentes vem prendendo e condenando. Rejeita a versão imoral de que as empreiteiras foram “vítimas” dos partidos. Sempre reitera que elas entraram em conluio, formaram um cartel, uma associação para delinquir – o que chegou a provocar críticas apopléticas por parte de notórios escribas do Capital. Diante disso, duas perguntas ficam por responder. A primeira é: dado que as empresas envolvidas também compartilham outras grandes obras públicas, estaduais e municipais, especialmente no Rio dos mega-eventos, é crível que tal associação criminosa entre elas se restringisse ao plano federal? Aqui no Rio era tudo certinho? Em São Paulo também? E em Minas, etc? Com as mesmíssimas empresas? A segunda pergunta é: chegarão as investigações até aí? As atuais ou as que resultarem delas? Jânio de Freitas noticiou ontem na Folha que o tal Fernando Baiano, “operador” do PMDB, teria mandado a família para o exterior, sinal de que estaria mesmo disposto a colaborar. Nessa hipótese, abre-se uma avenida para averiguar a reprodução do esquema dos gangsters no Rio. E muitas verdades enunciadas nas ruas em 2013 serão comprovadas judicialmente. Sem mandato, o ex-governador fluminense, por exemplo, estaria na jurisdição de Moro nos casos em pauta… Ainda tem muita água pra rolar, mas cresce entre “vermelhos”, “azuis” e “furta-cores” o desejo de deter o tsunami curitibano. Conseguirão? Por Adriano Pilatti/Tribuna da Imprensa

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Decano do PSDB critica irresponsabilidade tucana

Tido como uma das principais referências da intelectualidade do PSDB, o professor de filosofia da USP, José Arthur Giannotti, foi duro ao analisar o desempenho do partido na atual conjuntura política e econômica, especialmente na Câmara dos Deputados. Considerado por dez entre dez tucanos como uma das principais referências teóricas da sigla, o professor de filosofia da USP José Arthur Giannotti usou um tom bastante crítico para analisar, em entrevista publicada no site br.reuters.com, o posicionamento político do partido diante do atual quadro político e econômico, principalmente na Câmara dos Deputados. Para ele, “O PSDB nunca foi um partido. Sempre foi mais uma reunião de caciques que têm suas próprias posições”. Para o professor, o atual momento do PSDB pode ser ilustrado pela fragilização dos seus princípios ao ficar a reboque do PMDB. “O que o partido está fazendo, na Câmara, é uma oposição fraca ao Governo, sem levar em conta que são seus próprios princípios que estão em jogo”. De acordo com Giannotti, “ Isso não apenas enfraquece o partido, mas faz com que ele seja mais um tiroteio do que uma oposição política. Não fazem política responsável, estão apenas empenhados em derrubar a Dilma.” Ele avalia, ainda, que o PSDB está agindo de forma irresponsável com relação à crise política e econômica. “Quando temos um câncer na presidência da Câmara, que não tem nenhuma responsabilidade com o orçamento e a recuperação do país, nós temos o fim da política”. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Prisão de Dirceu alimenta ofensiva contra PT e complica mês de Dilma

A prisão do ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu (PT) sob a acusação de liderar o esquema de corrupção na Petrobras não foi uma surpresa. Seu nome ronda a Operação Lava Jato desde o início das investigações e seu advogado de defesa, Roberto Podval, esperava que ele fosse preso desde abril. Mas a detenção do homem-forte do Governo Lula na volta do recesso parlamentar provoca um fato político que esquenta a ofensiva da oposição para fazer o PT sangrar durante um mês que já prometia ser nebuloso. Na superfície, o acontecimento não causa consequências práticas ao Planalto: Dirceu já não integra o Governo há uma década, e nem a presidenta Dilma Rousseff nem o ex-presidente Lula estão oficialmente na mira do juiz Sérgio Moro. Operação recuperou 570 milhões de reais, mas desafia histórico de anulação na Justiça Sérgio Moro: “Quanto maior o poder, maior a responsabilidade” Eduardo Cunha cobrou propina de 5 milhões de dólares, diz delator da Lava Jato Mas na política, muitas vezes, a prática é o de menos. O ex-ministro é um dos nomes mais emblemáticos do PT e seu envolvimento em mais um escândalo (já fora condenado e preso pelo mensalão) é a munição que a oposição – e, em especial, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) – esperavam para retomar as articulações pela abertura de um processo pelo impeachment presidencial e para inflar parte da sociedade civil que, descontente com o Governo, pretende ir às ruas novamente no dia 16, com o apoio do PSDB.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “A prisão de José Dirceu é a faísca. Quem de fato é o alvo agora? Para o Eduardo Cunha e para a ala aecista [ligada ao senador Aécio Neves] do PSDB, o alvo é a Dilma. Para a maior parte da oposição, o alvo é o Lula, que é um nome forte para 2018 e que só agora começa a desmanchar. [A prisão de Dirceu] É um fato político que marca o início de uma ofensiva mais forte sobre o Lula”, avalia o sociólogo e cientista político Rudá Ricci. O desdobramento disso, porém, também depende de mais um capítulo da Lava Jato: há a expectativa em Brasília de que Cunha seja denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nas próximas semanas e, se isso realmente acontecer, seria uma nova reviravolta no cenário, com o enfraquecimento do peemedebista. Outra infeliz coincidência para o partido governista é a prisão coincidir com a semana em que estreia seu programa institucional em rádio e TV, o que acaba por ofuscar os esforços do partido em recuperar sua imagem e mobilizar sua militância em torno da defesa do Governo Dilma. As acusações do juiz Sergio Moro, da Lava Jato, não só usam adjetivos fortes contra Dirceu como ligam o escândalo atual ao Governo Lula e ao mensalão, a maior crise do partido até então. Em nota, o PT foi sucinto e nem citou o nome de Dirceu. A sigla negou que “as acusações de que teria realizado operações financeiras ilegais ou participado de qualquer esquema de corrupção”. Sem mencionar o ex-ministro nem se aprofundar no tema, o texto diz apenas que “todas as doações feitas ao PT ocorreram estritamente dentro da legalidade, por intermédio de transferências bancárias, e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral”. A defesa pública de Dirceu, um dos maiores nomes da história do PT, também foi tímida. Pela manhã, apenas o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), apareceu para dizer que a prisão dele foi “abuso de poder” da Polícia Federal. Blindagem do Governo No Governo, a determinação clara foi fazer contenção de danos e blindar Dilma Rousseff, o que começou a ser posto em prática nas declarações dos ministros que participaram da reunião semanal de coordenação política com a presidenta na manhã desta segunda. “[A prisão de Dirceu] é uma questão de investigação. Todos nós confiamos na presidenta Dilma e em nenhum momento passa por nós nenhuma expectativa que se aproxime dela e de seu Governo”, disse o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Coube ao petista Jacques Wagner, da Defesa, tentar separar a crise política da economia, sob ameaça das agências de análise de riscos, que sinalizam que podem retirar a recomendação para investimento no Brasil. “Precisamos ter dois canais paralelos: as investigações seguem e o país também segue com suas empresas funcionando e com a economia funcionando. O ambiente é que a gente tem que tentar melhorar para estimular investidores e a própria economia a crescer”, disse Wagner. Há uma semana, o próprio Planalto estimou que a Lava Jato já provocou um impacto negativo de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). A tarefa de evitar que o escândalo respingue na Presidência não é das mais simples. Uma das principais especulações é que Dirceu estaria ressentido por não ter sido defendido publicamente por Lula no auge do caso do mensalão. Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, de junho, o ex-ministro atribuiu à omissão de Lula e Dilma o fato de o PT ter ganhado a pecha de corrupto e disse que estão todos, agora, “no mesmo saco”. Entre os políticos da base de Rousseff em Brasília, o temor é que algum dos outros presos ligados a Dirceu faça um acordo de colaboração com a Justiça e resolva contar como funcionava o suposto esquema dentro da JD Consultoria e Assessoria, a empresa criada por Dirceu que movimentou quase 40 milhões de reais entre 2006 e 2013. Entre seus clientes estavam empreiteiras investigadas pela Lava Jato. Além do ex-ministro, foram detidos o irmão dele, Luiz Eduardo Oliveira e Silva, sócio na JD, e um ex-assessor chamado Roberto Marques. O cientista político Rudá Ricci, porém, avalia que as chances de que Dirceu revele outros nomes supostamente conectados ao esquema são ínfimas.

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Requião: o grande capital não quer derrubar a Dilma

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) participou nessa segunda-feira 02/08, em São Paulo, no Instituto Barão de Itararé, do lançamento do livro “Cultura do silencia e democracia no Brasil – ensaios em defesa da liberdade de expressão (1980-2015)”, do professor Venício A. de Lima.   PT votou a urgência urgentíssima para vender o pré-sal à Chevron!​ Requião tinha acabado de denunciar o caráter pigal da prisão do prisioneiro José Dirceu, que acabou devidamente transferido para o jornal nacional. Diante de uma plateia de blogueiros sujíssimos e do professor Fábio Konder Comparato, Requião soltou o verbo com desenvoltura que não se vê num petista (no Senado ou fora dele). Alguns trechos do pronunciamento de Requião (a transcrição não é literal): – Eu acreditava que o Lula era um intelectual orgânico. Mas descobri que não é. Ele foi um representante dos sindicatos para intermediar os interesses do povo com o grande capital. – Um dia eu contei para o Lula como tratei a Comunicação no Paraná. Cortei todas as verbas de publicidade. Investi na tevê estatal, a TV Educativa, e fiz um acordo com Hugo Chávez para distribuir o sinal pela Telesur.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] – Lula ouviu, pareceu muito interessado, e me disse: vai ali e diga ao Dirceu. – Dirceu ouviu e disse, mas, Requião, o Governo já tem uma tevê: é a Globo. – Eles achavam que com o velho esquema do FHC, das verbas publicitárias do Governo, eles iam conquistar a Globo. – Essa mídia técnica do Lula (e da Dilma – PHA) só favorece os grandes grupos de mídia ! – Através do Fernando Henrique (que entende muito de corrupção na China e da compra de reeleição – PHA) a banca já disse que a Dilma é honrada e séria. – E é ! – O capital financeiro quer é operar os espaços para seu projeto – não quer derrubar a Dilma. – Quer é espaço para o Cerra entregar o pré-sal. – Como é que a Petrobras não tem competência para explorar o pré-sal ? Aquilo ali em cada dez furos você acha petróleo em dez ! – O projeto do Cerra de entregar o pré-sal à Chevron, como está no WikiLeaks, só não passou no Senado porque eu, o PCdoB e o Lindberg Farias  instalamos no Senado um clima de terror ! – E o líder do PT Senado, o Delcídio Amaral, o Delcídio !, assinou o projeto de urgência urgentíssima para votar e aprovar o Cerra, para vender o pré-sal à Chevron ! – O líder do Governo assinou ! E muitos petistas se recusaram a assinar um documento para derrubar a urgência urgentíssima do Delcídio ! – Eles entregaram a Petrobras a homens do mercado. Que vão fazer com a Petrobras o que São Paulo fez com a Sabesp e o Jaime Lerner (e o Daniel Dantas) fez com a Sanepar. – Diminuir os investimentos, e entregar ! – A Petrobras está sendo administrada com a lógica do mercado. – E o Levy proibiu o BNDES de emprestar dinheiro à Petrobras ! – Essas empresas da Lava Jato … o Governo deveria estatizar elas todas. Prende os corruptos e deixa as empresas de pé ! – Eu também sou a favor da estatização completa da Petrobras. – O grande capital não quer a ruptura com a Dilma. Eles querem fazer ela sangrar ! – E nós não podemos defender os erros da Dilma. Ajuste ? Sim, era necessário. Mas, isso aí é arrocho e arrocho, não ! – O jogo do grande capital não é prender o Lula nem derrubar a Dilma. E eu ponho a minha mão no fogo por ela. – A base de apoio ao Eduardo Cunha é supra-partidária. E ele só foi eleito por culpa do PT, que resolveu adotar uma posição fisiológica, hegemônica. – Governo de coalizão ? Sem essa ! Não vou defender o PMDB, mas o que está aí não é culpa de coalizão nenhuma. – A coalizão do Governo é com o grande capital ! – O Fernando Henrique vendeu o Bamerindus ao HSBC por R$ 1. E o Bradesco comprou o Bamerindus por US$ 5 bilhões ! – Quer melhor que isso ? – A coalizão não escolheu o Levy ! Quem escolheu foi ela ! – O que ganhou a eleição foi o discurso da Dilma contra o que o Aécio ia fazer. E ela chega lá e faz o que o Aécio ia fazer ! – O objetivo não pode ser derrubar a Dilma. – Mas mudar a política da Dilma. – O Ibope dela está em 7,16% ! – Precisa explicar mais ? – A tese que unifica os brasileiros progressistas hoje é a defesa da Petrobras, o nacionalismo ! – Quem quer quebrar a Petrobras hoje é seu novo Conselho de Administração. – Que quer administrar a Petrobras como se fosse uma empresa privada ! – O Serra tem cobertura do Levy e do Governo – senão, o Delcídio não votava com ele ! – Eu quero o monopólio absoluto da Petrobras !

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Eduardo Cunha a mais pura imagem da perfídia, Impeachment e a Veja

Acunhando o Cunha! O surreal “Depufede” engavetou os pedidos de impeachment. Foi só ser citado em delação no lava-jato e rompeu com o governo. E ao declarar-se rompido com o governo, o elemento desengaveta os pedidos de impeachment, abrindo a tampa da esgoto. Resumindo; é um elemento que está de acordo com seus próprios interesses e não a serviço do Brasil. Colunista Roberto Pompeu de Toledo – o mais influente da revista Veja – assina matéria contra o impeachment da D.Dilma. Entre outros argumentos expõe que se a presidente sofrer impeachment, sairá como vítima, e abriria caminho para a volta de Lula como herói vingador. O colunista a meu sentir não escreveria uma matéria com esse escopo sem a autorização dos Civitas. Assim, fica a impressão que a revista deserta da tropa do impeachment. Acordaram né? Desde o começo da Lava-Jato que escrevo sobre isso. Nada de ideológico ou partidário, mas simples lógica dedutiva. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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PMDB e PSDB não têm interesse em ver Dilma fora do cargo, dizem analistas

A crise política e econômica enfrentada pela presidente Dilma Rousseff, agravada recentemente por novas acusações de corrupção ligadas à Operação Lava Jato, trouxe de volta discussões sobre a possibilidade de um fim antecipado de seu mandato, seja por impeachment, cassação ou até mesmo renúncia. Dilma enfrenta crise política e econômica e discussões sobre a possibilidade de ter fim antecipado de seu mandato A crise política e econômica enfrentada pela presidente Dilma Rousseff, agravada recentemente por novas acusações de corrupção ligadas à Operação Lava Jato, trouxe de volta discussões sobre a possibilidade de um fim antecipado de seu mandato, seja por impeachment, cassação ou até mesmo renúncia. Diversos cenários são especulados caso a cadeira da Presidência fique vaga. Poderiam ser beneficiados o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), ou até mesmo o candidato derrotado Aécio Neves (PSDB), segundo colocado nas eleições do ano passado. Mas, para analistas estrangeiros especializados em estudos sobre o Brasil, seria pouco vantajoso para PMDB ou PSDB assumirem o poder agora, em meio à atual situação econômica, com previsão de contração de 1,5% neste ano, desemprego e inflação em alta e perspectiva de que a recuperação demore a ocorrer.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Não vejo por que o PMDB teria interesse em estar associado a um governo que passa por um processo de impeachment, nem em assumir a responsabilidade neste momento, com uma grave crise econômica. Talvez prefiram que o PT fique com a culpa pelos problemas”, disse à BBC Brasil o analista Harold Trinkunas, especialista em América Latina do Instituto Brookings, em Washington. “Acho que a lógica se aplica a ambos os partidos (PMDB e PSDB). É provavelmente melhor deixar que o PT assuma a responsabilidade (pelos problemas) e aproveitar a vantagem de ter um PT enfraquecido, que torna mais fácil ganhar o poder na próxima eleição.” O analista Peter Hakim, presidente emérito do instituto de análise política Inter-American Dialogue, em Washington, concorda. E ressalta que as denúncias de corrupção não se restringem ao partido no governo. “Os escândalos envolvem grandes segmentos do setor privado e muitos partidos políticos. E há toda uma história de impunidade no Brasil. Se livrar da presidente não vai resolver nenhum desses problemas.” ‘Debate precipitado’ Dilma enfrenta resistência no Congresso, problemas entre sua base aliada e queda nos índices de aprovação. Também enfrenta suspeitas, levantadas em delação premiada pelo dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, de que sua campanha à reeleição teria recebido dinheiro ilegal. Mesmo assim, diz Trinkunas, o debate é precipitado. Para ele, a saída de Dilma antes do término do seu mandato é improvável e um eventual fim antecipado seria prejudicial à institucionalidade da democracia no Brasil. Operação Lava Jato, da Polícia Federal, atingiu as maiores construtoras do país, como a Odebrecht, e surgem suspeitas sobre o financiamento de campanhas eleitorais, como a de Dilma “Para as instituições, é melhor que a presidente complete seu mandato, mesmo que ela não esteja tão forte”, avalia, referindo-se a um cenário em que não haja prova de envolvimento de Dilma em casos de corrupção. “Até que haja prova concreta ligando a presidente a casos de corrupção, a discussão sobre impeachment é despropositada.” Hakim, do Inter-American Dialogue, critica a ideia de que é aceitável substituir um presidente simplesmente porque os eventos não estão tomando o curso desejado. “Você vê protestos nas ruas, não para mudar políticas, mas para mudar líderes, isso não serve às regras. A democracia requer que os participantes sigam as regras do jogo. Se há ofensa passível de impeachment, que haja o impeachment. Mas se não há…”, afirma. Ambos os analistas observam que, apesar de difícil, sua situação não é sem precedentes, e traçam comparações com presidentes americanos. “Nenhum desses problemas dura para sempre. Houve períodos muito difíceis para presidentes americanos como Bill Clinton ou Ronald Reagan. Mas em um ou dois anos eles conseguiram virar o jogo e acabaram bem populares”, lembra Trinkunas. “Acho possível imaginar um cenário em que as reformas econômicas propostas agora começam a dar frutos e em que o escândalo de corrupção seja solucionado, sem implicar diretamente a presidente, com os envolvidos condenados. E ela pode começar a reconquistar o apoio político e a capacidade de implementar suas políticas”, prevê. Comparações Hakim lembra que os Estados Unidos tiveram alguns presidentes “bem ruins”, e considera o fato de todos (com exceção de Richard Nixon, que renunciou em meio ao escândalo de Watergate) terem terminado seus mandatos “uma das grandes forças da democracia americana”. O analista do Inter-American Dialogue observa ainda que vários países têm presidentes enfraquecidos, sem que se pense em renúncia. Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), tem imposto derrotas a Dilma em votações “Se há conduta criminosa, é outra coisa. Mas se é uma questão política, me surpreenderia (uma renúncia), não é algo que ocorra com frequência em países com sistema presidencial, porque seria uma demonstração de extrema fraqueza”, salienta. Hakim lembra a renúncia do presidente argentino Fernando de la Rúa, em 2001. “Isso ocorreu em meio a uma situação econômica desastrosa, tropas nas ruas. Não vejo essa possibilidade no Brasil.” Trinkunas avalia que no Brasil e na maior parte da América Latina os presidentes costumam ter “muito poder” e diz que é positivo para as instituições brasileiras ter um Congresso que contesta o poder do presidente e tem sua própria visão dos fatos e um Judiciário que pune corruptos. “Será um resultado muito positivo para o Brasil no longo prazo o fato de que pessoas associadas com corrupção sejam processadas, condenadas e presas”, acrescenta. “É má notícia ter corrupção, mas é boa notícia ter um grupo de pessoas que estão investigando agressivamente esses casos de corrupção”, diz Trinkunas. Alessandra Corrêa/De Winston-Salem, USA para a BBC Brasil

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PMDB se irrita com Aécio por defender afastamento de Temer junto com Dilma

O ipanemense cinquentão de Minas sabe que não será o candidato do PSDB em 2018, então está jogando pelo golpe. Mas mesmo na imprensa já está havendo vozes equilibradas, como mostram alguns textos de jornalistas nos portais da grande mídia. O texto de Marcos Augusto Gonçalves desnuda o playboy tucano: ” Não se sabe dos tucanos emplumados qual tem sido o mais infeliz e calhorda em suas manifestações. Dolorido e inconformado com a derrota, Aécio Neves comporta-se como o garoto mimado que pega o carro importado e sai em disparada desrespeitando sinais como prova de sua superioridade… “. É isso. Dilma – sem meu voto, saliente-se –  foi eleita de forma legítima, e a popularidade pontual negativa de um político, em um certo momento jamais pode ser justificativa pra golpes. José Mesquita O pedaço do PMDB que flerta com a tese do afastamento de Dilma Rousseff está prestes a excluir o tucano Aécio Neves da lista de interlocutores na oposição. O grupo se irritou com a defesa que Aécio fez da cassação conjunta de Dilma e do vice-presidente Michel Temer pela Justiça Eleitoral. Um peemedebista consultará Aécio. Se o tucano não abandonar a fórmula que exclui Temer do jogo, será desligado da tomada pelo PMDB. Nessa hipótese, informam os insatisfeitos do partido de Temer, os interlocutores preferenciais no PSDB serão o senador José Serra e o governador Geraldo Alckmin. Avaliou-se no PMDB que Aécio peca pela “ansiedade”. Prega a cassação de Dilma e de Temer porque, com tal desfecho, uma nova eleição teria de ser convocada em 90 dias. Algo que faria dele o candidato automático do PSDB, já que Alckmin teria dificuldade para deixar o governo de São Paulo, que reassumir há seis meses.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ao privilegiar os próprios interesses, disse um operador do PMDB, Aécio se ilude e se isola. Ilude-se porque não é certo que o TSE vá passar os mandatos de Dilma e Temer na lâmina no julgamento da ação que pede a impugnação da chapa. Isola-se porque condena o PMDB a dialogar apenas com Serra e Alckmin, que não são avessos à substituição de Dilma por Temer. Dentro de uma semana, a Justiça Eleitoral ouvirá o depoimento do delator Ricardo Pessoa, da construtora UTC. Chefe do cartel de empreiteiras que pilhou a Petrobras, Pessoa contou à força-tarefa da Lava Jato que destinou parte da verba roubada na estatal (R$ 7,5 milhões) à campanha de Dilma, em 2014. A verba suja de Pessoa transformou-se em doação “legal” na contabilidade remetida pelo PT ao Tribunal Superior Eleitoral. Aécio e seu grupo acham que, munido da confissão do empreiteiro, o TSE será compelido a cassar Dilma e Temer —sob pena de reconhecer a conversão da Justiça Eleitoral em “lavanderia”. A turma do PMDB avalia que o tucanato dará com os burros n’água. Por quê? A maioria dos ministros do TSE tenderia a condicionar a cassação à comprovação das palavras de Ricardo Pessoa. O que exigiria esperar pelo julgamento dos processos que envolvem o delator. Coisa que, em tese, pode ocorrer depois de 2018. Restaria o julgamento pelo Tribunal de Contas da União das contas do governo Dilma relativas ao ano de 2014. Os auditores do TCU identificaram várias irregularidades na escrituração do governo. A principal é a manobra apelidada de “pedalada fiscal”. Termina no dia 21 de julho o prazo concedido pelo TCU para que o governo se explique. Na noite desta segunda-feira (6), em reunião no Palácio da Alvorada, Dilma escalou os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) para antecipar aos presidentes e líderes de partidos ditos governistas o teor da defesa do governo. Supondo-se que o TCU julgue as contas de 2014 irregulares, o que seria inédito, a decisão não terá o peso de uma sentença. Embora carregue o nome de “tribunal”, o TCU não passa de um órgão auxiliar do Congresso, para onde o parecer sobre as contas da gestão Dilma terá de ser remetido. Caberá ao Congresso a palavra final sobre as contas. Rejeitando-as, os congressistas poderiam abrir processo para afastar Dilma por crime de responsabilidade. O que leva um operador do PMDB a ironizar: Se Aécio acha que um processo como esse pode prosperar no Congresso sem a ajuda do PMDB, ele desaprendeu a fazer política. Para início de conversa, antes de analisar as contas de 2014, o Congresso teria de colocar em dia um trabalho que deixou de realizar. Encontram-se pendentes de apreciação nada menos que 15 contas anuais do Executivo. Escondem-se nos arquivos atrás de um gerúndio: “tramitando”. As mais antigas são do governo Fernando Collor. Ou seja: o cronograma depende de negociação. Que passa pelo PMDB. Blog Josias de Souza

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El País comenta a visita de Dilma aos EUA

No próximo dia 30 de junho, a presidenta Dilma estará em Washington, em visita oficial a Barack Obama.O colunista do El País, Juan de Onis, fez algumas observaçõespertinentes a este encontro. Como Onis não é diretamente ligado às nossas futricas domésticas, achei interessante recortar e reproduzir aqui trechos de seu texto. Chaves para a histórica visita de Dilma aos EUA A viagem da presidenta a Washington pode ser boa não só para o Brasil, mas para toda a América Latina, incluindo Cuba (…) O mundo financeiro norte-americano, que tem investimentos no valor de 60 bilhões de dólares no Brasil (cerca de 190 bilhões de reais), não quer nem ouvir falar de impeachment. O que deseja é uma recuperação econômica rápida. Obama, certamente, oferecerá seu apoio às medidas de ajuste fiscal das deterioradas finanças brasileiras, que Dilma está conduzindo com uma nova equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. (…) Há consenso em Washington que o programa de ajuste fiscal depende da recuperação da confiança na economia brasileira. Isso ficou claro durante a visita ao Brasil em maio de Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). Depois de elogiar a redução da pobreza e da desigualdade graças aos programas sociais do Brasil, Lagarde apoiou incondicionalmente o programa econômico de Dilma: “Avaliei com satisfação o ambicioso plano de ajuste fiscal do Governo. Este irá ajudar a estabilizar a dívida pública e, posteriormente, reduzi-la. Isso é acompanhado de uma política monetária disciplinada, destinada a impedir o aumento da inflação”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] (…) O Brasil continua sendo um mercado importante para os bens e serviços tecnológicos importados dos EUA, embora pudesse substituir muitas dessas importações com produção doméstica nacional se melhorasse sua eficiência e competitividade. O aumento das exportações brasileiras também depende dessas reformas internas. (…) E a China escolheu o Brasil como seu parceiro estratégico na América Latina, com um plano de investimentos de mais de 50 bilhões de dólares em infraestrutura e tecnologia. Durante sua viagem em maio ao Brasil, Colômbia, Peru e Chile, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, deixou claro que o grande projeto de Pequim é aumentar a influência chinesa na região, através da construção de ferrovias, portos e infraestrutura de telecomunicações que integrem a logística continental, um antigo desejo sul-americano que nunca se concretizou. Esse movimento da China no xadrez geopolítico global não é visto com indiferença pelos Estados Unidos e abre novos horizontes econômicos em uma região tradicionalmente mais próxima dos investimentos norte-americanos. A China não vai jogar os EUA para escanteio na região, mas será um novo ator com grande peso financeiro. Haverá colaboração suficiente entre os dois para promover o desenvolvimento latino-americano? É sobre isso — e especificamente sobre o Brasil — que Dilma e Obama vão discutir em 30 de junho. (…) Ao eliminar Cuba de sua lista de países que praticam o terrorismo, os EUA estão preparando o terreno para novos investimentos privados na ilha. Outros países, como Espanha e Canadá, já estão aproveitando as oportunidades de turismo e comércio com Cuba. Mas o Brasil ultrapassou os EUA com um financiamento de 400 milhões de dólares para a construção de um grande porto no Mariel, na costa norte de Cuba. (…) Além da grande indústria agrícola, o Brasil conduziu uma política bem desenvolvida de apoio à agricultura familiar, com mais de três milhões de pequenos proprietários rurais que recebem empréstimos subsidiados e assistência técnica para produzir alimentos. (…) Esta é uma grande oportunidade para que Brasil e Estados Unidos colaborem para impulsionar a economia cubana, oferecendo financiamento e tecnologias que Cuba necessita. Seria um exemplo de que a aproximação vai além de apertos de mão e fotos sorridentes de Obama com Raúl Castro. Cuba precisa de acesso ao mercado vizinho dos EUA para sair do fundo do poço, mas para isso também necessita produzir mais e exportar mais de forma competitiva. É outra questão que Dilma poderia discutir com Obama, se houver uma vontade real de cooperar. *** Por Miguel do Rosário/Tijolaço Eu destaquei em itálico um trecho em que o colunista, sem querer, fez um alerta: há, obviamente, conflitos de interesses entre Brasil e EUA, ou mesmo entre Brasil e China. Interessa a esses gigantes que nós continuemos importando produtos tecnológicos, então esse é um cuidado que devemos ter: precisamos jogar o jogo da geopolítica sem comprometer o investimento interno em novas tecnologias, para não ficarmos para trás. Por outro lado, a visita de Dilma à Obama pode representar um importante trunfo político do governo. Novos acordos comerciais e políticos com a maior potência mundial corresponderiam ao fim de alguns barulhos golpistas aqui dentro, porque o grande capital exigiria um mínimo de estabilidade para obter retorno de seus investimentos. O colunista enfatiza que os investidores americanos “não querem nem ouvir falar de impeachment no Brasil”, porque entendem (pelo jeito, mais do que a nossa mídia irresponsável) que isso corresponderia a um longo período de instabilidades e caos, gerando prejuízos incalculáveis para todos que têm dinheiro investido em negócios aqui, e os americanos têm, segundo o colunista, quase R$ 200 bilhões investidos aqui dentro. Essa informação nos ajuda a entender o recuo do PSDB. O Tio Sam deve ter puxado a orelha de alguns tucanos, alertando que impeachment é coisa de república de banana. Diante da magnitude dos investimentos feitos por empresas norte-americanas no Brasil nos últimos anos, uma aventura irresponsável desse porte não encontraria suporte político nem da comunidade de investidores, nem do governo dos Estados Unidos. A teoria confirma o que eu vinha observando desde que o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, fez elogios ao governo Dilma. O mundo encheu o saco do pessimismo golpista da nossa mídia. O Brasil tem uma grande economia, repleta de anticorpos para todo o tipo de dificuldade, e o país voltará a crescer em breve. Não interessa a ninguém, nem aos EUA, nem à China, nem sobretudo aos brasileiros, essas campanhas golpistas de desestabilização.

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Grupo de juristas e professores universitários do Paraná pede impeachment de Beto Richa

A petição com o pedido de impeachment de Richa será protocolada nesta segunda-feira (25), na Assembleia Legislativa. CRISE POLÍTICA Grupo de juristas e professores universitários do Paraná pede impeachment de Beto Richa Os professores estão em greve há cerca de um mês. Uma reunião entre o sindicato e o governo do estado terminou sem acordo na terça-feira Um grupo formado por juristas e professores universitários pretende entregar, na segunda-feira, um pedido de impeachment do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), à Assembleia Legislativa do estado. O grupo já havia feito um julgamento simbólico na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em que considerou Richa responsável pela ação da PM contra professores em greve que terminou com mais de 200 pessoas feridas no dia 29 de abril em Curitiba. Veja também Juiz condena Richa e Helisul a devolverem R$ 2 milhões ao erário por contrato sem licitação MP diz que governo não prestou informações sobre repressão policial no Centro Cívico Presidente de sindicato disse que promoção de auditores contou com “empenho” de Fernanda Richa Até as 16h desta sexta-feira, a petição online com o pedido de impeachment de Richa tinha 2.300 assinaturas. A iniciativa partiu do professor de Direito Tarso Cabral Violin, que foi atingido no olho por policiais no dia da ação contra a greve, e já tem o apoio de outros professores, alunos, ativistas e de organizações da sociedade civil.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Segundo Violin, diferentes argumentos jurídicos são usados na petição. “O governador cometeu crimes de responsabilidade. Mesmo que ele não tenha ordenado o massacre, Richa deixou que ele acontecesse. Mesmo sendo avisado, ele permitiu que o poder público cometesse a agressão”, disse. Os professores estão em greve há cerca de um mês. Uma reunião entre o sindicato e o governo do estado terminou sem acordo na terça-feira. A categoria pede um reajuste de 8,17%, enquanto a gestão de Richa oferece 5%. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Paraná, a ação da PM no dia 29 de abril deixou 392 feridos. Daniel Castellano/Gazeta do Povo

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