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USA: O mundo em meio a uma corrida nuclear

O governo de Barack Obama tem um projeto de US$ 1 trilhão para modernizar o arsenal nuclear do país.  Planos de fabricar um novo míssil nuclear de longo alcance (LRSO) estão sendo criticados (Foto: Wikipedia) Há 25 anos, telespectadores do mundo inteiro assistiram à exibição da tecnologia de mísseis de cruzeiro dos Estados Unidos. Enquanto os jornalistas escreviam suas reportagens no teto do hotel Al Rashid em Bagdá, os mísseis Tomahawk surgiram na tela percorrendo as ruas da cidade em seu caminho para atingir alvos com uma precisão fantástica.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Fabricado no auge da Guerra Fria como um míssil nuclear, que podia carregar uma ogiva nuclear ou uma carga explosiva comum, o míssil Tomahawk tem estado na vanguarda da maioria dos ataques aéreos dos EUA desde a primeira Guerra do Golfo. No entanto, os planos de fabricar um novo míssil nuclear de longo alcance (LRSO), antes que os antigos sejam retirados de circulação em 2030, como parte do projeto do governo Obama de renovar o complexo nuclear obsoleto do país e expandir a produção de armas nucleares nos próximos 30 anos com um custo de $1 trilhão, estão sendo criticados. William Perry, secretário de Defesa de 1994 a 1997, encarregado do projeto do míssil de cruzeiro no Pentágono no final da década de 1970, e Andrew Weber, secretário-adjunto de Defesa responsável pelos programas de defesa nuclear, química e biológica de 2009 a 2014, causaram surpresa em outubro ao defender o cancelamento dos planos de fabricar mil mísseis nucleares. Esse cancelamento representaria uma economia de US$25 bilhões ao país. Segundo Perry e Weber, os mísseis nucleares de cruzeiro são “armas desestabilizadoras”, porque os inimigos em potencial não conseguem distinguir se estão sendo atacados com uma carga explosiva convencional ou com uma ogiva nuclear. O fato de não produzirmos o LRSO, disseram, “não diminuirá o enorme poder de dissuasão nuclear dos EUA”. Especialistas em controles de armas receiam que as justificativas do Pentágono para a fabricação de novos mísseis e da nova bomba atômica extremamente precisa, sugerem que as doutrinas da Guerra Fria, controversas na época, como o aumento do controle e do limite das guerras nucleares, estão sendo retomadas. Hillary Clinton, que em geral tem uma postura mais incisiva e enérgica do que Barack Obama, ao lhe perguntarem em Iowa qual era sua opinião sobre o projeto de US$1 trilhão para modernizar o arsenal nuclear americano respondeu, “Bem, ouvi comentários. Vou procurar me informar com mais detalhes. Mas para mim não faz sentido”. A observação da Sra. Clinton traiu a pressão que tem sofrido por parte do candidato democrata de esquerda e seu rival nas pesquisas de intenções de votos, Bernie Sanders. Mas muitos democratas decepcionaram-se por Obama não ter se mantido fiel ao projeto de um mundo sem armas nucleares, como descreveu no discurso em Praga no ano de 2009, que lhe ajudou a ganhar o prêmio Nobel da Paz, talvez uma escolha um pouco prematura. Fonte: Opinião&Notícia

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Governos que enganam a si mesmos

O problema endêmico da quantificação e manipulação estatística de dados nas economias centralizadas. Funcionários sabem que seus empregos (e às vezes suas vidas) dependem de atingir essas metas e, assim, os números são alterados (Foto: Wikimedia) No final da década de 1980, Mikhail Gorbachev tentou corajosamente recuperar a economia da antiga União Soviética, bastante deteriorada em comparação com a situação econômica dos países ocidentais. Mas como Robert Service revelou em seu livro The End of the Cold War: 1985-1991, nem mesmo Gorbachev percebeu o estado tão crítico da economia soviética. Service teve acesso aos registros das reuniões do Politburo. A partir da leitura desses documentos ficou evidente que os números oficiais das despesas com defesa em proporção ao PIB haviam sido subestimados. Em geral, as estatísticas não eram confiáveis.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Em determinada ocasião, os negociantes de armas soviéticos tentaram fazer um acordo com Ronald Reagan e descobriram constrangidos que não sabiam quantos mísseis nucleares o país tinha. Esse problema é endêmico em  países com economias centralizadas. Os governos estabelecem metas no seu escalão superior; os burocratas e funcionários do partido sabem que seus empregos (e às vezes suas vidas) dependem de atingir essas metas e, assim, os números são alterados para cumpri-las. Além disso, quase sempre as metas estão erradas. No final da década de 1980, a maioria dos países ocidentais substituiu a economia baseada na produção industrial por uma concentração maior no setor de serviços, mas a antiga União Soviética continuou obcecada com a produção de ferro e aço. O colapso dos preços da energia expôs os problemas reais da economia. Gorbachev não estava disposto a dar ajuda financeira aos países comunistas do Leste Europeu,  nem para seu mérito eterno, de fazer uma intervenção militar para apoiá-los. Por fim, os cidadãos desses países conseguiram depor seus governantes. A Argentina e a Venezuela são exemplos recentes da manipulação de dados econômicos. No caso da Argentina, o governo Kirchner alterou sistematicamente os índices da inflação. A Venezuela, um país com grandes reservas de petróleo, administrou tão mal a economia que agora enfrenta um enorme déficit orçamentário, uma inflação galopante e a falta de produtos básicos de consumo nas prateleiras dos supermercados. E os que tentaram mostrar os números reais foram acusados de ajudar os especuladores estrangeiros. The Economist-Self-deluding governments

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Pedagogia pornográfica

Brasil: da série “só dói quando eu rio”! Neste blog, quer via comentários quer via link “fale com”, já fui acusado de ser tucano e também de ser petista. Ótimo! Essa dupla identidade somente comprova a imparcialidade do editor. Fosse eu filiado a alguma corrente política, partidária, ou ideológica, não teria o menor constrangimento em declarar. Acontece que a corja, de todos os credos e matizes, não nos dá a menor chance de escolha. Pródigos na incompetência e no escárnio à população, petralhas, tucanalhas, democratalhas e as demais “alhas” se revezam na disputa de quem comete mais improbidades. Vejam o caso do livro didático que foi distribuído, nesta semana, nas escolas públicas de São Paulo. Os emplumados gastam o verbo dia e noite, acusando o governo do apedeuta de aparelhar o Estado Brasileiro, e de permitir que a cambada da estrela vermelha “imprimam as mais exóticas e desbaratadas idéias nos livros didáticos distribuídos na rede escolar pública. Agora, é o governo do Zé Serra que é acusado de permitir que os “pedagogos emplumados” recheassem de palavrões cabeludos, expressões chulas e desenhos pornográficos, um livro didático distribuído nas escolas do primeiro grau da rede pública paulista. Os Tupiniquins – o livro esta sendo recolhido e novos serão impressos, evidentemente, com o seu, o meu, o nosso sofrido dinheirinho -, pagaremos a conta da incúria criminosa e irresponsável, ora do governo federal, ora dos governos estaduais e municipais. Essa cantilena, não muda. O que varia é a matiz ideológica dos incompetentes que editam os livros e nos governam.

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