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Kadafi e sinuca de bico

Assim com o mumificado Mubarack, o genocida Kadafi armou a tenda da hipocrisia nos jardins cínicos das potências ocidentais. Foi preciso que tais nefandas figuras emergissem da sarjeta para que o mundo tomasse conhecimento que existem ditadores do bem, e ditadores do mal. Essa despudorada classificação varia em função dos interesses econômicos. Dona Hilária Clinton continua, por seu (dela) turno, a fingir que o maluquete que habita a antiga Núbia chegou ao poder ditatorial somente na semana passada. Antes, ao longo de 40 anos, Kadafi era a cópia beduína de Madre Tereza? Um carniceiro como o ditador da China, Hu Jintao, é tratado como presidente, e o carcomido Fidel Castro continua sendo um ditador. Continuam na lista de ‘ditadores do bem’; os paleolíticos ‘xeiques’ da Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Bashar al-Assad da Síria, um monte de ditadores carniceiro africanos; na lista de ‘ditadores do mal’: Hugo Chaves e Armadinejad – esses, vá lá, eleitos em eleições livres e universais – o maluquete da Coreia do Norte Kim Jong-II, Isayas Afewerki da Eritréia, Gurbanguly Berdymuhammedov do Turcomenistão, Islam Karimov do Uzbequistão, Raúl Castro de Cuba, Teodoro Obiang Nguema da Guiné Equatorial, Aleksandr Lukashenko de Belarus, Meles Zenawi da Etiópia, Idriss Déby do Chade, King Mswati III da Suazilândia, Paul Biya de Camarões. Ufa. Quando eu já concluía que não há vida inteligente na comprometidissima imprensa mundial, eis que me deparo com um texto lavrado por um jornalista com o uso de neurônios em perfeito estado de funcionamento. Salve! Confira aí abaixo. O Editor PS 1. Não esqueçam que até há duas semanas a Líbia fazia parte do Conselho de Direitos Humanos da ONU. PS 2. Kadafi foi quem agenciou a prostituta marroquina para o grotesco Silvio “Belisconi”. Muamar Kadafi colocou o Ocidente em uma sinuca de bico. De “cachorro louco do Oriente Médio” a parceiro de negócios confiável, o líder líbio parece ter aprendido direitinho as lições de hipocrisia de seus adversários. Sua reação imediata à resolução do Conselho de Segurança da ONU foi impecável, do ponto de vista tático.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Se o será estrategicamente, esta é outra história ainda a ser contada. Enquanto era cozinhada a decisão política na Organização das Nações Unidas, Kadafi intensificou seus ataques aos rebeldes, cortando suas linhas de suprimento. Na prática, estão encurralados em Benghazi, e parece ser difícil para eles ameaçar Trípoli sem assistência mais objetiva externa, como fornecimento de armas. No meio-tempo, britânicos e franceses desenharam um plano para instalar uma zona de exclusão aérea -o que enseja bombardeios. O cronograma favoreceu o ditador líbio. Independentemente do que vai acontecer, especialmente se fala a verdade, o primeiro movimento do jogo foi dele. Ao dizer “Ok, ONU, eu aceito o cessar-fogo”, Muamar Kadafi esteriliza diplomaticamente os ataques e ganha tempo. A secretária de Estado Hillary Clinton pode afirmar o que quiser, mas resolução da ONU não diz nada sobre remover o sujeito do poder. E mesmo que as bombas estejam a cair durante essa leitura ou antes, e Gaddafi venha a ser apeado, novamente ficará a impressão de que o Ocidente manipula as regras a gosto. Isso porque a resolução da ONU fala em proteção a civis. Não faz sentido achar que a população estará salva caso a Líbia esteja partida em dois, mas nem por isso há provisões para a eventualidade de o ditador resolver fazer o serviço lentamente. Se o Ocidente atacar, por meio da França e do Reino Unido, a resolução terá sido interpretada a seu contento e só. Não que isso seja exatamente inédito. Se decisões da ONU fossem levadas a sério, hoje haveria dois Estados na antiga Palestina sem oposição árabe e o Iraque nunca teria sido invadido pelos EUA. Não é o caso de esquecer agendas domésticas: Paris quer se livrar da associação com o dinheiro líbio que teria financiado a campanha de Sarkozy, e Londres prefere esquecer que soltou o terrorista que ajudou a explodir um Jumbo em 1988 sobre seu território a troco de negócios petrolíferos. Assim, o filme segue, mas a primeira cena acabou roubada pelo velho ditador. Igor Gielow/Folha de S.Paulo

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Internet causa pânico em ditadores, caudilhos e demais pulhas

Como tudo que o homem cria, a internet pode ter um bom ou um mau uso. No caso dos regimes totalitários, a web se mostra como ferramenta imbatível para driblar a censura impostas pelos ditadores. Por outro lado a grande rede, no caso do Egito, mostrou a farsa de governos que escondem da população a existência das “ditaduras do bem”, como se ditadura em si necessitasse de adjetivo complementar. Foi a internet quem comunicou ao mundo que o “presidente” Hosni Mubarak era um ditador. O ex-homem forte da terra dos Faraós, sabem agora os que eram informados somente pela mídia comprometida e parcial, era tão ditador com Fidel (Cuba), Kadafi (Líbia),Kim Jong-il (Coréia do Norte), Hu Jintao (China) e cia. Assim, a Internet vem se convertendo na última, e mais poderosa, trincheira da sociedade contra a censura e a desinformação premeditada. O Editor Quem tem medo da internet? A resposta é fácil: qualquer governo totalitário, como Cuba, China e os países árabes, entre outros. Para eles, a única saída é aumentar a censura. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa Expressiva e decisiva parcela da motivação da revolta popular no Egito, não há a menor dúvida, foi causada pela internet. Quando o governo Mubarak tirou a rede do ar, sua queda já estava mais do que acertada. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Na Tunísia, ocorreu idêntica situação, e daqui para frente a internet vai influenciar cada vez mais as grandes transformações políticas que o mundo precisa ter. Basta conferir o que acontece na Matriz, onde tudo começa. Um estudo do Pew Research Center mostra que nos Estados Unidos a internet é hoje a principal fonte de notícias nacionais e internacionais para as pessoas com idades entre 18 a 29 anos. Em 2010, 65% das pessoas com menos de 30 anos já usavam a internet como sua primeira fonte para as notícias, quase dobrando dos 34% em 2007. Ao mesmo tempo, o número dos que consideram a televisão como principal fonte caía de 68% para 52%. Entre os adultos norte-americanos pesquisados, 41% já dizem receber as suas notícias nacionais e internacionais a partir da internet, e eram apenas 17% em 2007. Por fim, a pesquisa indica que a tendência está se espalhando entre outros grupos etários. Se na “Matrix” as coisas acontecem assim, nas Filiais o mesmo fenômeno vai se repetir, ou melhor, já está se repetindo. A liberdade de informação e expressão (sem dúvida, a maior contribuição dos EUA à evolução da humanidade) agora se volta contra o velho imperialismo norte-americano. É a internet que facilita a troca de informações e de ideias, semeando o inconformismo contra os regimes totalitários. E os EUA, ao mesmo tempo em se dizem ardorosos defensores da democracia e dos direitos humanos, na verdade são os grandes protetores da maior parte dos regimes totalitários do mundo, especialmente aqueles que estão instalados em territórios ricos em petróleo ou que possam servir aos interesses econômicos ou políticos dos norte-americanos. Este é a realidade do mundo em que vivemos. Quando explodiram as revoltas na Tunísia e no Egito os governos tiraram do ar a internet, mas não adiantou, era tarde demais para estabelecer a censura. Portanto, agora se sabe, com toda certeza, que a manutenção das ditaduras hoje depende da censura à internet, o que explica as restrições que países como China ou Cuba fazem permanentemente à rede de informações. Traduzindo a realidade de hoje: para manter seus “protetorados”, ou melhor, suas ditaduras amigas, os Estados Unidos terão de rasgar a fantasia e jogar no lixo a Primeira Emenda, que na “Matrix” só tem serventia para uso interno. A liberdade de expressão e informação, para os EUA, é um grande perigo externo. Assim, o governo norte-americano terá de seguir apoiando os regimes autocráticos, que agora só têm uma saída: aumentar cada vez mais a censura à internet, mantendo seus povos na exclusão digital e na contramão da História.

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Cuba é readmitida, por aclamação, na Organização dos Estados Americanos

Assembleia da OEA abre caminho para readmitir Cuba Resolução que barrava a ilha foi suspensa por aclamação. País estava fora da organização desde 1962 por pressão dos EUA. A OEA (Organização dos Estados Americanos) deixou sem efeito nesta quarta-feira (3) a resolução que excluiu Cuba da organização em 1962. A nova resolução da assembléia, aprovada por unanimidade, abre as portas para que a ilha seja reintegrada à entidade. Leia a íntegra do texto Ela foi tomada por representantes dos 34 países na cidade hondurenha de San Pedro Sulá. Agora, cabe a Cuba a iniciativa de aceitar ou não a volta à entidade. Antes da decisão, o governo cubano vinha dizendo não ter interesse em retornar. Leia também: Cuba não está mais marginalizada, diz Lula A OEA estava envolvida em um debate sobre a readmissão de Cuba. Os países latino-americanos argumentam que a decisão é uma maneira de estimular a reaproximação entre o regime comunista cubano e os EUA, agora sob a administração democrata de Barack Obama. Os cubanos haviam sido expulsos da organização por terem aderido ao bloco comunista, por conta da pressão norte-americana, ainda no contexto da Guerra Fria. Uma corrente liderada pelos EUA defendia a volta da ilha, mas condicionava-a ao cumprimento das resoluções da organização. Após a aprovação da resolução, o Departamento de Estado norte-americano disse que o retorno de Cuba está condicionado a “respeito de princípios, objetivos democráticos e dos direitos humanos”. A Carta da OEA estabelece que seus integrantes sejam países com regimes democráticos, representativos e pluralistas. Já Venezuela, Nicarágua, Bolívia e Honduras não aceitavam a imposição de condições para o retorno. “A Guerra Fria acabou neste dia em San Pedro Sula”, clamou o presidente hondurenho, Manuel Zelaya, depois da aprovação. O embaixador do Brasil na Organização de Estados Americanos (OEA), Ruy Casaes, congratulou-se com a anulação de “uma relíquia que remontava àquela época” – uma decisão adotada quase 20 anos depois do fim da Guerra Fria. “Não estamos interessados em velhas batalhas ou viver no passado”, afirmou o encarregado para a América Latina do Departamento de Estado, Thommas Shannon, que chefia a delegação americana, depois da partida da secretária de Estado, Hillary Clinton. Shannon afirmou que a decisão e os passos concretos já dados pelo governo de Barack Obama para aproximar-se de Havana em meses passados “representam a maior mudança de nosso enfoque sobre Cuba nos últimos 40 anos”. “Não existem mais tabus dentro da OEA, todos os assuntos podem ser debatidos” depois desta quarta-feira, destacou o chanceler do Uruguai, Gonzalo Fernández. O chanceler Nicolás Maduro da Venezuela afirmou que este dia marcará o início de “um novo tipo de relação entre as elites dos Estados Unidos e de nossos povos”, citando conflitos de Washington com povos da América Latina. Fidel critica Mais cedo, antes da aprovação, o ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou em texto que a OEA é “cúmplice” de crimes contra o seu país. “A OEA foi cúmplice de todos os crimes cometidos contra Cuba,” disse Fidel no artigo publicado pela imprensa oficial da ilha, sob o título “O Cavalo de Tróia.” “Em um momento ou outro, a totalidade dos países da América Latina foram vítimas das intervenções e agressões políticas e econômicas. Não há um só que possa negá-lo.” No artigo, Fidel, que se afastou do poder desde 2006 por motivos de saúde, acusa a OEA de ter apoiado “o neoliberalismo, o narcotráfico, as bases militares e as crises econômicas.” “A ignorância, o subdesenvolvimento, a dependência econômica, a pobreza, a devolução forçosa dos que emigram (…), o roubo de cérebros e até as armas sofisticadas do crime organizado foram as consequências das intervenções e do saque procedentes (da América) do Norte,” disse Fidel. “Cuba, um pequeno país, demonstrou que se pode resistir ao bloqueio e avançar em muitos campos e inclusive cooperar com outros países,” acrescentou Fidel, para quem a OEA é uma organização “repugnante e infame.” G1

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Fidel Castro morto? O ex-presidente de Cuba tá vivinho da silva, só que mais comedido com as palavras!

O ex-presidente de Cuba Fidel Castro diz que sua morte não deveria afetar as atividades do governo do país. Escrevendo na sua coluna no diário Granma, Fidel lembra que já havia dito que escreveria menos neste ano, para “não interferir nem incomodar os companheiros do Partido e do Estado nas constantes decisões que devem tomar frente a dificuldades objetivas derivadas da crise econômica mundial”. “Eu estou bem, mas insisto, nenhum deles deve se sentir comprometido com minhas eventuais Reflexões (o nome da coluna), minha gravidade ou minha morte”. Fidel não aparecia em público ou escrevia colunas desde dezembro do ano passado, despertando rumores de que sua saúde havia piorado, mas nesta semana, o líder da Revolução Cubana se reuniu com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que afirmou que ele está bem e comentou sobre a posse do novo presidente americano. No seu texto mais recente, Fidel voltou a tecer elogios ao presidente americano Barack Obama, dizendo que ninguém poderia duvidar de suas palavras quando disse que transformará os EUA. Sobre Obama, Fidel escreveu: “Ninguém poderia duvidar da sinceridade de suas palavras quando afirma que vai converter seu país em um modelo de liberdade, respeito aos direitos humanos no mundo e à independência de outros povos”. Fidel ainda comenta o anúncio do fechamento da prisão de Guantánamo, afirmando que o gesto começa a semear dúvidas “aos que atribuem o culto ao terror como instrumento irrenunciável da política exterior de seu país”. Mas apesar de elogiar as intenções de Obama, Fidel ainda pergunta: “O que ele fará quando o imenso poder que tomou em suas mãos for absolutamente inútil para superar as insolúveis contradições antagônicas do sistema?”. Ao encerrar, Fidel diz: “Tive o raro privilégio de observar os acontecimentos durante tanto tempo. Recebo informação e medito sossegadamente sobre os acontecimentos. Espero não desfrutar de tal privilégio dentro de quatro anos, quando o primeiro período presidencial de Obama estiver concluído”. da BBCBrasil >> biografia de Fidel Castro

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