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Skype é espionado na China

Sob uma imagem falsamente propagada de um país moderno, os mandarins vermelhos, continuam, ditatorialmente, comandando um Estado policial. A internet chinesa é controlada através do “Escudo Dourado”, um firewall, sistema de segurança que bloqueia sites que contenham certas palavras consideradas “perigosas” pelo governo. Os sites bloqueados entram em uma espécie de lista negra e, a partir deles, tenta-se chegar a outras URLs “subversivas”. Por mais rigoroso que seja, o governo não consegue controlar trocas de informações entre pessoas. Além de folhetins “subversivos” que circulam de forma clandestina, há também brechas digitais. Um canal de comunicação ainda não controlado pelo governo, por exemplo, é a transmissão de textos, fotos e vídeos via celular Contra a censura! Sempre! José Mesquita A China espiona mensagens do Skype, dizem pesquisadores. A Skype diz que respeita as leis chinesas. A China vem monitorando e censurando mensagens enviadas pelo serviço de internet Skype, de acordo com pesquisadores. Citizen Lab, um grupo de pesquisas ligado à Universidade de Toronto, no Canadá, disse que encontrou um banco de dados contendo milhares de palavras consideradas ‘politicamente sensíveis’ bloqueadas pelas autoridades chinesas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O banco de dados, disponibilizado para o público, também mostra informações pessoais de assinantes do serviço. A Skype, conhecida mundialmente por oferecer serviços de telefonia pela internet, disse que sempre foi aberta em relação ao escrutínio de dados por parceiros chineses, mas está preocupada com a violação da segurança do site. Sistema de vigilância Os pesquisadores do Citizen Lab disseram que descobriram um enorme sistema de vigilância que pegou e armazenou mensagens enviadas através do telefone online e serviço de mensagens por texto. Ele continha mais de 150 mil mensagens de vários tipos. “Cerca de metade das mensagens continham obscenidades. Quando eu as filtrei, ficaram mensagens – a maioria em chinês – que tinham conteúdo de natureza sensível politicamente”, disse Nart Villeneuve, da Universidade de Toronto. “Eu não sei quais as palavras exatas que estão acionando a filtragem, mas sei que a maioria das mensagens contém críticas ao Partido Comunista, mensagens sobre a independência de Taiwan, sobre a Falun Gong (movimento espiritual banido na China) e outros tópicos políticos sensíveis”, disse o pesquisador. O relatório da Citizen Lab, intitulado Breaching Trust (Violando a Confiança) disse que “mensagens de texto, junto com milhões de registros contendo informações pessoais, estão armazenados em servidores de internet inseguros”. Segundo os pesquisadores, ao usar um nome-senha, é possível identificar todas as pessoas que enviaram mensagens para alguém ou receberam-nas do usuário original. Leis e regulamentos A Skype opera na China como Tom-Skype, uma joint venture envolvendo o site de leilões americano, eBay, e a companhia chinesa TOM-Online. O Citizen Lab disse que está “claro” que a Tom estaria “se envolvendo com ampla vigilância aparentemente com pouca preocupação em relação à segurança e à privacidade de usuários do Skype”. Mas o presidente da Skype, Josh Silverman, disse que o monitoramento feito pela China é conhecido e que a TOM-Online “estabeleceu procedimentos para se enquadrar em leis e regulamentos locais”. “Estes regulamentos incluem a exigência para monitorar e bloquear mensagens instantâneas que contém determinadas palavras consideradas ofensivas pelas autoridades chinesas”, afirmou ele. Silverman disse que é política da TOM-Online bloquear determinadas mensagens e depois apagá-las, e ele investigará porque a política mudou para permitir que a empresa pegue e armazene estas mensagens. Embora o uso de internet seja alto na China, as autoridades impedem há muito tempo o acesso de sites que consideram politicamente sensíveis. Empresas ocidentais de internet como Google, Microsoft e Yahoo foram criticadas por grupos de direitos humanos por aceitar os rigorosos regulamentos da China. Com dados da BBC London

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Irã. Burlando a censura na Internet

Iranianos burlam censura na net com novo software Programa desenvolvido por religiosos chineses permite acesso livre à rede O governo iraniano, mais do que qualquer outro, determina pela censura o que os cidadãos podem ler online, usando tecnologia que bloqueia milhões de sites da internet que oferecem notícias, comentários, vídeo, música e, até pouco tempo atrás, o Facebook e YouTube. Se digitasse a palavra “mulheres” em farsi, o internauta receberia a mensagem: “Prezado assinante, o acesso não é possível.” Em julho, em sites muito visitados que oferecem download gratuito de vários softwares, apareceu uma brecha: um programa que permitia aos iranianos contornar a censura. O programa foi descoberto por estudantes universitários, que depois o divulgaram por e-mails e compartilhamento de arquivos. No final do ano, mais de 400 mil iranianos surfavam na internet sem censura. O software foi criado não por iranianos, mas por especialistas chineses em computação que trabalham voluntariamente para o Falun Gong, movimento espiritual banido por Pequim desde 1999. Eles mantêm uma série de computadores em centros de dados de todo o mundo para atender às solicitações dos internautas, burlando os censores. A internet deixou de ser apenas um canal essencial para o comércio, para o entretenimento e a informação, para se tornar o cenário tanto do controle estatal quanto da rebelião contra ele. Atualmente, mais de 20 países usam sistemas cada vez mais sofisticados para bloquear e filtrar o conteúdo da rede, diz o grupo Repórteres sem Fronteiras, que estimula a liberdade de imprensa.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Governos autoritários como o do Irã, China, Paquistão, Arábia Saudita e Síria instalaram sistemas de filtragem mais agressivos, mas algumas democracias ocidentais também começam a filtrar parcialmente o conteúdo, como a pornografia infantil e outros materiais de cunho sexual. Em resposta à censura, uma aliança que abrange ativistas políticos e religiosos, defensores das liberdades civis, empresários e até militares de alta patente e agentes de inteligência contestam o crescente controle de conteúdo da rede. Os criadores do software usados pelos iranianos são membros do Consórcio Global pela Liberdade na Internet, com sua principal sede nos EUA e afiliado ao Falun Gong. O consórcio é um dos vários grupos menores que criam sistemas para permitir que todos tenham acesso à internet aberta. Em outra iniciativa, a do Projeto Tor, um grupo sem fins lucrativos oferece um software gratuito que pode ser utilizado para enviar mensagens secretamente ou chegar a sites bloqueados. O software, desenvolvido nos Laboratórios de Pesquisa Naval dos EUA, é utilizado por mais de 300 mil pessoas no mundo. Cientistas políticos da Universidade de Toronto construíram outro sistema, chamado Psiphon, que possibilita a qualquer um burlar firewalls com apenas um browser. Percebendo uma oportunidade de negócios, eles criaram uma empresa que ganha um bom dinheiro permitindo que companhias de mídia transmitam conteúdo digital para usuários da rede passando por cima dos firewalls nacionais. Por causa do risco dessa silenciosa guerra eletrônica, há uma advertência no site do grupo: “Burlar a censura pode constituir um crime contra a lei. Cuidado com os perigos implícitos e suas possíveis consequências.” A China admite que monitora o conteúdo da internet, mas afirma que seu objetivo é muito semelhante ao de qualquer outro governo: policiar o material perigoso, pornografia, propaganda enganosa, atividade criminosa e fraude. Segundo o governo chinês, o Falun Gong é um culto perigoso que destruiu a vida de milhares de pessoas. Por sua vez, intensificando seus esforços contra a proibição oficial, o consórcio dessa seita organizou no ano passado um amplo lobby no Congresso dos EUA, que aprovou US$ 15 milhões para serviços que permitam burlar o sistema oficial. Mas o dinheiro não se destinou ao Falun Gong, e sim a Internews, uma organização internacional que financia grupos de mídia local. Este ano, uma coalizão mais ampla está se organizando com a finalidade de pressionar o Congresso a conceder um financiamento maior para iniciativas que combatam a filtragem em benefício de dissidentes do Vietnã, Irã, Tibete, Mianmar, Cuba, Camboja, Laos e da minoria uigur, da China. John Markoff, The New York Times

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