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Maior torre de energia solar do mundo é construída em deserto de Israel

Usina de Ashalim ficará pronta no primeiro trimestre de 2018 Foto: Divulgação Na paisagem das areias do deserto do Negev, no sul de Israel, uma torre de 250 metros de altura – o equivalente a um prédio de 50 andares – se destaca. Trata-se da torre da usina solar de Ashalim, parte do esforço das autoridades israelenses para produzir, até 2020, 10% de sua energia através de fontes renováveis; hoje, este porcentual é de 2,5%.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] A mais alta do mundo em um projeto de energia solar térmica concentrada (Concentrating Solar Power – CSP, em inglês), a torre de Ashalim é circundada por 50.600 espelhos controlados por computador (heliostatos), distribuídos por uma área de 3 km². Esses espelhos acompanharão a movimentação do sol de modo a refletir luz sobre uma caldeira localizada no alto da torre, durante o maior tempo possível ao longo do dia. A radiação solar infravermelha capturada pelos espelhos e refletida sobre a caldeira criará um processo térmico de vapor que moverá enormes turbinas, gerando energia elétrica “limpa”. Quando pronta, no primeiro trimestre de 2018, a usina de Ashalim produzirá 121 megawatts de energia solar, suficientes para iluminar 125 mil casas, evitando a emissão anual de 110 mil toneladas de dióxido de carbono. “A eletricidade será gerada a partir do vapor da mesma forma que geraria uma usina de gás ou de carvão, mas a energia não vem de combustíveis fósseis e sim do sol. É uma obra de porte para quem quer investir em energia limpa”, diz o engenheiro uruguaio Jacinto Durán-Sanchez, diretor-geral da usina solar. Espelhos podem ser controlados remotamente e ficam próximos a torres de wi-fi, para garantir conexão sem interrupção | Foto: Felipe Wolokita Conexão 24h Os espelhos serão controlados remotamente até mesmo por telefones celulares dos engenheiros e diretores. Diariamente, a areia do deserto acumulada sobre eles terá de ser retirada. “Os heliostatos vão estar inclinados, levando os raios de sol e o calor até a caldeira para levar a água a um vapor de 600 graus. Cada heliostato tem seu comando individual e remoto. Entre os espelhos há torres de wi-fi para assegurar que estejam conectados 24h por dia”, explica o engenheiro argentino Claudio Nutkiewicz, outro latino-americano envolvido no projeto. No mundo, existem atualmente apenas 10 usinas heliotérmicas com capacidade superior a 121 MW. A maior é a de Ivanpah, no deserto do Mojave (EUA), inaugurada em 2014, com capacidade projetada de 392 MW. Mas ela conta com três torres de 190 metros de altura cada uma (40 andares), que recebem luz de 173.500 heliostatos. Usina de Ashalim tem custo estimado de US$ 570 milhões | Foto: Daniela Kresch O projeto de Israel é mais humilde no número de espelhos (um terço), mas inova ao contar com apenas uma torre dez andares mais alta – que teria potencial maior na produção energética com custo menor do que o de erguer diversas torres. Novos megaprojetos com torres altíssimas (ao invés de várias mais baixas) estão em andamento. Uma delas, na Austrália, chegará perto da de Ashalim. A Aurora Solar Energy terá uma torre de 227 metros de altura (48 andares). A usina solar (ou heliotérmica) de Ashalim tem custo estimado de US$ 570 milhões e, faz parte de um projeto mais amplo, o Megalim, uma joint-venture entre a General Electric (GE), a BrightSource (empresa americana de energia solar que também construiu a usina de Ivanpah) e o fundo israelense Noy (que investe em infraestrutura, com participação do Banco Hapoalim, o maior do país). No total, o projeto é estimado, em US$ 820 milhões, incluindo mais duas obras complementares: uma para armazenamento de energia solar de noite e outra de uma usina com tecnologia fotovoltaica para produzir ainda mais energia. Juntos, os três projetos solares gerarão cerca de 310 MW – cerca de 2% das necessidades de Israel. Mas as usinas heliotérmicas também têm críticos. Nos Estados Unidos, ambientalistas apontam para o fenômeno de aves mortas encontradas nas proximidades dessas centrais elétricas. Eles afirmam os pássaros são incinerados pela luz refletida pelos espelhos, que pode alcançar 600° centígrados. Daniela Kresch/De Ashalim para a BBC Brasil

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Energias solar e eólica ganham competitividade

Em âmbito global, custos de painéis e turbinas caíram acentuadamente nos últimos anos. Segundo agência internacional, preços devem diminuir ainda mais devido ao progresso tecnológico e à evolução do mercado. Ao longo dos últimos sete anos, os preços dos painéis solares fotovoltaicos baixaram cerca de 80%, e os das turbinas eólicas, entre 30% e 40%. E os valores deverão cair ainda mais em todo o mundo, aponta o relatório The Power to Change, divulgado pela Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês) nesta quarta-feira (15/06) em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] O custo médio da eletricidade gerada por usinas eólicas localizadas em terra (onshore) poderá se reduzir em 26%, até 2025, e a de painéis solares, em 59%. Isso significa que o preço da eletricidade cairá para 0,04 a 0,05 euro por quilowatt-hora (kWh), na média mundial. Desse modo, as fontes renováveis estarão muito mais em conta do que energia gerada a partir de reatores nucleares e de usinas termelétricas. “Já tivemos uma redução de custos drástica nos últimos anos, e este relatório mostra que os preços deverão cair ainda mais, graças ao progresso tecnológico e à evolução do mercado”, analisa Adnan Z. Amin, diretor geral da agência. “A luz solar e o vento já são as fontes mais baratas em muitos mercados ao redor do mundo. Por razões econômicas, a nova redução de custos reforçará a tendência da passagem da energia gerada por combustíveis fósseis à das fontes renováveis.” Energia eólica tem custos mais competitivos A energia gerada por turbinas eólicas onshore já é muito barata. Segundo o relatório, na média global, a geração de eletricidade a partir de aerogeradores em terra mais modernos custa 0,07 dólar (0,057 euro) por kWh. Os responsáveis pelo estudo calculam que esses custos poderão cair 26% até 2025, devido ao barateamento adicional da produção, construção e manutenção; ao contínuo desenvolvimento do know-how local; e às instalações mais eficientes, com maiores turbinas, torres e rotores. Na média global, um quilowatt-hora de fonte eólica ficaria em apenas cerca 0,04 euro – enquanto a eletricidade gerada pelas novas usinas termelétricas a carvão atualmente custa mais do que o dobro na Europa. Segundo estimativa dos autores, haverá também uma grande redução de custos da energia gerada em parques eólicos localizados no mar (offshore). Os primeiros parques eólicos offshore estão em funcionamento sobretudo na Europa, mas a tecnologia ainda é relativamente recente, e sua participação na capacidade eólica global é de apenas 3%. Em comparação, a produção no mar é ainda relativamente cara, custando mais do que o dobro da geração de energia eólica onshore. Contudo, também aqui, os custos deverão cair de forma substancial, devido ao tamanho maior das usinas e ao aperfeiçoamento contínuo da complexa tecnologia necessária à instalação e manutenção. Com isso, a eletricidade proveniente dos parques eólicos offshore deverá ficar 35% mais barata na média global, estimam os especialistas. Parque fotovoltaico em Templin, na Alemanha Energia fotovoltaica ainda mais em conta A produção de eletricidade por meio da energia solar fotovoltaica vive uma dinâmica quase inacreditável. Em 2010, custava ainda entre 0,25 e 0,35 euro/kWh, porém cinco anos mais tarde já era dois terços mais barata: 0,107 euro por kWh, na média global. Graças a uma produção e a módulos fotovoltaicos mais eficientes, a redução de custos continua em ritmo acelerado: segundo dados da Irena, os custos da energia solar poderão diminuir 59% na média global até 2025, chegando a menos que 0,05 euro/kWh. Para demonstrar quão barata pode ser a eletricidade proveniente da luz solar, os autores mencionam um grande parque solar a ser construído nos Emirados Árabes Unidos. No segundo trimestre de 2016, a operadora de energia de Dubai recebeu uma oferta para produzir lá energia solar por 0,025 euro/kWh, um preço considerado recorde, em nível mundial. As usinas termossolares, por sua vez, ainda não conseguiram acompanhar o boom da energia fotovoltaica. Em vez de converter a luz solar diretamente em eletricidade, elas aquecem água por meio de espelhos, e o vapor resultante aciona um gerador de eletricidade, como numa usina convencional. As usinas termossolares se localizam principalmente em regiões desérticas. A grande vantagem é que também armazenam energia e podem produzir eletricidade durante a noite. Segundo o relatório da agência Irena, aqui os custos podem cair cerca de um terço. Clima precisa da política Analistas da Bloomberg New Energy Finance também apostam numa queda significativa nos preços da energia eólica e solar. Em seu estudo New Energy Outlook 2016, publicado dois dias antes do relatório da agência internacional, eles preveem uma redução de 41% dos custos de produção de energia eólica onshore, até 2040,e de cerca de 60% para a fotovoltaica. Os especialistas acreditam que, até essa data, serão investidos nessas tecnologias renováveis 6,4 trilhões de euros, contra apenas 1,7 trilhão de euros na produção de energia em usinas de carvão e gás. Ao mesmo tempo os especialistas enfatizam que esses números não são suficientes para atingir os objetivos climáticos: para limitar o aquecimento global em 2ºC, os investimentos em energias renováveis deveriam ter um volume aproximadamente 70% maior. Comparada às previsões da Bloomberg, na avaliação da Irena a redução de custos de produção da energia eólica e solar fotovoltaica poderia ser mais rápida. No entanto os especialistas da agência internacional enfatizam repetidamente em seu relatório o termo “poderá”, e a importância da política. “Para continuar com a transição energética, devemos agora colocar o foco político em reduções de custos ainda maiores e, assim, aproveitar as enormes oportunidades econômicas”, aponta Amin, mostrando-se convencido de que a meta é viável. “Os vencedores desta transformação são os consumidores, o ambiente e as gerações futuras.” DW

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Holanda: Conheça o primeiro vilarejo ‘autossustentável’

Holanda prepara uma cidade capaz de produzir energia limpa e de se abastecer com autonomia Imagem da Re Gen Villages gerada por computador. Uma estufa transformada em moradia capaz de produzir energia e alimentos. Ou, em outras palavras, a ciência aplicada à arquitetura da vida cotidiana. Este é o cartão de visita do primeiro vilarejo projetado para diminuir o impacto ambiental das atividades humanas, em especial o do lixo, para se autoabastecer e gerenciar o fornecimento de água em um novo tipo de agrupamento urbano, que começará a ser construído nos próximos meses na cidade holandesa de Almere, a 25 minutos de Amsterdã.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Projetado pelo estúdio de arquitetura dinamarquês Effekt, o programa-piloto da ReGen Villages prevê uma primeira entrega de 25 casas em 2017. Dominados por vidraças que envolvem vegetais cultivados em seu interior, os terrenos constituem quase que uma metáfora da tão desejada harmonia com o ambiente. Principalmente levando-se em conta que, em 2050, a população mundial ultrapassará os 10 bilhões de habitantes. MAIS INFORMAÇÕES Megafauna se extinguiu muito depois da chegada dos humanos Estudo conclui que transgênicos são tão saudáveis quanto os outros alimentos Elevação do nível do mar traga várias ilhas do Pacífico As maiores árvores do planeta estão desaparecendo Regen quer dizer “regeneração”, e tanto a maquete do projeto quanto a sua versão animada, em vídeo, mostram a imagem em miniatura de uma cidade reluzente. A partir de 250.000 euros (cerca de um milhão de reais), com uma capacidade média para três ou quatro pessoas (de 300 a 400 pessoas para um total de 100 casas), as moradias parecem transparentes, tamanha a profusão de vidros. Dentro delas, a cultura vertical das estufas convive com pequenas hortas e pomares, unidades de aquicultura e painéis solares. Há torres de armazenamento de água, granjas de animais, áreas de recreação e um estacionamento para veículos elétricos. Assim como um centro comunitário para reuniões, além de “espaços sociais”. Segundo os cálculos do Effekt, “uma família de três pessoas necessitaria de uma área total de 639 metros quadrados viver autonomamente. Uma casa do tipo médio tem 120 metros quadrados, e eles se acrescenta uma estufa (40 m2); a aquicultura respectiva (300 m2); uma horta e pomar de estação (100 m2); a parcela proporcional da granja (25 m2); dos painéis solares (34 m2) e da água armazenada (20 m2)”. Não se trata, de modo algum, de um retorno ingênuo à vida na natureza. Ao contrário: aproveitando a tecnologia atual e incorporando os confortos da vida moderna, a comunidade que está sendo construída pretende ser autossuficiente. Assim foi ela idealizada por James Ehrlich, fundador da ReGen Villages, pesquisador da universidade norte-americana de Stanford e especialista na aplicação de tecnologia e da biodiversidade na produção de alimentos. Segundos os dados de que dispõe, cerca de 40% da superfície do planeta são usados para a produção de nutrientes. Essa atividade contribui para a liberação de CO2 (parcialmente responsável pelos gases de efeito-estufa), para o desmatamento e para o consumo indiscriminado de água potável. Ao mesmo tempo, jogamos fora 30% da comida, enquanto uma em cada sete pessoas passa fome no mundo. Projetado pelo estúdio dinamarquês de arquitetura Effekt, o vilarejo será construído em Almere, perto de Amsterdã “Embora esperemos acomodar as primeiras famílias, inclusive a minha, no primeiro semestre de 2017, a produção de alimento e o tratamento dos resíduos levará um pouco mais de tempo. A ideia original era construir na Dinamarca, mas o Governo fazia uma ideia um tanto quanto menos ecológica do projeto. Fomos então convidados pela prefeitura de Almere, e pudemos ver que a Holanda é um lugar bastante apropriado para a estreia mundial de ReGen Villages. Vamos fundar aqui a nossa empresa, como parte da União Europeia”, afirma Ehrlich. As madeiras empregadas são procedentes de florestas sustentáveis da Escandinávia. Os demais materiais serão tratados com a tecnologia mais avançada que existe, de forma a aproveitar ao máximo a energia durante o dia, e ao longo das estações do ano. O sistema fechado de abastecimento proposto permitirá que os dejetos orgânicos dos moradores se transformem em biogás e em alimento para os animais. Os excrementos do gado, por sua vez, serão utilizados como esterco para fertilizar as plantações. Qualquer resíduo suscetível de se transformar em adubo alimentará depois as moscas-soldado, alimento adequado para os peixes dos viveiros. As fezes destes últimos também serão usadas: elas servem para fertilizar o sistema de aquicultura destinado a produzir frutas e verduras. A água da chuva, por fim, será canalizada para ser usada na irrigação. O projeto, na Effekt, é sintetizado em cinco pilares: “casas com energia positiva; alimentos próximos e com cultivo sustentável; produção e armazenamento de eletricidade; reciclagem de água e resíduos; e autogestão por parte dos grupos locais”. Cada casa terá suas próprias estufas. Se for bem-sucedida, a prática da agricultura permanente (permacultura), com a cultura em ambiente aéreo sem utilização do solo, pulverizando as raízes com uma solução aquosa (aeroponia) e com o uso de sementes orgânicas de alto rendimento, será em seguida experimentada na Suécia, Noruega, Dinamarca e Alemanha. Durante a apresentação do projeto, Ehrlich destacou que espera, com isso “redefinir o conceito de zona residencial com este ciclo de cultura orgânica e reciclagem de resíduos; não é possível continuar a crescer e a urbanizar como temos feito até agora”. Por isso, ele já pensa em se expandir para regiões com superpopulação e de clima difícil. A Índia e a África subsaariana encabeçam a sua lista. Isabel Ferrer

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Empresa angolana fecha acordo com Fortaleza para construir data center e cabo submarino

Em evento realizado nesta sexta-feira em Fortaleza, a empresa de telecomunicações Angola Cables fechou uma nova parceria com o governo local. O acordo permitirá que a companhia construa um novo data center movido a energia sola na cidade e ainda comece a implantar um cabo submarino ligando a cidade brasileira e Luanda, capital angolana. O cabo de 6 500 Km de extensão e 40 Tbps de capacidade de transmissão será o primeiro a cruzar a parte sul do Oceano Atlântico e a ligar o Brasil diretamente com a África sem vir ou ir a outro continente ou país. Por isso mesmo, a obra é vista como uma boa “rota alternativa” pelo presidente da Angola Cables, António Nunes. Até agora, praticamente toda a comunicação intercontinental brasileira passa em algum momento pelos EUA, enquanto os dados enviados por países africanos precisam encarar o território europeu antes de irem a outras regiões. Em entrevista a INFO, o executivo disse estar com “expectativas muito grandes”, já que a ligação direta deverá acelerar a comunicação entre os dois países. Segundo comunicado enviado pela empresa, o percurso entre Brasil e Angola será feito em apenas 63 ms – o que é bem menos do que um piscar de olhos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O cabo submarino também será útil no futuro para conectar o território brasileiro com a Ásia, por exemplo, colaborando para reduzir o tempo de “viagem” de informações, que precisam hoje dar uma bela volta. Em relação ao novo data center, a construção deverá ser abastecida por energia solar e ocupará uma área de 3 mil metros quadrados na Praia do Futuro, em Fortaleza. O local servirá como estação para o novo cabo submarino, batizado de South American Cable System (ou SACS), e também para o Monet, que foi anunciado no ano passado e é fruto de uma parceria da mesma Angola Cables com Google, Algar Telecom e a uruguaia Antel. O valor do investimento da empresa africana no Brasil chega aos 72 milhões de reais, sendo 35 milhões desse total colocados diretamente em Fortaleza. O restante será destinado a expandir a rede aos EUA e a São Paulo, o que dará a Angola e a outros países da África um novo caminho para que seus dados trafeguem – o que parece ser justamente um dos objetivos da companhia chefiada por Nunes. A conclusão do cabo e do data center está prevista para daqui 18 meses, ou seja, para o primeiro trimestre de 2017. A ideia de ligar o Brasil diretamente a outro país sem depender de intermediários é também vista como uma forma de fugir do monitoramento da NSA, a agência de segurança norte-americana. Além desse novo acordo, o governo nacional anunciou em outubro do ano passado que investirá 185 milhões de dólares na construção de um cabo entre Fortaleza e Portugal. Gustavo Gusmão, de INFO Online

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Quando teremos carros movidos a energia solar?

Recebo a notícia: “Alunos do MIT desenharam um protótipo de carro solar”. Honestamente, não é nada que faça meu coração parar. Afinal, essas mesmas palavras vêm aparecendo em informes para a imprensa pelo menos uma vez por semana na última década. Protótipo do SERVe indiano vai às ruas para ser testado Mas o texto que me chegou no começo de maio pareceu um pouco mais interessante. Isso porque esse MIT não é o famoso Instituto de Tecnologia de Massachusetts, de onde saem alguns dos maiores gênios do mundo, mas sim um MIT em Manipal, no sudoeste da Índia. E quanto mais eu lia, mais a história parecia intrigante. O protótipo se chama SERVe, sigla para Solar Electric Road Vehicle (“Veículo rodoviário elétrico solar”) e é o resultado de um projeto conjunto do Instituto de Tecnologia de Manipal (MIT, na sigla em inglês), da Universidade de Manipal e da Tata Power Solar, a maior empresa de energia solar da Índia. A Tata é também parte do mesmo conglomerado que possui a Jaguar Land Rover e outros negócios na área de transportes, apesar de essas empresas não estarem envolvidas nesse projeto específico.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Aspecto estranho, mas eficiente Apesar da aparência estranha, o SERVe tem autonomia de 145 quilômetros e pesa 600 quilos O carro parece com algo que teria saído da prancheta futurista de algum desenhista em 1985, mas é mais um modelo “de prova de conceito” do que um carro conceito. E por isso podemos perdoar sua aparência. Os painéis solares que cobrem o teto fazem parte de um desenho curvilíneo feito sob medida pela Tata Solar e que mantém razoavelmente a aerodinâmica do carro. A bateria e o sistema de alimentação são controlados por um Raspberry Pi (computador de placa única popular entre um nicho de programadores), e a carroceria é feita de plástico reforçado com fibra de vidro aplicado sobre uma estrutura de aço. Pesando pouco menos de 600 quilos, incluindo as baterias de Li-ion, o carro de dois lugares pode percorrer até 145 quilômetros com sua carga completa. Sua velocidade máxima é 60 km por hora e sua velocidade normal de cruzeiro é metade disso – devagar mas sem forçar muito a transmissão. Possível comercialização Carro foi desenvolvido com apoio da Tata Solar, do grupo dono da Jaguar Land Rover Em outras palavras: a Tata ainda não vai colocar o logotipo da Jaguar no carro. Mas o que torna esse projeto interessante é que, ao contrário dos alunos do outro MIT e de centenas de outras universidades, os estudantes indianos não estão tentando construir um veículo solar mais rápido ou com mais autonomia, nem usaram uma tecnologia impossível. Eles estão tentando montar um carro solar que não só funciona como também pode ser comercialmente viável. Quando esse problema estiver solucionado, é possível que ninguém segure o carro solar.

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Prédios na França deverão ter telhado verde ou painel solar

França: tanto a cobertura verde quanto os paineis solares ajudam a reduzir o consumo de energia nuclear do país A França quer tudo “verde e renovável no alto”. O país aprovou uma lei que obriga todos os novos edifícios comerciais a instalarem telhados ecológicos ou painéis solares. A medida é parte da estratégia energética de reduzir a dependência das usinas nucleares que, atualmente, suprem cerca de 75% da demanda de energia do país, segundo dados da World Nuclear Association. Aprovada na última semana pelo parlamento francês, a nova lei traz vários benefícios. As vantagens de painéis solares são simples: quando há sol, eles geram eletricidade, que pode ser usada tanto localmente, pelo próprio prédio, ou injetada de volta na rede elétrica. Já os telhados verdes, além de embelezarem a vista dos prédios vizinhos, formam um isolamento de ruído e de calor, reduzindo as necessidades de refrigeração durante o verão e de aquecimento no inverno.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”]A cobertura vegetal também atua contra a poluição e retém água da chuva, ajudando, assim, a reduzir problemas de escoamento urbano durante chuvas fortes. Segundo o The Guardian, ativistas ambientais franceses inicialmente propuseram que todos os novos edifícios fossem completamente cobertos por vegetação, incluindos os prédios residenciais. Mas os parlamentares julgaram que a medida poderia ser onerosa demais para o consumidor residencial. E para que a lei não se tornasse radical demais para as empresas, eles criaram a alternativa de uso de paineis solares também, dando às empresas a possibilidade de escolha. Vanessa Barbosa/Exame

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Pesquisadores defendem linhas de financiamento para energia solar

O tema foi discutido durante a 1ª Escola Internacional de Energia Solar, que ocorreu na última semana na Universidade de Brasília Pesquisadores brasileiros em energia solar defendem a criação, pelo governo, de linhas de crédito especial para a aquisição de equipamentos e a instalação de energia solar fotovoltaica (que transforma energia solar em energia elétrica) em residências. O tema foi discutido durante a 1ª Escola Internacional de Energia Solar, que ocorreu na última semana na Universidade de Brasília (UnB). Para o professor da UnB Rafael Shayani, um dos organizadores do evento, esse modelo de microgeração distribuída, com a instalação de painéis nas casas, é bem promissor, pois não ocupa grandes áreas como as usinas solares, e o excedente de energia é enviado à rede pública, em um sistema de compensação. “Poucas pessoas sabem disso, é como se o relógio rodasse para trás. Com essa expectativa de que a energia elétrica vai subir 40%, a solar não vai ficar mais tão cara, se houver subsídio do governo”, disse.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Shayani explica que isso não vai ocorrer da mesma forma em todo o país. Segundo ele, em Minas Gerais, por exemplo, há mais procura porque é um estado com incidência solar favorável e onde o preço da concessionária de energia é mais alto, então o retorno do investimento será mais rápido. Segundo o professor da Universidade Federal de Santa Catarina Ricardo Rüther, investir em geração de energia não é papel do consumidor final, mas é ele quem acaba pagando a conta, então precisa de condições de financiamento. “É um assunto que não está bem equacionado no Brasil. O financiamento é o gargalo. Comparando com a indústria automobilística, se o consumidor é bom pagador, hoje ele sai da concessionária com carro financiado até com juro zero. Como consumidor de energia elétrica, todo mundo é bom pagador, então por que não posso entrar em uma loja e sair com um contrato, para inclusive gerar recursos para pagar um telhado solar?” Rüther explica que o investimento em um sistema de energia solar fotovoltaica é maior que no de aquecimento solar, usado geralmente em chuveiros, e pode variar de R$ 12 mil a R$ 15 mil, de acordo com a média de consumo das famílias. O retorno financeiro desse sistema vai variar de cinco a dez anos, com o uso de um equipamento que vai durar 25 anos em média. De acordo com o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Fernando Martins, o Brasil já tem regulamentação para o uso dessa energia, então as pessoas só dependem de mais incentivo e informação. “O benefício é a longo prazo, com o tempo as famílias vão economizar e ajudar o país a enfrentar uma crise hídrica, consumindo a energia da própria residência, enquanto os reservatórios possam ser enchidos”, disse. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que existem hoje no Brasil 317 empreendimentos em operação gerando energia solar fotovoltaica, com potência de 15,1 mil kilowatts (kW), 0,01% da energia utilizada no país. As usinas hidrelétricas produzem 62,55% da energia consumida. Essa foi a primeira de três escolas internacionais, um projeto que envolve várias instituições para a disseminação do conhecimento das tecnologias de energias renováveis. “Tivemos um público de 300 pessoas, a maioria estudantes. A ideia da escola é fomentar a capacitação de recursos humanos. A escola está desmistificando o uso da energia solar. O Brasil tem uma visão conservadora, talvez pouco inovadora, que ninguém vai saber usar, mas existem dezenas de países que já a utilizam há 25 anos”, disse Rafael Shayani. Para Rüther, apesar dos incentivos do governo e dos projetos estratégicos da Aneel, essa é uma área muito carente de mão de obra. “Precisamos dessa massa crítica. Essas novas gerações incluem os tomadores de decisões do futuro, que vão, então, fazer isso de forma mais acertada.” Fernando Martins explica que os impactos ambientais da geração fotovoltaica são bem menores do que de qualquer fonte de energia, e a integração urbana em telhados é uma ótima saída e não necessita de infraestrutura de transmissão. “Mesmo uma grande usina fotovoltaica não traz mais danos que uma hidrelétrica, conseguimos a mesma energia com área muito menor e podemos também usá-la para outros fins, por exemplo, se a área tiver também um potencial eólico. Uma forma não prejudica a outra, existem tecnologias de aproveitamento.” “O importante é deixar claro que o Brasil tem recursos renováveis suficientes para atender à demanda de energia elétrica do país. Precisamos criar alternativas e informar às pessoas o potencial que temos”, argumentou Martins. Andreia Verdélio / Agência Brasil

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Cidade na Espanha usa cemitério para gerar energia solar

Uma cidade da Espanha decidiu usar um lugar inusitado para instalar um centro de produção de energia solar: o cemitério. Autoridades pensam em ampliar o projeto no cemitério <= Painéis solares em cemitério na Espanha – Foto: AP As autoridades de Santa Coloma de Gramenet, um subúrbio ao norte de Barcelona (nordeste do país), instalaram nos mausoléus 462 painéis solares, que geram energia equivalente ao que 60 casas consomem por ano. Inicialmente, a iniciativa enfrentou resistência dos moradores, mas depois de uma campanha pública os familiares e amigos dos mortos passaram a apoiar a idéia. Agora há planos de ampliar a quantidade de painéis no local e triplicar a quantidade de energia gerada dessa forma. Legado O cemitério foi escolhido para abrigar o projeto porque trata-se de um dos poucos lugares de Santa Coloma de Gramanet em que há um espaço aberto, plano e onde bate muito sol. A cidade tem uma alta densidade populacional – são cerca de 124 mil habitantes, espremidos em quatro quilômetros quadrados. Atualmente, os painéis solares cobrem menos de 5% da área total do cemitério, em que estão guardados os restos de 57 mil pessoas. Esteve Serret, diretor da Conste-Live Energy, empresa que administra o cemitério e é responsável pelos painéis, diz que o investimento de 720 mil euros (aproximadamente R$ 2,2 milhões) está evitando que 62 milhões de toneladas de dióxido de carbono poluam a atmosfera. “A melhor homenagem que podemos prestar a nossos ancestrais, qualquer que tenha sido a religião deles, é oferecer energia limpa para as novas gerações”, afirmou Serret. BBC [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Energia solar

EUA testam estrada pavimentada com painéis solares Uma proposta ousada para geração de energia acaba de receber verba para entrar em fase de testes. Se a ideia do engenheiro eletricista Scott Brusaw der certo, rodovias do futuro poderão ser pavimentadas não com asfalto, mas com painéis solares para gerar eletricidade. Não é algo tão inusitado quanto parece, diz Brusaw, que criou a empresa Solar Roadways para tocar a empreitada. Dependendo da escala, essa seria uma solução viável para substituir usinas a carvão e gás e ajudar a frear o efeito estufa. Divulgação Lâmpadas sinalizam pista em tempo real, em protótipo a ser construído nos EUA de estrada pavimentada com painéis solares O engenheiro recebeu agora US$ 100 mil do Departamento de Transporte dos EUA para fazer um protótipo. É pouco, levando em conta que o metro quadrado de asfalto já custa cerca de R$ 30 (o preço pode variar bastante). O “metro quadrado” de painel solar, no Brasil, custa mais de R$ 2.000.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Um quilômetro de uma hipotética rodovia solar de pista dupla, porém, produziria energia suficiente para suprir uma cidade de 5.000 habitantes –3 milhões de kWh por ano (um metro quadrado de painel solar produz cerca de 0,7 kWh por dia). O problema é que esse quilômetro sai por R$ 30 milhões. Brusaw, por isso, deve começar numa escala modesta. “Esperamos começar a instalar os painéis em estacionamentos em dois anos”, disse o engenheiro à Folha. “Queremos aprender primeiro com veículos leves se movendo devagar. Se der certo, vamos “pavimentar” estradas com painéis solares em cerca de cinco anos.” Pode parecer uma meta ousada, mas especialistas ouvidos pela Folha acreditam que o custo pode cair. “Para aplicações generalizadas, a energia solar não é a mais barata. Mas ela é limpa. Uma análise fria de custo não considera impacto ambiental”, diz Celio Vaz, diretor da Orbital Engenharia. A longo prazo, a tendência é que a ideia se torne mais barata. “O custo dos painéis vem caindo bastante nos últimos tempos. Se o mercado crescer, o preço dos painéis diminuirá mais”, diz Elizabeth Pereira, física da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Os painéis solares que a Solar Roadways quer fazer têm lâmpadas que podem ser programadas para fazer toda a sinalização da via: a faixa central em amarelo dividindo quem vem de quem vai, as mensagens de “pare”. Mais do que isso: as mensagens poderiam ser em tempo real. Ou seja, poderiam oferecer informações como “Rebouças congestionada”. Em lugares onde neva, a pista poderia esquentar para derreter parte do gelo. Os painéis, se fossem incorporados também às ruas da cidade, poderiam acabar com a fiação. Se um dia o asfalto for abandonado, não deixará saudade: é caro, não oferece nada em troca da área que impermeabiliza e requer petróleo. Além disso, tem vida útil que varia entre 5 e 10 anos. Os painéis duram 25. Ricardo Mioto/colaboração para a Folha de S.Paulo

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